terça-feira, 9 de agosto de 2011

O abandono de bebês e o ser humano



Desde a era colonial existe a bestialidade de se abandonar bebês. Muitos recém nascidos foram devorados por cães, porcos e outros animais. A má situação financeira e alguma deficiência física ou mental sempre foram cruéis e inúteis justificativas.

Nunca houve política de prevenção de gravidez ou controle de natalidade. Mas será que há tanta mãe desnaturada ao ponto de abandonar seu bebê, tão dependente, indefeso e ingênuo, tão puro e dócil, no lixo, num terreno baldio etc?

Na maioria das vezes, a mãe não está em estado puerperal, naquela fase psicológica em que há rejeição escusável. É evidente que os efeitos nocivos durante a formação de uma criança abandonada se manifestarão de forma perene ao longo da vida.

O sofrimento pela mudança de habitat e a ausência natural da mãe fazem total desconforto ao bebê, que crescerá com uma ruptura em relação a tudo o que eles conhecem, a voz materna, os ruídos de seu corpo, a voz do pai, o ambiente familiar etc.

Graves deficiências emocionais são conseqüências quase certas aos abandonados. E suas mães, por conivência, sofrem algum tipo de abandono pessoal. Uma solidão constante, uma depressão ainda que disfarçada, um sentimento niilista ou ateísta inconseqüente por deixar de cumprir uma obrigação óbvia e relegar o amor maior de mães.

Crianças são seres excepcionais. Não deveria existir nenhum tipo de abuso, tortura etc. Pequeninos seres, sementes esperançosas de um futuro melhor. Do amniótico líquido se inaugura uma nova vida, promovendo a continuidade da espécie. Elas chegam num mundo injusto, violento e cruel, com extrema fragilidade.

São muitos os filhos da fome, da incerteza, do medo, desmoronando na fumaça terrível do crack. Seus abandonos deixam marcas profundas na alma, pelos trágicos açoites da vida. Mas o tempo, calejado, cria crosta, e se cura numa paternidade de criação. Afinal, não é por causa de um abandono absurdo, que se condenará um ser ao limbo dos infortúnios.
É preciso lucidez para atestar a revolta contra a impunidade e a insensatez dos abandonos de pequenos seres. Há pais que vivem largados em desprazeres, escondidos da fé e do amor, fingindo uma social sobrevivência em um mundo consumista e desigual.

Existe chance de o ser humano aprender o certo caminho do bem? Muitas vezes penso que estamos fadados ao marasmo torpor da ingratidão. Aí vejo um sorriso de uma criança e todos nós parecemos dóceis e mágicos. Espelhos da divina criação.


Por: Leonardo Teixeira.

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3 comentários:

  1. william, eu acho que não há motivos que justifiquem o abandono de um bebê. A gente observa que essas pessoas estão em plenas faculdades mentais. Pobreza, miséria, separação e outras desculpas já apontadas por mães que abandonaram seus bebês não cabem como justificativa. Se enfrenta algum problema, peça ajuda - aposto que alguém ajudará. Esse problema é grave e, acho que, não uma justificativa, mas uma explicação aceitável seria em casos de loucuras e "olhe lá". Aqui em Goiás, uma louca, mas "louca de pedra" ficou grávida e teve o bebê na beira de um rio em um fazenda. A mulher teve a criança sozinha, juntou o pequenino e, sem cortar o cordão umbilical se mandou para a sede da fazenda. As pessoas tomaram as providências devidas. Mãe e filho estão ótimos. pra você ver - até a louca não matou a criança. Gostei muito do post. Forte abraço.

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  2. Concordo contigo Ródrio, não há hoje em dia o que justifique abandorar um filho em hipótese alguma.
    abração

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  3. Oi William...
    absurdo nos dias de hoje, o ser humano ainda ser tão irracional a ponto de abandonar os próprios filhos...
    Postei tmb sobre o assunto e citei seu texto.

    Abs

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