sábado, 2 de abril de 2011

No tempo das cartas...



Até bem pouco, o modo de correspondência era através de cartas, ou telegramas, depois veio o telefone e o fonograma, agora temos o celular a internet, que são instantâneos e imediatos. A era do romantismo, um dos instrumentos de comunicação dos amantes foi a carta, com belas ou não tão belas caligrafias. O conteúdo, a expressão do coração, verdadeiros poemas e confissões de amor, uns correspondidos, outros não, dentro dos envelopes eram colocadas pétalas de rosas. Enfim, mais uma forma de estar presente, estando longe. A carta foi a maneira mais tradicional de comunicação entre os povos, a primeira carta escrita no Brasil foi de Pero Vaz de Caminha, ao rei de Portugal, quando da descoberta do Brasil, mas existem outras cartas famosas. Quem trazia as correspondências eram os caixeiros viajantes, nos primórdios, que utilizavam o cavalo ou carroças. Depois vieram os carteiros, portadores das mensagens esperadas e aguardadas, tanto pessoais, como de negócios. As cartas foram cantadas por poetas em prosa e verso, e, até musicada, como a Mensagem de Cícero Nunes e Aldo Cabral, que dizia assim: “Quando o carteiro chegou e meu nome gritou com a carta na mão/ Ante surpresa tão rude/ Nem sei como pude chegar ao portão/ Lendo o envelope bonito/ E no seu subscrito/ Eu reconheci/ A mesma caligrafia/ Que disse um dia/ Estou farto de ti... Porem não tive coragem de abrir a mensagem.../ Quanta verdade tristonha/ Ou mentira risonha/ uma carta nos traz...” Estes autores poetizaram este tipo de correspondência. Depois veio o telegrama, com o telégrafo, tinham mais efetividade, mensagens curtas e urgentes, na era do telefone veio a comunicação pelo aparelho e o fonograma. Hoje o celular é uma fonte fantástica e instantânea, bastando usar o teclado e falar, também através de mensagens, ou torpedo, com simples aparelhos, ou nos modernos iPhones, transitando a mensagens pela internet. Os chamados e-mails, que podem ser executados por celulares, computador, Notebook e iPhone.Para se comunicar a pessoa pode estar em qualquer parte do mundo, sua mensagem é recebida e expedida num piscar de olhos. Com estes instrumentos modernos, os negócios, as relações pessoais, ficaram instantâneos, estreitando tempo e o espaço, antecipando a vida, em todos os sentidos, um milagre na comunicação, entre velhos, adultos, jovens e crianças. A internet, computador e seu manejo, equipara-se, em tempos pretéritos, a máquina de escrever, uma necessidade básica, inclusive para pleitear emprego, o que se exige hoje do manejo desses modernos instrumentos. Muitas pessoas, principalmente, da geração passada, não conseguem, ou têm muita dificuldade para usar o computador, ao contrário dos jovens, que dominam com habilidade. Usam esses instrumentos para namorar, marcar encontros, reavivar amizades, trocando mensagens, as quais são objetos de rastreamento por hackers que obtém informações preciosas e confidenciais, não só entre os namorados, mas nos negócios. De modo que essa modernidade, o sigilo não está garantido, como relativamente havia nas cartas, as quais eram lacradas para não serem violadas. Elas eram a expressão do romantismo. Agora existe a Caixa do Correio e a de correspondência nas residências, cheias de papéis, propagandas, sem conteúdo pessoal, mecanicamente redigidas, com contas a pagar, extratos bancários, nem uma notícia, como antigamente, em que os casais trocavam juras de amor e as cartas, aguardadas com ansiedade pelos namorados.

por Jabs Paim Bandeira.

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