sábado, 30 de abril de 2011

Brasil tem 60 mil casais gays em união estável



Censo 2010 .Informação foi divulgada, ontem, pelo IBGE; militantes falam em números maiores
Há menos de uma semana do Supremo Tribunal Federal julgar duas ações que buscam o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados que indicam que há, em todo o país, 60.002 casais homossexuais vivendo nessas condições.

O número, que foi anunciado ontem e faz parte de dados preliminares do Censo 2010, representa 0,16% da população brasileira se for comparado aos 37.487.115 casamentos entre heterossexuais. Minas Gerais aparece como o terceiro Estado com mais casais gays em união estável - são 4.098 -, atrás apenas de São Paulo (16.872) e Rio de Janeiro (10.170).

Apesar do registro, ocorrido pela primeira vez na história, ser considerado um avanço em relação à discussão sobre a igualdade de direitos, integrantes da comunidade LGBT chamam a atenção para o fato de que ele ainda é pequeno diante da realidade. "Tem muita gente que não assume o relacionamento por medo do preconceito. 60 mil é um número alto, mas, daqui a dez anos, tenho certeza de que seremos 600 mil e, depois, chegaremos aos 3 milhões, o que daria a dimensão dos 10% da população que nós já somos há tempos", afirma o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Toni Reis.

Opinião similar tem o antropólogo Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia. Ele destaca, todavia, que o fato de o Censo criar essa contagem já contribui para minimizar uma visão preconceituosa recorrente. "Os dados destroem o estereótipo do gay promíscuo, instável sexualmente, o que mostra uma realidade muito semelhante à união entre os heterossexuais", afirma.

Para Toni Reis, o número também vem reforçar a necessidade de se debater os direitos do casal no Legislativo. "O Censo começa a mostrar que há uma população grande que vive sem leis, à margem da sociedade. Hoje, somos casais sem cidadania ou com a cidadania pela metade, se comparados aos heterossexuais, uma vez que temos os mesmos deveres, mas não temos os mesmos direitos. Ou seja, o princípio de igualdade da Constituição Federal continua não sendo cumprido", diz.

Debate:
A próxima quarta-feira, dia 4 de maio, é aguardada com otimismo pelos militantes LGBTs.

Nessa data, o Supremo Tribunal Federal (STF) julga duas ações que dizem respeito ao reconhecimento da união civil entre homossexuais. Uma é de autoria da Procuradoria-Geral da República e pede que casais gays sejam considerados uma família com todos os direitos e deveres. A outra solicitação foi proposta pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e defende que os casais homossexuais formados por funcionários públicos estaduais em união estável tenham os benefícios de cônjuges heterossexuais.

"Hoje, temos ações nos judiciários estaduais que foram favoráveis. A expectativa é que o Supremo consolide esse reconhecimento e, dessa forma, facilite o andamento dos processos", afirma o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Toni Reis.

Segundo ele, se a decisão do STJ for desfavorável, a organização já planeja uma mobilização nacional para o dia 28 de junho.


Por Aline Gonçalves em O Tempo.

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Um comentário:

  1. ...República e pede que casais gays sejam considerados uma família com todos os direitos.

    PEDE??? Deveria exigir!!! Estamos Juntos!

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