sábado, 7 de maio de 2011

Seu tempo está se acabando...



Como reagiria se, repentinamente, soubesse que seus momentos na Terra estivessem prestes a acabar? Se soubesse, por exemplo, não haver segunda chance para resolver questões fundamentais de sua vida.

Quais questões seriam relevantes somadas à pergunta que certamente não iria calar: - Tem sido feliz? Ou, o que tem feito de sua existência para literalmente ser?

O tempo daqui da Terra passa e não é nada etéreo como tantos imaginam. Todas as coisas quando paradas envelhecem ou caducam, inclusive, nós como seres humanos. Por isso mesmo nos vemos quase frequentemente obrigados a nos exercitarmos e isso, penso eu, vai além dos exercícios físicos propriamente ditos ampliando-se para conquista de novos pensamentos, de novas idéias e ideais, bem como de inovadoras possibilidades de sermos.

Se compreendermos, sem apego algum, de que o todo aqui vivenciado é pura experimentação, fica infinitamente mais fácil agirmos e de nos soltarmos de modo responsavelmente livre.

Qualidade e consciência sobre praticamente tudo o que fazemos também é ingrediente substancial. Logicamente que no suposto pacote chamado experiência de vida, cabem os acertos e erros, afinal, estamos ininterruptamente aprendendo.

Mesmo estando imbuídos por crenças ou fé no que quer que seja do plano espiritual, a nossa vida consciente e concreta acontece neste aqui e a nossa certeza maior é de que esta oportunidade única terá um fim. Um dia, provavelmente, não daremos mais conta de acompanhar a dinâmica física do tempo, mas daí, com a experiência da transformação constante superaremos os limites impostos pela natureza do corpo continuando nossas jornadas de transformação em outros níveis.

Se soubermos sair dos devaneios existenciais que muitas vezes nos hipnotizam e paralisam, podemos utilizar uma variedade de conhecimentos adquiridos pela humanidade no sentido de efetivamente validar a qualidade do nosso existir.

Paraísos pós-morte, purgatórios, vidas paralelas, vidas passadas, experiências fora do corpo, religiões... Você que se busca em áreas transcendentes apenas entende racionalmente os processos? Já se questionou que valia tem isso para você, o que efetivamente de beneficio e de mudança concreta você tem feito em sua jornada terrena? Está mais forte? Mais definido? Mais feliz? Isso serve para qualquer padrão hipnótico e, portanto, anestesiado de existência que se esteja vivendo.

Não há mais tempo! É hora de acordarmos das nossas mortes em vida, a fim de termos a certeza de que quando chegarmos lá no final, poderemos olhar para a vida vivida estando plenamente satisfeitos com a jornada, dizendo: - Tchau Vida, eu te vivi e estive literalmente vivo!

O que você tem feito para você mesmo para ser feliz? Você é feliz?

Já teve a sensação de estar apenas passando o tempo... Ou pior, perdendo o seu precioso tempo na companhia de alguém que não lhe diz nada? Situação onde facilmente poderia virar de costas e ir embora se permitindo mudar toda uma situação de vida?

Ocorre que o ser humano tem pavor por mudanças... Imagine ousar trilhar caminhos onde o imponderável pode acontecer, o medo fica maior ainda, fica o pior dos mundos. Por isso mesmo, é compreensível que a maioria prefere o ruim, porém conhecido, pelo simples fato de terem medo do não-sei-quê a própria vida oferece desde que nascemos. Nascemos sabendo surfar e bem, mas com o passar do tempo esquecemos esta nossa habilidade. Nem sei se os surfistas têm noção disso em suas ondas... Espero sinceramente que sim...talvez mesmo por isso tenham personalidades aparentemente mais livres, anticonvencionais.

Os artistas de alma geralmente são assim também, mas alcançar este status onde podemos romper com estruturas em busca de sermos felizes, não é fácil, não.

Lembro de um paciente que foi traído por sua esposa e que se virou literalmente do avesso na terapia a fim de perdoá-la numa possível reconciliação. No final, ele estava tão mudado que o que disparou toda esta autopesquisa e transformação já não eram mais o ponto central que o movia fazendo-o separar-se.

Chegou num momento onde percebeu que seu casamento baseava-se numa estrutura de vida que já não estava mais compatível com o que ele era naquele momento. Seus ideais primitivos e aprendidos haviam perdido sentido. Notem que essa é a jornada dele e não é regra para quem faz terapia. Quem decide se aprofundar em si mesmo, também mergulha num universo desconhecido de transformação cuja finalidade é o bem-estar e a capacidade de escolha responsável/consciente e não a falta de opção de estar vivendo situações, normalmente desfavorável para a pessoa. O que, na maioria das vezes, gera tristeza, agressividade e toda a sorte de sofrimento emocional em si e nos que estão em volta.

Voltando para este paciente, no seu processo de transformação, quando estava decidido a romper com o casamento, veio a questão do único filho de 7 anos, do casal. Este paciente ficou em conflito por desestruturar o lar e, nos seus pensamentos, sofria por imaginar o quanto que o filho sofreria por ter um lar desfeito, com o pai morando em outro local e a guarda ficando com a mãe. Na continuação de seu processo terapêutico, decidiu que iria se separar de qualquer modo. Na sua percepção, entendeu que o filho teria uma vida fortalecida sabendo que o pai quando não esteve contente com uma situação fez o que pôde para manter, até que entendeu ser insustentável, tendo coragem de ir em busca de sua própria felicidade, optando por não viver triste e apagado em nome de uma situação, morta, que já não fazia mais sentido. Pensou que o filho teria a imagem de que temos que tentar de tudo e que podemos escolher, podemos mudar as nossas vidas, sem deixar de sermos responsáveis e livres para ousar.

Sua vida é o sei maior bem. Pense nisso.

Por Silvia Malamud. Email: solvia.md@gmail.com

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