quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Reflexões sobre os nossos sonhos...



Desde que o homem existe os sonhos são cercados de mistérios. Para os povos antigos, eles carregavam algo de sobrenatural. Eram vistos como um meio de alguém receber orientações e mensagens do além, tanto das divindades quanto dos desencarnados. Atualmente, cada povo, cultura e tradição lida com o sonho de um modo particular, há os que não dão a mínima atenção para o assunto. E há aqueles que se dedicam a interpretá-los, numa tentativa de se tornar indivíduos melhores e de viver com mais equilíbrio.
Todavia, por que sonhamos? A resposta continua emblemática. Talvez, entre as muitas variáveis, está a regulação de emoções e fatores aos quais damos importância, minimizando os sentimentos tensos. Nossos processos de pensamento trabalham 24 horas por dia e a atividade da mente não é interrompida quando dormimos (o sonho toma entre 20% e 25% do sono). No transcorrer do sono, são selecionadas quais informações guardaremos na memória de longo prazo e o que será descartado. Aparentemente, os critérios de seleção estão baseados em valores emocionais para a autopercepção, nossa ideia de quem somos e quem desejamos nos tornar.
Para os pesquisadores, aplicar na vida real o que acontece quando se está dormindo depende do entendimento sobre os próprios sonhos. Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo acreditar que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. Essa linguagem não tem nada a ver com dicionários de simbologia, daqueles que associam sonhar que perdeu um dente com a morte de um conhecido e que uma cobra é sinônimo de traição. Esse entendimento é pessoal, baseado em um sistema de códigos individual, formado pelas experiências de vida de cada um. Aí cabe-nos analisar os medos, desejos, decepções e tentar adaptá-los ao que sonhamos na noite passada.
Devemos registrar com naturalidade os sonhos que possam surgir durante o descanso físico, sem preocupar-nos aflitivamente com quaisquer fatos ou ideias que se reportem a eles. Segundo André Luiz, precisamos aprender a extrair sempre os objetivos edificantes entrevisto em sonho. Devemos fugir das interpretações supersticiosas que pretendam correlacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos mundanos, gastando preciosos recursos e oportunidades na existência em preocupação viciosa e fútil.
Kardec perguntou aos espíritos se podem duas pessoas que se conhecem visitar-se durante o sono e os Benfeitores explicaram: que pode ocorrer o fato e muitos que julgam não se conhecerem costumam reunir-se e falar-se. Podemos ter, sem que suspeitemos, amigos em outro país. É tão habitual o fato de irmos encontrar-nos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conhecemos e que nos podem ser úteis, que quase todas as noites fazemos essas visitas. Mas, é de bom alvitre termos cautela com os sonhos com pessoas encarnadas pois, conquanto o fenômeno seja real, a sua autenticidade é bastante rara. Por isso, não podemos nos escravizar aos sonhos de que lembremos, embora possamos admitir os diversos tipos de sonhos, sabendo, porém, que a grande maioria deles se origina de reflexos psicológicos ou de transformações relativas ao próprio campo orgânico.

Jorge Hessen. (http://jorgehessen.net)

O que achou do texto? Deixe seu recado aqui ou no Dihitt.

Um comentário:

  1. Interessantíssimo!
    Algumas vezes tenho sonhos premonitórios. por exemplo, as vezes sonho com alguém que há muito não vejo e no outro dia encontro a pessoa. As vezes sonho com mortes e desastres, como a queda do avião da tam e o assassinato de Mercia Nakashima. este último foi assustador. Eu senti tudo o que ela sentiu, passei por tudo o que ela passou na mesma noite em que morreu.
    Credo, né?

    ResponderExcluir