sexta-feira, 11 de junho de 2010

Tristeza não é doença psiquiátrica







A Organização Mundial da Saúde prevê que a depressão será a doença mais comum do mundo daqui a 20 anos. Atualmente, 121 milhões de pessoas sofrem da doença. Porém, para o médico Miguel Chalub, há um certo exagero nesses números. Ele defende que tanto os pacientes quanto os médicos estão confundindo tristeza com depressão.
Chalub, psiquiatra e uma das maiores autoridades brasileiras em depressão, afirma que, atualmente, qualquer tristeza é tratada como doença psiquiátrica. Muitos médicos se rendem aos laboratórios farmacêuticos e indicam antidepressivos sem necessidade, exceto os psiquiatras que são os que menos receitam antidepressivos, porque estão mais preparados para reconhecer as diferenças entre a “tristeza normal” e a patológica, segundo Chalub.
Não se pode mais ficar entediado, aborrecido, chateado, porque isso é imediatamente transformado em depressão, afirma Chalub. É transformar um sentimento normal, que todos nós devemos ter, dependendo das situações, numa entidade patológica. Para Chalub o que diferencia a “tristeza normal”da patológica é a intensidade. A tristeza patológica é muito mais intensa. Na “tristeza normal”, pode acontecer isso por um ou dois dias, mas, depois, passa. Na patológica, fica nas entranhas, informa Chalub.
Muitos aflitos costumam recorrer aos tranquilizantes e se debatem aflitivamente para que a angústia não alcance a vida cotidiana. É comum nos extasiarmos ante a beleza das estrelas do firmamento, em pedidos ao Criador, a fim de que a tristeza não nos abata e nem nos alcance a caminhada, ou, ainda para que os sofrimentos desviem para outros rumos. Contudo, a realidade das provas e expiações ante os estatutos de Deus chega inexorável.
Ante os ventos impetuosos dos açoites emocionais, nos sentimos vencidos e solitários. Mas, em realidade, o que parece infelicidade ou derrota pode significar intercessão providencial de Deus, sem necessidade, portanto, do uso de tranquilizantes para aliviar a dor. Em muitos momentos da existência, quando choramos lágrimas de angústias, os Benfeitores se rejubilam de “lá”, da mesma forma em que os pomicultores de “cá” descansam, serenos, após o labor do campo bem podado. A vida é assim!
Essas lágrimas asfixiantes, muitas vezes representam para nós alegrias nas dimensões superiores da vida espiritual. Evidentemente nossos protetores do além não folgam porque estejamos em padecimentos atrozes, mas eles sabem exatamente que tal situação sinaliza possibilidades renovadoras no buril do nosso crescimento espiritual.
Considerando a imagem figurada do campo, recordemos que para toda área de cultivo deve haver o tempo de arroteamento, limpeza e de ceifa necessários. Quando nos encontramos em estado de profunda tristeza, resultante de deslizes que cometemos impensadamente, ante a Lei de Ação e Reação, é natural que soframos os ressaibos amargosos da angústia que amontoamos sobre o coração e o cérebro. Todavia, quando os grandes obstáculos e dores na luta diária nos surpreenderem o espírito, em situações que independem de nossa responsabilidade direta, nesta hora a angústia íntima que nos chega nos projeta para escalas superiores de evolução, se suportada com coragem e determinação, alegrando nossos amigos espirituais que se esmeram por nos amparar 24 horas por dia, pois ele veem o nosso esforço em superar com bom ânimo estes momentos angustiantes.


Jorge Hessen.

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3 comentários:

  1. muito comovente teu post Willian,,,
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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. É isso...hoje em dia, bastou vc dizer que está triste e o médico lá vem com um antidepressivo qq, te tratando como se vc estivesse doente. Mas, como eu costumo dizer, doente eu estaria se passasse por determinadas situações e não sentisse tristeza!
    Gostei da matéria.

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