domingo, 10 de abril de 2011

Casais em crise...



Estudo britânico afirma que relacionamentos amorosos chegam ao fim cada vez mais cedo. Os motivos vão de falta de tempo a cuecas furadas

Segundo pesquisa britânica realizada com dois mil ingleses, os relacionamentos amorosos têm encontrado seu fim cada vez mais cedo. Se antes a crise acontecia lá pelos sete anos de convívio, agora tudo entra em parafuso em menos da metade do tempo, por volta dos três anos. E o que tempos atrás era motivo de brincadeiras, hoje virou motivo de separação. De acordo com os especialistas, as pessoas estão mais intolerantes e cada vez menos dispostas a investir em uma relação amorosa duradoura.

Segundo a professora do Instituto de Psicologia da Usp, Leila Cury Tardivo, a modernidade traz ao mesmo tempo prós e contras em um relacionamento. “Um fator positivo que a gente pode pensar que o tempo trouxe foi uma maior quantidade de informações, maior acesso ao mundo, maior liberdade que as pessoas têm. Mas de outro lado, isso acabou trazendo um excesso de emoção, como se a vida tivesse muita novidade, muita pressa, e essa novidade, essa pressa, esses desafios no casamento acabam não sendo assim”, explica a professora ao site G1.

Já a especialista em opinião pública Judi James, que supervisionou o estudo, aponta que “a jornada de trabalho cada vez mais longa combinada às preocupações com as finanças estão claramente deixando consequências nos relacionamentos modernos. Vemos uma tendência de aumento no número de casais que tiram férias separadamente para tentar reavivar a chama da paixão”, relata.

Saída estratégica
O estudo britânico mostra ainda que os casais que vencem a pane dos três anos e seguem juntos buscam meios de manter o clima de romance que ajuda a prolongar o relacionamento. Algumas soluções comuns são férias longe do parceiro e uma ou duas noites livres durante a semana para sair sozinho. Contudo, há velhas receitas, um pouco perdidas no tempo, que podem ajudar: aquelas surpresas de último romântico parecem ainda surtir efeito no coração das mulheres. “Flores, café da manhã na cama, mimos diários e mensagens românticas” conseguem amansar as feras, conta a gestora de Recursos Humanos Flávia Santos, 34.

Já para os homens, pelo menos no Estado, o buraco parece ser mais embaixo, e a exigência é maior. Afinal, a concorrência é favorável aos goianos, uma vez que por aqui as mulheres são maioria e muito bonitas. Segundo o cirurgião cardíaco Junyo Amauro de Asevedo Ramos, 38, a mulher tem que saber cativar o homem no dia a dia com paciência e compreensão, principalmente nos momentos difíceis. “Tem uma cena icônica no filme O Poderoso Chefão Parte 2 que resume um relacionamento duradouro para mim: quando Vito Corleone (DeNiro) é demitido de seu serviço na frutaria, ele chega em casa arrasado, pois só conseguiu comprar uma pera para o jantar.

Ele põe a fruta sobre a mesa de jantar, e sua mulher percebe na hora a dor do marido e diz: ‘Que pera linda!’, sorrindo para ele. É isso que eu espero de uma mulher, inteligência e companheirismo, principalmente nas horas difíceis”, conta o médico, que já teve vários relacionamentos longos e até noivou, mas nunca se casou.

Outros valores
A pesquisa inglesa relata que os motivos das brigas e discussões são cada vez mais banais. Descuido com o vestuário – até mesmo com as roupas íntimas –, ganho de peso, ronco, maus uso do banheiro e trabalho demais se tornaram pivôs de términos de relacionamentos, tomando o lugar que antes era relegado a traição, desonestidade, violência e falta de respeito mútuo. Essa mudança de valores só deixa mais clara a intolerância criada pelos tempos modernos. Mesmo com os problemas apontados pela pesquisa e as soluções propostas, não há fórmula mágica para que os relacionamentos ultrapassem as dificuldades.

Entretanto, há um consenso de que quanto mais problemas um cônjuge procurar no outro, mais ele encontrará. O segredo seria, então, uma das tarefas mais difíceis do mundo moderno, que se baseia em padrões estéticos e comportamentais forçados e reforçados todos os dias na TV e na sociedade: aceitar as pessoas como elas são, e não tentar transformar amores felizes em submissos tristes. Afinal, ninguém é perfeito.


Por Humberto Wilson.

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Um comentário:

  1. Parabéns pelo artigo,muito interessante essa pesquisa.
    Abraço.

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