segunda-feira, 31 de maio de 2010

A década em dez momentos (e alguns filmes a mais...)



Consciente da atração do ser humano por listas, o Segundo começa agora um especial que tenta selecionar não os melhores - porque isso não existe - mas sim os maiores sucessos do cinema, da música e da literatura durante a última década, promovendo uma fusão das listagens publicadas por alguns dos mais importantes meios de comunicação do mundo. Nesta edição, além dos destaques de cada ano, um apanhado de filmes nem tão populares, mas que conquistaram seu espaço na memória dos anos 2000



Pense bem. Você confere todas as listas que aparecem por aí, mas detesta todas elas porque jamais concorda? Ninguém aqui se importa. Adora rabiscar suas próprias listas mirabolantes, mas não tem coragem de mostrá-las a ninguém? Grande coisa. E, por fim, acha que a década só acaba ao final de 2010 e que é completamente incoerente listar qualquer coisa agora? A gente não liga - afinal, por que deixar para amanhã a diversão que se pode ter hoje? Lista é sinônimo de conflito, símbolo de crítica, certeza de homéricas discussões. O caminho mais seguro fica óbvio: nada de mexer com os ânimos dos leitores (principalmente destes que concordaram com a cabeça agora há pouco), certo? Nem sempre. Há uma regra sinistra e quase sempre desastrosa dentro do jornalismo, que nem todos conseguem compreender... Entre a indiferença do público e a manifestação calorosa de alguns, melhor ficar com a segunda opção. Provocar debates é um bom sinal. Provocar debates é buscar a certeza de que as ondas alienadoras da televisão não fizeram de nós simples zumbis sem opinião. E, falando nisso... Alguém aí gosta de filmes de zumbis?
Para não continuar soando assim tão provocativo e inconsequente como ali em cima, o Segundo explica: a matéria de capa desta edição dá início a um perigoso especial que propõe listar não os melhores - ninguém aqui é louco de ousar uma blasfêmia dessas - mas os maiores sucessos do cinema, da música e da literatura durante a última década. Trilogias milionárias, surpresas além dos limites hollywoodianos e grandes clássicos contemporâneos são alguns dos ilustres convidados desta primeira etapa, que relembra dez anos de sétima arte. O método utilizado para elaborar este singelo panorama? Comparar um punhado enorme de listas, entre elas as publicadas por veículos de renome como The Times, New Yorker, Internet Movie Database e Entertainment Weekly, e tentar o impossível: extrair daí os verdadeiros fenômenos desta década. Então, pronto para ler até o fim sem rasgar o jornal em pedaços?

2000
Alta Fidelidade, Stephen Frears
Tudo bem que o filme estrelado por John Cusack não é nenhuma superprodução, mas serve para representar o espírito de uma geração obrigada a transitar entre um século e outro. Com uma trilha incomparável - nada melhor para a cena inicial que a matadora You're Gonna Miss Me, do 13th Floor Elevators -, Alta Fidelidade fala de amor, decepção e rock'n'roll. Junto com Quase Famosos, apresenta uma nova tendência dos anos 2000: enredo simples, realização simples e um profundo resultado na opinião de gente simples que vai ao cinema procurando identificação.

Oscar: Beleza Americana, de Sam Mendes

2001
Inteligência Artificial, Steven Spielberg
Antes do novo milênio, muitos grandiosos filmes de ficção científica já haviam sido lançados, mas nenhum com a sensibilidade presente em Inteligência Artificial. Baseado no conto de Brian Aldiss, o filme foi primeiramente idealizado por Stanley Kubrick, que viu na história de um garoto robô desenvolvido para ter sentimentos, a possibilidade de abordar uma outra visão a respeito das irrefreáveis novas tecnologias.

Oscar: Gladiador, de Ridley Scott

2002
Cidade de Deus, Fernando Meirelles
Presente em todas as listas consultadas, Cidade de Deus é o maior marco do cinema brasileiro atual. Em 3º lugar na votação dos internautas do site IMDB, o filme divide opiniões até hoje, mas é indiscutivelmente uma das produções mais bem feitas em solo nacional. Ao mostrar a história de uma das maiores favelas do Rio de Janeiro e criar ícones da cultura popular ("meu nome agora é Zé Pequeno!"), Cidade de Deus chocou o mundo pela beleza de sua tragédia.

Mr. Vingança (2002), Oldboy (2004) & Lady Vingança (2005) - A trilogia, Park Chan-Wook
Dona de algumas das tramas mais bem construídas do cinema, a chamada trilogia da Vingança do coreano Park Chan-Wook elevou o nível do cinema contemporâneo. Não bastasse isso, sua maneira de filmar como quem desenha cada cena impressionou o ocidente. Com o auge da popularidade em Oldboy, a trilogia abre portas para um universo de pequenas ações e brutais reações, questões de caráter, escolhas importantes e o grande dilema: o que é capaz de salvar alguns sempre vai sacrificar outros - é a vida.

Oscar: Uma mente brilhante

2003
O Senhor dos Anéis (2001, 2002, 2003) - A trilogia, Peter Jackson
É provável que esta seja uma daquelas raras adaptações em que os fãs do livro saem satisfeitos. Transpondo para as telas a atmosfera do universo de J. R. R. Tolkien, Jackson tornou a história de Frodo e sua busca pelo anel uma das sagas mais visualmente impecáveis desta década.

Oscar: Chicago
2004
Kill Bill vol. I e II (2003, 2004), Quentin Tarantino
Toda vez que Tarantino se envolve em uma produção ela vira obra-prima. Em Kill Bill, a perfeição está na insana mistura de referências em uma história só. Em busca de vingança, a eterna noiva Beatrix vive uma jornada de preparação até o inevitável encontro com seu grande amor e maior inimigo: Bill. Genial em cada sequência, o filme conseguiu unir o sóbrio universo oriental ao caótico mundo trash e mesmo assim sair aclamado. Não nos pergunte como.

Trilogia Bourne, Doug Liman (2002), Paul Greengrass (2004, 2007)
Um filme de ação inteligente. Com Matt Damon em seu melhor papel, Identidade Bourne, Supremacia Bourne e Ultimato Bourne dão às produções de espionagem uma nova missão: atingir o nível alcançado por Doug Liman e Paul Greengrass na famosa trilogia que segue os passos de um homem sem memória que precisa apenas descobrir quem é. Considerado o 007 do novo século, Jason Bourne é uma boa surpresa desta década.

Oscar: O Senhor dos Anéis: O retorno do rei


2005
Batman Begins & O Cavaleiro das Trevas (2005, 2008), Christopher Nolan
A retomada de um dos maiores ícones dos quadrinhos por Christopher Nolan a partir de sua origem impressionou os fãs e agradou o grande público, mas encontrou seu auge em 2008, com a evolução da trama e a chegada de vilões inesquecíveis como Duas Caras e o polêmico Coringa vivido por Heath Ledger. Com clima sombrio e envolvente, os filmes devolveram a Batman seu merecido respeito.

Oscar: Menina de Ouro

2006
Piratas do Caribe (2003, 2006, 2007) - A trilogia, Gore Verbinski
Ação, diversão, romance, terror, comédia e o maior pirata da Terra: estes são alguns dos ingredientes da grande aventura da década. Com o genial Jack Sparrow de Johnny Depp como protagonista, a saga produzida pela Disney mostra que humor inteligente, grandes atuações, efeitos especiais de qualidade e a história certa podem fazer de uma brincadeira um enorme fenômeno de crítica e bilheteria.

Oscar: Crash - No limite

2007
Tropa de Elite, José Padilha
Com o "pede pra sair!" na boca e a cópia pirata na mão, o público brasileiro fez de Tropa de Elite um acontecimento. Mostrando a realidade do Bope ao agir nas favelas cariocas, o filme explora o ciclo que envolve insegurança pública, violência e tráfico de drogas.

Oscar: Os Infiltrados

2008
Onde os fracos não têm vez, Joel e Ethan Coen
Melhor filme de 2008, Onde os fracos não têm vez também é um dos mais impressionantes da década. Faroeste moderno baseado na obra de Cormac McCarthy, o longa alavancou a carreira de Javier Bardem como o assustador psicopata Anton Chigurh e abrilhantou a filmografia dos irmãos Coen.

Oscar: Onde os fracos não têm vez

2009
Bastardos Inglórios, Quentin Tarantino
Não bastasse o sucesso com Kill Bill, Tarantino resolveu chegar ao seu auge na mesma década e deixar o mundo todo boquiaberto. Mais maduro e centrado do que nunca, o mestre do bizarro se permitiu um elegante filme de época passado durante a guerra com clima de western, passagens oitentistas, sequências dramáticas, momentos hilários e um desfecho que contraria a própria história. Acha pouco? Veja com seus próprios olhos.

Oscar: Quem quer ser um milionário?


Quando popularidade é o de menos
Alguns filmes que podem até não ter feito sucesso de bilheteria, mas agradaram a crítica e conquistaram um grupo fiel de admiradores

O Labirinto de Fauno
Mulholland Drive
O Segredo de Brokeback Mountain
Wall-E
Moulin Rouge
Encontros e desencontros
Quase Famosos
Amnésia
O fabuloso destino de Amélie Poulain
O pianista
A viagem de Chihiro
Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Gran Torino
Sin City
Fale com ela
O tigre e o dragão
Caché
Avatar
Saga Harry Potter
Aviador
Dogville
Donnie Darko
Amores Brutos
Battle Royale
Os Sonhadores
O último rei da Escócia
King Kong
Edukators
Amantes Constantes
Não estou lá

Fonte: O Nacional.

Perdoar é divino







O perdão é um dos ensinamentos básicos do Cristo. Esse ensinamento perpassa todo o Evangelho como uma inovação transformadora no relacionamento pessoal, familiar, comunitário e social.
A história da salvação é uma história de perdão que se inicia nos albores da criação do homem e da mulher e tem sua plenitude no Cristo que é o próprio perdão personificado do Pai. Suas palavras, suas atitudes e todo seu agir levam a marca do perdão, da misericórdia e da compaixão.
Na mais sublime de todas as orações, Cristo nos ensina a invocar o Pai dizendo: “perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a que nos tem ofendido”. A propósito, a tradução mais fiel deste versículo no texto hebraico diz: “perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. São Paulo nos ajuda a entender essa tradução quando recomenda à sua comunidade: “Não tenhais dívida com ninguém, a não ser a do amor mútuo”. (Rm 13, 8)
A oração do Pai Nosso torna-se exigente e questionadora, pois o Senhor subordina seu perdão ao nosso perdão.
Entre as bem-aventuranças proclamadas pelo Cristo está a da misericórdia que é inseparável do perdão: “Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia” (Mt 5, 7). Bem-aventurança essa que vamos entender melhor quando o próprio Senhor vai dizer: “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso... Perdoai e vos será perdoado”. (Mt 6, 36-37)
Certa vez, Pedro lhe perguntou: “quantas vezes devo perdoar ao irmão que pecar contra mim? Até sete vezes”? Jesus lhe respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”: essa expressão bíblica significa que devemos sempre perdoar. (Cf. Mt 18, 21-22)
Impressiona-nos a abrangência do perdão quando Ele pede: “Amai os vossos inimigos, fazei o bem àqueles que vos odeiam”. (Lc 6, 27)
Do alto da cruz, o Cristo sofredor nos deixa seu grande testemunho de perdão exclamando: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”. (Lc 23, 34a)
Refletindo sobre o ensinamento evangélico do perdão numa perspectiva social, João Paulo II fez uma afirmação surpreendente numa sua mensagem dirigida à Igreja por ocasião da Quaresma de 2001: “O único caminho da paz é o perdão. Aceitar e oferecer o perdão torna possível uma nova qualidade de relações entre os homens, interrompe a espiral do ódio e da vingança e quebra as correntes do mal que amarra o coração dos contendentes. Para as nações em busca de reconciliação e para quantos desejam uma coexistência pacífica entre indivíduos e povos, não há outro caminho se não este: o perdão recebido e oferecido... Amar os que nos têm ofendido desarma o adversário e pode transformar até um campo de batalha em um lugar de cooperação solidária. Trata-se de um desafio que toca cada pessoa individualmente, mas também as comunidades, os povos e a humanidade toda; que interessa, de maneira especial, às famílias”.
O perdão é sempre expressão do amor fraterno, solidário e generoso. Somente perdoa quem ama e na medida com que ama. O perdão, todavia, supõe um caminho de conversão interior, espírito de renúncia e até de sacrifício. É uma conquista que tem a garantia da ajuda divina que jamais falha.
O perdão desarma os ânimos e constrói a paz no coração da pessoa, no relacionamento familiar, comunitário e social. A paz está na essência do cristianismo, de toda mística e espiritualidade e dá sentido pleno ao humanismo cristão.
Vale a pena realizarmos a experiência espiritual do perdão em todo tempo e lugar. Uma experiência que jamais decepcionará, pois é imitação do próprio Cristo.
Sem dúvida, podemos afirmar que perdoar é divino.


Frei Lourenço Maria Papin

Que belo texto. Opine aqui ou use o dihitt.

Jardins sagrados do Egito



As características dos jardins egípcios seguiram os mesmos princípios utilizados na arquitetura deste povo. Eles só surgiram quando as condições de prosperidade no antigo império permitiram às artes (arquitetura e escultura) um significativo desenvolvimento.
De um modo geral, o jardim egípcio desenvolvido de acordo com a topografia do Rio Nilo era constituído de grandes planos horizontais, sem acidentes naturais ou artificiais. As características dos monumentos egípcios - com a rigidez retilínea e a geometria - fizeram com que os jardins tivessem uma simetrização rigorosa. Tudo de acordo com os quatro pontos cardeais. As plantas utilizadas eram: palmeiras, sicômoros, figueiras, videiras e plantas aquáticas.
O jardim regular era símbolo da fertilidade, sintetizava as forças da natureza e era a imagem de um sistema racional e arquitetural baseado no monoteísmo. Osíris para os egípcios era o deus da vegetação.
Estes jardins “dom do Nilo”, bem como a agricultura do Egito, são considerados como um presente dos Deuses. Os primeiros jardins egípcios eram lugares de delícias, onde a fruticultura era mais importante que a das plantas destinadas a outros usos. Os jardins do Egito eram primeiro pomares e vinhas, cujas linhas perpendiculares desenhavam um tabuleiro nos ligamentos ao qual se colocavam naturalmente fícus, palmas e sicômoros, cuja sombra era extremamente apreciada.
Para manter esta vegetação, neste país de planície, era necessário construir uma rede de canais que convergiam para uma bacia central, onde viviam livremente, em harmonia, peixes, pássaros aquáticos e plantas como o papiro, o lótus, os nenúfares, toda a fauna e a flora que se encontrava no campo egípcio, nos lugares onde a água do Nilo era canalizada.
Como um oásis, tais jardins reuniam, e resumiam, num espaço cercado de muros, todas as formações que a natureza dispersava pelo resto do país. Estes jardins são lugares onde é bom viver, onde cada um pode realizar plenamente a sua “vocação humana”, onde a felicidade é feita de reconhecimento aos Deuses. Os egípcios utilizavam o curso do Nilo para colocar a água em zonas fechadas que eles criavam. Seguidamente quando o rio retomava o seu lugar de origem restava sempre um curso de água nas proximidades.
*Sycomore: Acer pseudoplatanus, ou ácer sycomore e o ácer plano é uma grande árvore (25 a 30 m), de crescimento rápido que pode viver de 300 a 400 anos. O ácer sycomore é muito utilizado na marcenaria.


Claudirene Gonçalves Rego.

Uma bela informação. Comente aqui ou no dihitt.

O Sol nasce para todos





O sol nos contempla igualitariamente todas as manhãs no maior exemplo que possa existir e que a Natureza oferece como constatação da orientação e determinismo cósmico de justiça.
Apesar de em determinados momentos obtermos significativos avanços em nossas lutas diárias como seres humanos, a jornada em si não deve ser esquecida. Depois de tantos problemas, sacrifícios, dor e até mesmo renascimento, um retrospecto nos lembra o valor da união e do amor às causas justas, nos relembra que todos temos problemas e que, apesar deles, o sol nasce para todos.
Seus raios benfazejos reluzem para brancos, afro-descendentes, católicos, evangélicos, judeus, maometanos, budistas, ateus, ricos, pobres, aristocratas, para quem quer que seja, como um privilégio coletivo, quando o sol está a serviço e dá vida aos homens, animais, vegetais e tudo o que existe no mundo. O sol nasce para todos, mas às vezes custa mais a brilhar na vida de alguns. Isso é uma realidade observada em todos os momentos da existência humana. Sempre existiram motivos de toda ordem para que tais contradições históricas se fizessem presentes, a maior parte deles diz respeito a aspectos de conquista e manutenção do poder, através de fatores de ordem política, econômica, religiosa, racial dentre outros.
A internacionalização globalizou os problemas nacionais ou locais, onde as pessoas se vêm no impasse de lidar com as decisões equivocadas de grupos econômicos ou de governos e, como consequência, também sofrem com as transformações econômicas do mundo e de seu país. Isso conduz a situações como a de alguns bairros de periferia das metrópoles, onde o Estado parece ter esquecido os moradores, cabendo às organizações da sociedade civil como ONGs e igrejas cumprirem um papel essencial no sentido de suprir inúmeras necessidades dessa população.
As pessoas são motivadas com a esperança de que o assistencialismo vai melhorar suas vidas, mas são medidas paliativas que em nada resolvem o ciclo de pobreza que se instalou. Na realidade, apenas estão sendo disciplinadas para aceitar as suas condições de marginalização e de exclusão da sociedade. Não precisamos disso em um País em desenvolvimento que está entre as dez maiores economias mundiais.
O Brasil possui um dos maiores parques industriais do mundo, tecnologia de ponta, recursos naturais impressionantes cujas reservas de seu subsolo atiçam a cobiça estrangeira, um povo ordeiro e trabalhador e com uma grande capacidade de aprendizagem, basta, apenas, os Governos nos níveis federal, estadual e municipal aprofundarem na linha de políticas de desconcentração de renda, com programas sérios de geração de emprego e de condições de vida que promovam a igualdade de oportunidades e uma verdadeira inclusão social que considere a opinião popular em um planejamento governamental participativo com foco no desenvolvimento integral e auto-sustentável da sociedade.
Só assim o sol nascerá para todos e a Paz se fará realidade nos corações de tantos quantos foram injustiçados e perseguidos por fazerem parte de um Estado cujo governo, em determinada conjuntura, fez a opção política pela democracia e a liberdade.
Como diz a canção da antiga banda brasileira The Fevers:
“Eu só quero ver o mundo todo em paz e harmonia
O sol nasce para todos
E se entrega com amor
Não distingue as fronteiras
Nem quem nasce de outra cor
Quando a noite se acaba
Para todos nasce o sol.”
Que também nós, trabalhadores que dedicamos décadas de serviços prestados ao Governo, aos micro, pequenos e médios empresários e à população de todos os rincões do nosso querido Estado de Goiás, voltemos a ter o sol a brilhar em nossa vida. E que seu calor, refletido em sábias decisões Legislativas, ilumine e apague para sempre nossas tristes lembranças, e que seque as lágrimas de pais e mães de família que deixaram sua juventude no serviço diuturno para o bem-estar da sociedade.

Antonio Alencar Filho.

Opine aqui ou no dihitt.

domingo, 30 de maio de 2010

De frei Beto para Chico Xavier







Circula pela Internet mensagem atribuída a Frei Beto. Pois bem! se non e vero, e ben trovato na essência é possível ser do sacerdote. Diz o Frei: as escrituras registram que Jesus passou a vida fazendo o bem , o mesmo se aplica a Francisco de Paula Cândido Xavier, o mais famoso kardecista brasileiro e um dos autores mais lido do País. Segundo o frei nos meios católicos contavam-se horrores a respeito do médium de Uberaba. Espíritas e protestantes eram queimados na fogueira dos preconceitos até que o papa João XXIII, nos anos 60, abriu as portas da Igreja Católica ao ecumenismo. Frei Beto arremata magistralmente: Chico Xavier é cristão na fé e na prática. Famoso, fugiu da ribalta. Poderoso, nunca enriqueceu.
Onde está o legado de Chico Xavier no atual movimento espírita? Creio que é preciso fugir da tendência à elitização no seio do movimento espírita. Coincidentemente, o Cristianismo, durante os três primeiros séculos, era, absurdamente, diferente do Cristianismo oficializado pelo Estado Romano, no Século V. A chama brilhante, nascida na Galileia, aos poucos, foi esmaecendo, até culminar nas densas brumas medievais. O que se observa, no movimento Espírita atual, é a reedição da desfiguração do projeto inicial, de 1857.
Os comprometidos com as tarefas federativas precisam manter cautela para não perderem o foco do Projeto Espírita Codificado por Allan Kardec, engendrando motivos à separatividade entre os adeptos do Espiritismo. Recordemos que a alma do Cristianismo puro estava estuante nas cidades de Nazaré, Jericó, Cafarnaum, Betsaida, dentre outras, e era diferente daquele Cristianismo das querelas e intrigas de Jerusalém.
Insistimos no tema, lembrando que a ausência de simplicidade observada principalmente nos centrões espíritas, é lamentável, e, se não formos vigilantes, segundo Chico Xavier, daqui a pouco estaremos em nossas casas espíritas, apenas, falando e explicando o Evangelho de Cristo às pessoas laureadas por títulos acadêmicos ou intelectuais e confrades de posição social mais elevada. Mais do que justo é que evitemos isso a elitização no Espiritismo, isto é, a formação do espírito de cúpula, com evocação de infalibilidade, em nossas organizações.
Em verdade o Espiritismo sonhado por Kardec era o mesmo Espiritismo que Chico Xavier exemplificou por mais de setenta anos, ou seja, o Espiritismo do Centro Espírita simples, muitas vezes iluminado à luz de lampião; da visita aos necessitados, da distribuição do pão, da sopa fraterna, da água fluidificada, do Evangelho no Lar. O evangelho é a frondosa árvore fornecedora dos frutos do amor. Urge entronizar a força da mensagem de Jesus, sem receio dos phd’s espíritas, os kardequeologos de vigília, sem temor das críticas dos espíritas de gabinete, dos aventureiros ideológicos que pretendem assumir ou assenhorear as rédeas do movimento Espírita no Brasil.
O Espiritismo desejável é aquele das origens, o que nos faz lembrar Jesus, ou seja, o Espiritismo Consolador prometido, o Espiritismo em sua feição pura e simples, o Espiritismo do povo (que hoje não pode pagar taxas e ingressar nos Congressos doutrinários), o Espiritismo dos velhos, o Espiritismo das crianças, o Espiritismo da natureza, o Espiritismo “debaixo do abacateiro”.


Jorge Hessen.

Opine, participe!!!

Iogurte na prevenção de doenças



Pesquisadores da USP conseguiram produzir um iogurte que previne doenças coronárias, câncer de intestino e cólon, além de diminuir os níveis de colesterol ruim (LDL), prisão de ventre e intolerância à lactose. A bebida previne as doenças porque agrega além de bactérias típicas de iogurtes três microorganismos que fazem bem à saúde.
A bebida ainda precisa ser patenteada e não começou a ser fabricada. Ela tem textura e sabor parecidos com o do iogurte comum, necessita dos mesmos cuidados de armazenagem e é 30% mais caro. Feito com leite desnatado, também é light e fonte de fibras.
"Não existe no mercado um leite fermentado com um coquetel de benefícios tão grande", afirma o engenheiro-agrônomo Ricardo Pinheiro, que desenvolveu o iogurte durante o seu duplo doutorado, feito na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e na Universidade de Gênova (Itália).
Iogurtes têm naturalmente as bactérias Streptococcus thermophilus e Lactobacillus bulgaricus, que, juntas, auxiliam quem tem prisão de ventre. Algumas bebidas têm, além dessas, até duas bactérias que, quando administradas vivas e em quantidade adequada, conferem saúde às pessoas (probióticas). O alimento produzido pela USP possui três bactérias probióticas além das comuns a todos iogurtes. Quando elas chegam ao intestino, tomam o espaço e alimento dos microorganismos indesejáveis que lá habitam e os eliminam.
Metabolismo complicado
Para a bebida fazer efeito, é necessário que todas as bactérias cheguem vivas ao intestino e em uma concentração de 10 a 100 milhões de colônias de organismos por mililitro de produto. Por isso, a maior dificuldade em fabricar o iogurte foi conseguir que, em um período de 35 dias, as bactérias não matassem umas às outras ao acidificar a bebida e competir por alimento.
"Manter a quantidade apropriada de bactérias é difícil", diz Pinheiro. "O metabolismo de uma bactéria pode prejudicar outra. As do gênero Bifidobacterium, por exemplo, produzem ácido acético, fatal para os lactobacilos."
Para contornar essas dificuldades, Pinheiro estudou quais nutrientes cada bactéria necessitava e os produtos que excretava quando estavam sozinhas e em conjunto no leite. Concluiu que a melhor solução era adicionar ao iogurte um açúcar chamado inulina, que é fonte de alimento para as bactérias e impede que algumas "morram de fome". Outras soluções foram colocar na bebida quantidades maiores dos microorganismos mais frágeis e envolvê-los com uma goma que os impedia de serem danificadas pelo metabolismo dos outros.
Segundo o pesquisador, o resultado agrada. "O produto é funcional e bastante aceitável ao paladar. Ele é mais caro, porém o benefício que traz é maior."
Fonte: Agência USP de Notícias
Pesquisadores da USP conseguiram produzir um iogurte que previne doenças coronárias, câncer de intestino e cólon, além de diminuir os níveis de colesterol ruim (LDL), prisão de ventre e intolerância à lactose. A bebida previne as doenças porque agrega além de bactérias típicas de iogurtes três microorganismos que fazem bem à saúde.A bebida ainda precisa ser patenteada e não começou a ser fabricada. Ela tem textura e sabor parecidos com o do iogurte comum, necessita dos mesmos cuidados de armazenagem e é 30% mais caro. Feito com leite desnatado, também é light e fonte de fibras."Não existe no mercado um leite fermentado com um coquetel de benefícios tão grande", afirma o engenheiro-agrônomo Ricardo Pinheiro, que desenvolveu o iogurte durante o seu duplo doutorado, feito na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e na Universidade de Gênova (Itália).Iogurtes têm naturalmente as bactérias Streptococcus thermophilus e Lactobacillus bulgaricus, que, juntas, auxiliam quem tem prisão de ventre. Algumas bebidas têm, além dessas, até duas bactérias que, quando administradas vivas e em quantidade adequada, conferem saúde às pessoas (probióticas). O alimento produzido pela USP possui três bactérias probióticas além das comuns a todos iogurtes. Quando elas chegam ao intestino, tomam o espaço e alimento dos microorganismos indesejáveis que lá habitam e os eliminam.
Metabolismo complicadoPara a bebida fazer efeito, é necessário que todas as bactérias cheguem vivas ao intestino e em uma concentração de 10 a 100 milhões de colônias de organismos por mililitro de produto. Por isso, a maior dificuldade em fabricar o iogurte foi conseguir que, em um período de 35 dias, as bactérias não matassem umas às outras ao acidificar a bebida e competir por alimento."Manter a quantidade apropriada de bactérias é difícil", diz Pinheiro. "O metabolismo de uma bactéria pode prejudicar outra. As do gênero Bifidobacterium, por exemplo, produzem ácido acético, fatal para os lactobacilos."Para contornar essas dificuldades, Pinheiro estudou quais nutrientes cada bactéria necessitava e os produtos que excretava quando estavam sozinhas e em conjunto no leite. Concluiu que a melhor solução era adicionar ao iogurte um açúcar chamado inulina, que é fonte de alimento para as bactérias e impede que algumas "morram de fome". Outras soluções foram colocar na bebida quantidades maiores dos microorganismos mais frágeis e envolvê-los com uma goma que os impedia de serem danificadas pelo metabolismo dos outros.Segundo o pesquisador, o resultado agrada. "O produto é funcional e bastante aceitável ao paladar. Ele é mais caro, porém o benefício que traz é maior."

Fonte: Agência USP de Notícias

Você sabia disso? opine aqui ou no dihitt.

Duas cosmologias em conflito - Leonardo Boff



O prêmio Nobel em economia Joseph Stiglitz disse recentemente: “O legado da crise ecômico-financeira será um grande debate de idéias sobre o futuro da Terra.” Concordo plenamente com ele. Vejo que o grande debate será em torno das duas cosmologias presentes e em conflito no cenário da história.
Por cosmologia entendemos a visão do mundo - cosmovisão - que subjaz às ideias, às práticas, aos hábitos e aos sonhos de uma sociedade. Cada cultura possui sua respectiva cosmologia. Por ela se procura explicar a origem, a evolução e o propósito do universo e definir o lugar do ser humano dentro dele.
A nossa atual é a cosmologia da conquista, da dominação e da exploração do mundo em vista do progresso e do crescimento ilimitado. Caracteriza-se por ser mecanicista, determinística, atomística e reducionista. Por força desta cosmovisão, criaram-se inegáveis benefícios para a vida humana mas também contradições perversas como o fato de que 20% da população mundial controlar e consumir 80% de todos os recursos naturais, gerando um fosso entre ricos e pobres como jamais havido na história. Metade das grandes florestas foram destruidas, 65% das terras agricultáveis, perdidas, cerca de 5 mil espécies de seres vivos anualmente desaparecidas e mais mil agentes químicos sintéticos, a maioria tóxicos, lançados no solo, no ar e nas águas. Construiram-se armas de destruição em massa, capazes de eliminar toda vida humana. O efeito final é o desequilíbrio do sistema-Terra que se expressa pelo aquecimento global. Com os gases já acumulados, até 2035 fatalmente se chegará a 2 graus Celsius, e se nada for feito, segundo certas previsões, serão no final do século 4 ou 5 graus, o que tornará a vida, assim como a conhecemos hoje, praticamente impossível.
A predominância dos interesses econômicos especialmente especulativos, capazes de reduzirem paises à mais brutal miséria e o consumismo trivializaram nossa percepção do risco sob o qual vivemos e conspiram contra qualquer mudança de rumo.
Em contraposição, está comparecendo cada vez mais forte, uma cosmologia alternativa e potencialmente salvadora. Ela já tem mais de um século de elaboração e ganhou sua melhor expressão na Carta da Terra. Deriva-se das ciências do universo, da Terra e da vida. Situa nossa realidade dentro da cosmogênese, aquele imenso processo de evolução que se iniciou a partir do big bang, há cerca de 13,7 bilhões de anos. O universo está continuamente se expandindo, se auto-organizando e se autocriando. Seu estado natural é a evolução e não a estabilidade, a transformação e a adaptabilidade e não a imutabilidade e a permanência. Nele tudo é relação em redes e nada existe fora desta relação. Por isso todos os seres são interdependentes e colaboram entre si para coevoluirem e garantirem o equilíbrio de todos os fatores. Por detrás de todos os seres atua a Energia de fundo que deu origem e anima o universo e faz surgir emergências novas. A mais espetacular delas é a Terra viva e nós humanos como a porção consciente e inteligente dela e com a missão de cuidá-la.
Vivemos tempos de urgência. O conjunto das crises atuais está criando uma espiral de necessidades de mudanças que, não sendo implementadas, nos conduzirão fatalmente ao caos coletivo e que assumidas, nos poderão elevar a um patamar mais alto de civilização. É neste momento que a nova cosmologia se revela inspiradora. Ao invés de dominar a natureza, nos coloca no seio dela em profunda sintonia e sinergia. Ao invés de uma globalização niveladora das diferenças, nos sugere o bioregionalismo que valoriza as diferenças. Este modelo procura construir sociedades autosustentáveis dentro das potencialidades e dos limites das bioregiões, baseadas na ecologia, na cultura local e na participação das populações, respeitando a natureza e buscando o “bem viver” que é a harmonia entre todos e com a mãe Terra.
O que caracteriza esta nova cosmologia é o cuidado no lugar da dominação, o reconhecimento do valor intrínseco de cada ser e não sua mera utilização humana, o respeito por toda a vida e os direitos e a dignidade da natureza e não sua exploração.
A força desta cosmologia reside no fato de estar mais de acordo com as reais necessidades humanas e com a lógica do próprio universo. Se optarmos por ela, criar-se-á a oportunidade de uma civilização planetária na qual o cuidado, a cooperação, o amor, o respeito, a alegria e espiritualidade ganharão centralidade. Será a grande virada salvadora que urgementemente precisamos.


Leonardo Boff.

O que achou do texto? Comente aqui ou no dihitt.

sábado, 29 de maio de 2010

Cheguem juntos e entrem na festa



A imprensa nacional publicou esta semana reportagens apontando o avanço de pesquisas sobre o uso de alucinógenos para tratamento de enxaqueca, ansiedade e até mesmo alívio dos sintomas de câncer terminal. As sensações geradas pela Psilocibina, substância retirada de cogumelos, foram comparadas pelas cobaias como “equivalentes ao nascimento do primeiro filho ou à morte de um dos pais”. Essa não é a primeira tentativa de buscas da bênção acadêmicas para substâncias alucinógenas. Nos anos 1960, Timothy Leary promoveu uma experiência “transcendental” com toda uma turma de psicólogos de Harvard – o máximo que conseguiu foi parar na prisão e virar ídolo hippie.
O debate sobre o uso de alucinógenos em tratamentos terapêuticos se encerrou com a prisão de Leary, mas foi reaberto recentemente com ajuda de verba do governo dos Estados Unidos. A Universidade Johns Hopkins apresentou os primeiros resultados das pesquisas, realizadas com 36 participantes, há quatro anos. Na reportagem da NewScientist, datada de 11 de julho daquele ano, os voluntários relataram “experiências místicas completas” com o uso das drogas. De lá para cá, pouca coisa mudou. A não ser o crescimento vertiginoso dos adeptos do xamanismo. Em 2006, era de um terço dos voluntários, hoje o número é de 24. O responsável pelo estudo, Roland Griffiths, afirma que eles continuam a relatar mudanças positivas tanto nas atitudes como no comportamento. O relato do cientista, no entanto, não esclarece como sensações que remetem à “morte de um dos pais” podem ser positivas para acabar com a dor de cabeça.
O pesquisador Charles Grob, do Centro Médico Harbor-Ucla (Universidade da Califórnia), procura aplicações para os alucinógenos ainda mais úteis para a humanidade do que o colega da Johns Hopkins. Ele estuda os efeitos psicológicos e fisiológicos de componentes psicodélicos que mimetizam o neurotransmissor serotonina. A ideia é reduzir a ansiedade de pacientes diagnosticados com câncer terminal. Noutras palavras, Charles pretende chapar os pacientes a tal ponto que eles passem a achar a proximidade da morte uma “viagem” e passem a “curtir” a sensação. O problema, segundo o cientista, é que poucos grupos estão dispostos a financiar o tratamento alternativo.
Apesar de todos os benefícios relatados, eles chegaram à conclusão de que a Psilocibina pode desencadear esquizofrenia e outras doenças mentais em pessoas sensíveis. Griffiths admite ainda que 30% dos voluntários tiveram uma experiência significativa de medo, algumas delas acompanhadas de paranoia. No entanto, ele assegura que, em locais apropriados e com supervisão, as drogas psicodélicas demonstram ser eficientes para tratar sentimento de angústia e até mesmo recuperar usuários de outros tipos de entorpecentes. A proposta seria retirar o viciado da cocaína com doses de LSD. Com certeza, o maior avanço da medicina desde o advento da penicilina.
Para encerrar a conta, o homem de Hopkins afirma que o tratamento à base de alucinógenos obtém o mesmo sucesso de programas como os Alcoólicos Anônimos. Mesmo com mais qualidades do que muitas esponjas de aço, o governo norte-americano afirmou que não está disposto a levar os alucinógenos para as bancadas das farmácias – o que pode encerrar prematuramente a carreira de Griffiths e Grob. Os avanços dos novos gurus dos alucinógenos são, de certa forma, inegavelmente maiores dos que os da década de 1960. Infelizmente para eles, não conseguirão atingir o maior feito de Timothy Leary: figurar em músicas dos Beatles.

Diogo Luz.

O que achou do texto? Comente aqui ou no dihitt.

Análise psiquiátrica da procuradora que espancava a garotinha adotada




Nada que a imprensa não saiba: Vera Santana, 66 anos, se gabava por ser procuradora do Estado (“você sabe com quem está falando?”), ganhar R$ 23 mil por mês (“pra quem eu vou deixar uma fortuna dessas?”), estar acima do bem e do mal (já adotara duas crianças, mesmo tendo 15 [!!] passagens pela polícia e ser notoriamente desequilibrada entre os vizinhos). Era uma pessoa muito preocupada, sobretudo consigo mesma, com a própria estética (vários botox, plásticas, maquiagem carregadíssima, cabeleireira várias vezes por semana ) e com o próprio futuro ( jogava tarô com afinco de profissional). Sem nada para fazer e com R$ 23 mil por mês para gastar, dá-se uma bela “oficina do diabo”; e o diabo trabalhou – e como! Notoriamente era uma profissional da carteirada e da agressão (espancamentos da própria mãe). Pois bem, é uma pessoa dessas que passou, não uma, mas duas vezes, pelas famosas “avaliações psicossociais” tipo “nihil obstat” (nada contra) feitas pelos juizados da infância Brasil afora. O menor exame psiquiátrico forense – se isto existisse no Brasil, País onde psiquiatra só serve para ser carcereiro de pobre – teria detectado sérios problemas com distúrbios de personalidade. Não-entendidos do assunto (e o que são piores, os “sub-entendidos” {favor manter o hífen entre o “sub” e o “entendido”, pois é um neologismo}), como sempre, arriscam várias hipóteses, a chamam de “psicopata”, de “sádica”, de “louca”. Nem uma coisa nem outra. Com certeza, desequilibrada mental sim, mas louca não. Qual a diferença do “desequilíbrio psíquico” e da loucura? Nesta última, o paciente tem alterações qualitativas dos instintos e do intelecto – ou seja, tem elementos instintuais e intelectuais que não estão presentes nas pessoas normais. Já os desequilibrados têm alterações quantitativas, ou seja, têm as mesmas emoções e cognições que os normais, só que exaltadas ou diminuídas, descontroladas pelo excesso de impulsividade ou diminuição do controle. Vera não é uma “psicopata” (personalidade antissocial) porque este tipo de personalidade tem um desequilíbrio total em várias áreas da vida, furta, agride, quebra, foge, drogas, descontrole financeiro total, não se fixa em empregos, lugares, pessoas, mata. São pessoas com um controle cognitivo de sua vida o mais baixo possível, bem ao contrário da procuradora. Bipolar também não é, se o fosse já teria tentativas de suicídio variadas, episódios de exaltação patológica do humor, etc. Personalidade sádica também ela não preenche os critérios, pois, quando agredia as pessoas, não demonstrava prazer exclusivo, estava era com um mau humor danado por ter perdido o controle. Aqui chegamos na palavra-chave de seu transtorno de personalidade: o controle. Era disso que ela gostava, ter controle sobre tudo e sobre todos, mandar, ter na vida privada todo o poder que tinha como procuradora na vida pública. No entanto, não era uma “controladora pura”, uma pessoa que gosta do controle só pelo controle, ou seja, uma personalidade obsessiva. Ela gostava do controle que lhe auferisse prazeres puramente pessoais, ou seja, um controle voltado para a autossatisfação, um controle de pessoa narcísica. O obsessivo é um ansioso puro, gosta do controle só pelo controle – não é aquela pessoa que controla tudo para ser o “bonzão”, a “mandona”, o “degas”, o “bam-bam-bam”, a “rainha-da-cocada-preta”. Este último é o transtorno de personalidade narcísico. E para inflar o narcisismo da procuradora ajudaram tanto as leis do Brasil (que dá para determinada casta de funcionários públicos, sobretudo portadores de carreira no Direito, ou seja, judiciária, procuradores, promotores, policial, militar, políticos, etc, o status – e o salário – de semideuses) quanto a falta delas (todos estes acima têm o tal “foro privilegiado”, são indenes e imunes à lei, são os reis da carteirada, são os “acima-do-bem-e-do-mal”, os controlados só pelas tais “corregedorias”, que de correção só têm o nome). Ao narcisismo enquanto “transtorno de personalidade” juntou-se portanto o narcisismo enquanto “transtorno social” induzido pela burocracia estatal brasileira – e o resultado foi um fortalecendo o outro, produzindo mais um monstro como os que vemos por aí todos os dias. O narcísico patológico está acostumado a ter todos seus desejos satisfeitos – voluntarismo exacerbado – , a ter controle sobre tudo a partir de sua “alta hierarquia” e quando é contrariado pode assumir ares de déspota agressivo. A agressividade é fruto tanto do ego inflado, pouco tolerante à frustração, quanto da falta de controle que a sociedade lhe faculta (“ela pode tudo, ela é procuradora”). Causas do narcisismo patológico podem ser tanto psicológicas (p.ex., falta de limites impostos por pai e mãe, pais permissivos demais, pais que exaltam os filhos como estando acima de tudo e de todos, etc.) quanto biológicas: há doenças psiquiátricas que predispõem à exacerbação do narcisismo, tais como a hiperatividade, bipolaridade, alguns tipos de lesões cerebrais, demências vasculares, determinadas infecções cerebrais – p. ex., neurolues–, etc.

Marcelo Caixeta é médico psiquiatra

E você? o que achou dessa análise? comente aqui ou no dihitt.

O MELHOR INIMIGO DO BRASIL



Neste momento, tudo é Copa do Mundo. Passamos pelas vitrines do shopping e o verde-amarelo predomina, bolas de futebol abundam, cartazes trazem o logotipo da Copa Sul-africana – a primeira naquele continente. Criam-se produtos temáticos de cama, mesa e banho; também álbuns, canetas, cadernos, porta-retratos etc. TVs são oferecidas e vendidas a rodo. E, por falar em vendas, os comerciais de qualquer produto nos remetem ao futebol, seja para ofertar canos hidráulicos, computadores, alimentos... Mas, principalmente, cerveja.

E foi assistindo as propagandas de cerveja que algo chamou minha atenção: os publicitários deixaram as mulheres gostosas um pouquinho no banco de reservas e escalaram um novo centro-avante. Seu nome, Argentina. Mais especificamente, a Seleção Argentina. Ou, quem sabe, a passional torcida do país vizinho. Em cima do lance me dou conta: ao escolhermos essa esquadra como nossa maior vítima (sim, os comerciais ridicularizam los hermanos), prestamos uma homenagem às avessas. Mais um dos tantos exemplos de uma relação de amor e ódio com a nação platina que, ainda agora – dia 25 de maio –, completou os duzentos anos de independência da Espanha.

A Argentina é, historicamente, o melhor inimigo do Brasil. Nascido e criado no extremo sul, vivo tal realidade de forma mais próxima. As fronteiras rio-grandenses com os demais países do Prata estavam conflagradas até quase ontem. Lutas fratricidas deixavam em campos opostos os gaúchos e os gauchos, cada um zelando pelos interesses econômicos de sua nação. Diz que o Terceiro Exército, na hora de simular uma guerra, avança na grande área Argentina pedalando feito Robinho. Teorias conspiratórias associam a construção de Itaipu com sua localização militarmente estratégica na tríplice fronteira. Sei lá...

Certo mesmo é que, durante muitos anos, os brasileiros se ressentiram de um inegável predomínio argentino na América do Sul: economia forte, cultura, educação e qualidade de vida superior ao gigantesco vizinho lusófono. Quando um europeu se referia a Buenos Aires como sendo nossa capital, morríamos por dentro. Porém, os últimos cinquenta anos foram cruéis com a Argentina. Governos populistas, para não dizer outras coisas, foram concomitantes com o avanço verde e amarelo. O Brasil está muito longe de ser uma nação equilibrada em termos de distribuição de riquezas, mas, ainda que tarde, assumiu de vez a dianteira na política e na economia latino-americana. Hoje, o estado de São Paulo, sozinho, já é mais do que a maioria dos países com os quais o Brasil faz fronteira. Isto já é goleada.

Voltando para o futebol, nada é mais saboroso para um brasileiro do que curtir uma vitória sobre a Argentina e, desconfio, vice-versa. E secar, então? Que delícia! Assim, uma criança já nasce com dois uniformes para idolatrar: um por amor, outro por aversão. Muito por aí, associar este prazer à cerveja nem chega a ser uma ideia brilhante. Mesmo assim, é como uma piada que não perde jamais a graça – seguimos tocando flauta e as cervejarias faturando. Parece Grenal, Flaflu, Bavi, Atletiba e os tantos embates clubísticos que inflamam nossos estádios.

O que ninguém fala é da ironia do destino: a forma aguerrida e passional que o técnico Dunga dita aos canarinhos nada mais é do que uma leitura gaúcha de como jogar bola – sistema consagrado nos gramados uruguaios e argentinos. E, ao elevarem para um patamar de deus o craque Maradona, ao apostarem as fichas na genialidade do Messi, nossos irmãos curvam-se diante do futebol arte, tradição na pátria do Rei Pelé. De tanto andarem juntos (mesmo que aos empurrões), veja só, Brasil e Argentina, esses melhores inimigos, confundiram as próprias pernas. Será pênalti?


Rubem Penz.

O que achou disso? comente aqui ou no dihitt.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Mãe Dináh vai ao concurso







Quem já foi aluno de cursinho, provavelmente já passou pela seguinte experiência em uma aula de Redação: o professor, que deveria ensinar a escrever, chega em sala, apresenta uma proposta feita por ele e, então, fala o que pensa a esse respeito. O texto feito pelo aluno em casa deve ser uma representação da visão apresentada pelo professor.
Bem, essa visão de aula de redação baseia-se na concepção de que a produção de um texto é basicamente a constituição de ideias sobre um tema e que, tendo a ideia, o resto se resolve. Quanta ingenuidade!
Quantas vezes na minha época de aluno de cursinho eu assistia a uma ótima aula de redação e, quando ia escrever em casa, percebia que o professor não havia me ensinado a escrever aquele texto. O que eu tinha eram ideias que o professor discutiu, mas, por mais que eu as escrevesse, a corretora escreveria na minha redação:
- Está sem articulação. Use a coletânea. Seja criativo.
Ironia das ironias era perceber que nas aulas meu professor nunca falava de articulação, coletânea e se falava de criatividade era pouco claro:
- Seja criativo. (Mas isso a corretora já não tinha dito?)
Dessa forma, ao dar aulas, sempre achei que é desimportante discutir temas em uma sala com cem alunos. Simplesmente porque no vestibular, ou no concurso, não é assim.
Imaginem a cena ridícula: o fiscal chega com a prova, lê a coletânea com os concorrentes, todos se reúnem em torno da discussão, e então, escrevemos. É assim? Não, porque ao falar a respeito de um tema eu estou influenciando o outro. E, logo, ele não está fazendo a redação dele.
Por isso as aulas de redação deveriam se concentrar em recursos, ferramentas para ajudar os alunos. Em uma aula eu ensino a usar a coletânea, na outra a construir coerência, em outras eu melhoro o uso dos elementos coesivos. E, sim, eventualmente eu posso falar sobre o tema, mas sem essa balela de :
- Olha, esse ano o tema pode ser tal.
Como se adivinhar fosse função do professor! O bom professor não é aquele que “adivinha” o tema, mas aquele que oferece tantas ferramentas para o aluno que, mesmo que ele não tenha falado do tema, a prova pareça fácil. É bom esclarecer que não estou apontando críticas a pessoas e sim a posturas. Posturas que na minha concepção e na de muitos alunos deveriam ser revistas. Aliás, é bom dizer que acontece sim de um professor falar em sala daquilo que cai na prova. Tem professores que há anos dão aulões antes da primeira fase do vestibular que parecem uma xerox da prova da Federal, mas minha gente, isso não é adivinhação, é competência. As aulas se parecem com a prova porque o profissional é preparado, conhece o conteúdo, lê a prova todos os anos e tem uma ideia das relevâncias a apresentar. Mas falar que adivinhou é golpe baixo. Afinal, nós somos professores ou mães Dinás?
Se eu tiver aula em um cursinho quero entender porque às vezes eu travo para escrever e como fazer para isso parar. Eu quero saber unir minhas palavras e frases sem que meu texto fique confuso. Importante: eu não desprezo as ideias do meu professor, mas eu quero aprender a ter as minhas.
Talvez os professores queiram discutir os textos com os alunos por achar que falta a eles o mais fundamental: pensar. Essa idéia é preconceituosa e já a ouvi de alguns colegas. Não se ensina ninguém a pensar, ensina-se a organizar o pensamento em texto. Afinal, se pararmos para refletir também não se ensina ninguém a escrever, pelo menos não no cursinho. Ensina-se a organizar um processo que às vezes ficou pelo meio. O aluno já é alfabetizado – por vezes com dificuldades – o que ele precisa é ser preparado para que um leitor consiga diante daquilo que ele escreveu chegar até a linha 40 e entender seus argumentos.
Vai uma mãe Diná aí?


Caetano Mondadori.

Comente, diga o que acha desse texto.

O que é laser de CO2 fracionado?



Deve-se a Kumar Pattel o descobrimento do Laser de CO2 nos idos de 1964. Estudos acurados da Bell Labs descobriram que um feixe de luz contínua poderia ser emitido a partir do Dióxido de Carbono (CO2), com alto nível de energia e capaz de aliar potência à eficiência.Ao encontrar-se com a pele, este laser libera uma quantidade enorme de ondas infravermelhas, tornando a pele atingida microscopicamente aquecida, sendo útil para cortes ou coagulações teciduais.Tudo em cirurgia mudou depois do descobrimento deste tipo de laser. Havia aparelhos para coagulação do sangue, denominados eletro cautérios, e o velho bisturi utilizado para corte de tecidos.Com o novo laser o corte e a coagulação poderiam ser feitos simultaneamente.Um avanço e tanto, pois permitia cirurgias limpas, quase sem sangue nenhum, uma vez que os vasos eram coagulados ao serem cortados.Observou-se também que quando aplicado a uma superfície da pele causava um dano térmico semelhante a uma queimadura de primeiro grau ou segundo grau superficial que ao curar-se, deixava a pele muito bonita e mais jovem.Tal procedimento começou a ser utilizado, tal qual o botox, para uso exclusivo com o objetivo de obter beleza da pele. Estava criado o “resurfacing a laser”, que consistia em tratar toda a superfície da epiderme com o laser de CO2, ocasionando o surgimento de uma pele nova, após cicatrização.Mas problemas ocorriam, às vezes graves, como despigmentação, hiperpigmentação, queloides, cicatrizes, e principalmente havia um empecilho. Demorava a recuperar, tal qual extensa queimadura.O pós-laser era muito ruim, doloroso, com crostas na pele, um aspecto geral de queimado e uma grande insegurança do médico e do paciente quanto aos resultados.Para a maioria das pessoas que se submetiam ao resurfacing, os resultados eram bons, no entanto para outras os problemas citados podiam ocorrer e com agravantes, tais quais infecções bacterianas, herpes, ou outras viroses.O ser humano almeja sempre coisas melhores, mais perfeitas, mais bonitas, mais funcionais e menos problemáticas. A criatividade humana está sempre melhorando as descobertas, de forma a eliminar os inconvenientes, desta ou de outra técnica, máquina ou dispositivo. Tal se deu em relação ao Laser de CO2.Como os principais problemas eram na cicatrização, pois era causado um dano térmico em toda a superfície da pele do rosto, foi-se chegando à conclusão que talvez fosse melhor espaçar as áreas onde o laser era aplicado.Pesquisas mais recentes mostraram que o tal feixe poderia ser dividido em inúmeros feixes menores, surgindo o fracionamento do Laser.O Laser de CO2 Fracionado, ao ser aplicado, penetra até a derme em dezesseis pontos por centímetro quadrado, deixando toda a região em volta dos pontinhos tratados, sadia. De um tratamento para o outro desapareceram quase todos os inconvenientes...Como a pele está sadia em volta dos pontinhos, cura-se tão facilmente quanto um ponto de aplicação de injeção, em horas e não em dias, facilitando a recuperação e colocando a pessoa apta ao trabalho em poucas horas.A pele fica mais fina e mais lisa, o aspecto, melhor, rejuvenescido. Deve-se a regeneração que se segue, às células-tronco existentes na região, diminuindo os problemas e o tempo de recuperação dos tratamentos anteriores.Alterações como estrias e cicatrizes, e o próprio envelhecimento natural da pele ou o foto envelhecimento, aquele causado pelos raios ultravioleta, ganharam importante aliado.E a beleza agradece. Extrapolou ter apenas casa bonita, móveis bonitos, carro e roupas bonitas. Pele bem tratada significa cuidado consigo próprio, elevada autoestima, ou seja, perdeu aquele tom negativo, de vaidade, somente. Em tempo, pois quem não quer beleza, uniformidade, viço e juventude estampados na pele?Tudo de bom e mais um pouco...Tal situação gerou também a necessidade de médicos se especializarem na área, não necessariamente serem dermatologistas, treinados para tratar doenças da pele, mas médicos que tratam para alcançar a estética e a máxima beleza da pele, objetos totalmente diversos, e áreas de conhecimento diferentes.Então, se você quer se tratar a laser procure médicos que tenham cursos nesta área. Converse sobre quais as possibilidades de melhoras. Consulte demoradamente. Faça todas as perguntas referentes às suas dúvidas, e esteja certo da segurança de suas respostas, de que trabalham com o laser, cotidianamente.Sem dúvida conseguirá o melhor resultado possível.É a voz da experiência falando mais alto!

Neila Janne.
Participe comentando este texto.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Escravos do vício







Observo as árvores que enfeitam as ruas acinzentadas do cotidiano. Transeuntes levam seus pedaços de ilusões esquecidas sobre as mesas de bar, justamente na quietude das horas mortas que muitas vezes nem relembram quem foram. São tantas histórias perdidas nos labirintos da memória que sequer enxergam flores que circundam os jardins que enfeitam suas jornadas de retorno ao lugar que nunca deveriam ter saído. Passo solitário, dominados pela bebida saem cambaleantes pelas calçadas enquanto o sol escaldante cai sobre suas cabeças desprovidas de proteção mínimas para seguir em frente sem titubear.
À medida que ia contabilizando os metros percorridos por aquelas pessoas, entendi que cada passo representava uma etapa de suas vidas, como aconteceu naquela esquina ao ser empurrado pela mão invisível do destino e se encontrar diante de um abismo imaginário aquele alcoólatra lembrou-se de Deus. Do outro lado da janela da vida vi olhares vagos postos na parede do universo que, translúcida, mostra-me olhos transpostos em papel moldurado a enfeitar o céu cheio de inspiração e saudade, enquanto Deus, seu construtor, procurou comunicar e se fazer presente em cada momento de nossas vidas, mostrando que somos amados e queridos e que vale a pena lutar por uma vida nova e que é possível deixar o vício e ser feliz. É possível mostrar para os dependentes químicos, para os viciados em drogas, internet e até em televisão, o valor das coisas simples e da superação, porque Deus se revela na simplicidade e nos ensina como superar tudo o que acontece no nosso dia-a-dia. ELE se revela na beleza de uma flor, no cantar de um pássaro que voa amparado pelo vento; se revela através de um rio que desliza manso em seu leito levando consigo as flores e folhas secas que se desprendem dos galhos ribeirinhos ou no abraço e palavras sinceras de amigas e amigos.
A missão de cada um é restaurar vidas, temos uma grande responsabilidade, pois cada um que vem até nós nos foi confiado por Deus e aqueles que não foram que encontrem entre nós o apoio merecido, carinho e amizade verdadeira. Aqueles que são dominados pelo vício que procurem se desvencilhar desse mal e vivam intensamente. Aqueles que não forem que evitem situações e pessoas que possuem sinais do pecado. Valorizem seu corpo e prezem a saúde. Todos somos filhos de Deus. Somos livres e não nos deixemos escravizar por tudo aquilo que é maléfico a nossa saúde, através de propaganda ou cenas picantes, apresentadas até de forma inconseqüente pela internet ou TV.
Eu aprecio alguns programas de TV e a internet é importante para o mundo moderno, entretanto, é importante e salutar que saibamos discernir somente aquilo que venha acrescentar em nossas vidas e o que possa interessar a nossa formação intelectual. Cada dia, milênios de evolução são esquecidos em nome do fetiche tecnológico. Apetrechos fabricados ao menor custo e com baixa capacidade científica passam a influir e servir-se de psicologia barata para aliviar o desespero pós-moderno, cujas escolhas nos trazem um amargo na boca e caminhos que se bifurcam num paraíso que fica cada vez mais distante, não obstante sendo importante lembrar que nós somos frutos de nossas escolhas. Deus quer que valorizemos nossas vidas e ainda dá-nos liberdade para fazermos nossas próprias escolhas.


Vanderlan Domingos de Souza.

Participe opinando sobre o texto.

Análise psiquiátrica da mente criminosa dos políticos



Estes dias, conversando com um amigo bem simplório, mas muito sociável, que sempre quis ser político, ele me disse: “Estou achando que vou desistir... Estes dias, no ônibus, vi dois caras conversando, metendo o pau demais nos políticos. Eles falavam assim: ‘Político é tudo ladrão demais, se eu ver um na minha frente, além de eu xingar, sou capaz até de partir para a porrada, de tanta raiva que eu tenho dessa raça’”. Meu amigo ficou com medo e vergonha de fazer parte de uma turma dessas. O jornalista político Cláudio Humberto, em seu livro Mil dias de Solidão – Collor bateu e levou, diz a certo ponto: “Há atributos de paciência e tolerância exigíveis apenas de políticos”. A conversa que tive com meu amigo me fez pensar: “Ora, se eles são sem-vergonha, não estão nem aí para os ataques, então são meio psicopatas...” Mas ao ler a frase do jornalista me fiz outra pergunta : “Se eles são psicopatas, deveriam ser explosivos, impulsivos, como todo psicopata é, só que, segundo Cláudio Humberto, eles são é pacientes demais, toleram coisas demais, sem reagir, pelo menos na hora”. Como então compatibilizar essas duas imagens discrepantes ? Poderíamos então pressupor que eles têm uma “frieza esquisita”, uma frieza que não é a do psicopata, pois é uma “frieza calma”. Pessoas com esse último tipo de frieza podem ser enquadrados psiquiatricamente como “esquizóides” – são pessoas como as mostradas por Cláudio Humberto no caso de Collor. Conseguem colocar objetivos e táticas de interesse acima do amor, companheirismo e compromissos pessoais. Isso os torna mais perigosos pois são o tipo do “inteligente pérfido”. Cláudio Humberto mesmo relata que começou a desencantar de Collor quando este não mostrou nenhum interesse humano pelos sérios e agudos problemas de saúde apresentados pelo porta-voz. O jornalista descobriu que estava lidando com um tipo de “monstro da frieza e do cálculo de interesses”, tipo esse que ele descreve como extremamente comum nas lides políticas. O psicopata esquizóide é muito mais perigoso do que o tipo impulsivo de psicopatia. O impulsivo todo mundo conhece, sabe da “fama” e, além do mais, geralmente não são inteligentes ( a impulsividade não os deixa terem controle intelectual das coisas ). O problema é que, os esquizóides, além de “espertos”, são extremamente perigosos, pois não têm compromisso pessoal e afetivo com ninguém – são os típicos ditadores totalitários, que colocam seus objetivos, interesses egoístas, acima até da vida de milhões de almas. São os representantes da “verdadeira maldade”, aquela calculada, planejada, mantida “fria” - assim como a boa vingança é aquela que se come num prato frio. Brasilia, atualmente, é um palco político farto com este tipo de jogatina pérfida entre psicopatas descompromissados. Tudo que falam a respeito do “povo”, do “Estado”, é mentira, pois se não têm afeto nem compromisso nem para com os mais próximos, imagine pelos que os cercam.

Marcelo Caixeta.

Deseja comentar? Use o blog ou no dihitt.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Moradia digna não é favor, é direito constitucional







O processo de regularização fundiária necessita de avanços urgentes em quase todo Brasil. Ouso dizer que o tema tem sido tratado com desleixo pelas autoridades e pelos legisladores, que ignoram aspectos importantes para a conquista plena do direito à moradia.
Milhares de famílias brasileiras vivem hoje em situação irregular, impedidas de realizarem seu sonho de ver concretizado seu direito a uma moradia digna, sem a sombra da desapropriação. É um medo decorrente dessas incertezas oriundas do poder público. O aspecto nefasto da situação ficou escancaradamente evidenciado nas últimas tragédias do Rio de Janeiro, onde presenciamos on-line pelos meios de comunicação o quanto ainda precisa ser feito neste País para resgatar um direito constitucional, conforme estabelece o art. 6º da Constituição Federal.
O exemplo carioca deve despertar na sociedade e nos órgãos competentes a grave situação das ocupações em áreas de risco, assentamentos irregulares sem a infraestrutura mínima para a vida em comunidade. O planejamento urbanístico como ferramenta estratégica de gestão e de desenvolvimento das cidades é muitas vezes desconsiderado e o resultado é o que estamos vendo: moradias instaladas sobre lixões, à beira de rios e de córregos, em encostas inadequadas. Grande parte da população brasileira ainda hoje vive sem energia, sem esgoto e sem água tratada. Temos de estar atentos à qualidade de vida e de saúde, pois a prevenção é a melhor solução.

Essas famílias não possuem segurança ou estabilidade, não sabem como será o dia de amanhã, e, com isso, sua dignidade e seu amor-próprio são desconsiderados. É condição mínima para a paz do cidadão, saber que está sob um teto que não vai desmoronar, que não vai ser invadido por bandidos (ou pela polícia), que não vai ser desapropriado a qualquer momento.
Atualmente, o brasileiro que deseja fazer um financiamento ou outro compromisso financeiro maior não tem como provar a posse de seu patrimônio, ficando impossibilitado de almejar uma vida melhor e com mais dignidade. Por isso, é fundamental regularizar esta situação em todo o Brasil para que as pessoas de bem possam ter suas escrituras.
Também não concordamos com invasões de terras produtivas e nem com a guerra rural que vem acontecendo. Estamos alertas a essas dificuldades e sabemos que muito ainda pode ser feito em prol do homem do campo, mas com responsabilidade, seriedade e organização para as terras não caírem nas mãos de grileiros e especuladores que dificultam a reforma agrária no País.


Jacyra Alves.

Deseja comentar o texto? Use o blog ou o dihitt.

Sentimento de brasilidade



Estou notando, por onde passo, uma movimentação invulgar nos locais de alguma aglomeração, gente fervilhando de todos os lados, levando consigo bandeiras do Brasil, vestindo camiseta com as cores verde e amarela com bonezinhos também destas cores, numa mobilização de criar inveja a alguns estrangeiros que vivem pelas terras tupiniquins.
E sabem o porque desta movimentação? É a Copa do Mundo chegado e todo mundo eufórico com a seleção brasileira, comandada pelo Dunga, grande atleta da conquista do nosso campeonato nos Estados Unidos em 1.994, e agora responsável por esta seleção. Embora muita gente, incluindo eu, tenha contestado a convocação de alguns atletas em detrimento de outros, pois que deixando dois craques como o Neymar e o Paulo Henrique Ganso, e convocando alguns “engasgos”, somos obrigados a engolir os que lá estão, mesmo sabendo que não são os melhores. Mas vamos torcer. Mas o que eu queria dizer e, o digo agora, é a mobilização do povo em prol da torcida pelo Brasil. Faixas, adesivos, bandeirolas, e tanta ornamentação e vi pela televisão, que uma senhora do Paraná, ornamentou sua casa com as cores da seleção brasileira, do chão ao teto, e até a calçada foi pintada com as cores verdes amarelas.
E aí conversei com os meus botões. Por que não fazem isto ou seja, esta mobilização toda em prol das crianças desamparadas? Pela melhoria do nosso ensino? Pela eleição de homens honestos nas nossas casas legislativas e governantes, quer no nível federal, estadual e municipal? Por uma segurança mais segura? Pela vigília sobre as drogas?
Por que, só nesta ocasião de Copa existe toda a parafernália, toda a mobilização?
Será que todos são brasileiros, só de quatro em quatro anos? Não poderíamos focar nossas atenções em outros objetivos? Mas quá! o brasileiro é mesmo de um país das maravilhas, onde existindo festa e dança, tudo está muito bom, muito ótimo, como diz o nosso querido humorista Chico Anysio.
Meu povo, minha gente, conscientizem-se um pouco e observem os seus irmãos sofredores e pelo menos de ano e ano, mobilizem em favor deles. Terão condições de assim fazer? Creio que não. O jeito é sentar em nosso sofá e esperar a partida começar. Por favor, traga uma cervejinha bem gelada que os times já estão em campo.

Orimar de Bastos.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Preso pode ser candidato. Voto do preso provisório no Brasil. Dará certo?



O TSE aprovou a Resolução nº 23.219, de 02/03/2010, determinando a instalação de seções eleitorais em estabelecimentos penais e em unidades de internação de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, estabelecendo um prazo de 30 dias para que os Tribunais Regionais Eleitorais apresentem um cronograma de trabalho para as votações nos presídios, com dados das peculiaridades de cada Estado. Na Resolução, resta clara a determinação no sentido de que: “os juízes eleitorais, sob a coordenação dos tribunais regionais eleitorais, poderão criar seções eleitorais em penitenciárias, a fim de que os presos provisórios tenham assegurado o direito de voto”, valendo para as eleições deste ano. O Brasil tem 473 mil presos, sendo 152 mil provisórios. Em Goiás, preso provisório não votará. A decisão é do TRE/GO depois de ter sido apresentado ofício encaminhado pela Secretaria de Segurança Pública, que informou não haver tempo hábil para a montagem de toda a estrutura de segurança necessária para viabilizar a votação. Outro entrave citado é a alta rotatividade dos presos.
Um acordo de cooperação técnica foi assinado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o Ministério da Justiça, o Tribunal Superior Eleitoral e outros órgãos e entidades. Convênios foram firmados entre instituições do Poder Judiciário.
A decisão do TSE de criar seções eleitorais dentro de prisões no país gerou polêmica entre magistrados e especialistas, que argumentam ser curto o prazo para garantir que o pleito ocorra com segurança. A pressa, entretanto, é reflexo do atraso na execução de um direito garantido ao preso provisório desde 1988. Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) admitem que o voto de presos provisórios, previsto na resolução aprovada no mês passado, pode ser "inviável". Carlos Ayres Britto, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, seu sucessor, e o ministro Marco Aurélio Mello deram razão ao temor de diretores de penitenciárias e magistrados paulistas com possível interferência de facções criminosas, como o PCC e o Comando Vermelho, no voto de presos. Segundo os ministros, o voto de presos provisórios pode não acontecer onde houver "problemas insuperáveis" e "argumentos robustos" contra a realização de eleições nos presídios. Eles afirmam, porém, que é um direito dos presos e que, portanto, deve ser cumprido. Marco Aurélio é o mais crítico. Ele diz que a logística para o voto dos detentos é "inviável". "Apesar de [os provisórios] terem o direito, gostaria de conhecer como vão lograr colher esses votos. Fisicamente é difícil. Terá de ser feito um levantamento para saber quem são os eleitores e de quais seções eleitorais", afirma o ministro.
A inclusão eleitoral do preso provisório – aquele autuado em flagrante, preso preventiva ou temporariamente, ou que foi condenado por sentença penal recorrível – tem como base a Constituição Federal, a legislação eleitoral e várias resoluções do Tribunal Superior Eleitoral. Além de estabelecer o voto como uma obrigação fundamental, a Constituição Federal, em seu artigo 15, declara suspensos os direitos políticos apenas dos presos que tenham sido condenados com trânsito em julgado, de onde se conclui, sem qualquer dúvida, que presos provisórios têm não só o direito, mas também o dever de votar. Os condenados definitivamente estão impedidos de votar e ser votados. Uma outra resolução do TSE prevê que a possibilidade de presos provisórios virem a votar depende da instalação de seções especiais, de acordo com o que foi estabelecido no artigo 136 do Código Eleitoral. Além disso, os presos devem efetuar o pedido de transferência eleitoral no prazo de 150 dias antes da eleição, de acordo com o artigo 91 da Lei 9.504/97.
Há de se reconhecer que alguns fatores dificultam a efetivação do direito de voto ao preso, a exemplo da possibilidade de o preso ser solto após a transferência, da dificuldade de composição das mesas receptoras pelos próprios eleitores e de fiscalização pelos partidos. Se após a transferência o eleitor for solto, poderá se dirigir novamente ao local da prisão para votar. Os mesários não precisam necessariamente de ser escolhidos entre os presos e a fiscalização, por sua vez, é um ônus dos partidos políticos, que podem ou não exercer esse direito. Outro argumento é de que a exigência do policiamento ostensivo poderia influir na liberdade de voto. Essas dificuldades são comuns a todas as unidades da federação.
Concordo com o posicionamento do professor Arivaldo Fernandes de Araújo quando diz: “Entendo que, o TSE não pode impor aos TREs, sobretudo pelo tempo escasso, que façam eleições em todos os presídios, mas – dentro de um cronograma razoável – deve alistar os eleitores presos provisoriamente, criando as seções eleitorais próprias, para que em eleições futuras, seja plenamente efetivado um direito garantido constitucionalmente, desde 1988”. A determinação tenta colocar em prática um direito assegurado na Carta Magna que não pode ter caráter facultativo para os TREs – deve ser cumprido, apesar dos entraves alegados.
Conclui-se que, embora tenham os presos o direito ao sufrágio, difícil na prática a concretização no pleito vindouro ante todos os óbices acima apontados.
Agora, uma questão polêmica e que passa despercebida por todos é que tecnicamente o preso não condenado definitivamente pode ser candidato a qualquer cargo político. Pela Lei Maior não existe obstáculo, porém na prática é que existe dificuldade porque trancafiado fica quase impossível a sua candidatura. Muito embora aqui em Goiás o preso provisório não vai votar, nada impede que algum seja candidato. Não se assuste se houver alguma campanha assim: vote no preso X para deputado estadual, da ala 2, da Casa de Prisão Provisória. Ele só cometeu latrocínio, estupro, corrupção passiva e peculato e aguarda julgamento em todos os processos, sendo primário.
Outra grande questão também é que parece que os políticos brasileiros não querem candidatura ficha limpa.
Cazuza tinha razão: “Brasil! Mostra a tua cara. Quero ver quem paga. Pra gente ficar assim. Brasil! Qual é o teu negócio? O nome do teu sócio? Confia em mim...”



Jesseir Coelho de Alcântara é juiz
de Direito e professor.


O que você acha disso? Comente, participe!!!

Profissão: pedinte





É de causar alarde o número de mendigos nas ruas das nossas cidades. Não há cruzamentos nas principais vias que não tenham pedintes... Jovens, adultos, idosos, crianças, portadores de necessidades especiais, de tudo há um pouco!
Os que se travestem de artistas para pedir; os que realmente são artistas, mas optam por apresentar-se nas vias públicas. Bom... Esses pelo menos não estão pedindo, não é mesmo? Estão “trabalhando”...
Enfim, não temos mais sossego, sequer para estacionar nossos veículos. Quando chegamos a determinado local, às pressas para cumprirmos nossos afazeres, a abordagem é certa: “Pode dá uma oiadinha?“ Sempre respondo: Claro que pode!
Afinal, olhar não custa nada... Só nunca prometo que vou pagá-los por isso. Uns já vêm com o “papelinho”, com o preço da “oiada” e tudo. Realmente é irritante! Quando volto já digo logo: Infelizmente não tenho nada para dar-lhe no momento, pois só trouxe o cartão de crédito, fica “pruma” outra ocasião. E eles fazem aquela cara de ##&&%¨@!
Oras, pagamos IPVA caríssimo para ainda termos de sustentar marmanjos nas ruas? Sem contar que se acontecesse algo ao veículo, jamais se responsabilizariam, como nunca se responsabilizam! Então porque pagá-los? Para ser um bom cidadão? Talvez sejamos melhores cidadãos não estimulando que as pessoas continuem nas ruas pedindo, ao invés de ir em busca de dignidade; ou ainda sejamos melhores cidadãos por não contribuir para que tais pessoas usem drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas. Não dou dinheiro na ruas, definitivamente!
Opa, mas e aquela idosa da Praça , que usa lenço na cabeça? Coitadinha... O filho a deixa de carro novo na rua debaixo, e ela sobe a pé para pedir. Tem vários imóveis, inclusive um mercado, o que muitos que “ralaram” a vida toda jamais lograrão ter em suas existências.
As desculpas dos pedintes são sempre as mesmas: Comprar passagem pra não sei aonde; comprar marmita; ajudar a comprar remédio; fulano de tal está doente; ciclano morrreu; etc. Até hoje, foram poucos os pedintes honestos que encontrei... Certa vez uma senhora pediu cinquenta centavos “pra tomar uma pinguinha”. Confesso que à época dei o dinheiro, pela honestidade da senhora. Foi genuína!
Um outro desses vi na televisão, num desses “programinhas” sensacionalistas locais disponíveis nos canais abertos. Era um senhor barbado, maltrapilho...
Esse também era honestíssimo, sincero até demais. Quando perguntou o repórter a ele se não trabalharia caso alguém lhe arrumasse um emprego, de pronto respondeu: “Eu, trabaiá? Deusulivre! Se eu ganho muito mais pedino na rua, pra que eu vou querê trabaiá?”
Foi então que descobri que existe uma nova e antiga profissão. Quando forem ter de preencher alguma ficha de cadastro lá poderá constar: Profissão: pedinte.
Oficializaram a mendicância...

Guilherme Martins de Araújo.

Deseja comentar? Use o blog ou o dihitt.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Prevenção ainda é o melhor caminho







Dinheiro algum será suficiente para interferir na proliferação ao uso de substâncias psicoativas caso não se destine verbas e apoio para projetos de prevenção a depressão e outros transtornos, afinal, tornar-se dependente químico consiste em, antes de tudo, ter sido arremessado ao “estranho mundo” que se forma dentro de cada mente, diante de conflitos emocionais redundantes da incapacidade de elaboração das perdas ou contingências profundamente exaustivas. As drogas, nada mais são, senão, o resultado das relações que cada um vive em sua dor, ou, mesmo em sua profunda ausência de um corpo e que frente as alterações dos processos neuroquímicos, entorpecem o insuportável universo que parece ser tragado por um buraco negro, construindo sobre o que resta de um corpo que não mais se sente os únicos instantes que tornam-se visíveis e perceptíveis a si mesmo.
Os usuários que fazem do asfalto o piso e do céu o teto de suas moradas, escolhem as ruas, afinal, por não serem observados em seus gritos por socorro, em decorrência da desassistência, tanto afetiva quanto da dura realidade social que os sufocam na profunda dor e nos questionamentos que fazem sobre a vida, então, elegem a relação com as “drogas” uma possibilidade em desaparecem diante do breve corpo que criam, sendo esse, fonte de intenso prazer, o banquete que atenua a fome e o palco para que tornem-se vistos, pois, se é assim a única forma em que são notados, incomodando a muitos e desafiando as forças públicas, defensoras de interesses privados, qual outra escolha poderiam fazer?
O uso de substâncias psicoativas é uma comorbidade de tantos outros transtornos, principalmente, das depressões, das ansiedades e de suas mais variadas manifestações, pois, não há como definir a subjetividade da dor e do desespero diante o infinito universo psíquico, sendo que esse não se restringe apenas às classificações do que está criado no “Manual de Diagnóstico e Estatísticas das Perturbações Mentais”, nem tampouco, no “CID-IX (Classificação Internacional de Doenças)”. É necessário ouvir pessoa por pessoa, permitindo que elas contem suas histórias, dividam suas dificuldades e exponham suas angústias, que chorem e tenham a quem possam mostrar a ambivalência revelada através de suas lágrimas.
A sociedade está combatida, afinal, são tantas propostas de combate com tantas vítimas de operações e procedimentos pessimamente sucedidos, levando-nos a compreender a ineficácia de muitas propostas. Chega desse jargão (“combate”) fácil e alucinógeno, entorpecedor de nossas ansiedades, e caminhemos para uma solução madura, consistente e desprovida de “heróis”, afinal, esses o são, senão, heróis de seu narcisismo. Portanto, necessitamos de políticas de prevenção que possibilitem às famílias e aos usuários informações e suporte multidisciplinar (psicólogos, médicos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, advogados e voluntários) destituídos do academicismo tolo, das disputas corporativas e de interesses escusos construídos por debaixo das mesas e sobre a vergonha de uma nação que grita por socorro em relação a pandemia que assola muitos lares, que desagrega milhares de famílias, que furta grandes sonhadores e gênios anônimos, não revelados, por que não nos dispomos a vê-los, “fingindo que o mundo ninguém fez, mas, acontece que tudo tem começo e se começa um dia acaba, eu tenho pena de vocês!”(Renata Russo e Flávio Lemos).
Tenho percorrido várias igrejas, associações e sindicatos apresentando o “Programa de Prevenção a Depressão e outros transtornos”, sempre investindo de meus próprios recursos, restringindo alguns de meus hábitos e algumas de minhas vontades em nome de um sonho, acreditando e vendo no olhar das mais de duas mil pessoas com quem já conversamos durante nossas palestras, o despertar da esperança e a revitalização de suas capacidades para que possam se recuperar ou ajudar filhos, amigos, parentes, ou mesmo, desconhecidos. Fica aqui minha sugestão aos senhores(as)para que possamos investir em programas de prevenção, pois, ainda é o melhor caminho.


Marcus Antonio Britto de Fleury Junior.

Comente aqui ou no dihitt.

O êxito do “sistema” e o fracasso da educação brasileira



O sistema educacional brasileiro foi planejado para não dar certo. O empenho docente pretendendo o êxito da sua profissão através da aprendizagem formal da sua clientela é uma armadilha sistêmica perpetuando o sucesso do atual modelo. Vivemos numa sociedade construída sob os signos da futilidade e do volátil assim não é difícil perceber claramente o desinteresse generalizado pela cultura erudita. É comum o discente não ter em casa qualquer estímulo pelo saber histórico, portanto nenhum conhecimento clássico, tampouco fascínio pela lógica, menos ainda encantamento pelo raciocínio matemático além da ausência de interesse pelas ciências naturais em suas variações bem como as ciências da saúde. A estrutura física das escolas encontra-se geralmente em estado lastimável além da ultrapassada capacidade dos seus recursos humanos frutos de uma herança colonial predatória da exploração do trabalho pelo trabalho. Os Profissionais da Educação que deveriam ser instrumentos do progresso e re-significação do conhecimento são os primeiros a sofrer com todas essas enfermidades tornando-se vítimas de uma atmosfera inóspita ao propósito original da sua formação, cargo, função, de suas convicções e utopias, e por fim da falida instituição, sucumbindo-se ao caos reinante nos interiores desses estabelecimentos destinados, à priori, ao desenvolvimento de mentes criativas que na prática se transformou em laboratório de alienados. Fundamentalmente a culpa por esses sinistros resultados está nos órgãos estatais mantenedores dessa (de)composição que por sua vez a transferem à mal-dita Lei de Responsabilidade Fiscal este dolo. Romper estes paradigmas é afrontar-se com o sistema, atitude que não recomendo, afinal como me ensinou o prestimoso amigo Jota, lá da cidade de Mineiros: “... manda quem pode, obedece quem tem juízo...”.
Aprofundando tais mazelas considero que participar de acontecimentos relacionados aos desafios da educação no séc. XXI, nesta década tornou-se seguramente um bacanal pedagógico na hierarquização do desencanto pessoal mediatizado por uma cartase gestáltica para além da sapiência e explicação do velho e bom senso comum. Para que gastar tempo e dinheiro com inscrições em congressos e eventos alhures que não passa de bela mentira manipuladora de toda patuléia e fonte acumuladora do precioso vil metal a palestrantes forjados nos discursos fenomenológicos da realidade sugerindo rupturas impossíveis com a estrutura cartesiana. “Pobre Afonso! Oh! Pobre Afonsos!”. Inúmeros recorrem à literatura de autoajuda com suas colocações piegas, em geral os palestrantes são senhores protocolares e senhoras proprietárias de curriculum invejáveis favorecidos por veludosa retórica e utilizando slogans sugestionáveis apresentam eloqüentes teorias, inusitadas ações ou mega experiências requentadas e vendidas como alternativas pontuais quase sempre impossíveis de aplicação imediata aos males da nossa real tragédia educacional. Fico pensando quantos são os netinhos que perdem seus avós para estas rebuscadas degenerações conceituais quando na verdade lá no cantinho de nossa alma temos a certeza de antemão que não há solução. Potencializando nosso drama ainda há o fatalismo ambiental e contra os fatos não há argumentos.
Abaixo da linha do Equador o clima tropical é causa definitiva dos baixos rendimentos intelectivos de nossa juventude envolvida em seus dilemas neo-existenciais intrínsecos as suas próprias condições familiares, psicológicas, climáticos e sociais. Tudo aquilo que não seja prazer instantâneo, sensação de devotamento ao etéreo é desviado com veemência pelas tribos adeptas do lema: “não faça hoje aquilo que você pode fazer amanhã.” Assim se concretizam os pseudos bons investimentos no setor através dos gastos públicos na manutenção de uma estrutura ineficaz abaixo dos 40º Celsius do hemisfério Sul. Djavan cantando reforça a tese da incompatibilidade entre tropicalidade versus aprendizagem: “... Dia frio, um bom lugar p`ra ler um livro e o pensamento...” . Meu caro amigo leitor não perca seu tempo rememorando duvidosas estatísticas isoladas de sucesso de aprendizagem. Lamentável é o todo da chusma submergida no oceano de despreparo estrutural sem acesso as ilhas de excelência e em ambos a crença no pulsante determinismo religioso da cristandade tupiniquim.
Pacificados e coniventes com a dimensão dogmática da onipresença teológica o Povo Brasileiro ainda está longe de formar uma pátria, para tanto a metafísica em sua vertente mais perigosa tem nas raízes profundas da religiosidade nacional a fonte de perigosas convicções induzindo o indivíduo a crer que bem aventurado aquele que aqui sofre, afinal será dele o reino dos céus. Muitos líderes religiosos de diversas denominações glorificam o Senhor ao mesmo tempo em que realizam a expiação monetária da assembléia de fieis, e estes por sua vez crêem que terão bônus post mortem e seguem confiantes que aqueles ritos, liturgias e palavras “divinas” os redimirão da culpa do desinteresse pelos saberes mais sofisticado. Acabam ambos esquecendo que o céu é só uma promessa, entretanto o mal pior é a maniqueísmo tosco existente no interior das comunidades com direcionamento religioso promotora do proposital distanciamento dualista entre a fé e a razão como se ambas não se complementassem rumo à compreensão da complexidade do que é o ser humano em todas as suas carências e perspectivas. Procurando dar roupagem pseudocientífica frente a inevitável evolução do século XXI apareceram com o tal design inteligente, entretanto o mesmo não é consenso na comunidade científica. Tais deformidades limitam as possibilidades de construir, no Brasil, uma sociedade sedimentada no saber científico da igualdade pela oportunidade. Afinal, estes deveriam ser os objetivos do ensino cuja responsabilidade é inerente à condição sine qua non de ser da escola laica, pública, gratuita e de qualidade. Historicizando os fatos deparamos com as evidencias do continuísmo pedagógico.
Seria fundamental beber o eléboro ofertado por Gargântua a Pantagruel, mas como isso não é possível segue o setor público financiando a organização escolar que por sua vez insiste vorazmente em existir com o mesmo prognóstico de 200 anos atrás. Perverso equívoco uma vez que a moderna sociedade clama por novos modelos viáveis de gestão eficiente e, por conseguinte eficiência nas relações ensino-aprendizagem. Por isso o muito bem avaliado sistema “S” produz bons resultados além de algumas raríssimas instituições privadas e incomuns unidades públicas de ensino que comprovadamente Planejam, Executam e Avaliam seus planejamentos pedagógicos e projetos institucionais focados nos indicadores de necessidade do mercado, além é claro da excelência dos serviços prestados diretamente aos seus clientes. São ações dessa magnitude que precisam ser universalizadas agregando competência e concorrência no atendimento àquilo que é dinâmico ao mercado, ou seja, qualidade da existência humana, produção eficaz e o consumo qualitativo destinado a toda a população. Nesse cenário o Estado serviria como instrumento indutor da competitividade e agente das condições da ação empreendedora dos indivíduos.
Certamente uma extraordinária, provocante e sedutora engenharia pedagógica produziriam uma distribuição de renda e geração de riqueza nunca antes visto na história desse país, mas este é tema de uma futura análise. Alea jactae Est !


Nilton César Guimarães Rezende.

Deseja comentar este texto? use o blog ou o dihitt.