quinta-feira, 5 de maio de 2011

Nossos filhos e as contradições éticas



Em uma revista semanal foi publicada, esta semana, uma entrevista com o especialista em psicologia moral Yves de La Taille. Fala sobre a importância do exemplo na formação da ética nas crianças. Não é a primeira vez que toco neste assunto, mas não posso evitar fazer alguns comentários.

Uma criança é produto da educação recebida no seu lar. E o lar é uma palavra que tem um significado diferente para cada um de nós. Há lares que são somente mãe, pai e filho. A mãe não trabalha. Há outros que além do pai e mãe tem a babá, os dois pais passam o dia fora. E assim podemos continuar estabelecendo infinidade de modelos de lares que existem no nosso Brasil. Realidades diferentes, estruturas distintas e crianças iguais. Como diz? Sim, crianças iguais. O meio, a cultura na nossa volta, a televisão (babá permanente da maioria das crianças) participam também na ética geracional. Da mesma forma que professores e o colégio.

Ao mesmo tempo nossas crianças vêm todos os dias nas manchetes dos jornais exemplos de falta de ética nos diversos setores da sociedade. Pais éticos correm o perigo de serem comparados com tolos já que os mais espertos vencem os expertos. Devemos preparar nossos filhos (as) para viver numa comunidade global hipócrita ou ética?

Um mundo que até faz pouco tempo aceitava como mandatários dignos de serem recebidos com honras de estado apesar de serem ditadores muito bem conhecidos, mas que respondiam aos interesses dos que mandam. Não devemos esquecer que os Bin Laden, os Kadafi, os Sadam Hussein foram financiados e criados pelos governos ocidentais e que quando deixaram de responder aos interesses econômicos destes países foram retiradas suas máscaras e mostrados tal como eram: monstros e títeres manipulados ao bel prazer dos que realmente estão no comando.

Qual é a ética que estamos exigindo de nossos filhos? Qual é a ética que devemos ensinar? Qual é a nossa responsabilidade dentro da sociedade que vivemos?

Perguntas sem respostas. Procuro à ética dentro de mim mesmo e vejo a dicotomia entre o que me foi ensinado e o que vejo na minha volta. Caso Diógenes vivesse na nossa época não estaria procurando por um homem honesto, estaria buscando por algum resíduo de ética no ser humano.

Peço ajuda, procuro à ética. Onde ficou? Onde posso procurar? Ética, não nos abandone, sem ela não há sociedade que possa ser construída com bases sólidas. Será que a perdemos para sempre?

Por Ricardo Irigoyen. tatirigoyen@yahoo.com.br

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Um comentário:

  1. Coisificaram a ética...
    ética se tornou um nome corriqueiro, mas na prática, também estou procurando onde ela está.

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