quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Feirões do aborto no Brasil



Pesquisa, conduzida pela Universidade de Brasília, demonstra que ultrapassa cinco milhões o número de mulheres brasileiras que já abortaram. Segundo a antropóloga e professora da UnB, Débora Diniz, uma mulher em cada cinco, aos 40 anos, fez aborto. Os dados confirmam que 5 milhões e 300 mil mulheres em algum momento da vida, já fizeram aborto. Isso é fato constatado. Como resolver a questão?
As clínicas clandestinas existem e são verdadeiros feirões do aborto. Seus proprietários estão milionários. Não é para menos; chegam a cobrar R$ 800,00 para uma curetagem, R$ 1.200,00 para a sucção e R$ 1.800,00 para destroçarem o bebê através do vácuo. Especialistas afirmam que as vítimas de complicações de aborto nessas clínicas acabam tendo que ser socorridas pelo sistema de saúde público.
Uma pesquisa do Instituto do Coração da Universidade de São Paulo levantou um número espantoso. Entre 1995 e 2007, a curetagem, depois do procedimento de aborto, foi a cirurgia mais realizada pelo SUS: 3,1 milhões de registros, contra 1,8 milhão de cirurgias de correção de hérnia.
O que isso significa? Um tremendo impacto na saúde pública brasileira. Não há legislação humana que identifique de imediato o ignóbil infanticídio, nos redutos familiares ou na bruma da noite, e aos que mergulham na torpeza do aborto. Quem é essa mulher que faz aborto? Ela é a mulher típica brasileira. Não há nada de particular na mulher que faz aborto, explica Débora Diniz. Por essas e outras que o Brasil é o campeão mundial da prática abortista.
A taxa de interrupção de gravidez supera a taxa de nascimento. Esta situação fez surgir no País grupos dispostos a legalizar o aborto, torná-lo fácil, acessível, higiênico, juridicamente “correto”. Ainda que isso viesse ocorrer, jamais esqueçamos que o aborto ilegal ou legalizado sempre será um crime perante às Leis de Divinas! Mas, o Jornal Folha de São Paulo, de 07/10/2007, afirma que o Instituto de Pesquisa Datafolha constatou que, nos últimos anos, o número de brasileiros, que acham a prática do aborto "muito grave", aumentou de 61%, para 71% e que, atualmente, apenas 3% dos brasileiros consideram o aborto moralmente aceitável.
Os arautos do aborto evocam as péssimas condições em que são realizados os procedimentos clandestinos. Porém, em que pese a sua veracidade, não nos enganemos, acreditando que o aborto oficial irá resolver a questão do aborto criminoso. Ao contrário, aumentará muito! Ele continuará a ser praticado escondido e não controlado, pois a clandestinidade é cúmplice do anonimato e não exige explicações. Descriminalizar o aborto, sob quaisquer circunstâncias, será um expressivo marco de estagnação espiritual na história da sociedade brasileira.
Outra questão gravíssima, na legalização do aborto, é a seguinte: estariam todos os obstetras disponíveis à prática abortiva? Seria possível, no âmbito da ética médica, conciliar uma medicina que propõe valorizar a vida com uma medicina que mata? Não nos enganemos, a medicina que executa o aborto nos países que já legalizaram o assassinato do bebê no ventre materno é uma medicina criminosa. Não há lei humana que atenue essa situação ante a Lei de Deus.
Chico Xavier advertiu, admitimos seja suficiente breve meditação, em torno do aborto delituoso, para reconhecermos nele um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis na patologia da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões.
No caso de violência sexual (estupro), quando a mulher engravida e não se sinta com estrutura psicológica para criar o filho. Cremos que a legislação deveria facilitar e estimular a adoção da criança nascida nessas circunstâncias, ao invés de promover a sua morte legal. O espiritismo, considerando o lado transcendente das situações humanas, estimula a mãe (violentada) a levar adiante a gravidez e até mesmo a criação daquele filho, superando o trauma do estupro, porque aquele espírito reencarnante terá, possivelmente um compromisso passado com a genitora.
Se muitos tribunais do mundo condenam, em sua maioria, a prática do aborto, as Leis Divinas, por seu turno, atuam inflexivelmente sobre os que alucinadamente o provocam. Fixam essas leis no tribunal das próprias consciências culpadas, tenebrosos processos de resgate que podem conduzir ao câncer e à loucura, agora ou mais tarde. Óbvio que não estamos lançando condenação àqueles que estão perdidos no corredor escuro do erro já consumado, até para que não caiam na vala profunda do desalento. E expressamos ideias, cujo escopo é iluminá-los com o farol do esclarecimento, para que enxerguem mais adiante, optando por trabalhar em prol dos necessitados e, sobretudo, numa demonstração inconteste de amor ao próximo, adotando filhos rejeitados que, atualmente, amontoam-se nos orfanatos. Para quem já errou, convém lembrar o seguinte: errar é aprender, mas, ao invés de se fixarem no remorso, precisam aproveitar a experiência, como uma boa oportunidade para discernimento futuro. A Lei de Causa e Efeito não é uma estrada de mão única. É uma lei que admite reparações, que oferece oportunidades ilimitadas, para que todos possam expiar seus enganos.

Jorge Hessen. (http://jorgehessen.net)

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3 comentários:

  1. Caro amigo William, é uma pena que ainda aconteçam tantos casos de aborto, e o pior está aumentando... com tantas maneiras de se evitar a gravidez, tantos métodos eficientes... mesmo assim deixam acontecer para depois cometerem o crime contra a vida... talvez porque quase nunca é punido por falta de provas... Parabéns pela postagem! Abraços e muita paz!!!

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  2. Olá William!
    Achei seu post muito importante por nos trazer a visão humanitária e espiritualista de Chico Xavier, um exemplo de propagador da bondade, e de uma religião que costuma apoiar o ser humano, não sendo tão preconceituosa e interesseira como muitas outras...
    Eu mesma, quando fui levada por meu marido a meu médico para "pedir p/ fazer" um aborto,não fiz, porque pensava que devíamos ter evitado "antes" e sermos responsáveis "depois", e por uma conversa respeitosa que tive com Deus. Acho até que meu marido sentiu-se traído, porque me senti muito só durante a gestação e depois dela, mas, com o tempo,tudo passou. Só que, eu não julgo outras mulheres que fazem o aborto não! E se fosse legalizado,deveria ser para casos de estupro sim, pois não se esqueça que é um tormento para a mãe, que muitas vezes é ainda uma menina, e para a criança que já sente no útero a angústia e depressão que a aconchega, ao invés do amor!Muitas outras crianças, já nascem drogadas e vivem num ambiente totalmente nocivo, onde a violência contra sua mãe e ela continuam.Colocar a mulher como uma criminosa neste caso de estupro é desviar a atenção do verdadeiro culpado, não será?
    A mulher não pode ser "forçada", nem com boas palavras, a fazer de conta que superou ou não sofreu esta agressão!
    Falar em adoção é algo delicado, pois muitas crianças são mal tratadas nos orfanatos, nas ruas, ou vendidas como objetos, exatamente porque não há condições de o governo e a sociedade cuidar de todas as que nascem e vivem sem nenhum amor.Outras são usadas como mercadorias por pedófilos! Se não se cometerem este "crime" de abortar os filhos de estupros, cometerão outros contra as mesmas crianças, e elas depois, contra a sociedade. Claro que deveria haver critérios. É mesmo um caso delicado, que deveria ser tratado por vários ângulos, com apoio de um governo responsável, com creches,tratamento e educação dignos para as mães e filhos, com apoio dos hospitais,médicos, da sociedade em geral, inclusive para não deixar impunes os que usam crianças e mulheres para seus desejos abusivos(pedofilia, etc..).
    Que fique claro que não estou falando que deveríamos descriminalizar o aborto, sem que houvesse outros apoios paralelos, inclusive para evitar gravidez irresponsáveis, mas penso sim, que em caso de estupro, seria plenamente justificável. Afinal, a "mulher" grávida pode ser uma garotinha como eu fui, que já fiquei menstruada aos 10 anos!! Já foi difícil ser mãe de 3, a partir dos 22 anos, sem ajuda, nem apoio, imagine com menor idade!!E eu amei meus filhos desde a gestação! Em caso de estupro, é a "mulher" a vítima de um crime,não a criminosa, e Deus, na minha opinião, não faria dela um objeto mas a tomaria em seus braços...
    Nenhuma mulher vai ficar fazendo aborto toda hora porque será mais seguro.Não é assim nos paises que isto é permitido! O resto, na minha opinião, deveria ser julgado e cuidado por Deus.
    Mas compreendo que é apenas a minha opinião. Só acho que as filosofias religiosas deveriam falar mais também dos que provocaram antes a necessidade de se fazer o aborto - não ouço o mundo discutir, com a mesma ênfase, sôbre os estupradores. Por que? Estarei errada em querer 1 peso e a mesma medida?
    Se um mentor espiritual puder orientar com amor a uma mulher ou menina estuprada, e ela se convencer de que tem nas mãos a missão sublime de amar este filho, e sentir-se capaz e apoiada fisica, emocional e financeiramente para isto,sem a ameaça do castigo de Deus, mas por escolha após reflexão... então o espiritualista estaria, na minha opinião ,fazendo seu inspirado papel.
    Abraço,
    Vera.

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  3. Bom, ainda torço para que um dia essa realidade mude, afinal é tão simples se prevenir, assim como seria tão simples que os ''profissionais'' envolvidos atrás destes crimes seguissem a palavra-mãe: ética .

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