domingo, 23 de maio de 2010

Unidos contra o trabalho infantil



A crise financeira que se instalou no mundo provocou acentuada desaceleração econômica às nações. O Brasil, país emergente e inserido no contexto global, sentiu também os reflexos e a mão de obra sofreu as conseqüências danosas.
O mundo infantil nesta hora é desumanamente utilizado por se constituir numa mão de obra barata. Este comportamento, além do mais, agrava um quadro já difícil. A criança afinal tem que estar na escola. De preferência em tempo integral. Criança ociosa está exposta a outros riscos, entre os quais o uso de drogas.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) acaba de reunir-se em Haia e apresenta um relatório mais atualizado dos esforços da instituição para eliminar as piores formas de trabalho infantil.
A OIT lembra em seu esperado relatório que o mundo sofreu o impacto da crise financeira, iniciada pelos Estados Unidos ainda no governo Bush. A luta contra o trabalho infantil, nesta condição, “perdeu força”.
A recente reunião na capital da Holanda teve o objetivo de “revitalizar” a campanha mundial para remover esta prática do planeta.
Pelo Relatório Global, o número mundial de crianças trabalhando caiu de 222 milhões para 215 milhões. Ainda assim, número elevado, pois para efeito de comparação, é mais que toda a população brasileira.
O documento traz uma preocupação a mais: a de que a crise mundial freie os avanços contra a eliminação das piores formas de trabalho infantil até 2016.
Para o diretor geral da OIT, Juan Somavia, “a desaceleração econômica não pode converter-se em uma desculpa para cercear a ambição e cair na inatividade. Ao contrário, nos oferece a oportunidade de implementar as medidas políticas que as pessoas, a recuperação econômica e o desenvolvimento sustentável demandam”.
Os resultados do novo relatório contrastam com a avaliação feita em 2006, que apresentava um panorama alentador. Segundo as autoridades da OIT, o relatório atual mostra um progresso “desigual” em direção ao objetivo de eliminar as piores formas de trabalho infantil até 2016. Se persistirem as atuais tendências, a meta não será alcançada, adverte o documento.
Nesse quadro há, no entanto, o alento de que foi mantido o padrão geral de redução do trabalho infantil: quanto mais perigoso o trabalho e mais vulneráveis as crianças envolvidas, mais rápida é a queda.
Um número alarmante de crianças, estimadas em 115 milhões, estão expostas a trabalhos perigosos, uma variável que com freqüência se utiliza para referir-se às piores formas de trabalho infantil.
O maior progresso foi registrado no grupo de 5 a 14 anos, em cerca de 10%. Se na Ásia, América Latina e Caribe o trabalho infantil passou por ligeira redução no período, a África Subsaariana registrou aumento tanto em termos relativos como absolutos.
É interessante observar a constatação do relatório “Unidos na luta contra o trabalho infantil”: a de que o trabalho infantil constitui impedimento importante para o desenvolvimento nacional.
É, sem dúvida, uma pauta para reflexão.


Wandell Seixas.

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4 comentários:

  1. abaixo o trabalho infantil..lugar de criança e não escola,valeu a paz

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  2. É, e no Brasil criaram bolsas para tirar essas crianças do trabalho infantil, mas continuam...
    Abraços

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  3. Olá querido,
    Não podemos negar que a realidade está mudando.
    Mas, ainda há muito por fazer.
    O primeiro passo é denunciar. Então, e este papel, cabe à sociedade.
    Com cada um fazendo a sua parte, é possível.
    Grande abraço.
    Ah! gosto muito dos seus postes.

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  4. Dura realidade, mas não devemos nos acovardar, temos que lutar para que este quadro mude e só existe um jeito: erradicar a miséria. Dinheiro tem, é só ter vontade politica.

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