terça-feira, 31 de agosto de 2010

Jornalistas protestam contra fechamento do Jornal do Brasil



Jornalistas promoveram nessa terça (31) um protesto contra o fim da edição impressa do Jornal do Brasil (JB). A manifestação organizada na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, reuniu cerca de 200 pessoas. Fundado em 1891, o JB passará, a partir de amanhã (1) a ser publicado unicamente pela internet.

A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, Suzana Blass, lamentou a decisão da empresa e demonstrou preocupação com as prováveis demissões de funcionários.

“A empresa afirmou que aproveitaria 65 jornalistas, mas nós fizemos uma conta e concluímos que são 33 profissionais, entre estagiários e jornalistas formados que serão aproveitados. Para o mercado, o fim da edição impressa significa menos uma fonte de informação e de opinião. Para a história do jornalismo no país é como jogar nossa memória no lixo, pois o JB sempre teve uma grande importância cultural e política no cenário nacional”, afirmou Suzana.

O jornalista Israel Tabak destacou a importância do JB durante a ditadura militar pós-64, quando o jornal adotou uma posição independente do governo. “A saída de circulação do Jornal do Brasil é uma tragédia para a imprensa brasileira. O JB foi o primeiro a valorizar a reportagem e a qualidade da informação. Mesmo na ditadura, conseguimos driblar a censura, fazendo matérias com denúncias sociais, que mostravam os problemas do Brasil, mesmo numa época triste como aquela. Eu conseguia fazer denúncias, mas não era preso, porque a direção do jornal dava respaldo”, contou Tabak.

O JB detinha tanta confiança de seus leitores, que servia como referência política e cultural, segundo lembrou o jornalista José Antônio Gerheim, que trabalhou no jornal na década de 80. “O grande valor do Jornal do Brasil era a credibilidade. Uma manchete do JB tinha a confiança irrestrita dos leitores. Se alguém dissesse: deu no Jornal do Brasil, encerrava a discussão”, lembrou Gerheim.
O jornalista Ancelmo Gois, que trabalhou seis anos no JB, lamentou a perda da versão impressa. “O JB foi, durante um tempo, o jornal mais influente, o mais vanguardista, o mais inquieto e o mais polêmico jornal brasileiro. Reunia uma redação de grandes jornalista. Muitos deles viraram nomes de ruas, como Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, João Saldanha, Carlos Drummond de Andrade”, disse Gois.

Na última edição impressa, a empresa justifica a migração para o formato digital como resultado da evolução da mídia, para conter custos econômicos e até por questões ecológicas, ao se evitar a derrubada de árvores, usadas na fabricação do papel. Nos primeiros 15 dias, o acesso ao conteúdo do jornal digital será gratuito. Após este período, será cobrada uma mensalidade de R$ 9,90 para se ter acesso às informações.

O diretor de Administração e Tecnologia do JB, Humberto Tanure, prometeu que não haverá demissões de jornalistas e que a redação deverá ser mantida com 70 profissionais, podendo crescer no futuro, com a incorporação de novas plataformas, como leitores digitais, chamados de tabletes, e os telefones celulares com acesso à banda larga, os smartphones.

“A empresa sempre apostou na modernidade. A inovação está no DNA do JB e esta é mais uma etapa em que estamos acompanhando o que acontece na imprensa brasileira e mundial. A tendência de migrar do papel para os bits e bytes é irreversível e nós tomamos a iniciativa de ir na frente”, afirmou Tanure.

Segundo ele, o conteúdo do JB estará acessível em tabletes dentro de um mês e nos smartphones até o final do ano.


Agência Brasil

A riqueza dos políticos brasileiros



Meses atrás, comia um pastel no mercado da minha cidade natal, eis que João Curvinha, morador de fazenda, meu amigo, se aproximou. Quando vinha à cidade, embriagava-se por dois dias. Carente de interlocutor e aproveitando-se de minha paciência, puxou o assunto da política. Perguntava daqui, argumentava dali e eu me limitava a responder com monossílabos, ciente de que a conversa não prometia. De repente ele indagou do paradeiro de um ex-candidato que havia morado em nossa cidade. Respondi dizendo que tal pessoa se mudara da cidade e, deixando a política, dedicava-se à vida de líder religioso. Meu amigo, com incomum vivacidade emendou de primeira: “outro ramo que dá dinheiro!”.
João Curvinha não foi nada original. Limitou-se a chancelar o que é de domínio público. Devemos à imprensa o conhecimento dos podres da política, atividade cada vez mais abandonada pelos honrados e assediada pelos inescrupulosos, ambiciosos, mafiosos, devedores contumazes, fraudadores – enfim, uma récua de raposas ávidas por vigiar o galinheiro.
Há pouco, uma revista de circulação nacional publicou matéria versando sobre o enriquecimento dos políticos. João Curvinha tinha razão: é um ramo que dá dinheiro, se não a todos, com certeza a uma boa proporção deles. Muitos dos homens públicos brasileiros, não fosse a desfaçatez com que tratam a coisa pública, poderiam proferir palestras aos mais espertos investidores de Wall Setreet, pois são capazes de multiplicar seus patrimônios com velocidade supersônica.
A questão é que a engrenagem da economia nacional gira conectada ao Estado, através de uma profusão de normas. Nosso cartorialismo eleva o cacife dos representantes públicos, no legislar e no abrir de portas dos gabinete do Executivo, já que reina uma relação incestuosa entre os dois poderes. São decisões que valem fortunas, invisíveis à massa eleitora míope. Sempre vale repetir que, neste país o Estado foi feito para alguns ganharem dinheiro.
As eleições são milionárias dada a necessidade de persuadir o eleitor que não lê, que não se informa no cotidiano. O verbo persuadir, aqui, se vê ampliado em seus recurso semânticos, pois implica também em cooptar, seduzir, comprar. Eleitor dessa espécie deveria ser dispensado de votar, porque seu sufrágio legitima como representantes essa espécie de gente ávida por dinheiro e poder. A frenética sucessão de eleições, em vez de educar as pessoas, tem servindo para que o processo democrático se veja gradativamente adulterado e corrompido.
Precisamos pensar mais a respeito. Não é possível tolerar com covarde passividade esse estado de coisas. Urge uma reforma política, quando não uma verdadeira reengenharia de Estado.

Idelmar de Paiva. (idelmarpaiva@gmail.com)

Dá dinheiro ou não dá? Se desejar, deixe seu comentário.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A tragédia do “gene da “piromania”



Ninguém consegue disfarçar o desconforto com a fumaceira no ar que estamos observando já há aproximadamente duas semanas. Tivemos uma semana típica de primavera, com temperaturas mais elevadas durante o dia e baixas a noite, sem exagero. Mas faltou aquele céu azul característico da primavera.
Sei que não conforta, mas essa fumaceira no ar se estende desde o Brasil Central ao Sul. Nessas duas semanas estive viajando ao Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, e a situação é a mesma. Mesmo não sendo um fenômeno novo, não é tão freqüente entre nós esse acúmulo de fumaça, provocado por queimadas no Centro do Brasil. E, também a colaboração das queimadas anuais pós-geadas, tradicionalmente, realizadas também nos campos do Rio Grande do Sul.
O fogo é descrito na história da civilização como uma das maiores descobertas do homem, há aproximadamente dez mil anos. Ao atritar pedras surgiam faíscas que rapidamente se transformavam em chamas. O fogo provoca a combustão da matéria orgânica, em presença de oxigênio, produzindo o gás carbônico e água. A reação é exotérmica, havendo a liberação de grandes quantidades de calor. Daí seu uso na era da industrialização para geração de calor nas máquinas térmicas, bem como nos trens “Maria-fumaça”.
Esse fogo servia para o aquecimento das pessoas, iluminação à noite e para espantar os animais. Mais tarde, o fogo passou a ser o principal mecanismo de dominação da natureza. Era feita a derrubadas das matas e depois o fogo, de forma rápida, destruía tudo, deixando a área pronta para o cultivo. O fogo era tão importante, que parece que se incorporou como um “gene” no corpo humano. Um maldito “gene”.
Nesses últimos séculos, muitas tecnologias foram desenvolvidas para dominação da natureza sem o uso do fogo. O “homem-moderno”, que usa celular, computador, carro de último geração tecnológica, vai ao campo e coloca fogo nas pastagens. Exatamente, como fazia os primitivos, que não tinham outra alternativa para dominar a natureza e produzir seu alimento.
No Centro do Brasil, as pastagens nativas são crestadas pela estiagem que ocorre todos os anos, de abril- maio a setembro-outubro. No Sul do Brasil as pastagens nativas são crestadas pelas geadas. Desenvolveu-se a cultura de que após o inverno, deve-se queimar essas pastagens para acelerar o rebrote das pastagens. E fato, poucos dias após a queimada os campos ficam verdes e logo haverá forragem para os animais. Grandes quantidades de fumaça é produzida, liberando gás carbônico no ar e reduzindo o oxigênio. De outro lado, muitos nutrientes são sublimados, provocando o empobrecimento dos solos. O resultado é o gradual desaparecimento de espécies forrageiras de alto valor nutritivo e a sobrevivência de espécies rústicas, que não produzem forragem, em quantidade e qualidade, para os animais.
Também estamos em plena época de colheita da cana-de-açúcar no Centro do Brasil. Infelizmente, a maior parte da cana ainda é queimada e depois cortada manualmente. Isso representa o emprego para milhares de trabalhadores. Existem máquinas de colheita de cana, mais econômica, sem a necessidade da queimada. Há Leis que proíbem a queima da cana. A entrada em vigor é prorrogada por pressão de sindicalistas, para não desempregar. Esse ato político, também a expressão do “gene primitivo da piromania”.
O “gene da piromania” também se expressa quando nas casas aqui em Passo Fundo são realizadas queimadas, quase diárias, de lixo, folhas e outros materiais.
Em relação às pastagens, há inúmeras técnicas de manejo, de forma sustentável, sem o uso do fogo. É mais trabalhoso e não é tão rápido como o fogo. Apesar disso, e considerando todo o apelo pela redução da emissão de gás carbônico, a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou uma Lei, permitindo as queimadas dos campos gaúchos no inverno. Com parecer de técnicos, pasmem! É a legalização da “piromania”.
Não surpreende legislar pelo atraso, quando a mesma Assembléia Legislativa já fez Lei para Churrasco (que ninguém segue) e a democracia nas escolas: as criancinhas recém chegadas, no ensino fundamental, também devem votar para escolher o diretor da escola. Essas crianças, certamente iluminadas, sabem melhor que os professores, escolher entre seus pares, aquele que tem as melhores condições de administrar uma escola, com competência e postura ética.
E, fumar também não seria a expressão do “gene da piromania”?


por Elmar Luiz Floss em ONacional.

Um belo texto que merece sua opinião.Participe!!!

domingo, 29 de agosto de 2010

Moradores de rua são frutos sociais dos péssimos prefeitos de todo Brasil



Herbert José de Sousa, o Betinho, com certa aflição, dizia que “essas crianças estão nas ruas porque, no Brasil, ser pobre é estar condenado à marginalidade. Estão nas ruas porque suas famílias foram destruídas. Estão nas ruas porque nos omitimos. Estão nas ruas e estão sendo assassinadas”. Afirmava, ainda, com sua coragem de espírito, que “o desenvolvimento humano só existirá se a sociedade civil afirmar cinco pontos fundamentais: igualdade, diversidade, participação, solidariedade e liberdade”. Estimável sociólogo, que praticava o que sabia, Betinho foi um grande ativista dos Direitos Humanos no Brasil, e autor do projeto “Ação da Cidadania contra a fome, a miséria e pela vida”, que toou, outrossim, como base ideológica para os programas sociais do Governo Lula. Que ele sirva, portanto, de referência intelectual neste momento crítico, quando as prefeituras principiam o poder público a ponderar tardiamente sobre a questão dos moradores de rua.
Assim, deveríamos iniciar tentando entender “quem” são os moradores de rua, e não “quantos” são eles, como recomendaria as estatísticas. São um conjunto finito de homens, mulheres e crianças que não tem onde morar? Não, são indivíduos de uma sociedade ambígua, com particularidades que não devem ser desprezadas se quisermos compreendê-los objetivamente. Cada qual tem sua origem em lugares diversos, com motivos também distintos para estar em situação de rua, e maneiras também diferentes de lidar com esta condição. Quer dizer, moradores de rua não são uma massa homogênea de rotos esfarrapados. São pedintes, marginais, drogados e bêbados? Não, não são também isto: às vezes estão. Um dos erros do setor público e da sociedade é querer encaixá-los em estereótipos definitivos, para depois poder enquadrá-los mais facilmente em nossos artigos penais, dando-lhes “o que merecem”, de acordo com seus “vícios”. Então, pergunta-se, quem são os moradores das ruas de sua cidade ? Evidentemente, eles são consequência imediata, ou efeito, da disparidade social produzida pela própria dinâmica socioeconômica dos municípios. Muitas delas planejadas,mas o crescimento das cidades foi, de fato, fortemente conduzido por sombrios interesses imobiliários, comerciais e arrecadatórios, fazendo com que, por fim, o poder público privilegiasse poucos senhores notáveis em detrimento de uma afluência cada vez maior de imigrantes sem qualificação profissional e vítimas do êxodo rural, que incharam (e ainda incham) as periferias delas e das Regiões Metropolitanas. Exagero nosso dizer que muitas são um território de riqueza restrita e de miséria abundante? Não, hoje, de acordo com o documento "O Estado das Cidades do Mundo 2010/2011: Unindo o Urbano Dividido", publicado pela ONU, algumas de nossas capitais, em relação a desigualdade, faz frente à capital da Nigéria.
Faz-se conveniente lembrar um antigo texto carrancudo do antropólogo Darcy Ribeiro que dizia o seguinte: “o Brasil cresceu visivelmente nos últimos 80 anos. Cresceu mal, porém. Cresceu como um boi mantido, desde bezerro, dentro de uma jaula de ferro. Nossa jaula são as estruturas sociais medíocres, inscritas nas leis, para compor um país da pobreza na província mais bela da terra. Sendo assim, no Brasil do futuro, a maioria da gente nascerá e viverá nas ruas, em fome canina e ignorância figadal, enquanto a minoria rica, com medo dos pobres, se recolherá em confortáveis campos de concentração, cercados de arame farpado e eletrificado. Entretanto, é tão fácil nos livrarmos dessas teias, e tão necessário, que dói em nós... A nossa conivência culposa”. Assistindo à realidade dos moradores de rua e comparando-a à realidade dos moradores de condomínios luxuosos em várias cidades, podemos imaginar que aquele futuro mencionado por Darcy já deve ter chegado. Mas dói a nossa conivência culposa?
Em alguns o sentimento de culpa deve doer sim, porque senão as Secretaria de Segurança Pública das cidades não discutiriam amplamente a questão junto à sociedade, preferindo senão agir apenas com os rigores da lei sobre os escravos da mendicância. Na verdade, devemos dizer que, felizmente, tenho notícia que algumas Secretarias tem se mostrado preocupadas com o problema dos Centros das cidades, onde é comum encontrarmos diversas pessoas em situação de rua, abandonadas e quase sempre utilizando substâncias entorpecentes. E, destemidamente, acabaram por provocar uma discussão nas sua sociedades, que deveriam realmente ter sido proposta por outros poderes há muito tempo. Acreditamos que chegou a hora de mostrar a todos que mendigos são tão parte da sociedade quanto os trabalhadores e os empresários, não podendo ser tratados como externalidade negativa do sistema econômico capitalista, como é o caso da poluição da terra, do ar e das águas. Mendigos não são poluição, são seres humanos que vivem em nossas cidades em estágio involuntário de desocupação, de enfermidade e/ou de necessidade.
No entanto, os diálogos preliminares motivaram a polícia a estabelecer uma Operação que percebemos, em princípio, ser um tanto duvidosa quanto ao seu objetivo. A ideia de retirar os mendigos das calçadas dos centros e de encaminhar supostas pessoas com débito na justiça para delegacias suscitou mais confusões e desconfianças em meio às famílias e setores organizados, do que gera efetivo sentimento de segurança. Mesmo o Ministério Público se sentiu provocado ou persuadido a entrar nesta grave discussão, que tenta colocar fim a uma mazela social com simples ações coercitivas, mas, pelo que vimos até agora, pouco sociabilizantes. Nosso papel como cidadão também é o de participar deste debate e indicar soluções mais humanas. Daí que pensamos que qualquer ação que busque resolver esta enfermidade social precisa também ser muito mais densa, muito mais sólida do que apenas retirar os moradores de rua e tentar adaptá-los a alguma casa de acolhida desestruturada. Se estamos certos em nos preocupar com a condição daquelas pessoas, por outro lado estamos errados em querer estancar o sangue sem resolvermos ao mesmo tempo a causa desta hemorragia. Ou seja, a verdadeira solução está na causa primordial e não somente no último efeito.
A inclusão, portanto, é necessária. Na verdade, ela é imprescindível, se queremos que os cidadãos brasileiros tenham verdadeiramente a qualidade de vida tão propagada pela mídia. É preciso que haja interação entre os poderes públicos e o setor privado para se criar um sistema de inclusão ou reinserção dos moradores de rua na sociedade produtiva. Sim, na sociedade produtiva e não somente em albergues onde poderão tomar banho e comer algum nutriente. É preciso educar ou reeducar aqueles que hoje vivem sob lajes, em bueiros, em praças públicas ou sob jornais velhos, e trazê-los destes lugares para onde foram empurrados no passado. Não, nunca é uma escolha autônoma ir morar na rua, é a própria sociedade que, de forma direta ou indireta, arremessa aquelas pessoas no passeio público antes de lhes virar as costas. É preciso criar uma estrutura que resgate a pessoa humana que, no fundo, quer ser compreendida, ouvida e quer participar produtivamente da economia e da sociedade.
Todavia, é preciso ficar terminantemente claro que este trabalho de resgate não é uma obrigação somente do poder público municipal ou da polícia, como se pensa comumente. Precisa abranger a sociedade, empresas e, especialmente, todos os municípios das Regiões Metropolitanas das cidades, que também sofrem pela falta de estrutura sócio-econômica e pelo crescimento desordenado. A polícia, por sua vez, deve servir de instrumento somente quando necessário, ou seja, limitando-se às ações de coibição ao crime. É lamentável, por exemplo, que hoje os Policiais Militares façam o papel de prisão de menores infratores, quando o seu papel não é este. É preciso oferecer melhor destino àquelas crianças e adolescentes que foram recolhidos ali, e mostrar-lhes oportunidades mais interessantes, antes que façam parte de futuras estatísticas lamentáveis.
Enfim, muito nos honrará interferir como cidadão representante do povo nestas discussões. Buscamos contribuir com o melhor debate para encontrarmos as melhores soluções. O futuro do país deve ser feito agora com base na vida real e não apenas na imagem insólita de cidades cheias de praças e parques bem arborizados. A qualidade de vida é a qualidade de vida de todos e não somente de alguns.

Djalma Araújo. (djalmaaraujopt@yahoo.com.br.)

Que achou da idéia do Djalma? Comente sobre esse grave problema social.

Um velho e sempre novo hábito:O pistolão brasileiro



Não é preciso repetir sempre e sempre – por demais fastidioso – que o hábito é uma resistente segunda natureza. Alguns deles atingem não apenas algumas pessoas ou famílias, mas a quase todos os membros de uma comunidade e, no caso que vou registrar, a todo o nosso País. Trata-se do uso bastante frequente daquilo que vulgarmente se denomina: pistolão! Como conceituá-lo? Bem conhecida é sua vinculação à espichada cadeia sinonímica: apadrinhamento, favoritismo, proteção, nepotismo e, de forma mais ou menos atenuada ou eufêmica: patrocínio! De qualquer forma, o que todos nós sabemos é que ele existe sempre traduzido por múltiplas expressões, embora com alguns retoques atenuantes: dar uma mãozinha, dar uma colher de chá, dar um empurrãozinho, dar cobertura, dar uma penada em favor de alguém, a fim de que este possa obter o que pretende, ainda que ao arrepio da lei, mediante o uso de cartas de recomendação, bilhetes, telefonemas, correios eletrônicos, ou até mesmo, simples recados ou gestos!
Não creio que o uso e abuso desta forma esdrúxula de solidariedade seja uma exclusividade do nosso País. Outros o conhecem debaixo de múltiplas fórmulas e designações, porque os povos têm valores sociais, psicológicos, antropológicos, enfim, culturais especiais. Somos frutos da velha árvore portuguesa e da mesma frondosa Roma. Contudo, não diferimos muito dos demais países coirmãos: Na área de fala espanhola, registra-se: “cuña” (América Central, Antilhas, Argentina, México, Chile, Panamá, Peru e Uruguai). Evidentemente, na própria Espanha, também se registra o mesmo hábito (cf. Diccionario Manual de la Lengua Española / Real Academia). Esta prática varia de acordo com os vetores culturais de cada país onde se usa a língua de Cervantes. Na bela e doce língua de Ionesco diz-se: “pilă”. Na de Racine, também muito expressiva: “ pistonné ” e, não menos plástica, a de Dante Alighieri: “padrino”.
O pistolão, no Brasil, tem certidão de idade, pois na Carta de Pero Vaz de Caminha (1450?-1500?) aquele escrivão, depois de descrever minuciosamente o que vira na terra recém-achada, no final, antes de colocar a sua assinatura, roga ao rei Dom Manuel o favor de transferir seu genro Jorge da ilha São Tomé para a terra que ele acreditava ser muito promissora. Portanto, a Carta de Caminha não é apenas a “certidão de batismo do Brasil”, mas, também, a da “introdução do pistolão” entre nós. Um velho hábito brasileiro com remotas raízes históricas bastante resistentes!

Ático Vilas-Boas da Mota no DM.

Pistolão, o que você acha dessa figura? Comente, participe!!!

A continuidade da vida



A vida e a chamada morte têm uma continuidade natural e espontânea. Por isso mesmo, é muito comum o espírito desencarnado, no estado de libertação do corpo físico, nem perceber que o perdera. Daí a necessidade que tem de ser assistido e orientado. Isso ocorre com frequência nos nossos trabalhos mediúnicos de intercâmbio e assistência espiritual.
O nosso propósito é continuar demonstrando que as experiências e deduções da Física Quântica confirmam em muitos pontos fundamentais os postulados espíritas, que não são diferentes dos princípios contidos no Cristianismo dos três primeiros séculos de nossa era, embora muitos deles, para serem revelados e minudenciados, dependiam da evolução científica e filosófica da humanidade.
Assim, os princípios fundamentais do Cristianismo foram, com o auxílio dessas descobertas, distendidos pelo Espiritismo. Justifica-se, dessa forma, a necessidade que Jesus teve de nos prometer o envio do Consolador, que haveria de repor o Cristianismo no seu devido lugar.
A nossa intenção vai muito além do propósito de fazer literatura científica, que não é o nosso forte, mas tão somente de não perder a oportunidade de demonstrar que a Ciência sempre caminhou, e continuará caminhando com a religião – ou Espiritualidade –, apesar da incúria de muitos cérebros que procuram se impor como cientistas.
Com esse objetivo, tudo faremos para a clareza e simplicidade das proposições, não obstante nossa inabilitação técnico-científica, mas com percepção suficiente para modestamente entendê-la, nas suas premissas e conclusões filosóficas.

2 – Na obra, “A Física da Alma” , à página 25, no que toca á continuidade natural da vida da alma, ora no mundo físico, ora na erraticidade, diz Amit Goswami:
“Existe uma “alma” que sobrevive à morte do corpo físico e que, efetivamente, reencarna em outro corpo, formando um continuum. Ora, essa conversa faz sentido para uma ciência baseada na consciência, mas só se pensarmos na alma em termos do quantum.
A situação é similar àquela que aconteceu no final do século XIX. Os físicos descobriram que pensar em matéria e luz, da velha maneira newtoniana – ou seja, que a matéria está sempre localizada, viajando segundo trajetórias bem definidas, e a luz é sempre semelhante a uma onda, dispersa, capaz de estar em mais de um lugar ao mesmo instante –, trouxe-lhes anomalias e paradoxos. Eles descobriram um novo modo de pensar – o modo do quantum.”
Em seguida, o autor dá-nos um conceito do que seja quantum em Física Quântica:
“A palavra quantum significa uma quantidade discreta”. Por exemplo, um quantum de luz, chamado de fóton, é uma quantidade discreta e indivisível de energia, um feixe de energia localizada. Admitir que a luz tem uma natureza de partícula além da natureza de onda, mais familiar, e que a matéria tem uma natureza de onda além de sua natureza mais familiar, de partícula localizada, eliminou as anomalias e paradoxos que mencionei antes.
Assim, a importância da palavra quantum vai bem além do discreto. A dinâmica quântica confere um poder inesperado, quase mágico, a objetos do domínio submicroscópico.”

3 – Ao admitir e declarar que é na consciência que está a fonte das manifestações tangíveis, dando a perceber que a matéria, no corpo físico, por exemplo, forma-se tendo como molde a consciência, a Física Quântica dá um salto gigantesco em sua dialética conceptiva.
No entanto, não chega ao ponto em que já chegou o Espiritismo, que dá notícia de um elemento intermediário entre a consciência e o corpo físico – o psicossoma, ou perispírito, ou Modelo Organizador Biológico, na expressão do prof. Hernani Guimarães Andrade , que seria o idealizador, ou organizador, da forma na matéria.
Na mesma linha de raciocínio, vem, pois, a ciência apontar a consciência como sendo a inspiradora da concretização da forma, como efeito da causação descendente.
Essa causação descendente corresponderia ao espírito, ou alma, que dá causa à matéria, porém, destituída desse terceiro elemento – o perispírito.
De acordo com os princípios espíritas, o perispírito, ou Modelo Organizador Biológico, com base na alma, é o modelador da forma física.
De conformidade com a Física Quântica, a causação descendente (consciência) seria a fonte da constituição da matéria.
Parece-nos que a ciência está bem próxima de chegar, neste ponto, às mesmas revelações do Espiritismo.
No assunto, diz o autor, ao final:
“...e a consciência tem o poder supremo, chamado de causação descendente, de criar a realidade manifestada por meio da livre escolha dentre as possibilidades oferecidas. A consciência não é mais vista como um epifenômeno do cérebro, mas como a base da existência, na qual todas as possibilidades materiais, inclusive o cérebro, estão incrustadas.”

4 – E, insistindo na realidade da lei universal da reencarnação, admitida e aceita, aliás, até o ano de 553 d.C, por ocasião do V Concílio Ecumênico de Constantinopla II , informa, à página 18:
“Se existe vida após a morte, por que não vida antes da vida? E a melhor de todas: como um Deus verdadeiramente justo e benevolente não dá a todos a boa vida do Céu?”
No citado Concílio, por interesse político e também pessoal da Imperatriz Teodora, o Papa Virgílio, a pedido do Imperador Justiniano, tomando como pré-requisito o julgado de um Sínodo, que considerou como falsa a doutrina de Orígenes (que defende o princípio da preexistência da alma), proscreveu a reencarnação dos textos oficiais da Igreja Católica. Esse Sínodo tinha sido realizado dez anos antes.

A admitir, pois, a imortalidade da alma, ou sua sobrevivência, após o decesso do corpo, haveremos de, como lógica, admitir também a sua preexistência. Deus cria almas e não corpos, corpos que mais não significam que moradas transitórias daquelas.

Weimar Muniz de Oliveira). (weimar.adv@cultura.com.br)

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sábado, 28 de agosto de 2010

NÓS, BRASILEIROS PAGAMOS ESSA CONTA TODA

UMA DAS MAIORES VERGONHAS DO MUNDO...


Brasil é o país da infância roubada.



Dentre os temas que norteiam nossa sociedade, um problema de caráter social e polêmico ganha destaque: exploração do trabalho infantil. Uma questão delicada, séria e que deve ser abordada. Essa exploração nada mais é do que toda forma de trabalho exercido por crianças e adolescentes abaixo da idade mínima legal permitida para o trabalho conforme a legislação de cada país.Tal prática vem sendo intensa e muito utilizada em países subdesenvolvidos, como, por exemplo, o Brasil.
Atualmente em nosso país, milhões de crianças estão sendo expostas a formas nocivas de trabalho infantis, muitas das vezes levadas pelos próprios pais que, por não encontrarem opções, acabam os levando para ajudar no sustento da família. É aí que está o problema, sem saber que estão perdendo suas infâncias, perdendo a capacidade intelectual e causando a miséria, essas crianças trabalham perigosamente em canaviais, minas de carvão, funilarias, metalurgia e o mais comum de se ver: em cruzamentos de avenidas, vendendo bens de pequeno valor monetário.
Perguntamos até que ponto isso vai, já que existem leis que proíbem tamanha crueldade.
Por que não fazer destes artigos uma realidade?
Trabalho não é brincadeira de criança e muito menos a garantia de um futuro promissor, as crianças perdem a chance de crescer em ambientes saudáveis, de ter acesso a educação frequentando a escola e de simplesmente brincar como crianças normais brincam: pular amarelinha, soltar pipa, se sujar na terra, brincar de boneca, etc. “Adotadas” pela vida as crianças são obrigadas a amadurecer de forma dura e a pular uma das fases mais importantes que todos nós passamos: a infância, fase esta marcante que pode ser lembrada por boas lembranças ou experiências traumáticas.
Crescer assim é como ter anos da vida apagados, sonhos destruídos, amadurecimento precoce, inteligências desperdiçadas, enfim, crescer sem identidade e com a infância roubada.
Que futuro essas crianças exploradas têm trabalhando? Se por acaso elas crescerem e tentarem ser alguém na vida seriam bem aceitas em nossa sociedade, que visa principalmente o grau de escolaridade, a aparência e o status? Penso que não. Do contrário, o discurso seria “vamos fingir” que aceitaremos e daremos oportunidades a estas pessoas. Infelizmente só com a criação de leis que proíbam a exploração infantil, de programas de gerações de renda para as famílias, jornadas escolares ampliadas e bolsas para estudantes numa tentativa de oferecer melhores condições para que essas crianças não tenham que sair de casa tão cedo para ajudar no sustento da casa ainda não tem conseguido ser completamente suficientes, nesse caso quem paga é a criança, que só queria sonhar.


Damaris Barbosa.

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

É preciso ser muito macho pra ser corno



Corno, antes não sê-lo, mas não o sendo, como sabê-lo? Quem não tem um na família? E se não o tem, não tenha dúvida, é porque ainda não se tem conhecimento de sua existência. Trata-se do corno invisível. E mesmo se realmente não existir, creia, está a caminho. É o corno futurista ou corno download (está baixando). A cornoedade está ficando tão comum que o corno está perdendo sua importância. Daqui algum tempo, não ser corno, será uma desonra: "Olha lá, o anticorno do seu Antero com sua mulher! Que vergonha! Eles não se corneam, logo eles, nascidos de famílias tão defensoras dos bons costumes dos chifres!" Foi-se o tempo do corno sair por aí, dando tiros. Não se vê mais chilique de cornudo. Mário Prata (mineiro de Uberaba), em uma de suas crônicas, disse que em Minas, além de uma associação de machões tem uma de cornos. Por que não, penso eu, se existe a de gays, lésbicas e simpatizantes? Fui conferir no Google: meu amigo, tem associação de cornos até em Fortaleza- terra de cabras machos- cuja razão social é Associação dos homens mal amados do Ceará conhecida com Associação dos cornos que saiu até no Globo Repórter e conta com 8 mil integrantes, com estatuto registrado em cartório e cadastro na Receita Federal. Existe uma em Capão da Canoa, Rio Grande do Sul (mas também com este nome...). E também a Ascron - Associação dos Cornos de Rondônia - que tem convênio (descontos) com farmácias, supermercados e táxi para os seus 7.800 associados - além de churrasco com cerveja todos os domingos - palavras do presidente, Pedro Soares. Todo conquistador de sucesso é um corno em potencial ou em estado latente. Se você deixa uma para conquistar outra, claro, você deixou a primeira para quem chegar, sentar (e chamar de sua), tomar o seu lugar e, claro, corneá-lo, enquanto você está corneando outro (a) lá na frente. A vida é assim: o garanhão de hoje é o corno de amanhã!
Têm cornos para todos os gostos. Se antes falava-se cochichando nos ouvidos que alguém era corno, hoje a coisa não é bem assim. Alguns cornos contam - com certo orgulho - pra todo mundo - as suas condições de galheiros. Existe a figura do corno que sabe, se faz de inocente, mas que também está ciente que um terceiro está botando um par de córneos no seu concorrente principal que eu o batizei de co-corno. Há quem garante que o amante sofre mais por ciúme que o corno. O amante passa o natal, o fim de ano, o dia dos namorados etc, sem a sua cara-corno-metade. Agora pense na possibilidade de ser um corno feliz e que o amante nunca está feliz, pois sempre falta um elemento básico: a tranquilidade. É a doce vingança do corno! Engraçado, ninguém pronuncia o plural de corno, com o "o" aberto e sim fechado, acho que é pra chamar atenção. "Os dois são cornos!" - disse um cidadão. Alguém o corrige: "Não são cornos com o "o" fechado e sim cornos com o "o" aberto". "Desculpa-me, se eu ofendi a classe!"-responde o primeiro.
Mas a figura do corno é muito interessante. De repente o corno passa a ser mais feliz do que antes. Livrou-se da mocreia. Na separação, compreensivo, o juiz até manera na pensão ou até, o desonera da mesma. E a sociedade não mais se surpreende ou diz mal do corno. Aliás, está cada vez mais solidária com o tipo. É como a Parada Gay. Antigamente, neguinho tirava maior sarro com o desfiles dos rosas-choques. Hoje ninguém liga. Voltando aos cornos: Antes um corno conhecido do que um corno esquecido, diria o corno político. Há quem esteja colhendo assinaturas para se tornar lei, o Dia Nacional dos Cornos, com data prevista para 16 de setembro, dia de São Cornélio. Nesse dia, nenhum corno deverá trabalhar. O próprio Poder Público há de declarar ponto facultativo. É o governo ao alcance do corno. A bem da verdade, o tipo corno está sempre por perto, todos estão acostumados com ele. Os amigos lhe são generosos, pagam a sua conta; "É cedo, toma mais uma!" E ainda, solidários, dão uma força: "Não fique assim, sabe quem está também passando por isso? O Ricardão, logo ele, com a fama de garanhão que tem! A mulher (dele) plantou um galho na cabeça dele com o vizinho, aquele que tem toda pinta de gay; aliás, até o nome é de gay: Armando Rosa! Viu quanta ironia, meu amigo?! Mas... não liga não, chifre é igual a morte: um dia chega pra todo mundo! Seja forte, é preciso ser macho pra ser corno, muito macho! E você é macho, é ou não é?"


Por Tadeu Nascimento. (tadeunascimento10@hotmail.com)

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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Engano médico



Uma mulher leva um bebê ao consultório do pediatra.

Depois da apresentação o médico começa a examinar o bebê vê que o seu peso está abaixo do normal e pergunta:
- O bebê bebe leite materno ou mamadeira?

- Leite materno - diz a senhora.

- Então, por favor, mostre-me os seus seios..

A mulher obedece e o médico toca, apalpa, aperta ambos os seios; gira os dedos nos mamilos; primeiro suavemente, depois com mais força, coloca as mãos em baixo e os levanta; uma vez, duas vezes; três vezes, num exame detalhado; Inconformado chupa os mamilos diversas vezes. Sacode a cabeça para ambos os lados e diz:

- Pode colocar a blusa..

Depois da senhora estar novamente composta o médico diz:

- É claro que o bebê tem peso a menos... A senhora não tem leite nenhum.

- Eu sei, doutor. Eu sou a avó. Mas adorei ter vindo...

Hormônios em frangos de granja. Mito ou verdade?



Recentemente ouvi uma história de uma nobre senhora que descrevia as semelhanças de sua neta com outras pessoas da família. Fato natural se não fosse um comentário muito polêmico e, por sinal, muito curioso: “somente com 11 aninhos e já de peitinhos, fruto da quantidade de hormônios presentes na carne de frangos de granja que ela tanto adora”.
Muitas são as pessoas que ainda desconhecem o processo de criação e engorda das aves de corte no Brasil. Os frangos de granja, como são conhecidas as aves de corte criadas em galpões – com inúmeros equipamentos que lhes oferecem alimento, água e conforto térmico – são o resultado de um tripé de muito trabalho e de muita pesquisa para produzir uma carne saudável e rica em nutrientes.
Então, por que os consumidores acreditam na existência de hormônios na carne de frango de granja? Por que as pessoas acabam emitindo a sua opinião negativa sobre o frango de granja, que responde pela terceira posição na lista de produtos exportados pelo Brasil?
Pois bem, vamos entender o que acontece com esse produto. Ele é fruto do cruzamento entre galinhas e galos, de alto desempenho em produção de carne. Geram pintinhos, que são encaminhados para galpões de engorda, onde, somados com uma ração balanceada, fazem com que ocorra rapidamente o acúmulo de proteínas e minerais em torno dos ossos do esqueleto desse animal.
O fato é que no passado, como não se conhecia outro produto que não fosse o primo pobre, o chamado “frango caipira”, os consumidores criaram o mito do hormônio para justificar tamanho crescimento em tão pouco tempo de vida. Porém, aves encontram o ambiente necessário dentro do galpão ou da granja para o seu desenvolvimento acelerado.
Ou seja, para tranquilizar o consumidor dessa carne de tamanha tecnologia, tão rica em nutrientes e que possui um preço altamente acessível a qualquer camada social, vamos fazer uma comparação real e esclarecedora. Imagine uma criança, logo após o nascimento. A mãe o alimentou com leite materno, papinhas de frutas, tudo isso rico em nutrientes, como a ração dos frangos de granja. A criança foi agasalhada durante o frio, assim como as granjas mantêm uma temperatura favorável ao abrigo do pintinho. Portanto, assim como a criança cresce forte e saudável, a ave, por meio de alimentação rica e balanceada e um ambiente favorável, também tem um desenvolvimento condizente com os fatores externos. Portanto, é importante o consumidor entender melhor a cadeia avícola, que produz saúde, segurança alimentar e praticidade, para não cair nos mitos criados no passado.

Marcelo de Souza Lima no DM.

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Da informação à educação



O processo de formação educacional passa por mudanças estruturais em face da utilização de novos meios de aprendizagem.
Sem dúvida, a internet e a informática assumiram papel de relevância nesse novo modelo de conhecimento em que tecnologia e informação somam-se à retórica pedagógica produzida no dia a dia.
O advento da informática neste novo conceito de acesso à informação mudou, sobretudo, a forma de ler e escrever, o que interferiu na forma de pensar e agir dos nossos jovens.
É assim que pesquisas têm revelado a acentuação do uso da internet pelos jovens brasileiros. Um estudo realizado pela Revista Veja apresentou que os jovens gastam, todos os dias, 3 horas e 40 minutos do seu tempo com a internet. E há averiguações de que esse percentual cresce a cada ano, justificável por ser a mídia mais dinâmica, barata e democrática.
Tais características revelam que não podemos desconsiderar esse modelo de aprendizagem, o qual já tornou realidade indissoluta na construção do ensino.
Fazer dessa realidade incontinenti uma meta de igualdade de acesso aos jovens dentro da escola, e fora dela, é um desafio que os governos devem se compromissar ao planejar a diretrizes da educação.
A escola não deve perder o seu papel na formação intelectual das crianças. Ao contrário, a sala de aula passa a exercer a função salutar de garantir as condições adequadas para a ampliação do processo de conhecimento.
A informação aos jovens, na sala de aula, quanto ao bom conteúdo da internet e o seu melhor aproveitamento, firmando esta ferramenta como instrumento de crescimento profissional e intelectual, deve ser o compromisso de qualquer governo que se identifica com a modernização no atual processo de conhecimento. Preparar o jovem para o mundo tecnológico e realizar a aproximação desse mundo com o real será o novo papel do Estado no processo educacional.
Devemos, é claro, aceitar o ambiente democrático que a internet nos apresenta. Porém, temos de estar prontos para o desafio de agremiar aos jovens a capacidade de melhor escolher os conteúdos, interpretá-los, formar o senso crítico, reproduzir o conhecimento para, por fim, adequá-los de forma rápida e eficiente na sua vida cultural e profissional.
O melhor aproveitamento do tempo de uso da rede, partindo ao meio a dedicação exclusiva aos blogs e sites de relacionamento, fortalece o repertório do uso mais elaborado da internet e constitui numa proposta que, se levada às salas de aula, contribuirá para o melhor aperfeiçoamento intelectual dos nossos jovens.
Enfim, o uso de novas estratégias de ensino, aplicando a formação profissional nas salas de aula, aproveitará, desde cedo, a vocação dos nossos jovens e a inserção antecipada ao mercado profissional que requer mão de obra especializada para corresponder à necessidade de geração de empregos e crescimento econômico.
É certo que a educação requer muito mais. O aluno tem mostrado que quer mais na educação. As necessidades vão desde a justa valorização dos professores e profissionais à melhoria da infraestrutura nas escolas. Por isso, valorizar a educação em todos os aspectos e, não só como medida paliativa, faz parte desse novo momento que a política moderna exige de nossos governantes.
Pensar a educação como forma mais eficaz de solução das adversidades sociais é o desafio que o Brasil deve estar pronto a cumprir.

José Éliton no DM.

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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Pesquisa: Mulheres se vestem melhor em período de ovulação



Em período de ovulação, as mulheres se vestem melhor e compram roupas e acessórios para atrair um parceiro mas, também, para desencorajar as rivais, segundo estudo de marketing realizado por uma universidade americana e publicado nesta segunda-feira (16). Inconscientemente, as mulheres em período de ovulação vestem-se "para impressionar" não apenas os homens, mas as que poderiam ser suas rivais, afirma o estudo da escola de administração da Universidade de Minnesota (norte dos Estados Unidos).
O estudo, divulgado no Journal of Consumer Research, volta-se para estabelecer as ligações entre a compulsão de compra e fatores hormonais. "O desejo que têm as mulheres, no momento importante de sua fecundidade, de escolher inconscientemente artigos que destacam sua aparência é movido pelo desejo de serem mais sedutoras que as rivais", afirma Kristina Durante, autora da pesquisa que ouviu 269 mulheres. "Se você é mais desejável que a concorrência, tem mais chances", resume ela.
"Descobrimos que, quando estão em período de ovulação, as mulheres escolhem artigos de moda mais 'sexy', tendo como ponto de referência outras mulheres sedutoras de seu entorno", explica Kristina Durante. Durante o estudo, fotografias de mulheres sedutoras moradoras nos arredores foram mostradas a mulheres em período de ovulação. Elas deveriam, em seguida, escolher roupas e acessórios. "Descobrimos que as mulheres em período de ovulação compravam artigos mais sexy quando tinham na cabeça a imagem de mulheres sedutoras da vizinhança", acrescentou a pesquisadora. "Se você mora em Nova York, outra mulher que mora em Los Angeles não será percebida como concorrente".
Esta rivalidade com mulheres sedutoras da vizinhança é inconsciente. "Durante cinco a seis dias por mês, as mulheres que ovulam, são mais de um bilhão de consumidoras", precisa o estudo de marketing. Este desejo de compra de artigos e serviços que destaquem a aparência, levado pelo ciclo ovariano, aplica-se não apenas a roupas e calçados, mas também a produtos de beleza, suplementos vitamínicos, artigos de fitness e à cirurgia estética. (AFP)


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Nossa vida o “ser”



Cultura é um processo que não se faz sozinho, o resultado das formas de agir, sentir e pensar de uma coletividade. As diferenças das nossas individualidades não são computadas de forma isoladas, mas agrupadas de forma que se pode dizer que o coletivo é construído como o resultado da aprendizagem interna coordenada com o fluxo externo. Desde muito pequenos somos solicitados a aprender regras de convivência e quanto mais jogamos, mais contato temos com sentimentos como a inveja e o ciúme. As brincadeiras de criança deveriam nos ensinar muito, tanto a respeito de nós mesmos, quanto dos nossos adversários. Irmãos brigam quando estão jogando, passam por cima das regras, roubam , criam estratégias, mas muitos apenas brincam, divertem-se durante o processo. A observação do comportamento infantil remete-nos ao ser adulto. As reações podem ser contidas, mas a natureza humana continua lá, à espreita, esperando o momento de se manifestar.
Vencer na vida nem sempre significa a vitória do ser. A palavra vitória se associa rapidamente ao sucesso, ao reconhecimento social, à realização financeira, mesmo que para isso seja necessário trapacear no jogo. Isto é regra geral, o que significa que exceções existem. Nem o mais radical dos juízes ousaria transformar o mundo em uma massa única e compacta, até mesmo o conceito de “massa” tem tempo de validade. As pessoas se reúnem por um motivo e assim que a motivação cessa, ela se desfaz. Campanhas políticas evidenciam bem este processo e pode-se até afirmar que o sucesso de uma ação política, com vistas ao bem comum, é o resultado da aprendizagem da infância. Voltando ao foco, a vida proporciona inúmeras situações para que o indivíduo se realize como ser, mas sempre o homem precisará lançar mão dos seus conteúdos internos, da sua escala de valores e dos seus princípios éticos para não sucumbir à própria natureza.
Já usamos este espaço para falar do egoísmo, um sentimento comum e necessário a todas as pessoas, e de como as graduações dele podem ser benéficas ou não para o crescimento interno. Construir o coletivo não é uma utopia. Comunidades mais civilizadas são capazes de sonhar no plural e no jogo entre a vida e o ser há empate técnico. Claro que não é uma tarefa fácil, mas é perfeitamente possível desde que se tenha a noção de ordem e a percepção de distinguir na multiplicidade de indivíduos, os elementos semelhantes que os aglutinam. Assim, o que falta em um pode ser suprido pelo outro. O que não pode acontecer é que apenas um tente suprir tudo que falta nos outros. Neste caso não há nada de coletivo, mas um arranjo disfarçado da equipe para não ter que assumir as próprias responsabilidades. Visto sob este prisma, a vida continua ganhando o jogo e aquele que busca os bens espirituais, materiais, morais e intelectuais, de acordo com as afinidades do bem comum tem a sensação de estar sempre perdendo e, não raro, acredita que a compensação e reconhecimento estão do outro lado da vida. Desistir, no entanto não é a solução. Lutar sim. Jogar até o fim sem perder de vista que há uma interdependência entre o coletivo e o individual e é a partir da consciência individual que se forma a consciência coletiva e esta orienta as práticas políticas, econômicas, religiosas e de direito.
A dualidade do ser humano o coloca num conflito milenar entre o bem e o mal, entre o bom e o mau e nem sempre os anseios de ordem material coincidem com os de ordem espiritual. Quando se trata de uma pessoa pública, os interesses particulares não podem sobrepor-se ao coletivo e exige além do bom ouvido, uma dose muito grande de intuição para perceber os componentes morais desde a equipe que lhe serve, à comunidade que pretende servir. Estar consciente do bem coletivo significa colaborar de maneira eficiente, com intenções saudáveis para realizar o melhor possível dentro de um alto espírito patriótico e público. No jogo da vida contra o ser, a arrogância, a vaidade intelectual, induzem à estratégia errada. Leva o concorrente a pensar que sabe tudo o que o outro quer, ou seja, acredita que conhece as cartas que outro na mão e pode descartar o que o outro precisa e segurar para si, o que o outro teria por descarte. Proporcionar à comunidade o que ela quer e não aquilo que “achamos” que ela necessita é sinal de organização política. Criar necessidades é como amarrar nós para o futuro. Uma visão caolha, imediatista, não enxerga longe e ficará sempre com a impressão de ser traída em sua boa intenção.

Kleber Adorno no DM.

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Um jeito diferente de "ser" e de "aprender".



A criança alegre e imaginativa que se transforma em uma criança triste, fechada e incapaz de expor sua criatividade. Essa é a síntese de um filme chamado “Somos todos diferentes”, que tem como tema a dislexia, um distúrbio de aprendizagem que faz com muitas histórias sejam semelhantes: até ser diagnosticado o tipo de dificuldade de aprendizagem, é comum que crianças, jovens ou adultos sejam tidos como fracassados ou menos inteligentes, o que acaba por afetar a sua autoestima. Ensino adequado à forma diferenciada de aprender, paciência e valorização das demais habilidades de quem apresenta esse distúrbio de aprendizado são ações que recuperam a autoconfiança e permitem ao disléxico mostrar que é tão inteligente quanto qualquer outra pessoa - e que ele apenas aprende de forma diferente. Como todo mundo.
Mas o que é exatamente a dislexia? “Antes de qualquer definição, é um jeito diferente de ser e aprender. Reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e genial, mas que aprende de maneira diferente”, esclarece enfaticamente Catarina Victorino Ribeiro, fonoaudióloga com experiência há 9 anos na área, que atua em clínica fonoaudiológica e equoterapia, com crianças com dificuldades de aprendizagem, no Centro Integrado de Equoterapia Novo Tempo (Cient), em Araçoiaba da Serra.
Ela diz que pela definição da IDA ( International Dyslexia Association) é um distúrbio de aprendizagem, de origem neurobiológica, que impede que o indivíduo se aproprie do código de escrita, passando a vê-la como algo impossível de ser aprendido. Uma comparação explicativa citada no filme lembrado no início da matéria e inclusive no site da Associação Brasileira de Dislexia (ABD) conta que é como se as letras dançassem, embaralhando e impossibilitando que esse código seja decifrado.
Essa dificuldade para aprendizagem da leitura e da escrita não tem relação com o método de ensino, com nível intelectual de quem a enfrenta ou mesmo com a condição social. Para Catarina, pode-se dizer que a dislexia se manifesta por várias dificuldades em diferentes formas de linguagem, incluindo, frequentemente, além das dificuldades de leitura, dificuldades de escrita, soletração e compreensão de leitura. “Ela aparece de maneira diferentes em cada criança”, reafirma.

Por Andrea Alves - andrea.alves@jcruzeiro.com.br

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Pitanga, uma riqueza ainda não explorada



Provavelmente, o tema seja saudosista. Lembro de minha infância, no distrito de Alfredo Brenner, no interior de Ibirubá. Na beira dos rios e riachos havia uma abundante plantação nativa de pitangueiras. Aliás, daí vem o nome de Ibirubá, que no tupi-guarani significa “terra das pitangueiras”.
A pitanga, fruto da pitangueira (Eugenia uniflora L.), pertence à família botânica das Myrtaceae. O termo pitanga vem da palavra indígena “pyrang” que quer dizer, vermelho, a cor predominante da fruta. É uma planta frutífera nativa do Brasil, da Argentina e do Uruguai, sendo encontrada também na região das Guianas. Possivelmente, os navegadores portugueses levaram suas sementes a outras regiões, como aos Estados Unidos (Califórnia), nas ilhas do Caribe e alguns países asiáticos, como a Índia.
Em inglês britânico e norte-americano, o fruto é também conhecido como pitanga ou então como Brazilian cherry ou Surinam cherry, que traduzindo significa cereja brasileira ou cereja do Suriname.
As pitangas já eram apreciadas pelos indígenas e primeiros colonizadores, que a cultivavam em suas residências, e de seus frutos produziam doces e sucos, além de utilizarem suas folhas na medicina popular. No Brasil, a região nordeste é a única a explorar comercialmente esta fruta de alto potencial econômico. A pitangueira frutifica de outubro a janeiro, e existe uma grande variação na coloração da fruta, indo do laranja, passando pelo vermelho e chegando ao roxo ou quase preto. Apesar de ser uma árvore tão comum em nossas matas nativas, a produção comercial de pitangas não é explorada na região. Ainda não é encontrada em nossas fruteiras ou mercados..
Em algumas regiões, é muito comum o plantio de mudas de pitanga nas mansões, fazendo-as de cerca viva. Além da proteção, atraem os pássaros, especialmente os sabiás, que se alimentam de suas frutas, por longos períodos. A florada das pitangueiras é outro espetáculo paisagístico. Suas flores são brancas, discretamente perfumadas e ricas em pólen, o que as torna bem atrativas a abelhas. Muito parecido com a lindíssima florada das cerejeiras japonesas.
O cultivo de pitangueiras é uma excelente opção aos nossos produtores rurais que deverão recuperar áreas degradadas a beira de mananciais de água, recompondo a mata ciliar. Além da beleza das flores e das frutas, estimula o desenvolvimento de aves e outros animais silvestres. Seu cultivo também pode ser realizado em vasos (utilizando mudas enxertadas), para manter em casas e sacadas de apartamentos, podendo ser mantida uma planta de baixo porte, mediante podas, com abundante floração e frutificação.
Trata-se de uma fruta de gosto agridoce, além de uma série de outras características medicinais. Encontrei no site da Embrapa Clima Temperado (Pelotas-RS), um artigo da pesquisadora Márcia Vizzotto, sobre algumas utilizações da pitangueira: as folhas da pitangueira têm conhecidas atividades terapêuticas, tendo sido usadas no tratamento de diversas enfermidades, como febre, doenças estomacais, hipertensão, obesidade, reumatismo, bronquite e doenças cardiovasculares. Tem ação calmante, antiinflamatória, diurética, combate a obesidade e também possui atividade antioxidante. Os extratos da folha da pitangueira, assim como de outras espécies nativas, também apresentam atividade contra Trypanosoma congolense (doença do sono), e moderada atividade bactericida, sobre Staphylococcus aureous e Escherichia coli.
Há, ainda na fruta e nas folhas de pitangueira, uma variedade de compostos secundários, ou fitoquímicos, como flavonóides, terpenos, taninos, antraquinonas e óleos essenciais. Daí seu uso crescente na elaboração de perfumarias. Nos principais shoppings do mundo, nas lojas especializadas em perfumes, estão sendo mostrados como novidades, cremes, loções e sabonetes de pitanga.
Mas, ao olhar a embalagem desses produtos de beleza, com preços muito elevados, observa-se o termo pitanga, mas logo abaixo a denominação em inglês, como Surinam Cherry e não Braziliam Cherry. O Brasil não soube explorar comercialmente essa riqueza»

por Elmar Luiz Floss.
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domingo, 22 de agosto de 2010

Política não é exercida com força física, muito pelo contrário



Existem por aí alguns candidatos jovens cometendo um grande equívoco. E bem preconceituoso por sinal em relação às pessoas mais velhas que estão também buscando um mandato nas eleições deste ano. Esses candidatos estão se valendo do argumento de sua juventude para pedir votos, alegando que representam a renovação nas casas de leis. Muitos, inclusive, fazendo disso o carro-chefe de sua mercadoria de ideias políticas.
Isso é um argumento muito frágil e, portanto, não serve de sustentabilidade a uma candidatura realmente séria, uma candidatura realmente envolvida na prestação de um serviço parlamentar de qualidade ao povo dos estados brasileiros. A atividade política, como bem exemplifica o bom senso, é exercida pela capacidade intelectual e não pela força física, que é um atributo temporário da juventude.
A renovação está, pois, em ideias novas. E ideias novas não significam, portanto, que elas tenham de proceder unicamente da mente de pessoas jovens. Esse tipo raciocínio é defeituoso, foge dos limites da sensatez. Falam em juventude como se a atividade política fosse como montar em boi bravo.
Em 1986, quando foi candidato a prefeito de minha cidade, um professor, do qual tenho o privilégio de ser afilhado, sofreu na pele a metralhadora raivosa e rasteira do preconceito. Como perseverança e bagagem intelectual são características em exuberância no professor, o pleito foi vencido, mesmo sendo chamado de velho por seu opositor. Ele realizou uma administração muito brilhante, haja vista que atuou simultaneamente em muitas frentes de trabalho. Saiu da vida pública de modo altaneiro e deixou muitos rastros positivos, alguns inclusive sendo copiados pelos administradores que o sucederam.
Um trabalho que considero louvável, que muitas Prefeituras de várias cidades vem realizando no momento, na área de meio ambiente, sob a responsabilidade de suas Secretarias Municipais de Meio Ambiente ,não é uma semente de muitos governos municipais. Foi o “velho” professor que já citei que a semeou, e ela germinou e floresceu maravilhosamente bem, ocasionando muita beleza às cidades, fato este que foi destaque nacional à época.
O que os candidatos têm de passar aos eleitores e assim alcançar a simpatia deles são seus projetos de lei em benefício da sociedade. Só que sobre os ombros dos eleitores recai uma grande responsabilidade, no sentido de analisar de modo bem criterioso os discursos que lhes chegam. Nesse processo de análise dos candidatos, pesa também a avaliação da vida pregressa dos candidatos. Esses dois critérios avaliativos são imprescindíveis.
Outro aspecto importante a se fazer, isso com relação ao período posterior à eleição, é que os eleitores não deixem de acompanhar a atuação parlamentar do candidato que elegeram. Como o sabemos, existem eleitores que fazem suas opções eleitorais e daí alguns meses nem se lembram mais do nome do candidato em quem votaram.
Havendo acompanhamento do trabalho do parlamentar e, porventura, constatação de seu descompromisso com a seriedade e a lisura que ele tanto prometeu antes da campanha, pode-se assim evitar a repetição de um mesmo. Isso promoverá um resultado positivo, que é a expulsão desse parlamentar descompromissado da vida pública. Isso acontecendo, o dinheiro público não terá destinação imprópria. Não vote mais nele.
Está, portanto, nas mãos dos eleitores a grande responsabilidade de se eleger candidatos realmente comprometidos com o zelo da coisa pública.
Esta escolha, como já o dissemos, consiste em avaliar o discurso dos candidatos e observar se a vida pregressa deles servem como lastro das palavras bonitas do discurso.


Lincoln Tejota.

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Você sabe o que é uma Escola Sustentável?



Quando falamos sobre educação, sobre ensino, é comum pensarmos apenas na estrutura física, nos esquecendo que é preciso investir no humano e em ações que despertem para o meio ambiente. É possível fazer da escola um espaço sustentável, incentivando os alunos a incorporarem no seu dia a dia atitudes voltadas à preservação dos recursos naturais. Despertando a criança para esse assunto, explicando que, por exemplo, ao não deixar torneiras pingando na escola ela já está contribuindo para o meio ambiente, estamos educando para sustentabilidade. São as crianças os futuros adultos que irão herdar nosso Planeta.
Não há motivo para a palavra “sustentabilidade” causar espanto. Ela está presente na rotina de quem produz alimentos e não usa agrotóxicos na cultura. Ela está presente na vida do empresário que investe na gestão ambiental, sustenta a economia de uma região, gera emprego e, mesmo assim, não destrói o meio ambiente. Está no lar da dona de casa que, cuidadosamente, separa o lixo e incentiva a coleta seletiva entre os vizinhos. Tudo isso é ser ecologicamente sustentável. Significa incentivar o desenvolvimento econômico sem desrespeitar o Planeta e preservando os recursos naturais para as próximas gerações.
A escola sustentável deve ensinar as crianças a viver dentro de um sistema sustentável. Isso significa ensinar a produzir, e não a apenas consumir e gastar. O consumismo está se espalhando pelo mundo na busca de satisfação pessoal. Roupas novas, carros, telefones celulares, computadores, tevês… Nesse processo estamos destruindo os recursos naturais utilizados na fabricação desses produtos. Para um futuro sustentável precisamos mudar isso.
Podemos obter o que precisamos no presente sem comprometer a natureza para que as gerações futuras possam fazer o mesmo. O homem deve se integrar permanentemente à dinâmica da natureza, retirando o que precisa e devolvendo o que ela requer para seguir viva. Parece complicado, mas pode ser posto em prática com ações simples, como não desperdiçar água, cultivar áreas verdes e preferir produtos recicláveis.
Somos capazes de extrair conhecimento da natureza, entender os princípios da ecologia, respeitá-los e viver de acordo com ele. Esse ciclo começa com a educação das crianças. Educar para sustentabilidade é ensinar ecologia de uma maneira prática. É estudar as ações do homem no meio ambiente e seus impactos. Educar para uma vida sustentável é entender como dependemos da natureza e, fazendo isso, conhecermos o que é necessário para preservação do meio ambiente e para criação de cidades sustentáveis.
Começar envolvendo as crianças com os canteiros e espaços verdes da área escolar, por exemplo, pode ser um início do relacionamento entre esses pequenos seres humanos e a natureza. O mundo sustentável pede que estimulemos nossas crianças. Com educação, escolhas adequadas e um comportamento responsável podemos reduzir o lixo, preservar as matérias-primas e favorecer o meio ambiente.

Paulo Souza.

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O Brasil deve ser interesse de todos



Sou um otimista convicto quanto ao que podemos esperar do mundo, do Brasil e da sociedade em geral. Não se trata apenas de uma questão de princípio. Essa visão positiva, que tenho feito prevalecer mesmo nos momentos mais difíceis, é produto de uma constante reflexão sobre as transformações em curso na realidade que nos cerca.
Sou capaz de aquilatar o quanto ainda temos a fazer e a quantidade de problemas que ainda persistem à espera de soluções, mas não tenho dúvidas de que o momento que estamos vivendo, especificamente no Brasil, é muito melhor do que aquele que nossos pais experimentaram 50 anos atrás.
O ser humano tem demonstrado, ao longo da História, uma capacidade surpreendente de se renovar, reinventar e transformar situações adversas em oportunidades. Cada vez mais cidadãos, empresas e governos se empenham, de forma consequente, na busca de soluções realistas e viáveis para reduzir a pobreza, criar oportunidades de trabalho e renda, promover o acesso ao conhecimento e às novas tecnologias e preservar o meio ambiente.
Um dos temas de preocupação, o da sustentabilidade, se inseriu irreversivelmente na pauta de todas as organizações responsáveis. Há um entendimento de que o compromisso com a sustentabilidade, além de encarado como um valor econômico, ambiental, social, cultural e político, deve ser também claro e permanente porque é mais do que uma resposta às exigências do mundo atual e um ato consciente de respeito para com as gerações futuras. Precisa ser assumido como um modo de ser inerente às empresas e aos países que pretendem ser competitivos hoje e no futuro.
Mas minha crença na capacidade realizadora dos brasileiros não é suficiente para minimizar o tamanho dos desafios que temos pela frente.
Por essas boas razões, devemos ser cada vez mais exigentes conosco mesmos e jamais ficar satisfeitos com o que alcançamos, já que é sempre possível fazer mais e melhor hoje do que fizemos ontem. Também deve ser alto o grau de exigência que vai orientar nossas escolhas, principalmente em um ano eleitoral, quando todo rigor é pouco na avaliação de capacidades, valores e padrões éticos e morais dos candidatos.
A circunstância requer homens e mulheres comprometidos com um futuro melhor e uma posição de vanguarda para nosso país, líderes sociais e políticos, intelectuais e empresários que tenham a capacidade de ver antes e ver longe, subordinem os interesses pessoais ou de grupos que eventualmente representam ao interesse coletivo e trabalhem, de fato, para o bem da nação.

Emílio Odebrecht. (emilioodebrecht@uol.com.br)

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sábado, 21 de agosto de 2010

Tráfico de água no Brasil


É comum vermos nossas autoridades públicas, os meios de comunicação em geral e a sociedade civil discutirem a respeito do tráfico de drogas, armas, pessoas e animais silvestres, mas pouquíssimo se fala a respeito do tráfico de nossa água doce, a chamada hidropirataria. O assunto é muito sério. Denúncias apontam que navios de carga europeus e do Oriente Médio estão enchendo ilegalmente seus porões com água de nossos rios, principalmente do rio Amazonas, para comercialização no exterior. Estima-se que cada navio comporte cerca de 250 milhões de litros de água e de acordo com a revista Consulex que já tratou do assunto, este contrabando é feito por petroleiros, geralmente na foz dos rios. Para facilitar o entendimento do amigo leitor, o rio Amazonas, por exemplo, quando vai desaguar no oceano Atlântico, forma um canal navegável de aproximadamente 320 km de extensão, com uma profundidade média de mais de 50 mts, suportando tranqüilamente o trânsito de um grande navio cargueiro. Infelizmente a hidropirataria é facilitada pela ausência de fiscalização. O Brasil possui quase 24 mil km de fronteiras, sendo mais de 07 mil km marítimas e mais de 15 mil km terrestres, e a Polícia Federal é o órgão responsável por sua fiscalização. Acontece que ao longo de toda fronteira brasileira, tem-se pouco mais de 20 postos de fiscalização. Ou seja, praticamente não existe fiscalização nenhuma e os criminosos sabem muito bem disto. A falta de fiscalização é tão gritante que, só a título de exemplo, na fronteira entre Brasil e Paraguai, presume-se que mais de 40 mil pessoas atravessem diariamente a Ponte da Amizade, a qual liga os dois países, sem nenhum tipo de controle e muitas dessas pessoas levam e trazem drogas, armas e todo tipo de contrabando. Continuando, investigações apontam que a lucratividade das organizações criminosas está no custo do tratamento desta água furtada. Empresas estrangeiras engarrafadoras de água lucram muito mais tratando nossa água contrabandeada do que dessalinizando águas subterrâneas e oceânicas, por exemplo, processo comum na Europa e Oriente Médio, onde a falta de água é uma constante. Além do mais, com o contrabando aquelas empresas não precisam pagar as altas taxas cobradas pela União Europeia para utilização das águas dos rios europeus. Necessário e urgente que este assunto entre na pauta do governo federal e estaduais, principalmente os da região Norte, ainda mais agora que estamos no período eleitoral. Termino, pedindo licença para transcrever esta pequena e singela frase elaborada por uma estudante de uma escola municipal: “Água, maior que a vontade e a necessidade de te beber pra minha sede matar, deveria ser a de te preservar pra nunca vir a faltar”.

Roosevelt Santos Paiva no DM.

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Os malabaristas do sinal vermelho



Eles já fazem parte do nosso cotidiano. Estão diariamente nas principais esquinas das cidades aproveitando o tempo do sinal vermelho para oferecer o seu show. Fazem malabarismos, engolem fogo, equilibram bolinhas, jogam cones para o alto e os acolhem nos braços com rara habilidade, equilibram-se em pernas de paus, vestidos com roupas coloridas. Verdadeiros palhaços das ruas: os malabaristas do sinal vermelho. João Bosco e seu filho Francisco retrataram com rara inspiração esses personagens do nosso dia a dia na canção Malabaristas do sinal vermelho, composta em 2003: "Daqui de cima da laje / se vê a cidade / Como quem vê por um vidro / O que escapa da mão / Uns exilados de um lado da realidade / Outros reféns sem resgate da própria tensão / Quando de noite as pupilas da pedra dilatam / Os anjos partem armados / Em bondes do mal / Penso naqueles que rezam / E nesses que matam / Deus e o diabo disputam a terra do sol / Penso nos malabaristas do sinal vermelho / Que nos vidros dos carros / Descobrem quem são / Uns, justiceiros, reclamam o seu quinhão / Outros pagam com a vida sua porção / Todos são excluídos na grande cidade".
Depois do rápido espetáculo, que precisa ser cronometrado ao tempo do sinal vermelho, eles passam entre os carros para colher o pagamento pelo que ofereceram. São movimentos rápidos, cronometrados e arriscados. É a busca pela sobrevivência no modelo capitalista neoliberal. E, aí, como diz a letra da canção - nos vidros dos carros, descobrem quem são -, são os verdadeiros mendigos contemporâneos. E nós, acomodados em nossos carros, com ar-condicionado, ouvindo uma boa música, também descobrimos naquele pequeno tempo do sinal vermelho os graves problemas sociais que ainda nos rodeiam.
Dias atrás, fiquei observando que, diante da abordagem do malabarista, que era um adolescente de no máximo uns 18 anos, a maioria fingiu não ver o que acontecia a sua frente. Nada, ninguém se abalou, nenhuma moeda. A maioria ignorou o seu trabalho. As janelas dos carros permaneceram fechadas. Os motoristas nem olhavam nem reconheciam a existência daquele artista. A questão que talvez poucos perceberam é que não se tratava de circo ou de teatro, era realidade. Realidade social exposta, jogada na nossa frente.
Lembrei que a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente rezam que viver não é apenas respirar, mas a participação em todos os direitos da cidadania bem como a proteção contra as agressões, danos físicos, emocionais, sociais, etc. Sou sempre receptivo e lhe dei uma pequena recompensa pelo breve show. Quando o sinal abriu, ele voltou para a calçada, contou os trocados até então arrecadados e começou a se preparar para o próximo número do seu repertório. Até imaginei que a Secretaria de Mobilidade Urbana poderia remunerá-los por aliviar, por breve instantes, a tensão dos estressados motoristas diante dos problemas do nosso conturbado trânsito. Na verdade andamos todos apressados. Afinal, tempo é dinheiro.
Paulinho da Viola, em uma antológica canção de 1967, retratou essa realidade em Sinal fechado: "Eu vou indo correndo / pegar meu lugar no futuro / me perdoe a pressa / é a alma dos nossos negócios". Muitas vezes, ficamos contrariados por sermos obrigados a frear e esperar o interminável tempo de um sinal vermelho. O correto, sem dúvida, é encaminhá-los para os órgãos assistenciais. É difícil, entretanto, não ajudá-los. Ao vê-los não tem como não se recordar de outra canção sobre essa verdadeira saga de nossas esquinas. Chico Buarque e Francis Hime já cantavam em 1993: "No sinal fechado / Ele vende chiclete / Capricha na flanela / E se chama Pelé / Pinta na janela / Batalha algum trocado". A verdade é que hoje eles fazem parte do cenário urbano das nossas cidades. São o retrato das desigualdades sociais que ainda nos atormentam e que possuem raízes históricas como a forma de colonização, a profunda dependência externa do país, a acumulação de riqueza pelas camadas mais favorecidas da população, a marginalização histórica de parcelas significativas da nossa gente, aliadas às práticas administrativas que privilegiam o apadrinhamento político e favorecem o desvio de verbas, podem explicar a situação de segmentos como destes malabaristas do sinal vermelho.


por José Ernani de Almeida.

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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Entre a firmeza e a flexibilidade



A prepotência não é amiga do bom senso. Andar cercado de pedras não é alvissareiro. Bons presságios só podem ser anunciados quando a alma está leve. E, se jogamos nossa História no lixo da própria História, em razão de um imediatismo ágil e esperto, estaremos cavando o fim da ideologia e dos princípios éticos e morais.
Os partidos políticos estão amorfos e perdendo sua identidade, representando o afunilamento do poder com a prática indiscriminada da partilha de cargos, confundindo-se com uma festa cujos proprietários determinam quem entra e quem sai e o que pode ou não fazer. A clara demonstração da falta de maturidade política, apesar dos longos anos que se passaram, retrata a cultura de atropelos arraigada na mente escravizada de muitos.
É notório que quem detém o poder sabe que este é passageiro e só pode ser concedido temporariamente. Mesmo assim, alguns se autointitulam proprietários e esquecem que o diálogo é premissa da maturidade e dos bons resultados. Cercar-se de muros, impedindo o aglutinamento das ideias e cerceando o direito da propagação do ideal, não é correto. Discutir metas e estabelecer prioridades realistas é sinal claro do despertar, do crescimento intelectual plausível, que aceita o debate e as críticas construtivas.
Quem age com amarras ditatoriais perde o bom combate porque delimita o que poderia ser grandioso à sua vontade pessoal, ao seu ego descompromissado da verdade, e tudo em prol de uma satisfação doentia de comandar sem alicerce. Saber escutar as bases, saber estabelecer compromissos pautados na coerência histórica, social e político-partidária é saber-se vencedor.
Os alardes acordes estão desentoados, e quem toca no tom desafinado da discórdia e da ambição desmedida destrói a própria casa. A visão egoísta e curta detém a majestade da paisagem e encerra a possibilidade do progresso.
Ao homem, Deus revelou a inteligência e o discernimento. Entretanto, nem todo homem é sagaz para percebê-lo. Infelizmente, há quem não consiga enxergar além do próprio reflexo. Não é preciso ser vidente para descobrir os efeitos desastrosos que tais atitudes, consequentemente, trarão. Ainda há tempo de rever as posturas retrógradas e evitar o insucesso. Ser firme não significa ser submisso. Ser flexível não significa ser fraco. Fundamental é mesmo o equilíbrio.

Frederico Jayme Filho no DM.

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Os dentes dos candidatos



Em todas as eleições, o primeiro pensamento que me vem é votar nulo. Mas tenho resistido. Acho covardia. Votar nulo é perder a esperança. Como ela sempre morre por último, devia me considerar um homem morto. Nada animador.
Pior do que estar morto é tentar achar um critério adequado para escolher um bom candidato, que não nos mate de desgosto depois nem seja mais salafrário do que a gente imaginava.
Sempre assisti a programas políticos, analisei propostas, me informei sobre o passado dos caras. Fiz tudo direitinho, como mandam os analistas políticos, as cartilhas dos intelectuais, os sermões de padres e pastores. Tudo isso não foi suficiente, por causa da dinâmica dos líquidos de Daniel Bernoulli e por culpa da dialética de Hegel. Ninguém me garante de que o que foi bom até hoje continue sendo. Serviu-me mais um ditado espanhol: "Todos son buenos hasta que dejen de serlo".
Durante a propaganda política busquei uma variável que trouxesse certeza científica da índole do candidato. Como já expliquei acima, propostas e passado do sujeito são grandes armadilhas. Como escolher, a quem recorrer? Rezar? Fazer passe? Descarrego? Promessa? Chamar alguma amiga bruxa?
Eis meu critério. Para um voto sem arrependimento, observe os dentes do candidato nos "santinhos" da campanha. Há três tipos: os que não os mostram, os que mostram dissimuladamente e os que sorriem com a boca arreganhada.
Os que não mostram os dentes querem nos intimidar. Proclamam seriedade e compostura. São defensores da ordem e da moralidade. Marginais na cadeia, cidadãos de bem nas ruas. Quase sempre os cidadãos de bem são brancos, estudados e andam de cores escuras ou pastéis. Ganharam riquezas graças a seu esforço e não são como esses vagabundos que não estudam e não trabalham.
Os que sorriem dissimuladamente parecem tirar saro da gente. Talvez sejam os mais cristalinos. São malandros típicos, com um olhar de sacanagem explícita. Você imagina os dentes, mas não aparecem. Como não são sérios, nem arreganhados, ora se juntam a uns ora a outros. Depende dos ventos, quer dizer, dos proventos.
Olhe bem os que mostram as arcadas de cima e de baixo. Dentes perfeitos, mas tudo de laboratório. Não ache que aqueles dentes brancos, cândidos, são autênticos de nascença. São todos falsos, facetas de porcelana, resina, coisas bem elaboradas. São dentes fortes, com encaixe perfeito. Olho para eles meio cabreiro. Acho que estão rindo de mim.
Meu critério dos dentes talvez não te ajude acertar a escolha nas próximas eleições. Mas é um bom aviso. Mostrando ou não mostrando os dentes, mais cedo ou mais tarde, a maioria dos eleitos acaba mordendo o povo, o orçamento ou alguém descuidado. Como a mordida é inevitável, escolhemos com nossos melhores critérios, e nos vacinamos de consciência política. Quanto aos de mordida mais infecciosa - na próxima eleição - arrancaremos seus dentes, lhes daremos uma dentadura de plástico e os mandaremos pastar. E tudo isto a gente só pode fazer com o voto.


Por Pablo Moreno.

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