sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Melancia Cíclica


O fim do ano instiga muitas ilações melancólicas, impulsionadas pelos ares natalinos e de réveillon. Não deve ser obra do Papai Noel. Pelo menos se espera que não. Lembranças do passado e do cotidiano familiar, de pessoas presentes e ausentes, permeiam este período do ano. Chega-se ao limiar de uma depressão coletiva, o que é salvo pela exuberante presença das crianças e sua alegria irradiante.
Não raro lembram-se dos tempos de outrora com a expressão “aqueles tempos eram bons”. Deprecia-se o tempo em que se vive. Alimenta-se a ilusão de tempos pretéritos virtuosos em contraposição a um presente corrompido, destituído de valor e virtuosidade. Talvez seja uma forma de compensar a perda de entes queridos. Também pode ser uma forma de fuga dos tormentos deste novo mundo que se descortina avassaladoramente e que coloca em xeque a tradição.
Os tempos são outros. Na verdade, sempre haverá outros tempos que substituirão tempos anteriores. Nada é imutável na humanidade. Tudo se transforma. Neste ponto, o grande filosófico Heráclito, há 2.500 anos, tinha razão. O que assusta muitos é a velocidade das mudanças nos dias de hoje, por mais que esse papo sempre esteve presente. Veja bem: há quatro décadas usar fio dental poderia tipificar atentado ao pudor e a mulher poderia se complicar. Hoje não dá nada. É algo trivial. Melhor, é recomendável!
Os tempos mudam. Transforma-se a sociedade e os seus valores. O melhor ou pior não podem ser compreendidos com base em valores superados. Os olhos do velho não permitem compreender o novo. Eis uma das grandes razões dos conflitos de gerações e de tempos.
A questão é apreender esta nova carga valorativa de uma nova sociedade, no seu próprio tempo, com seus defeitos e virtudes. Remoer ciclicamente tempos pretéritos pode afastar as inesgotáveis possibilidades que se abrem para o desenvolvimento humano. Isto gera crise? Talvez. Agora, há outra forma para o surgimento de novos paradigmas sem a implosão (pelos menos em grande parte) do paradigma anterior? Resposta: não.
Tais considerações não significam que tudo é possível. A fluidez valorativa dos tempos atuais não pode permitir a subjugação da dignidade da pessoa humana, cerne dos avanços civilizatórios do mundo ocidental, incrustada nas constituições democráticas, como a brasileira.
Viver o presente e as potencialidades do presente, eis o pulo do gato (diga-se de passagem, são pulos fascinantes e certeiros). Claro, as memórias do passado evitam a repetição de erros no futuro, mas não podem servir de redoma paralisante das ações no agora. Da mesma forma que a projeção do futuro tem que levar em consideração a base atual. Uma repetição das propaladas filosofias da vida, é óbvio.
É por isso que os antigos gregos não gostavam da palavra esperança, pois remetia a uma inibição do agir humano (segundo Nietzsche). Mais profícua e venturosa é a ação. Mais valoroso é o arrebatador poder de transformação que possui o ser humano.
De qualquer forma, trata-se de uma melancolia cíclica, que por ser cíclica, sempre retorna. Deve-se estar preparado para isto. O homem, de qualquer forma, amarga as alternâncias da vida. Talvez por isso existam composições imortais, como Carmina Burana, arranjo profano escrito na Alta Idade Média por monges (excepcionalmente bem interpretada pelo Coral da UPF). Eis uma pequena parte: “O Fortuna, velut luna, statu variabilis, semper crescis, aut decrescis, vita detestabilis, nunc obdurat, et tunc curat, ludo mentis aciem, egestatem, potestatem, dissolvit ut glaciem” (Ó fortuna, como a lua, é variável, sempre crescendo, e decrescendo, vita detestável, agora oprimes, depois alivias, brinca com as mentes, pobreza, poder, dissolve como gelo).

Por Giovani Corralo.

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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2010 em um clique



Cada vez que chegamos a um final de ano acabamos falando: passou rápido de mais! Foi como um piscar de olhos! Parece mesmo que foi ontem que nos preparávamos para receber 2010 e ele passou em um clique.

Cada um dos 365 dias do ano continua tendo 24 horas, apesar de que muitas vezes gostaríamos que ele tivesse 25 ou mais para dar conta de tudo que temos para fazer. Na verdade, o que tem se modificado é a nossa percepção em relação ao tempo. Os adultos, que fazem parte da população economicamente ativa, podem afirmar diante da sua rotina de trabalho e tarefas domésticas, o quanto passa voando um dia ou uma semana. E assim vão passando os 12 meses e cada ano. Mas também as crianças e os mais idosos sentem a velocidade tomar conta. Com suas rotinas próprias, eles fazem parte deste mundo que vem se acelerando e sobrecarregando de atividades a todos que o habitam.

Não é a toa que sentimos isto na pele. É todo um modo de viver e de ser que nos leva a fazer com que o mundo "gire mais rápido". Queremos que tudo aconteça com a agilidade e facilidade do clique do mouse. A cultura do instantâneo se instalou de vez. Não há como fugir disto e a tecnologia já nos ensinou esta lição. Precisamos ficar online o tempo inteiro, porque estar offline representa perder alguma coisa. Adquirimos muitas vantagens e comodidades, mas nem sempre aproveitamos bem o tempo que ganhamos. Muitas vezes, ele serve apenas para alimentar um frenesi insaciável. E ainda assim, a sensação de não dar conta do recado é a que nos acompanha. A rapidez, a agitação, o estresse geram uma ansiedade que é o mal do nosso tempo juntamente com a depressão gerada por não ter como conseguir tudo o que se quer em todos os momentos.

Não paramos. Não saímos da frente do computador, do celular ou da televisão. Nossas famílias sentem isto. Ao ponto de que as pessoas não sabem o que fazer com suas férias e com seu tempo sem os compromissos inadiáveis. E quem desembarca deste trem da vida sofre muito se sentindo deslocado e literalmente fora dos trilhos.

É nesse clima que passamos de um ano para o outro, quase sem parar para lembrar, abraçar e curtir as pessoas que estão ao nosso redor. Precisamos pensar bem que vida queremos levar e construí-la a cada dia. Somos muito capazes para fazer múltiplas conexões, mas tem hora para tudo. E 2011 vai ser mais um tempo de selecionar escolhas para aquilo que priorizarmos.

por Patrícia Spindler.

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Uma triste profecia...



Estamos chegando a mais um final de ano. Junto com essa transição anual vem o feriado do dia primeiro de janeiro. Nesses dias, como geralmente acontece nos demais feriados do ano (ainda mais, quando é próximo do fim de semana), existe um grande deslocamento de pessoas para os mais diversos cantos do país em função das comemorações, encontro com familiares, amigos e etc. Em contraposição a esta alegria, nessas épocas de feriado, nosso país vem sendo marcado por uma profecia que não costuma falhar. Eu gostaria de não mencioná-la, mas, por mais triste que seja, sinto que é o momento de anunciá-la: "Ao fim do feriado de Ano-novo, muitas pessoas terão perdido suas vidas em algum acidente de trânsito".
É triste, eu sei! E não pensem que estou livre desta profecia. Ela vale para todos nós. Tenho reparado que a cada feriadão que passa, os meios de comunicação anunciam o número de mortes que ocorreram no trânsito. Não recordo de ter acontecido algum feriadão em que não fosse pronunciada essa notícia.
Percebo, também, que algumas pessoas atribuem a responsabilidade, pelas fatalidades do trânsito, ao destino: "Ah... aquele jovem morreu porque já era a sua hora". Não! Não acredito nisso! O que pode ter ocorrido foi o fato de que o respectivo jovem foi imprudente, ou o outro condutor cometeu a imprudência, ou até alguma falha mecânica de alguma das partes. Mas morrer porque já está na hora, isso não. A morte não se preocupa com o "relógio"; ela chega como um ladrão. Está sempre à espreita, esperando que algo aconteça para levar alguém. Portanto, qualquer hora pode ser "a hora" da morte chegar.
Escrevo esta reflexão para que possamos pensar em conjunto. Trago este pensamento para que possamos evitar que esta profecia se concretize neste Réveillon que se aproxima. Que cada pessoa possa parar por um momento e refletir sobre a sua vida: que pense na sua família, nos seus amigos, que pense em si mesmo. Será que desejamos, no dia 2 de janeiro, estar em um cemitério velando o corpo de alguém que amamos, ou sendo velado por nossos amigos? E avançando um pouco mais na reflexão: será que gostaríamos que alguma família estivesse sofrendo a dor da morte de alguém que ama por imprudência nossa?
Vou deixando aqui esta reflexão. Peço desculpas se fui muito duro nas palavras, mas acredito que estou transmitindo-as a tempo de evitar alguma tragédia. A morte no trânsito, por mais que esteja anunciada, pode muito bem ser evitada se agirmos no coletivo. Não acredito no destino pré-determinado, pois vejo que o destino refere-se àquilo que fazemos com a nossa vida, ou o que algumas pessoas acabam fazendo com ela. Mas, se cada um agir com prudência, seguindo as leis do trânsito, tenho a esperança de que poderemos ter o primeiro Réveillon da história do Brasil, sem mortes no trânsito. Se isto realmente acontecer, aí sim, acredito que todos poderemos comemorar um Feliz 2011!


Por Jorge da Cunha Dutra.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Reflexões sobre os nossos sonhos...



Desde que o homem existe os sonhos são cercados de mistérios. Para os povos antigos, eles carregavam algo de sobrenatural. Eram vistos como um meio de alguém receber orientações e mensagens do além, tanto das divindades quanto dos desencarnados. Atualmente, cada povo, cultura e tradição lida com o sonho de um modo particular, há os que não dão a mínima atenção para o assunto. E há aqueles que se dedicam a interpretá-los, numa tentativa de se tornar indivíduos melhores e de viver com mais equilíbrio.
Todavia, por que sonhamos? A resposta continua emblemática. Talvez, entre as muitas variáveis, está a regulação de emoções e fatores aos quais damos importância, minimizando os sentimentos tensos. Nossos processos de pensamento trabalham 24 horas por dia e a atividade da mente não é interrompida quando dormimos (o sonho toma entre 20% e 25% do sono). No transcorrer do sono, são selecionadas quais informações guardaremos na memória de longo prazo e o que será descartado. Aparentemente, os critérios de seleção estão baseados em valores emocionais para a autopercepção, nossa ideia de quem somos e quem desejamos nos tornar.
Para os pesquisadores, aplicar na vida real o que acontece quando se está dormindo depende do entendimento sobre os próprios sonhos. Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo acreditar que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. Essa linguagem não tem nada a ver com dicionários de simbologia, daqueles que associam sonhar que perdeu um dente com a morte de um conhecido e que uma cobra é sinônimo de traição. Esse entendimento é pessoal, baseado em um sistema de códigos individual, formado pelas experiências de vida de cada um. Aí cabe-nos analisar os medos, desejos, decepções e tentar adaptá-los ao que sonhamos na noite passada.
Devemos registrar com naturalidade os sonhos que possam surgir durante o descanso físico, sem preocupar-nos aflitivamente com quaisquer fatos ou ideias que se reportem a eles. Segundo André Luiz, precisamos aprender a extrair sempre os objetivos edificantes entrevisto em sonho. Devemos fugir das interpretações supersticiosas que pretendam correlacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos mundanos, gastando preciosos recursos e oportunidades na existência em preocupação viciosa e fútil.
Kardec perguntou aos espíritos se podem duas pessoas que se conhecem visitar-se durante o sono e os Benfeitores explicaram: que pode ocorrer o fato e muitos que julgam não se conhecerem costumam reunir-se e falar-se. Podemos ter, sem que suspeitemos, amigos em outro país. É tão habitual o fato de irmos encontrar-nos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conhecemos e que nos podem ser úteis, que quase todas as noites fazemos essas visitas. Mas, é de bom alvitre termos cautela com os sonhos com pessoas encarnadas pois, conquanto o fenômeno seja real, a sua autenticidade é bastante rara. Por isso, não podemos nos escravizar aos sonhos de que lembremos, embora possamos admitir os diversos tipos de sonhos, sabendo, porém, que a grande maioria deles se origina de reflexos psicológicos ou de transformações relativas ao próprio campo orgânico.

Jorge Hessen. (http://jorgehessen.net)

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Educação além da sala de aula, formação para a vida



Atividades extracurriculares são fundamentais para o desenvolvimento de habilidades em crianças.
Foi-se o tempo em que oferecer aulas era tudo que competia às escolas. Esporte, arte e cultura, definitivamente, deixaram de ser apenas opções para o lazer ou para preencher o tempo livre. Oferecidas pelas instituições de forma extracurricular, essas atividades têm sido cada vez mais importantes para o desenvolvimento de habilidades em crianças e adolescentes.

Para Maria Fernanda Suss, pedagoga e orientadora educacional do Colégio Positivo, a principal função das atividades é desenvolver diferentes habilidades e oportunizar vivências diferenciadas. "O esporte e a cultura têm um peso muito forte no desenvolvimento e trazem benefícios físicos, psicológicos e relacionais bastante grandes", explica a professora.


Os benefícios são sentidos também em sala de aula, com alunos mais atentos e sensibilizados com o outro, resultado do convívio em grupo. A pedagoga explica que, em geral, as atividades criam novas relações entre alunos, reforçam o aprendizado em sala de aula e vice-versa.


Além disso, com a opção pela atividade mais adequada, crianças tímidas podem desenvolver melhor suas habilidades de comunicação, tornando-se mais extrovertidas, e as agitadas podem se tornar mais calmas e centradas, pois terão nas atividades um meio para canalizar suas energias.


A escolha da atividade


O professor Zair Candido Netto, supervisor de Esportes e Cultura do mesmo colégio, diz que "é fundamental que os pais considerem o gosto da criança". Ele ainda orienta a família para que seja desenvolvido nos filhos o senso de responsabilidade, para que eles continuem as atividades após a matrícula.


"É normal que, no começo, a criança deseje trocar de modalidade. Ela precisa conhecer as diferentes opções para se identificar com alguma e ser estimulada. Porém, é importante que permaneça de quatro a seis meses em uma mesma atividade e que os pais a conscientizem sobre o investimento que está sendo feito", esclarece o professor.


Por Redação Administradores
www.administradores.com.br

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Deputados mais caros do mundo...



Tai um assunto que poderia ser classificado como mais novela brasileira, de final feliz apenas para os atores e de uma tristeza profunda para seus telespectadores. Os congressistas brasileiros são os mais caros do mundo. Muitos, de graça, já seriam muito caros.

Na iniciativa privada, qualquer remuneração salarial tem contraponto no resultado trazido pelos assalariados. Do trabalho do Congresso Nacional, a qualidade da educação, do atendimento na saúde e na área de segurança, principais atribuições ou serviços da Administração Pública, trazem sofrimento e geram angústia em todos.

Só para relembrar, num recente índice do Programa Internacional de Avaliação de Alunos- PISA o Brasil obteve a 54ª posição dentre 63 países pesquisados. Só 9 países apresentaram índice de aprendizado inferior. Na saúde, a jovem Stephanie Teixeira tomou vaselina em lugar de soro no hospital particular São Luiz Gonzaga, localizado na Zona Norte da mais desenvolvida cidade do país. Na Zona Sul da mesma cidade, o garoto Luiz Otávio foi internado no hospital público municipal M’boi Mirin para operar de fimose e saiu com três diferentes cirurgias, menos a de fimose. Retiraram até as amígdalas. E sobre a segurança pública, os assaltos a joalherias, a bancos e a carros-fortes dispensam comentários sobre violência em setores menos protegidos.

Esses são parcos exemplos de acontecimentos extremos de uma vastidão e até rotina de outros tão graves, mas que não chegam ao conhecimento público. Essas funções essenciais parecem nem ser de responsabilidade dos congressistas. Pudera; seus filhos e familiares passam ao largo das escolas públicas, onde deveriam ser obrigados a estudar, mesmo como simbologia; não conhecem hospitais públicos, a não ser os de referência, e andam em carros blindados e cercados por seguranças.

Com serviços dessa magnitude, esse Estado é o mesmo que paga mais aos seus representantes do que Estados Unidos, Japão, Inglaterra e todos os demais. Por cima, com seus gracejos habituais, o presidente Lula, ao invés de condenar, enaltece. Ninguém incorpora tão bem a fase de Joãozinho Trinta mais do que Lula, de que pobre gosta de luxo; quem gosta de miséria é intelectual.

Especificamente nas Casas, episódios graves foram constantes. Venda irregular da quota de passagens aéreas, fraudes na verba indenizatória, atos secretos para nomear parentes e afilhados políticos, além das recentes emendas para entidades-fantasma.

Quanto à cobertura da imprensa, tem-se que aguardar o programa humorístico CQC, Custe o Que Custar, da TV Bandeirantes, botar os parlamentares para correr. Poucos veículos de mídia ou de comunicação buscou resposta deles para esse auto-presente de fim de ano, que beira o escárnio junto à opinião pública.

Nem se fale da passividade de todos nós. Também não se tem uma noção exata do que fazer, embora seja relevante repudiar de alguma forma. Passar e-mail e telegramas, encaminhar cartas e efetuar telefonemas, mesmo que não passem dos auxiliares de limpeza dos gabinetes. E os famosos órgãos representantes do povo parecem não existir nessa hora. Ninguém conhece a posição da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB, da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, da União Nacional dos Estudantes-UNE, das federações da indústria e de comércio, e de tantas outras.

Precisa-se dar um basta nessa inversa correlação de quanto mais pobre o país mais regalias e mordomias têm seus políticos. A qualquer custo, diga-se. Um dia nós acordaremos e colocaremos rédea nesses congressistas a fim de convencê-los a atuarem como representantes do povo. Bastante desqualificados, mas somente empregados. Enquanto a sociedade brasileira continua inerte, o Brasil continuará campeão do mundo apenas naquilo que vai para o ralo. E com os congressistas mais caros do mundo.


Por Pedro Cardoso da Costa - Bacharel em Direito, funcionário da Justiça Eleitoral. Mantém uma biblioteca comunitária em sua cidade natal, com página no orkut "Biblioteca Comunitária Raso. - e-mail: pcardosodacosta@yahoo.com.br

Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida...


Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz enorme, no qual estava escrito:

"Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida na Empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes".

No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava atrapalhando sua vida e bloqueando seu crescimento na empresa. A agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:

- Quem será que estava atrapalhando o meu progresso ?
- Ainda bem que esse infeliz morreu !

Um a um, os funcionários, agitados, se aproximavam do caixão, olhavam pelo visor do caixão a fim de reconhecer o defunto, engoliam em seco e saiam de cabeça abaixada, sem nada falar uns com os outros. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e dirigiam-se para suas salas. Todos, muito curiosos mantinham-se na fila até chegar a sua vez de verificar quem estava no caixão e que tinha atrapalhado tanto a cada um deles.

A pergunta ecoava na mente de todos: "Quem está nesse caixão"?

No visor do caixão havia um espelho e cada um via a si mesmo... Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: Você mesmo! Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida. Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida. Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo. "Sua vida não muda quando seu chefe muda, quando sua empresa muda, quando seus pais mudam, quando seu(sua namorado(a) muda. Sua vida muda...quando você muda! Você é o único responsável por ela."

O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos e seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando "você muda".

LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO.

Entendeu como ocorre a maioria da mudanças que esperamos nos outros?

SORRIA!!!


Há momentos em nossa vida que pensamos não ter motivos pra sorrir. E nos blindamos. Ficamos trancados em lugar nenhum. Sem fazer nada. Perdemos oportunidades. Perdemos encontros. Perdemos momentos. Momentos que poderiam, realmente, mudar as nossas vidas pra sempre. Somos ingratos, e tratamos quem nos ama de modo a nos repudiarmos. E esquecemos, que quando recebemos o milagre da vida, recebemos o direito de felicidade, mas não a certeza de que seria fácil ou seria a todo o instante. A vida nos reserva momentos que são únicos, sejam tristes ou alegres, fáceis ou difíceis, prazerosos ou não. A verdade é que são únicos. E o que vai fazer a diferença é o modo como encaramos tais. Se reclamarmos, certamente, serão os piores. Se refletirmos, esquecendo os porquês, e aceitarmos cada momento, como únicos, realmente levaremos pra vida toda. As experiências vem pra nos lapidar. Para nos mostrar caminhos diferentes. Para nos tirar da rotina. Para provar que somos capazes de viver, de sorrir, de superar. Os obstáculos jamais são impossíveis. E o importante é o que eles criam dentro de nós. Por que a felicidade que, incessantemente, buscamos, está guardada dentro de nós. Muitas vezes, num lugar bem fácil de achar. Mas, quando nos trancamos, em lugar nenhum, perdemos a chave. E só a reencontramos quando voltamos a sorrir. Aí descobrimos que o sorriso é a chave, mas volta e meia voltamos a esquecer!


Por. Rondinelly Rosa Guimarães.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

SOBRE JULGAR OS OUTROS...



Todo ser humano desde seu nascimento faz julgamentos, isso é fato. Porém com o passar dos anos esses julgamentos que eram instintivos começam a ser reflexivos, ou seja, sofrem influência de aspectos relativos ao meio em que vive, as práticas culturais e sociais a qual está inserido. Contudo, a partir do momento em que recebe estas influências e as processa a partir de referenciais adquiridos em seu convívio diário, pode acabar recebendo informações tendenciosas que possivelmente possam distorcer a realidade e terminar por aliená-lo, fazendo com que julgue alguns fatos de acordo com o que considera normal dentro de seus referencias ideológicos, sejam eles próprios ou sugestionados. E é a partir daí que nascem os preconceitos, as discriminações e a repulsa ao diferente.

Nos dias de hoje devemos tomar cuidado com nossos julgamentos, com o mundo globalizado, nos chegam milhares de informação ao mesmo tempo, o que nos dá pouco tempo para processá-las, e estabelecer uma posição coerente a respeito delas. Outro ponto ao qual devemos nos cuidar refere-se às informações tendenciosas, que já saem de seu interlocutor visando à concordância de seus receptores. Existe ainda a questão da manipulação da informação, ou seja, órgãos ou pessoas que distorcem a realidade dos fatos, utilizando-se apenas de partículas da informação real para respaldar seu ponto de visto e influenciar outros a fazerem o mesmo.

Também se faz necessário lembrar-se das pessoas que julgam ser melhores que as outras, algo que pode ser considerado mítico, pois não existe e espera-se que nunca existam pessoas melhores que outras, somos iguais, apesar de muitos receberem tratamentos diferenciados, ainda pertencemos à mesma raça, constituídos da mesma matéria e tendo apenas como diferencial nossas capacidades, que ao contrario do que muitos pensam, não nos torna melhor que ninguém.

Assim sendo e na ausência de uma consciência coletiva a respeito da questão julgamento, devemos cada um de nós, policiarmos nossas atitudes para que possamos fazer nossos julgamentos da melhor forma possível, sem nos deixar levar por influências alheias, assim como de manipulações midiáticas que em muito distorcem a realidade. Já nos é incomodo demais saber que nossos julgamentos são sempre impregnados por elementos de nossa vida cotidiana, e que nunca estaremos livres disso, pois como seres humanos que somos, acabamos por ser passiveis de influências do meio em que vivemos sobre nossas atitudes, seja direta ou indiretamente.

By: Rivaldo Yagi

domingo, 26 de dezembro de 2010

PARA LER E PENSAR...



Quem já parou de frente para uma banca de jornal e olhou detalhadamente nos títulos de revistas exibidos sabe que o setor campeão é o de moda. A quantidade de revistas de modas, e comportamento, é impressionante. É um claro sinal de que este mercado é promissor e ativo. Mas o que muitos não sabem é que as revistas vêm perdendo seu posto de principal veículo divulgador da moda. A exemplo do que ocorre nos Estados Unidos, o setor fashion já descobriu o novo filão de divulgação dos seus produtos: a blogosfera. Levantamento realizado pela revista Vogue Paris dá conta de 45 blogs de moda como o novo formador de opinião nesta área, feminina, que movimenta bilhões de dólares por ano aqui no Brasil. Somente a empresa YES, cosméticos, tem parceria e patrocínio com mais de 200 blogueiras, sendo que o principal é o blog www.garotasestupidas.com.br. Este tem algo como 65 mil visitas por dia. Se somarmos a quantidade de visitas, mensais, somente a este blog, o total bate a tiragem de todas as revistas de moda do Brasil. E o mais incrível de tudo isso, as blogueiras são amadoras. Além do blog Garotas Estúpidas, cuja titular é uma jovem pernambucana de 23 anos que vive em Recife, três outras blogueiras desfrutam de sucesso estrondoso na internet com um número de acessos diários variando entre 20 e 50 mil cliques. Joana Argenta tem 14 anos de idade e se inspira em sua congênere americana da mesma idade, Tavi Gevinson. Não vai a shoppings nem a desfile de modas, mas é uma campeã na hora de oferecer dicas de moda, beleza e estilo em seu blog www.poderosasegirlies.blogspot.com. Mora no interior do Rio Grande do Sul, numa cidade chamada São Sepé, de 25 mil habitantes. De lá fala para 40 mil pessoas todos os dias em todo o Brasil. Ainda nessa faixa de público temos a Mariah Bernardes Maia de Araçatuba, interior de São Paulo com o blog www.blogdamariah.com.br. Completa o grupo duas jornalistas de São Paulo, capital, Lelê Saddi do blog www.blogdalelesaddi.glamurama.uol.com.br e a Helô Gomes com o blog www.sanduichedealgodao.com.br.
Estas quatro moças falam para mais de 150 mil pessoas diariamente. Sozinhas, sabe-se lá como, pesquisam, produzem, copiam, desenham, colam e mostram na telinha o que faz o mundo em matéria de moda. O custo de produção é irrisório se comparado a uma página de fotos de uma revista de moda qualquer que venda 20 mil exemplares/mês. Esses blogs estão cheios de anúncios e algumas delas declaram que não aceitam todos que desejam lá anunciar. Considera que é muita responsabilidade fazer indicações de compra e uso e só indica o que usa. Não se pode afirmar que elas tenham um modelo de negócio estruturado e acabado para a internet. Mas pode-se olhar, pesquisar, estudar e ficar de olho nesse exemplo. Até aqui tudo indica que esse será um dos caminhos, do futuro, para os produtos que irão substituir a velha mídia.


Por HILDEBERTO ALELUIA.

POR QUE CRITICAMOS OS OUTROS ?



Por que temos uma tendência a criticar as pessoas que nos cercam? Principalmente em família nos damos o direito de apontar os pontos negativos dos outros. Será que podemos mudar alguém? Principalmente através de críticas e julgamentos?

Ledo engano das pessoas que são críticas, pois acreditam que agindo assim conseguirão, ao longo do tempo, uma melhora nos relacionamentos com seus cônjuges, filhos, familiares e amigos. Só que acontece o contrário: as relações pioram, tornando-se azedas e hostis, pois o criticado tende a ter uma postura defensiva e se firma, cada vez mais, nos comportamentos cuja mudança a crítica pretendia. O relacionamento se torna tenso ao invés de alegre e harmônico e a culpa e o medo começam a reger a relação destas pessoas.

A crítica é comparativa e tem um alto teor de destrutividade, pois esconde algumas mensagens subliminares tais como: "Eu sou melhor do que você", "Você é incapaz", "Você não é digno de amor", "Você não merece", etc. Situada no campo da hostilidade, a crítica não é boa para as relações amorosas, pois, na verdade, o sentimento predominante nessas relações não é amor e sim ciúmes e inveja.

Nas relações próprias dos pessimistas centra-se no negativo, nos defeitos, nas faltas. E a conseqüência é a crítica, o julgamento obsessivo, o controle sobre o comportamento do outro. Nas outras, é a capacidade de privilegiar o lado positivo, a qualidade, os talentos da outra pessoa e, como conseqüência, haverá admiração, entendimento e ajuda no desenvolvimento do outro. É impossível o amor sem admiração!!!

Marido e mulher, pais e filhos, entre amigos, nas relações na empresa, deveriam se ajudar mutuamente no desenvolvimento do potencial de cada um, ao invés de quererem acabar com os defeitos mútuos. A característica fundamental do ser humano é a sua imperfeição e, portanto, sua transitividade. Esses limites permitem o crescimento, a mudança, a procura de níveis cada vez maiores e mais significativos na vida.

Para haver mudanças, primeiro tem que se ter a consciência dos aspectos que atrapalham na direção da felicidade; segundo, desejo verdadeiro de mudar e, finalmente, as ações e atitudes necessárias para a transformação. Qualquer mudança é pessoal, intransferível e inalienável. Em outras palavras "ninguém muda ninguém". A ignorância desse pressuposto é que leva uma pessoa a querer mudar o outro, através de crítica e julgamento. Nada mais pesado e deteriorizante das relações que a crítica. Considerada a inimiga número um dos casamentos, dos familiares, dos amigos, nas empresas, nas escolas e assim por diante.

Para as pessoas que se percebem como críticas existem florais que podem ajudar na transformação anímica dessa atitude. São eles:

Florais de Bach
Holly = sentir-se desligado do amor: ciúmes. inveja, raiva e suspeitas;
Beech = para quem critica as falhas alheias;
Crab Apple = autocrítica, obsessão com as próprias imperfeições;
Pine = autocrítica que inclui reprovar e culpar a si mesmo;
Rock Water = para quem é extremamente duro consigo, com padrões demasiado severos;

Florais da Califórnia (FES)
Filaree = para pessoa difícil de contentar, implicante, "cheia de frescuras", obsessão por problemas insignificantes;
Saguaro = quando a pessoa critica excessivamente as figuras de autoridade devido ao espírito de rebeldia;
Snapdragon = critica e abuso verbal, agressão mal direcionada;

Florais do Deserto
Foothills Paloverde = julgar e criticar a si mesmo e aos outros;
Mala Mujer = relacionamentos "espinhosos", insegurança devido a comportamento errático, o seu próprio e o de outra pessoa;
Strawberry Cactus = levar a vida demasiado a sério, ser excessivamente controlado pela cabeça.
Fórmulas Moontime Harmony e Woman of Wisdom.

"A maneira mais efetiva para se conseguir relações adequadas com qualquer coisa viva é buscar o que há de melhor nela e aí, fazer com que o melhor se manifeste".

J. Allen Boone

Dra. Rita Maria Brudniewski Granato
Psicóloga Clínica e Terapeuta Floral

sábado, 25 de dezembro de 2010

O homem que sabe o que quer



Estamos chegando perto do final de mais um ano, 2010, que com certeza passou muito rápido em nossa vidas. Tenho eu, a impressão que este tempo está ficando cada vez mais rápido, mas na verdade o tempo é o mesmo, a semana tem 168 horas, o dia 24 horas, o minuto 60 segundos, o que realmente está passando com muita rapidez e a ideia a velocidade das coisas está levando a estabelecer a vida na urgência.
O homem precisa saber dar uma parada e fazer uma profunda reflexão de vida, pensar o que é que está tirando o nosso sono, equilíbrio e eficácia.
Será que estamos criando hábitos que nos levam à doenças, desequilíbrio, pessoal e profissional, e ainda financeiro? Será que o homem moderno não sabe mais lidar com as coisas que são importantes para ele.
Bem, pensando nisso, quer compartilhar com vocês um conselho dado por uma pessoa brilhante e que admiro muito e que viveu em uma época toda diferente da nossa, mas que parece que já conhecia a nossa era. Essa pessoa é Napoleon Hill, que escreveu um livro que está sempre comigo, pois me ajuda a cada dia, como a Bíblia, a refletir no que ainda preciso melhorar.
Estamos entrando no ano de 2011, segundo decênio desse século, que parece que foi outro dia, seu inicio, e vai e entra ano e as coisa parecem que não mudam, e aí vem a pergunta: Por que não mudam? Será que é por falta de tempo? Será que o mundo está vivendo numa velocidade que não estou conseguindo acompanhar?
Por isso, quero compartilhar com vocês essa palavras que seguem para que nós possamos refletir sobre a vida e nossa verdadeira vocação e ainda pensar no nosso proposito.
“O homem poderoso é o que desenvolveu, na sua mente, quinze qualidades que vou falar a seguir.
Para conseguir o poder é preciso ter: um objetivo definido; é preciso ter confiança em si próprio para persistir; é preciso ter iniciativa e liderança com que exercitar a confiança em si próprio; é necessário ter imaginação para criar o seu objetivo definido e os planos para a sua transformação em realidade; devemos ter entusiasmo na ação para torná-la mais interessante; devemos exercitar o autocontrole; devemos cultivar o hábito de fazer mais do que a nossa obrigação; devemos adquirir uma personalidade atraente; devemos adquirir o hábito da economia, devemos cultivar o hábito de pensar com exatidão lembrando de que a clareza de pensamento se baseia em fatos e não sobre informações e boatos; é preciso contrair o hábito da concentração dando atenção a apenas um trabalho de cada vez; é preciso praticar sempre a cooperação, lucrar com a experiência das derrotas próprias e alheias; aprender a ser tolerante; e por último, devemos fazer da regra de ouro o alicerce de tudo o que fazemos e que afete a outras pessoas”.
“Para conquistar o triunfo, devemos verificar quais as qualidades que possuímos e procurar adquirir as que nos faltam.
As preces às vezes têm valor, outras vezes não.
Uma prece tem sempre valor quando detrás dela existe uma Fé inabalável. Esta verdade não pode ser negada, embora ninguém seja capaz de explica-la. Tudo o que sabemos é que a prece dará resultado se acreditarmos nisso. Uma prece que não seja a expressão de uma Fé profunda não é mais do que um amontoado de palavras.
Um objetivo definido só pode ser transformado em realidade quando se acredita na sua realização”.
Bem, espero que esta lição de Napoleon Hill, possa nos ajudar a pensar nos próximos anos. Não vamos repetir os mesmos erro, de levar em frente o mar os nossos sonhos, porque ele realmente leva embora, vamos transformar nossos sonhos em realidade.
Acredite nisso!


Por Iussef Zaiden.

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História + Futuro= Homenagem aos nossos Deputados e Senadores



Dizem que olhando para o passado podemos enxergar o futuro. Então demos uma olhada em 2010 para vislumbrar 2011.
A marolinha custou bilhões de reais.
Tiririca foi o deputado mais votado no país.
Houve um grande aumento para os senadores e deputados. O poder judiciário também aumentou seus salários. Prefeitos, vereadores e funcionalismo público fez o mesmo. O salário mínimo aumentou quase 10%.
Garotinho e Maluf foram declarados inocentes.
Estamos em último lugar no ranking da educação junto com Zimbabwe.
600 meliantes conseguiram escapar do cerco das polícias e forças armadas no Complexo do Alemão.
Os aeroportos continuam um caos.
Os sucessos no esporte mais uma vez servem para ocultar a realidade do país. Obrigado à natação, atletismo e ao vôlei.
Escândalos na política, no judiciário. Corrupção nos altos escalões do funcionalismo.
A polícia federal prende e o judiciário solta.
O imposto de renda aperta mais ao contribuinte.
A lei da ficha limpa leva ao impasse o judiciário.
Um juiz libera o ingresso na OAB aos bacharéis.
O ENEM mais uma vez é um fracasso.
A educação fica em um segundo plano, mais uma vez.
A saúde pública cada dia está pior.
Etc., etc., etc.
“A esperança é a última que morre”.
Caro leitor, você lembra mais alguma coisa?
Feliz Ano Novo?

Por Ricardo Irigoyen.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Um Tempo para Jesus


A papainoelização do Natal, na definição de Frei Betto, eclipsou os significados riquíssimos de uma tradição milenar para encher o vazio com farofa, programas bregas de TV e coxas de peru.

Que o Natal foi desvirtuado, até as crianças já perceberam. A cada ano que passa, a singeleza da data, antes rica em detalhes e simbologia, é pisoteada por um turbilhão de obrigações, que arrasta as pessoas para os bancos, os shoppings e supermercados, com listas imensas de coisas a fazer, num périplo de compras e preparativos capaz de exaurir as forças e o dinheiro de qualquer um.

Se o Natal fosse uma pessoa, dir-se-ia que está doente, com estresse, pressão alta e colesterol - além de depressão e mau humor -, frutos da correria, das poucas horas de sono, da procura por vaga no estacionamento, do calor abafado, do excesso de doces e gorduras, dos abusos etílicos - mas, principalmente, da falta de sentido nas coisas, todas elas rasas de motivos e que se encerram em si mesmas.

Um sinal de que o Natal está doente são as reclamações, antes pouco comuns, hoje frequentes. A semana é curta para tudo o que se precisa fazer, dizem os anfitriões da noite, transformados em promotores de eventos, sempre com mil coisas para pensar. Não pode faltar gelo. Não podem faltar guardanapos ou esses objetos comuns mas que sempre desaparecem quando se precisa deles, como saca-rolhas ou pilha para a máquina fotográfica.

Com tanto por fazer, sobra menos tempo para antigos rituais domésticos, que costumavam ser extremamente prazerosos para adultos e mágicos para as crianças, como montar um presépio em família, enquanto se explica quem são os personagens e o que fazem naquele cenário, ou colocar os pingentes na árvore natalina e não esquecer de uma estrela brilhante no alto, que é - ou deveria ser - mais importante que os presentes embaixo dela.
A “papainoelização” do Natal, na definição autoexplicativa do frade dominicano, jornalista e escritor Frei Betto, eclipsou os significados riquíssimos de uma tradição milenar para encher o vazio com farofa, programas bregas de TV e coxas de peru. Despiu a humildade pregada pelo verdadeiro “aniversariante”, dois mil anos atrás, para vestir em seu lugar roupas novas e caras, escolhidas para impressionar parentes e vizinhos. Afugentou a sensação do cósmico e do transcendente para dar a tudo um sentido banal de finitude, simbolizado pelos restos da festa, pelos ossos nos pratos, pelo cansaço e a ressaca do dia seguinte. Abafou os sentimentos e a reflexão com música alta e bebida. E, o pior de tudo, tirou de cena um personagem fascinante, com uma história única entre todos os homens, para colocar o foco em uma “marca” fictícia e sem qualquer conteúdo filosófico.

Jesus Cristo é o personagem histórico mais biografado e analisado de todos os tempos. Dezenas de milhares de livros foram publicados sobre ele. Documentários sempre renovados esquadrinham cada traço de sua personalidade, as passagens de sua vida, seus atos e palavras à luz de novas descobertas e teorias. Vez por outra, o cinema se rende ao magnetismo dessa personalidade incrível, cuja doutrina mudou a história e moldou a cultura ocidental.

É difícil de entender, a não ser pela influência maciça da publicidade sobre a cultura de nossos tempos, como uma referência tão rica e essencial, capaz de abrir as portas para o autoconhecimento e para um contato inteligível com o divino, foi substituída por uma tradição inócua e que, de certa forma, representa justamente o oposto de tudo, pela celebração do consumo e das recompensas materiais.

Ainda dá tempo de fazer uma pausa na loucura das tarefas infindáveis para respirar fundo, pensar e sentir o verdadeiro Natal, sem esquecer de conversar com as crianças sobre a origem dessa tradição e contar a elas quem foi esse homem doce e corajoso chamado Jesus.


Por Frei Betto.

O blog Metendo o Bico deseja aos leitores, amigos e colaboradores um santo Natal e um 2011 repleto de paz, amor, saúde e sucesso. Nosso muito obrigado a todos os que caminharam conosco em 2010, por seu apoio e por sua confiança!

William Sperb Machado Júnior.

Fantasiando Freud



Pesquisadores da origem da psicanálise descobriram recentemente que Sigmund Freud inaugurou a ciência do inconsciente em causa própria. Isso porque na adolescência, Freud sofria um forte processo de rejeição da galera da escola. O recalque de Freud resumia-se ao fato de que em vez de Freud, preferiria que seu sobrenome fosse Freund, cuja tradução é amigo. Freud não era alemão, mas conforme alguns amigos meus, dependendo do sotaque, tudo é alemão. O pai da psicanálise avaliava, que todo o tormento que vivia em sua puberdade resultava daí, ser Freud ao invés de Freund, o que por si só, lhe blindaria contra antipatias gratuitas. Conhecia aquela canção do Roberto que dizia-eu quero ter um milhão de amigos. Mal sabia ele que a turma toda o invejava pela sua capacidade de introspecção e inteligência ímpares, o que lhe permitia durante as aulas, fazer sessões de auto-hipnotismo regressivas, oscilando um medalhão herdado da idish mãe, que o deixava literalmente em alfa, o que era interpretado pelos professores apenas como concentração nas aulas, invariavelmente expositivas.
O sobrenome era uma praga na vida dele. Anos depois quando estudou fora do país de origem, na França, encontrou um motorista de táxi português que se arriava fazendo um trocadilho infame com buffet-froid, fonética igual ao nome da família, o que o levava a surtos histéricos de curta duração, enquanto durasse a corrida. Freud era elegante, tinha sempre um pin com uma pérola espetado no nó da gravata e preferia ser servido à francesa. No entanto, seguindo sua tendência masoquista, Sigmund usava sempre o mesmo motorista de táxi. Tinha até o telefone dele. Acabou fazendo amizade com o português, porque apesar das gozações crueis e implacaveis Freud mantinha com ele uma relação de afeto. Sabia que os portugueses eram saco de pancadas dos brasileiros assim como os poloneses são dos americanos. E se compadecia. Como se compadecia de sua própria incapacidade em construir amizades sólidas. Foi seguindo assim que Freud resolveu experimentar suas teorias nos outros, no que foi muito bem sucedido, diga-se de passagem. Tanto que até hoje é muito comum se ouvir a expressão-nem Freud explica-pra se ter ideia da capacidade de relativizar e racionalizar, que o austríaco tinha em desvendar sonhos e os mistérios da psique.

Por Mauro Blankenheim.(blogdoblanke@sinos.net)

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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A bênção da ignorância


Perceber demais o que acontece ao nosso redor é doloroso. Mais que isso, o percebimento excessivo é infernal. Haveria sofrimento maior que sentir demais, enxergar demais, conhecer demais, receber informações demais de uma vez só? Daí, se a percepção é a salvação dos ignorantes, a ignorância, por sua vez, é o remédio dos que percebem demais. Mas como reconquistar a dessabença se ao notar que estou ignorando algo, automaticamente, estou percebendo de novo? Pois então. Ignorar é mais difícil que perceber.

A ignorância só é pura e válida quando surpreende nossa inconsciência. Quando nos é dada feito uma bênção. Nós próprios não temos o poder de nos presentear com a ignorância. Talvez apenas permiti-la... Enfim. Na maioria das vezes, é mais fácil um ignorante perceber o que foi ignorado que um observador ignorar o que foi observado.
A ignorância dança sem perceber. A percepção observa sem poder dançar. O ignorante pode não possuir a arguteza da observação. Mas um grande observador sempre carregará consigo uma dose de ignorância. Quanto mais percebemos o mundo, mais saudade sentimos da boa e velha ignorância. O percebimento é importante para que possamos observar as coisas, analisá-las. Mas só a ignorância cessa nossa ponderação e a exprime em ato. Percebemos para ponderar. Ignoramos para agir. Nossa atitude tem a espessura da nossa insipiência.
Não há virilidade sem ignorância. Nossa ignorância é o nosso lado animal. Lado que nos vincula ao mundo dos instintos. É o cordão umbilical que nos funde aos estímulos mais primitivos e terrenos. É a nossa ignorância, e não a nossa percepção, que nos religa à vida. A ignorância é a nossa matriz. A base da nossa sanidade. Nosso sedativo, nosso “pé de apoio”, nosso núcleo. Aproximar-se de Deus, por exemplo, é aproximar-se da ignorância, da sucumbência racional. Deus criou a ignorância, o Diabo veio e inventou a razão (não é à toa que Lúcifer é associado à razão). A ignorância absoluta é a morte, o reencontro com Deus.
A ignorância também é despretensiosa (charmosa muitas vezes) e sempre é aconchegante. Ignorar é como voltar para casa. Voltar ao lar. Usamos drogas para ignorar. Queremos dormir o dia inteiro para ignorar. Bebemos, fumamos e tomamos remédios para ignorar, fugir das percepções desagradáveis. Choramos pelo nosso time, rezamos para nossos deuses, fazemos o diabo para nos afastar dos infortúnios dessa realidade indigesta. O homem faz isso desde que o mundo é mundo. Fazemos de tudo para retornar ao agradável Paraíso da Ignorância. As pessoas costumam crucificar a ignorância. Os intelectuais em geral então, sempre condenaram a insciência alheia. Ingratidão deles. Esquecem que ignorante também é aquele que ignora a importância da ignorância.

Por Felipe Ret. eufilipefaria@hotmail.com

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Ser amigo ou estar amigo



Há muito, diz-se que quando conhecemos alguém, depois de certo tempo, já consideramos essa amizade para sempre, e de fato tem que ser para sempre. Porém, antes disso parece que não enxergamos que essa amizade tem que passar primeiro por um processo de estar amigo, este que resulta num diagnóstico onde visitamos o amigo quase todo dia, depoimentos no orkut, telefonemas na madrugada, risadinhas debochadas. Uma maravilha. Melhores amigos já. Mas num dia qualquer uma primeira decepção bate na porta de sua amizade, você e seu “melhor amigo” discutem, mas como isso é normal numa amizade, você pensa que esse sentimento ruim logo, logo passará, porém, só o tempo passa e você percebe que entre vocês se criou uma barreira e aquela amizade maravilhosa vai para o ralo. Você nem faz questão de resgatá-la, pois não admite o erro do outro. Isso é estar amigo, é viver intensamente uma amizade com alguém por algum tempo e, quando Deus nos aplica uma prova para ver se todo esse carinho é verdadeiro, parece que nem se conhecem, pois nem sentem a falta um do outro. Mas caso você sinta a falta do outro, há a necessidade de perdoar e esquecer o que aconteceu, vocês passam para uma próxima fase que eu chamo de ser amigo.

O ser amigo é você brigar, diariamente, com quem você ama por causa de futebol, de um ciúmes bobo, por deixar no vácuo uma conversa no MSN, por causa de uma preguiça, sair bufando, xingando e chegar em casa, telefonar para esta pessoa e convidá-la para ir comer um xis salada e rir da briga de vocês com a boca toda suja de maionese. Ser amigo é inventar de ir ao Carnaval no Cassino à 1h da madrugada, furar o pneu na estrada escura e voltarem para cidade à procura de um borracheiro 24 horas, sendo que um tem que vir a pé. Ser amigo é quando bater a saudade e você telefonar para esta pessoa e quando o celular está desligado, não desistir, e sim ir atrás dela. Ser amigo é passar cola durante a prova, mesmo que esteja escrito “não tenho certeza se é essa” no canto do papelzinho, mas só para dar confiança. É dizer eu te amo sem medo de ser mal interpretado. É dizer não. É dizer sim. Enfim, o melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas sim aquele em que cada um aprende a conviver com o defeito dos outros e admirar suas qualidades. Isso é ser amigo.

Eu, particularmente, muitas vezes, já empaquei e não saí do estar amigo, na qual uma pequena desavença fizesse com que aquela pessoa que eu pensava que era perfeita se tornasse simples para mim mais uma pessoa comum. Mas eu vivo também o ser amigo com muitas pessoas, e amo brigar com elas e saber que nem preciso me preocupar porque sei que no dia seguinte eu estarei rindo com ela e falando “lembra daquela vez ? ”.

“Amizade só se pode considerar verdadeira depois da primeira briga”.

- Dedicado a todos os meus verdadeiros amigos.

Por Douglas Pinheiro Caumo.

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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Síndrome da bateria descarregada...




Você certamente já sofreu deste mal: atingir a metade de um dia de trabalho como se tivesse corrido duas maratonas, o corpo afogado em um esgotamento indescritível. Ou então, ao terminar o serviço, chegar em casa com vontade de escrever “sarcófago” na porta do quarto e submergir em um sono semicomatoso por vários séculos.

Mas os séculos duram pouco mais de 6h. Logo o sol raia, a corrida recomeça e você se flagra com um olhar vazio, conjeturando enquanto contempla o salva-telas do Windows: onde foi parar toda aquela energia que achou ter acumulado no final de semana?

A Síndrome da Bateria Descarregada é mais comum do que se pensa. Além da sensação de fadiga eterna, ela pode incluir dores musculares, dores de cabeça, nervosismo, um certo sentimento de frustração para realizar até mesmo pequenas tarefas e aquela percepção subliminar de inadequação – algo como passar o dia considerando a possibilidade de que um planeta gélido e sem atmosfera poderia ser um ambiente mais favorável para sua sobrevivência do que aqui e agora.

Se você acha que seu dia-a-dia se encaixa na descrição acima, bom, receba minhas boas-vindas ao grupo. Você é outra vítima da síndrome. Mas ter as baterias descarregadas não significa correr para a primeira tomada segurando um par de fios desencapados. Existem maneiras mais simples – e seguras – de repor suas energias até o topo:

1) AUMENTE A INGESTÃO DE MAGNÉSIO: ninguém presta muita atenção nele, mas o magnésio está envolvido em mais de 300 reações bioquímicas essenciais para o bom funcionamento do organismo – incluindo a produção de energia a partir da glicose. Acelga, agrião, alcachofra, alface, alho, avelã, brócolis, cebolinha, centeio, cereais integrais, chicória, coentro, couve, espinafre, farinha de soja, germe de trigo, nozes, repolho, salsa e taioba são excelentes fontes de magnésio.

2) DÊ UMA VOLTA NO QUARTEIRÃO: apesar de parecer um contra-senso, exatamente quando você estiver sentindo a exaustão mais profunda é a melhor hora para dar aquela caminhada. Uma caminhada é algo acessível, fácil de fazer, e não serão precisos treinamentos ou equipamento sofisticados. Pesquisas mostram que o bem-estar produzido por uma caminhada de 10 minutos pode durar várias horas.

3) TIRE UMA SONECA REJUVENESCEDORA: uma inocente soneca de 60 minutos no meio do dia é capaz de reverter o abobamento provocado pelo excesso de informação, facilitando o raciocínio, a memória e o aprendizado. Resultados idênticos valem para boas noites de sono.

4) NÃO PULE REFEIÇÕES: seu cérebro é um consumidor voraz de energia, daí a importância de manter sempre algumas gotas de combustível no tanque. Não saia de casa sem tomar um café da manhã adequado, almoce e jante de modo saudável, e faça pequenos lanches entre as refeições (p.ex.: comendo uma fruta ou uma barrinha de cereais).

5) REDUZA SEU ESTRESSE: o estresse é resultado da ansiedade. Assim como a preocupação e o medo, a ansiedade consume um bocado de energia. Você entrou nesta vida com nada e sairá dela com mais ou menos a mesma coisa. Não dê tanta importância a tudo. Ouça uma música, leia um livro, converse com um amigo pela Internet. Semanalmente, pratique yoga ou meditação ou sexo selvagem ou meditação selvagem durante o sexo com yoga, enfim, o que quer que lhe diminua a tensão. Qualquer atividade sem tendências homicidas, capaz de combater sua ansiedade, repercutirá de modo positivo sobre os níveis de energia.

6) BEBA MAIS ÁGUA E MENOS ÁLCOOL: algumas vezes, uma leve desidratação pode ser suficiente para produzir sintomas de cansaço e letargia. Beba mais água, pelo menos 10 copos todo dia. E evite consumir álcool próximo ao seu horário habitual de dormir.

7) SEJA CAFÉ-COM-LEITE: adicionar um pouquinho de leite desnatado ao seu precioso café é uma dica quente. O leite torna o cafezinho um drinque protéico, oferecendo não apenas uma energia extra, mas também cálcio para os seus ossos.

8) GARANTA O EMPREGO DE SEU CLÍNICO GERAL: confira periodicamente com aquele médico de confiança como anda sua tireóide, seu sangue e seu coração. Você leva seu carro para calibrar os pneus e os cachorros para um banho, não leva? Então tome jeito e dedique pelo menos um décimo desse empenho para cuidar da própria saúde.


por Dr. Alessandro Loiola.

Belas dicas meus amigos. Se os sintomas persistirem, interne-se em um hospício bem longe de sua casa.

Quem são os fortes?



Quando a gente estuda evolução a gente aprende que o ambiente seleciona de forma positiva certas características que ofereçam vantagem ao indivíduo de uma espécie. E que não necessariamente uma espécie é extinta quando outra mais desenvolvida surge, a explicação para isso me parece uma resposta que todo ser humano tendo ciência de sua superioridade diria: "Se fosse assim, só existiriam nós homens!".
Ah! Certo, isso tanto faz... Porque no final das contas todas as teorias de evolução sugerem que os mais "fortes" de uma espécie sobrevivem e os mais "fracos" morrem. É! Parece justo julgar desse jeito.

Trazendo isso para nossas vidas podemos ver que essas explicações fazem sentido. Nós seres humanos já até nos dividimos em castas e depois classes, e se observarmos a classe alta tem expectativa de viva maior que a classe mais miserável.

É nossa realidade! Os mais fortes são os que tem poder, e poder de pobre dura pouco. Pergunta pra algum daqueles meninos do tráfico o que ele pensa em ter na vida dele, a resposta vai ser dinheiro, mas aí quando ele tem dinheiro ele pensa em gastar tudo e só. Acabou. Depois disso ele pode morrer e passar a vez para outro.

Poder de verdade tem mesmo os mais ricos. É só perguntar pra um idoso rico quais são seus planos para o futuro. Se ele te responder escrever um livro pode somar a isso uma viagem de férias e festas. É gente rica não pensa que pode morrer no dia seguinte porque uma bala perdida pode surgir da nossa janela. Gente rica pode morar longe disso e ainda assim ter acesso a tecnologia, pode fazer qualquer tratamento de saúde.
E a característica que de fato define os que vão sobreviver, os "fortes" do inícios do texto: gente rica não depende do governo, gente rica governa o governo!

É verdade ou não é? Comente, participe.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Servir ou servir-se do povo?



Não há dúvida de que a política é necessária na organização da sociedade democrática, o exercício do poder para e pelo povo. Por princípio, o poder emana do povo e deve ser exercido em seu nome. Acabamos de ter as eleições para presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. Tivemos uma campanha, como de costume, de muitas promessas, para conquistar os votos do eleitor.
Pois mal termina a eleição, no final do ano, o Congresso Nacional, aprova, de forma muito rápida, um aumento de 61% de seus próprios salários. Por extensão, aumenta também, de forma exorbitante, o salário do presidente (+ de 149%) e ministros, governadores, secretários, deputados estaduais e vereadores. Um verdadeiro trem da alegria, que beneficia praticamente todos os agentes políticos.
Então, começamos a entender por que se gasta tanto numa campanha eleitoral. Como se viu, mais uma vez, nessa semana, trata-se de um bom negócio. A política deixa de ser um exercício do bem comum, para tornar-se uma atividade profissional. Um exercício, como se viu com esse aumento exagerado, sem ética. Onde ficou o povo no exercício do poder, pois deveria haver uma discussão pública do aumento de seus salários. Advogaram em causa própria.
Os altos salários também beneficiaram os partidos políticos. Sim, porque há um desconto para o fundo do partido. Quanto maior o salário dos agentes políticos, mais dinheiro entra nos cofres dos partidos. Por isso, não se viu dirigente partidário criticando a decisão do Congresso Nacional. Pelo contrário, a gastança durante a campanha eleitoral, agora poderá ser paga.
Entretanto, toda essa conta será paga pelo contribuinte. Quem teve aumentos de 61% em sua atividade empresarial ou nos salários?
Esse fato já é suficiente para demonstrar o verdadeiro assalto aos cofres públicos que representa esse aumento num país onde o gasto público na administração, portanto nos meios, é uma das mais altas do mundo. Para pagar esses altos salários, somadas aos exagerados auxílios parlamentares, deixarão de ser executados serviços públicos. Os tão prometidos serviços públicos de melhoria da educação, saúde, segurança, infraestrutura, etc. Bem, mas se faltar dinheiro, são os congressistas que têm o poder constitucional de aumentar a carga tributária. A receita dessa “ditadura civil” é que não tem limites para aprovar gastos pessoais e depois envia-se a conta ao cidadão.
Onde ficou o poder do povo? Apenas na retórica de um discurso lindo e convincente de campanha.
E, o salário mínimo como ficará? Terá também um aumento de 61%?
Impossível. Não há condições de dar um aumento com esse índice na sustentabilidade de empresas privadas e públicas, bem como nas contas da previdência. Se o aumento não pode ser para todos, então também não deve ser para alguns.
Pois de forma demagógica há poucos anos o Congresso Nacional aprovou um dispositivo de que “de hora em diante, o índice de aumento do salário dos congressista seria igual ao aumento do salário mínimo”(!?). A decisão foi muito saudada pelos grandes meios de comunicação. Na verdade, uma forma de enganar um povo sem visão crítica.
Um aumento de 10% para Congressistas e do salário mínimo não é a mesma coisa. Imaginem o trabalhador e o seu deputado chegarem ao supermercado para gastar um aumento “igualitário” de 10% de cada um. O trabalhador terá disponível um valor 10% sobre um salário de R$510,00. Portanto, gastará R$51,00 a mais. Já o seu deputado federal, poderá gastar os mesmos 10% sobre seu salário de R$26.000,00, ou seja, R$2.600,00. Somente, quando o deputado e seu eleitor chagam com seu carrinho no caixa do supermercado, vemos que 10% é diferente de 10%.
Até quando?


por Elmar Luiz Floss. (elmar@grupofloss.com)

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E a vida continua!!!

AS DIFERENTES GERAÇÕES



É comum que cada geração viva conforme os conceitos pré-estabelecidos pelo mundo que a cerca. São fatores econômicos, sociais, culturais e evolutivos que, somados aos paradigmas existentes em cada família, moldam a identidade das pessoas na sociedade. Dessa forma, é importante que os gestores estejam preparados para uma nova realidade, que envolve a integração entre experiência e inovação, isto é, a união de diferentes gerações no ambiente de trabalho.

Por este motivo, os líderes enfrentam hoje um grande desafio ao direcionar equipes cada vez mais formadas por profissionais de diferentes faixas etárias. Com isso, é importante ressaltar que esse mix poderá trazer ótimos resultados se as distintas competências forem captadas e integradas em prol de um mesmo objetivo. Para tanto, é imprescindível que gestores e executivos fiquem atentos e conheçam muito bem cada membro de sua equipe, com foco na complementaridade.

Para direcionar uma organização multigeracional é preciso, antes de tudo, estabelecer e conhecer os conceitos existentes em cada geração a fim de liderar de forma produtiva e, principalmente, harmônica, os três times existentes no atual mercado de trabalho.

De forma geral, podemos definir os profissionais de acordo com as características abaixo:

• Geração Baby-boomer (nascidos entre 1946-164): compreende as pessoas mais experientes em atuação corporativa. Foram os primeiros que cresceram em frente à televisão e vivenciaram a opressão da Segunda Guerra Mundial. Caracterizam-se por serem preocupados com os ganhos e a produtividade e aceitam com facilidade regras criadas e impostas por grupos anteriores a eles;

• Geração X (nascidos entre nascidos entre 1965-1983): os membros da geração X são autoconfiantes, transitórios nas empresas e tendem a permanecer nas organizações de três a cinco anos, por serem mais apegados aos valores familiares, competentes e com alta capacidade de aprendizagem. Por terem vivenciado o pós-guerra, presenciaram a demissão de adultos das grandes corporações e, com isso, criaram uma incredibilidade na dedicação por uma empresa. Sendo assim, eles preocupam-se com o que realmente importa à eles e tornam-se abertos à questionar a hierarquia;

• Geração Y (nascidos entre 1982-1999): jovens altamente tecnológicos, ousados, acostumados a realização de multitarefas, ambiciosos, despojados e questionadores procuram seu espaço em meio a uma “nova ordem” que está se estruturando: um mercado de trabalho multigeracional, cujas necessidades variam de forma vertiginosa. Esses são os jovens da geração Y que tiveram acesso a todas as inovações e conhecimentos advindos da era tecnológica e cresceram num ambiente privilegiado proporcionado pelos seus antecessores. No entanto, essa nova safra de profissionais encontrou organizações em processo de reestruturação e ainda buscando formas de absorver e melhor usufruir desta nova gama de potencialidades.


Quando exploradas e desenvolvidas as qualidades dessa tríade, as ideias e objetivos das empresas podem ser analisados de pontos de vistas diferenciados. Pessoas de idades diversas dividindo o mesmo local de trabalho tornam possível a troca de experiências, como uma relação existente entre pai e filhos. Se um erro já foi cometido por alguém de maior conhecimento, é muito provável que o colaborador mais novo não irá fazê-lo novamente, pois haverá alguém que bloqueie esta ação.

A contribuição entre gerações pode ser ativada através de estímulos do líder, como, por exemplo, organizar atividades de integração. Essa é uma das maneiras que o gestor pode utilizar para aproximar grupos que antes víamos como diferentes. Isso contribui, entre outros, para o ajuste do planejamento estratégico da empresa e para uma boa visão das tarefas que compõem o campo de ações práticas.

Além disso, é importante identificar os pontos fortes e fracos de cada profissional, de maneira individual, ou seja, não classificar o colaborador diretamente pelo grupo ao qual ele pertence. Para isso, devemos lembrar que, mesmo tendo algumas afirmações gerais, as pessoas mudam e possuem suas próprias personalidades que advêm de experiências pessoais. Lembre-se que cada ser é único e que nunca encontraremos uma pessoa que tenha vivenciado seus conhecimentos. E é a partir destas informações pessoais que qualidades são desenvolvidas. Se o gestor está atento a essas pequenas características existentes em cada colaborador, motivando e ressaltando o que cada um tem de melhor, resultados eficazes serão atingidos gradativamente.

Atualmente, é comum ver empresas que descartam o currículo de um profissional após de analisar dados como idade e experiências profissionais. Mas, eles se esquecem que qualidades não provêm de faixa etária ou tampouco de inúmeras passagens por empregos. Um jovem pode ter coragem, determinação e criatividade necessária para sua companhia, tanto quanto um experiente trabalhador pode ter força de vontade, inteligência e astucia para resolver problemas de imediato e aprender novos processos. As peculiaridades de cada indivíduo devem ser consideradas e, acima de tudo, analisadas. Ao descartar um candidato à vaga existente no seu grupo, por questão de idade ou outra pequena característica, você poderá estar excluindo a chance de desenvolver uma instituição multigeracional, onde competências podem e devem ser mescladas para que qualidades sejam complementadas.

Apesar de características distintas, essas gerações se agregam no ambiente corporativo, assim, a boa mistura de competências será o fator determinante para a obtenção de resultados positivos. Almejar o sucesso de sua organização é desejar que ela cresça gradualmente e se adapte a evolução do mundo. As empresas terão que entender como pode funcionar uma equipe constituída por diferentes gerações. Afinal, não existe nada melhor do que a troca de ideias entre pessoas de diferentes origens e idades, para que as tarefas diárias possam ser executadas de maneira inusitada, inovadora e eficaz.

Por Eduardo Shinyashiki.

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