domingo, 17 de outubro de 2010

Para a maioria dos jovens, não existe balada sem bebida



Pesquisa aponta que consumo do álcool tem começado cada vez mais cedo.

Como se a bebida fosse um “passaporte” para a vida adulta, os jovens, cada vez mais cedo, têm experimentado o sabor do álcool, e esse aumento está chamando a atenção da sociedade. Uma pesquisa realizada pelo Portal Educacional (www.educacional.com.br) confirma os estudos feitos sobre o consumo de álcool entre os jovens no Brasil e no mundo e aponta para a necessidade de se discutir essas questões de uma forma mais séria, mas ao mesmo tempo mais dinâmica. Dos 11.846 jovens que responderam à pesquisa, 7.924 já beberam, e desses, 37% começaram a beber antes dos 13 anos.
A pesquisa contou com a participação de quase 12 mil alunos de 13 a 18 anos, de 96 escolas particulares de várias cidades do Brasil, que responderam anonimamente a um questionário online. Os resultados revelam que alguns grupos podem ter maior predisposição a ter problemas com o consumo de bebida: filhos de pais que nunca viveram juntos, jovens que têm relação ruim ou péssima em casa, famílias em que pai e mãe bebem demais, jovens e famílias que não seguem uma religião, alunos com desempenho péssimo na escola e que faltam demais às aulas.
O álcool é considerado uma droga socialmente aceita, o que dificulta a conscientização do jovem e também a discussão sobre o tema. Encontrar jovens que assumam dependência pelo álcool, ou simplesmente declarar gosto por bebidas alcoólicas é uma tarefa difícil. Em um dos bares da cidade, às 00h de sexta-feira foi difícil encontrar uma mesa em que não tivesse uma bebida alcóolica. Jovens se divertem, dançam, paqueram e curtem a música, sempre com um copo na mão. Indagados sobre o por que do consumo do álcool, dizem que não existe balada sem bebida. Os amigos Danilo Fogaça, 21 anos, Bruno Vieira, 26 e José Augusto Marinho Mauah Filho, o Guto, 22, assumem que bebem porque gostam. Porém, declaram-se conscientes, tanto na quantidade, quanto na frequência. Quando o consumo passa dos limites, o dia seguinte vem acompanhado de ressaca, que segundo Bruno “faz parte”. Os três têm histórico de alcoolismo na família, mas não se consideram alcoólatras e nem tem medo de se tornarem, porém se denominam dependentes. “A partir do momento que você não consegue ir pra uma balada e não beber, isso já é um tipo de dependência”, afirma Guto. Entre as bebidas preferidas estão a cerveja, o uísque e a vodca. “A bebida nos dá uma certa liberdade, nos deixa alegres, soltos, e isso é legal... às vezes estamos cansados, passamos estresse no serviço e a bebida nos faz esquecer um pouco disso”, diz Danilo.
As amigas Nátalin Guvea, 24 anos e Elisa Alves, 29 anos, se caracterizam “eternas apreciadoras de cerveja”, porém, há quatro meses Nátalin não bebe. A explicação é a espera de um bebê, que mudou completamente suas opções no cardápio de bebidas. As amigas, que saíam de três a cinco vezes por semana para tomarem cerveja, agora tomam suco. “Eu nem me lembrava do gosto dos sucos”, afirma a grávida. Nátalin experimentou a bebida pela primeira vez aos 13 anos. Já Elisa foi mais tarde, aos 21 anos. Para elas, não existe nada melhor do que uma mesa de bar para beber e jogar conversa fora. Elisa lembra que já usou a bebida como um tipo de fuga, mas afirma que foi só uma fase. “Hoje sou esclarecida e bem resolvida quanto a isso”, diz.
Quando o assunto é a ressaca, Nátalin dispara: “Elas sempre me lembram como a noite foi boa”. Já Elisa afirma que a ressaca faz você lembrar dos “micos” cometidos por causa da embriaguez. “Ao lembrar dos micos, me divirto e acabo me sentindo pronta pra outra, sem muitos exageros, porque essa promessa é feita sempre, claro!”, emenda ela.
Nátalin ainda comenta sobre a idade, o gosto e o prazer com relação à bebida. “Acho que tudo perde ou ganha importância de acordo com a idade, cada fase da vida tem o seu momento”, conclui.
Segundo a psicóloga Ana Luiza Furio Rosa, a curiosidade natural dos adolescentes ou jovens é um dos fatores de maior influência na experimentação do álcool, como a opinião dos amigos e facilidade para comprar. E suas consequências afetam diretamente a cognição, capacidade de julgamento, humor e as relações interpessoais. Há também diminuição na capacidade de concentração e retenção de informações, prejudicando muitas vezes o desempenho escolar. O uso regular e a eventual dependência do álcool nessa fase pode resultar em deficiências na personalidade futura. Já no corpo humano, o álcool pode provocar, no aparelho digestivo, gastrite, vômitos fáceis, hemorragia gástrica ou intestinal. No aparelho respiratório, causa laringite, bronquite, enfisema pulmonar crônica e falta de ar constante. Causa taquicardia e enfarto do coração. No sistema neurológico vai causar lesão cerebral, perda da coordenação motora, delírios, confusão mental, demência progressiva e inflamação dos neurônios. No fígado, causa a cirrose hepática, que pode levar a pessoa à morte. O excesso de álcool também está frequentemente relacionado com a prática de sexo sem proteção, direção perigosa e envolvimento em situações de violência.

O jovem brasileiro e o álcool

Com menos de 13 anos, 37% já beberam alguma vez; aos 13 anos, 50% já tiveram contato com o álcool; aos 14 anos, 64%; aos 15 anos, 76%; aos 16, 80%; e acima de 16 anos, 84%.
A situação familiar tem uma influência significativa no modo como o jovem se relaciona com o álcool. Entre aqueles cujos pais vivem juntos, 50% consomem apenas uma dose; 25% de duas a três doses; 10% de quatro a cinco doses; e 12% mais do que cinco doses. Nos casos em que um ou os dois pais já morreram, 23% consomem mais do que cinco doses. Já entre os jovens cujos pais nunca viveram juntos, 30% bebem mais do que cinco doses de bebidas alcoólicas.
A qualidade da relação em casa também incide no comportamento dos jovens ao beber. Quem diz ter uma ótima ou boa relação em casa consome menos álcool (56% e 50% param na primeira dose, respectivamente). Já entre quem define a relação em casa como péssima, 56% consomem mais de cinco doses.
Seguir uma religião também faz muita diferença. Entre os jovens que respondem que a religião é fundamental em sua vida, 58% toma somente uma dose e só 10% vai além de cinco doses. Entre aqueles que têm uma religião, mesmo que não a pratiquem, ou têm família que pratica uma religião, 47% e 35% ficam em uma dose e 15% e 25% superam cinco doses, respectivamente.

Como saber se você está viciado em álcool
Quando há necessidade de aumentar a quantidade do álcool para obter o mesmo efeito anterior
Quando consumido para aliviar ou evitar angústias
Quando tiver vontade de parar de consumir ou diminuir, e constatar que não consegue
Quando as atividades sociais, escolares ou recreativas são abandonadas ou reduzidas devido ao uso do álcool

Fonte: pesquisa realizada pelo Portal Educacional - www.educacional.com.br

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2 comentários:

  1. mas bah
    ta cheio de razão
    mas convenhamos
    naum tem nada melhor
    q uma ceva uma mesa de bar
    para jogar a conversa fora
    o problema de tudo é o limites
    q nem todos tem

    bjim guri

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  2. TALVEZ, O QUE REALMENTE ESTEJA FALTANDO É UM POUCO MAIS DE INFORMAÇÃO ,ATRAVÉZ DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO ASSIM,COMO HÁ COM O CIGARRO.
    TALVEZ ,ATÉ NÃO SE CHEGUE A O RESULTADO ESPERADO, MAS VALE A PENA.
    OUTRA COISA,QUE PODERIA HAVER É A ELABORAÇÃO DE LEIS MAIS RÍGIDAS QUANTO A COMERCIALIZAÇÃO DO PRODUTO, ASSIM COMO UMA VIGILANCIA MAIS ALSTERA QUANTO AO CUMPRIMENTO DAS MESMAS.
    INFELIZMENTE ,O QUE MAIS SE VE NAS RUAS SÃO JOVENS SE EMBRIAGANDO.
    AGORA MESMO ONDE MORO, BLUMENAU, ESTÁ ACONTECENDO A OKTOBERFEST, O QUE ANTES ERA VENDIDA COMO A FESTA DA CULTURA ALEMÃ, HOJE É VENDIDA COMO A MAIOR FESTA DA CERVEJA DO BRASIL... UMA PENA, AÍ É ONDE A PROPAGANDA DE ORIENTAÇÃO DEVERIA TRABALHAR.
    FELICIDADES,PAZ E SUCESSSO!

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