terça-feira, 21 de junho de 2011

Da euforia à ansiedade: como identificar os sintomas do transtorno bipolar?



Apesar de pouco conhecido, o transtorno atinge cerca de 10% da população.


O humor instável e sem motivo aparente pode representar muito mais do que estresse ou depressão. Pessoas que apresentam variações frequentes e exageradas entre euforia e ansiedade ou tristeza, podem estar sofrendo de bipolaridade.

Apesar de pouco conhecido, o transtorno atinge cerca de 10% da população.

Segundo o psiquiatra e coordenador do Ambulatório de Bipolaridade do Hospital São Lucas da PUCRS, Diogo Lara, as mudanças de humor são fundamentais ao ser humano pois servem como um sistema de adaptação ao meio ambiente. É resposta previsível e estável a algum estímulo que a pessoa sofra.

— O humor saudável ajuda a gente se adequar ao contexto. Se a pessoa tem transtorno, ela dança fora do ritmo. Ela tem um humor desregulado e desconectado do contexto — explica o especialista.

O transtorno bipolar faz com que o paciente reaja de forma inesperada e intensa a alguns estímulos. E isso é o que difere a doença de outros problemas pontuais, segundo o médico. Estas atitudes exageradas de quem sofre do transtorno podem levar a situações vergonhosas ou até arriscadas.

— No aspecto eufórico existe essa inflação, tudo é grande, intenso, especial. Assim como um torcedor pode extrapolar a emoção comemorando a vitória de um título.

Principais características do transtorno:

:: autonomia do humor: o paciente sofre variações de humor que não estão adequados ao momento em que vive ou ao estímulo que sofre;
:: instabilidade: picos de euforia podem alternar com tristeza e ansiedade ou medo;
:: excessos: o paciente extrapola as emoções e pode ter excessos comportamentais como vício em jogos, drogas, sexo, compras;
:: exposição: pessoas bipolares acabam se expondo a riscos ou situações desagradáveis;
:: impulsividade: é comum em pessoas que sofrem da doença agir por impulso.

Aspectos que diferem da depressão:

Quando um bipolar está com o humor em baixa, é comum apresentar sintomas de depressão como a falta de vontade de fazer as coisas. Porém, quando alguém sofre de depressão, não apresenta forte euforia, impulsividade e irritabilidade, apenas tensão, ansiedade e tristeza.
— Algumas pessoas confundem, pois a ansiedade e a tensão são os sentimentos mais comuns ao longo da vida de pacientes que sofrem de transtorno bipolar — afirma Lara.

O psiquiatra alerta também que a bipolaridade pode se manifestar depois de muitos anos e não só com mudanças bruscas de humor, que podem ocorrer em um mesmo dia. Somente a avaliação de um profissional especializado pode diagnosticar o problema.

— Essa bipolaridade muitas vezes não é identificada de forma correta, e o tratamento com anti depressivos induz uma virada de humor, para o lado da euforia — explica o psiquiatra.

Como é feito o diagnóstico?

:: A avaliação clínica é feita com o paciente e um familiar.
:: Alguns indicadores: temperamento mais forte ou dinâmico, excessos comportamentais, irritabilidade e histórico na família de excessos ou transtorno bipolar.

Tratamento
:
:: Medicamentos estabilizadores de humor.
:: Psicoterapia e reeducação de hábitos como exercícios físicos e rotinas pré-definidas para regular o comportamento.

Teste psiquiátrico gratuito on line:

Lara é coordenador de um projeto de pesquisa científica que capta dados sobre comportamento por meio do website www.temperamento.com.br. O sistema de avaliação mental é dividido em duas fases: psicológica e psiquiátrica. Um dos objetivos, é avaliar sintomas e transtornos psiquiátricos que que a população pode ter.

Ao final do teste o participante recebe os resultados do seu perfil de temperamento e a probabilidade de estar com algum transtorno psiquiátrico. Desde dezembro no ar, o site já coletou informações sobre mais de 40 mil pessoas. O teste é anônimo e gratuito.

Saiba mais
:
:: Metade dos transtornos de humor são depressão e a outra metade são casos de transtorno bipolar nas suas diversas formas de manifestação.


Acesse www.bipolaridade.com.br para mais informações sobre a doença

Fonte: www.clicrbs.com.br

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