sábado, 24 de julho de 2010

Peguem que o lixo é de vocês



Novamente os noticiários trazem notícias sobre o vazamento de petróleo na Golfo de México. E novamente nos lembram que se trata do pior desastre ambiental dos Estados Unidos.
E eu percebo que ainda estamos muito longe de enxergar todas as implicações, e relação de causa e efeito, de cada uma de nossas ações aqui, nesse planeta.
Nosso presidente critica a empresa responsável pelo desastre, mas com tom de superioridade, querendo apenas convencer a todos, que no Brasil isso não acontece. Nenhuma preocupação com as consequências que nos também sofreremos.
É assim quando discutimos a “soberania nacional”, quando se trata de afirmar ser nossa a Amazônia. É só um tipo de reserva de área produtiva.
Da mesma forma criticamos quando soldados, ou terroristas ateiam fogo em poços de petróleo no Oriente Médio. Mas criticamos, quase sempre, apenas pelas questões econômicas e por, eventualmente, isso atingir alguns civis inocentes.
Sim, nos condenamos ações agressivas ao meio ambiente, cometidas por outros países, mas é uma crítica meio que “massificada e vazia”. Coisa de moda. Sabe como é, né? O que buscamos com boa parte de nossas críticas é mostrar nossa “maturidade” quanto às questões ambientais.
No entanto ainda não conseguimos compreender que somos todos passageiros de um mesmo torrão, que se desloca em alta velocidade pelo espaço, dando voltas em torno do Sol, enquanto gira feito um peão (ou uma bailarina), como parte de um criativo carrossel (pausa para me divertir com o que minha mente ainda possui do “Pequeno” Bobby, aquele do fantástico mundo, lembra?).
Se o motor enguiçar, ficaremos todos à deriva, e não apenas os americanos, ou os ingleses da BP. E se essa esfera capotar, todos seremos esmagados (Ah esse Bobby hoje está bem acordado em mim...).
Não sou contrário aos arranjos políticos, como os Estados com governos e leis que foram elaboradas para satisfazer grupos de pessoas ligadas por laços culturais e geográficos. Não gosto de idéias imperialistas, sejam quais forem os pretensos impérios e imperadores.
Mas a garantia da independência e soberania, não pode servir de pretensão para que cada nação não considere as “externalidades” de seus atos (estou falando, principalmente sobre coisas não-econômicas). Ou será que se, um filho seu resolver espalhar amônia, chorume e outras porcarias fedorentas, no quarto, e apenas no quarto dele, o restante da família ficaria passiva. Com algumas críticas talvez, mas apenas observando. Afinal, o quarto é dele.
Creio que não, certo? Com o planeta deve ser a mesma coisa. Afinal, todos nós vivemos nessa única casa. Não temos outra, para onde nos mudar, quando aqui ficar inabitável. Precisamos compreender e aceitar isso.
A Amazônia é sim, nossa. Mas não somos os únicos que dependemos dela (veja que usei o verbo depender). Mas todos que vivemos na Terra (por favor, inclua em sua definição mental de todos não só os humanos, mas todas as formas de vida, ta bom!).
Da mesma forma, o vazamento de petróleo está acontecendo em águas americanas, na plataforma de uma empresa inglesa. Mas o desastre afeta todos nós. É então um desastre ecológico do planeta, não dos EUA.
Que a Terra não revide nossa falta de jeito, com a dureza que merecemos!

Nazareno de Sousa Santos. (www.deriva-pi.blogspot.com)

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2 comentários:

  1. guri pode ter certeza q este lixo é tão nosso
    quanto deles,e afeta todos nos certamente
    bjim

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  2. Willian,o ser humano vai pagar e já esta pagando muito caro por todas as agressões que faz e fez a natureza sofrer.O vazamento de petróleo no Golfo do México é responsabilidade de todos.
    bjos

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