quinta-feira, 5 de maio de 2011

Casamentos e Cadáveres



Terrorista é aquele sujeito que vive sua vida tentando acabar com a vida do outros. Ele passa seu tempo livre (e até seu tempo preso) pensando em maneiras de matar, destruir e causar todo tipo de sofrimento possível aos seus semelhantes (que na visão distorcida dele não são considerados como sendo seus semelhantes). Mas quando um líder terrorista finalmente morre, seus seguidores cegos e demais revolucionários revoltados se revoltam ainda mais e resolvem vingar-se, ameaçando aterrorizar o mundo com mortes, destruição e sofrimento (como são criativos), elegendo novos lideres para continuar a matança, em um eterno ciclo vicioso.

A morte de Osama poderia até ser considerada como um presente de casamento atrasado para a nobreza britânica. Existem inclusive rumores de que o terrorista só não foi morto já na semana passada para não eclipsar o glamour da cerimônia. O fato é que na disputa mortal entre Obama e Osama, o presidente dos Estados Unidos acabou ganhando com um corpo de vantagem (o corpo do oponente morto), mas se formos contar direito todos os corpos caídos e mortos de ambos os lados, vai ser difícil saber quem contribuiu mais para conter a explosão demográfica em nosso antiquado, porém superlotado, mundo moderno. Quem sabe até lancem um slogan sobre a morte do Terrorista, algo do tipo: “Osama morreu, antes ele do que eu”, afinal, quando o assunto é o terrorismo, nunca se sabe quem será a próxima vítima.

O ato terrorista é muito parecido com o ato de vandalismo. A diferença é que o vândalo é um terrorista em potencial e em menor escala (enquanto o terrorista é um vândalo com um potencial mais mortal e sem escalas). O vândalo não destrói prédios com aviões, mas destrói telefones públicos (por exemplo), onde o resultado é quase o mesmo, ou seja, deixar sua “marca” demonstrando sua força ao mundo do qual faz parte. Terroristas e vândalos parecem cachorros urinando nas coisas para demarcar territórios.

Sempre encontramos em meio aos montes de comentários sobre o assunto, gente dizendo que o correto seria terem prendido o Bin Laden, e levado ele para prestar contas com a justiça. Imaginem a trabalheira para tentar através de medidas sócio-educativas, reintegrar o Bin ao seio (devidamente coberto) da sociedade.

Primeiro ele trabalharia como padeiro na prisão, mas seria afastado por demonstrar compulsão em criar bombas de chocolate que seriam verdadeiras armas mortalmente calóricas. Depois tentariam socializá-lo através do esporte, mas ele seria expulso do time, por ficar chutando bombas para todos os lados (a fixação dele por bombas seria realmente algo terrível), e por sempre querer ser ele a executar os tiros de meta, sem falar que ele adoraria os jogos que fossem para o mata-mata. Por fim o incentivariam a começar a estudar, mas desistiriam quando ele levasse (literalmente) bomba no vestibular.

Enfim, lembrando o dia das mães, podemos dizer que terrorismo é quando um filho da mãe faz com que várias mães percam seus filhos (pobres progenitoras que sempre acabam levando a culpa pelas atitudes de sua prole). Terrível é saber que a morte de uma criatura dessas (estou falando do Bin e não da mãe dele) pode atiçar muitos outros, iguaizinhos a ele, a quererem tomar o seu lugar de destaque, loucos para ganharem fama profana de uma forma bem sacana, já que os perversos são bons nisso, e através de algum malefício poderiam acabar colocando em risco a nossa vidinha pacata e tão bacana. Mas pelo menos por enquanto, este pode ser considerado como um assunto morto e enterrado. Feliz Dia das Mães.

A PROPÓSITO: Não confunda: “filhos, mamãe os ama, com Osama e outros filhos da mãe”.


Por Antonio Brás Constante - e-mail: abrasc@terra.com.br

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