terça-feira, 28 de setembro de 2010

Muita calma nessa hora!!!



Não é de hoje e nem será a última vez que este estado elétrico que envolve e conduz o processo eleitoral acontece (a ponto de provocar curto-circuito no Supremo). Todas as eleições – anteriores e futuras – foram e serão assim. E note que não estou fazendo nenhum “ajuste” de redação para “melhorar” tempo verbal: para mim, o passado é passado e o futuro é futuro. Muito menos, pretendo que tempos distintos signifiquem a mesma coisa materialmente – a minha miopia linguística e lógica não chega a tanto, mas reconheço que na ótica política tudo é possível, devo admitir em nome da sinceridade. As regras políticas fogem de tudo, inclusive (ou sobretudo?) do bom senso. Apesar de que, se existisse, pelo menos, um sensozinho normal já estaria de ótimo tamanho: no caso em tela – eleições 2010 – e do jeito que as coisas estão caminhando, bom senso seria até um luxo a mais. Nem passa pela minha cabeça pedir tanto. Estou farto de saber que juízo e bom senso em política é manga de colete e não sei se viverei para ver algum.
Está coroada de êxito a confusão. Ao se declarar em situação de impasse, o Supremo Tribunal Federal, o guarda da Constituição, foi além do que pode imaginar a vã filosofia. Embora cheios de não me toques para não ferirem o Legislativo os ministros – ninguém me contou, vi durante 11 horas, pois fiquei colado na tela do meu televisor para extrair de suas excelências as mais diversas reações –, anunciaram o que sempre me perturba e inquieta: a lei, seja ela qual for e em qualquer tempo, jamais deveria ou deve atentar contra a segurança que ela mesma tem a responsabilidade de garantir. Precisamente o que vem acontecendo. Lei malfeita, direito capenga. Aí não há imparcialidade que resista.
A questão da Ficha Limpa sujou tudo. E me pergunto (agradeço se ninguém me responder, porque tenho a minha própria resposta, depois de tantos anos dentro do ambiente): será que no meio dos que querem a Ficha Limpa – não me refiro aos inocentes que assinaram o projeto – não há quem quisesse que ela chegasse aonde chegou, toda contaminada de dúvidas para impedir a sua aplicação? Numa situação tal, a segurança jurídica, primeiro apoio da justiça, estaria preservada como princípio?
Calma, gente, a coisa só está começando; mas tem um jeito: enquanto o “seu lobo não vem”... o melhor é votar diretamente dia 3 de outubro, o que amansa um pouco a dúvida de inconsticionalidade formal da Lei da Ficha Limpa, primeiro questionamento levantado pelo ministro Cezar Peluso, simplesmente presidente do STF. Para mim, vício de origem legislativa não é um pecadinho venial qualquer (e nada de data venia). Mas, não se preocupe comigo, não, porque apenas imito Cícero quando denunciou a conspiração armada em Roma por Catilina.

Iram Saraiva.

E agora José??? deixe seu recado!

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