quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2010 em um clique



Cada vez que chegamos a um final de ano acabamos falando: passou rápido de mais! Foi como um piscar de olhos! Parece mesmo que foi ontem que nos preparávamos para receber 2010 e ele passou em um clique.

Cada um dos 365 dias do ano continua tendo 24 horas, apesar de que muitas vezes gostaríamos que ele tivesse 25 ou mais para dar conta de tudo que temos para fazer. Na verdade, o que tem se modificado é a nossa percepção em relação ao tempo. Os adultos, que fazem parte da população economicamente ativa, podem afirmar diante da sua rotina de trabalho e tarefas domésticas, o quanto passa voando um dia ou uma semana. E assim vão passando os 12 meses e cada ano. Mas também as crianças e os mais idosos sentem a velocidade tomar conta. Com suas rotinas próprias, eles fazem parte deste mundo que vem se acelerando e sobrecarregando de atividades a todos que o habitam.

Não é a toa que sentimos isto na pele. É todo um modo de viver e de ser que nos leva a fazer com que o mundo "gire mais rápido". Queremos que tudo aconteça com a agilidade e facilidade do clique do mouse. A cultura do instantâneo se instalou de vez. Não há como fugir disto e a tecnologia já nos ensinou esta lição. Precisamos ficar online o tempo inteiro, porque estar offline representa perder alguma coisa. Adquirimos muitas vantagens e comodidades, mas nem sempre aproveitamos bem o tempo que ganhamos. Muitas vezes, ele serve apenas para alimentar um frenesi insaciável. E ainda assim, a sensação de não dar conta do recado é a que nos acompanha. A rapidez, a agitação, o estresse geram uma ansiedade que é o mal do nosso tempo juntamente com a depressão gerada por não ter como conseguir tudo o que se quer em todos os momentos.

Não paramos. Não saímos da frente do computador, do celular ou da televisão. Nossas famílias sentem isto. Ao ponto de que as pessoas não sabem o que fazer com suas férias e com seu tempo sem os compromissos inadiáveis. E quem desembarca deste trem da vida sofre muito se sentindo deslocado e literalmente fora dos trilhos.

É nesse clima que passamos de um ano para o outro, quase sem parar para lembrar, abraçar e curtir as pessoas que estão ao nosso redor. Precisamos pensar bem que vida queremos levar e construí-la a cada dia. Somos muito capazes para fazer múltiplas conexões, mas tem hora para tudo. E 2011 vai ser mais um tempo de selecionar escolhas para aquilo que priorizarmos.

por Patrícia Spindler.

2 comentários:

  1. A concepção do tempo também tem moda.
    No século XIX o símbolo do sucesso e riqueza era o ócio. Todos os "Senhores" não trabalhavam, eram vistos sentados, fumando ou não o charuto, orientando os "domésticos" e sem profissão conhecida.
    A geração seguinte - seus filhos - herdavam suas fortunas e viviam de igual forma.
    Acontece que, naquele tempo a esperança média de vida estaria nos 50 anos, o que facilitava a herança para os filhos ainda em idades jovens.

    Hoje, a idade média de vida subiu muito.
    Os pais de hoje reforma-se e gastam suas poupanças gozando os anos "dourados de suas vidas". Por isso os jovens de hoje já não podem manter uma vida de ócio esperando as heranças dos pais. Assim, tornou-se moda ser-se ocupado. Muito ocupado.
    Hoje, o símbolo do sucesso é uma pessoa de celular encostado à orelha, pasta na mão, caminhando apressado e dizendo sempre que não tem tempo...
    Quem disser hoje que está desocupado ou que está com tempo disponível é considerado sem sucesso!
    Assim, enquanto for moda, passaremos todos os anos apressadamente, "querendo que tudo aconteça com a agilidade e facilidade do clique do mouse. A cultura do instantâneo se instalou de vez." - Até deixar de estar na moda...
    FELIZ 2011 !

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  2. Gostei muito do texto, claro que como apontou a colega acima há concepções diferentes para várias palavras pontuadas acima.

    Porém, o texto aponta para uma questão muito marcante na atualidade; o que fazemos com o nosso tempo. E foi pontuado no texto a utilização dos meios de comunicação: televisão, celular, internet. Passei a gostar muito de navegar na internet e na atualidade isso define um comportamento.

    Antigamente não havia computadores e os 365 dias do ano também passavam em um mesmo tempo.

    Hoje em dia, com a tecnologia e a velocidade da atualização dos bens materiais; o novo passa a ser coisa do passado muito cedo. Mas isso não quer dizer que nós devamos acompanhar esse impulso de velocidade.

    Pensemos nisso e avancemos, valorizando nossa vida e nosso tempo; escolhendo aquilo que nos remete a coisas boas e importantes em nossa vida. Minha proposta é que valorizemos o nosso tempo e que 2011 possa ser um ano melhor em qualidade de vida para todos.

    Sergio Nunes

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