domingo, 24 de abril de 2011

Pele animal no vestuário, você concorda?



Muitos países europeus já proibiram a criação de animais para a produção de peles. Isso provocou um crescimento deste nicho em mercados emergentes, como o Brasil.
Seguindo a tendência mundial para a linha de sapatos e assessórios de inverno, a empresa brasileira Arezzo lançou a coleção Pelemania com peças em couro e detalhes em peles exóticas como a de raposa e de coelho. Mas os produtos não foram bem aceitos pelos consumidores brasileiros, que propuseram um boicote à marca nas redes sociais. A polêmica foi tanta que a Arezzo recolheu as peças com detalhes em pele das lojas de todo o Brasil.

A empresa também foi acusada de apagar posts negativos de clientes na rede social Facebook. A assessora da empresa, Carolie Muzzi, esclareceu ao Opinião e Notícia que foram apagados precisamente seis comentários considerados ofensivos e com linguagem de baixo calão. “A Arezzo tomou para si o direito de manter um nível no debate e apagou os comentários em respeito aos nossos clientes. Em momento algum a empresa pretendeu silenciar os consumidores”, esclarece Caroline.

Mesmo se essa fosse a intenção da marca, silenciar consumidores raivosos seria uma tarefa difícil. Dois dias após o lançamento da coleção, uma página na mesma rede que pedia boicote à marca e às lojas que comercializam produtos com pele animal já contava com mais de 4 mil membros.

Em nota oficial, a Arezzo diz entender e respeitar “as opiniões e manifestações contrárias ao uso de peles exóticas na confecção de produtos de vestuário e acessórios”, mas que não entende como sua responsabilidade “o debate de uma causa tão ampla e controversa”.
Antoniana Ottoni, advogada mestrada em Política e Gestão Ambiental pela UnB e representante da Animal Defenders International (ADI), diz que o uso de peles exóticas no Brasil é algo que pode ser banido imediatamente, uma vez que o nosso clima não pede estes materiais no vestuário.

Ela argumenta ainda que as peças com peles exóticas causam mais repúdio por não se tratar de utilizar a pele como subproduto, mas de exploração animal. Já o couro bovino e ovino são aproveitados de um animal que foi criado para a alimentação. “A produção de peles custa o sofrimento de muitos animais para alimentar a indústria da moda, que tem alternativas sintéticas para a fabricação destes mesmos produtos”.

A advogada argumenta que os métodos para se obter o material são cruéis, como a eletrocussão anal, marretadas e outros processos que provocam apenas o desmaio do animal, que pode acordar enquanto é depelado. Antoniana diz que se as pessoas passassem a consumir conscientemente, muitos destes produtos não encontrariam mercado. “A maioria das pessoas não conhece o processo para a produção de bolsas, casacos e outras peças. Os designers, que ditam a moda com peles, precisam assumir sua parcela de responsabilidade pelo sofrimento desnecessário a que estes animais são submetidos”.

Muitos países europeus, como a Áustria e Inglaterra, já proibiram a criação de animais para a produção de peles. Isso provocou um crescimento deste nicho em mercados emergentes, como o Brasil. No sul do país as fazendas de produção de pele de chinchila estão crescendo vertiginosamente e já são o principal fornecedor da China e da Europa. A pele é praticamente toda exportada, uma vez que não há mercado no país para casacos, por exemplo. Há um projeto de lei na Câmara dos Deputados — a PL 5956/2009, que pede o fim da criação de animais com este fim no país.

A advogada argumenta ainda que para a produção de um casaco são necessários 200 chinchilas e que o dinheiro proveniente deste produto não vem para o Brasil, já que o valor agregado do produto fica na Europa ou na China, que compram a pele in natura.

“Não há desculpas para aceitar as garantias da indústria da moda referente aos valores financeiros movimentados, este é um assunto de responsabilidade pessoal.O abate é feito para alimentar a luxúria humana”, finaliza.

Caro amigo,
Como você vê o abate de animais para uso exclusivo da indústria da moda?

Você deixaria de comprar um produto se não concordasse com as condições de obtenção do material, como no caso das peles?
Você acha que a Arezzo fez bem em ceder aos apelos contrários e retirar os produtos das lojas?

Comente, participe!!!


Por Emanuelle Bezerra no Opinião e Notícias.

2 comentários:

  1. eu boicotaria...a origem é importante,eu penso...faz parte da alma do produto..toda vez que voce usar terá sensações boas ou ruins de acordo com sua consciencia..se vc concorda, use, se não boicote..é melhor pra consciencia.

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  2. o ser humano é escroto..vem todo com papo de moral, ética, civilização, conscientização..mas vive da morte de outros seres, por puro prazer e capricho.

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