quinta-feira, 14 de julho de 2011

Entre Deus e o Big Bang



O que Deus fez em seis dias, segundo o Gênesis, a natureza parece ter levado entre 10 e 20 bilhões de anos (aceitando-se uma idade do universo estimada em 15 bilhões de anos).

Afinal, admitindo-se que houve um começo, até porque termodinamicamente não poderia ter sido de outra forma, e quer seja este o “no princípio, Deus criou os céus e a terra...” ou o Big Bang, tudo teria transcorrido num lapso de tempo de seis dias de 24h ou em 15 bilhões de 365 dias? Não vale simplificar, admitindo que um dia do Gênesis corresponde a mais ou menos uns três bilhões de anos e que, portanto, o universo teria por volta de 18 bilhões de anos (bingo!).

Para aqueles que se limitam ao literalismo dos textos bíblicos, a idade do universo seria de uns 57 séculos (5700 anos, desde Adão). Pelas estimativas cosmológicas, desde o Big Bang, já se passaram uns 15 bilhões de anos. E o que poderia ser uma contradição de tirar o sono de muita gente, pode ter uma explicação cientifica racional, como a intentada por Gerald L. Schroeder, Ph. D. em física pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), que, na sua ânsia por descobrir a harmonia entre a ciência moderna e a bíblia, resultou no livro “Genesis and the Big Bang”, publicado em 1990; embora não seja a única e nem necessariamente verdadeira.

Encontrar uma justificativa para a discrepância entre os 5700 anos bíblicos e os 15 bilhões de anos do Universo, mesmo não sendo algo fácil não é impossível. Há que se usar a sabedoria da tradição e o conhecimento da ciência, afirma Gerald L. Schroeder. As sutilezas das escrituras e os textos científicos têm muito em comum, podendo, com certo esforço intelectual, ser encontrada a ligação entre o Gênesis bíblico e a teoria cosmológica. Unificando o sagrado e o profano. Ou, alternativamente, nos resignarmos em escolher entre a compreensão da história cósmica pela via da ciência ou pela interpretação da bíblia.


A ciência e a religião buscam a mesma coisa: a verdade. Mas, para interpretar o que há (em comum ou diferente) entre o Divino e o natural, precisamos ir além dos textos sagrados. Buscar a origem do universo exige, sem necessariamente a exclusão do Gênesis, que se dê um passo a mais do que está contido na bíblia. Ignorando os ensinamentos científicos sobre a natureza corremos o risco de retroceder a Galileu Galilei e, sem alternativas, admitirmos que a Terra é o centro do universo. Heisenberg e a incerteza e lidar com conceitos como entropia e a teoria da relatividade de Einstein são coisas ainda indispensáveis para os encarnados.

Ninguém minimamente informado pode desconhecer os 15 bilhões de anos que são presumidos como a idade do universo. Tampouco que habitamos um planeta chamado Terra que data de 4,5 bilhões de anos atrás, que viu surgir, entre 3,5 e 4,0 bilhões de anos, os primeiros organismos vivos, na forma de bactérias e algas azuis, e que, mesmo sendo contestada, não se conhece explicação melhor que a teoria da evolução das espécies para a criação de toda a diversidade das formas de vida dos tempos atuais.

Um literalista radical (ou um leitor superficial do Gênesis) entende que não existiu um homem pré-histórico. O primeiro homem, na sua visão de mundo, foi Adão e ponto final. Para esses, os 60 mil anos do homem de Neanderthal não são mais que um erro de 54.300 anos. Biblicamente falando, o conceito de homem seria aplicável a Adão e seus descendentes. A validade desse tipo de interpretação não é objeto de prova. É aceita meramente por rejeição das teses científicas ou por uma questão de fé.

Gerald L. Schroeder, mesmo consciente de que a humanidade, fisicamente, não é o centro do universo, achou um jeito para que os seis dias da criação (do nada até Adão) não pareçam excludentes em relação aos achados científicos. Começou abandando o literalismo do texto bíblico e os ensinamentos de Sir Isaac Newton, que impregnado pelo determinismo, nos legou um conjunto de leis naturais previsíveis.

Adotou o referencial de espaço-tempo, da relatividade de Einstein, e os seis dias ou os 15 bilhões de anos, com tudo começando e finalizando no mesmo instante, puderam ser harmonizados.

De uma coisa eu não duvido: o mundo já era muito velho quando Adão, eu e você, caro amigo, chegamos por aqui.


por Gilberto Cunha.

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7 comentários:

  1. esses caras acham que suas opinioes predominam,coitados rsrs nao sabem o que acontece ha um centimetro de sua altura pra falar de bilhoes,trilhoes,na infancia colegial eramos ensinados que só haviam os planetas:jupiter,uaranio,saturno,venus e babozeira a mais,aí o desenvolvimento transporte chega,e descobrem alguns planetas a mais,sim ta certo que é pra o nosso aprendizado atual,mas e as opinioes formadas de antes? rsrs se evapoaram no espaço,a ciencia cala quando a fé começa,e isso será constantemente!

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  2. eu discordo do comentário do colega partituras, pois primeiro a ciência não cala quando a fé começa, a ciência se basea em fato e com certeza na sua vida usam muitos dos fatos cientifícos para comprovar algo. A ciência trouxe contribuições fundamentais, na saúde, na tecnologia. Muitos dos atos da ciência para a saúde eram banidos por pessoas de fé, ate que descobriram que era melhor fazer uma cirurgia com anestisia por exemplo, do que sem e com fé. A ciência descobriu planetas e poderá descobrir mais e por que então se insisitir, por que a ciência cala quando a fé começa, por que se eu disser que tenho fé que exista coelhinho da páscoa como a ciência poderá provar o contrário?

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  3. A Bíblia é suficiente mas, a ciencia não deve ser desprezada. O que ninguém fala ou explica é que uma lei ( entropia ) não pode ser contrariada por uma teoria ( Big Bang ), e é exatamente o que os defensores do Big bang fazem e ninguém diz nada! rsrs!

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  4. Ah, se não existissem os ateus.... são eles que criam teorias, e fazem o avanço. Sem eles, estaríamos ferrados.

    "Religiões te levam a igrejas, ciência te leva á lua"

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  5. Existe a TEORIA DAS CORDAS que está cada vez mais sendo aceita pela comunidade científica e que poderia explicar também termodinâmicamente (só por esta teoria)de onde surgiu tanta energia no big bang, e que através dela, fala-se em choque entre dimensões diferentes liberando imensa quantidade de energia onde explicaria satisfatoriamente toda a dinâmica do big bang e da expansão do universo.E, segundo esta teoria também, o tempo já existia antes do big bang (se não me engano.

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  6. Senhores eu como Teologo formado não creio muito no lapso da ciencias ter total razão ao big bem, se analisarmos carinhosamente o livro de genesis , podemos chegar a uma conclusão de que realmente o big bem e verdadeiro e a criação do ceus e terra como retrata genesis 1.1 tambem e verdadeiro, seja mais curiosos analisem bem os fatos e liguem os pontos epcos da historia.............

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  7. "ciencia cala quando a fé começa" pois é, foi o que ocorreu durante a Idade Média. Você lembra do que aconteceu naquela época? As pessoas eram queimadas em praça pública e controladas por idéias impostas pelos "mensageiros da fé" (não muito diferente do que Hitler fez).
    Acredito em Deus mas quando a fé "começou" entramos no período conhecido como Idade das Trevas. Não sei se você se lembra mas graças as ciências e aos grandes pensadores que tal dificuldade foi superada. Um bom cientista deve saber que a beleza daquilo que ele estuda implica em uma existência superior. Mas colocando deste modo, a fé se cala quando a ciência começa.
    Daniel Petri, infelizmente não é assim. A maioria dos grandes cientistas acreditavam em Deus, basta procurar. Os grandes homens e mulheres da humanidade, em sua maioria, acreditavam em Deus. O problema surge quando a pessoa deixa de pensar por si própria e começa a aceitar tudo que lê em um livro.

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