terça-feira, 27 de abril de 2010

Viver para Crer



Normalmente as pessoas se lembram do que é o amor, do que é a família, quando chegam as festas religiosas, onde normalmente estes sentimentos devem ser evocados. E esquecem muitas das vezes, que é o amor e a família que nos fazem humanos. Eu sou humano, não só no natal, páscoa ou outro momento semelhante e é por isso que cultivo a família que me cerca.
Entre este cultivar, está a pratica de ir quase todos os finais de semana à casa de minha avó. Aos domingos, não só para almoçar mas principalmente, para ver todos aqueles que amo e dizer que ainda estou ali, amando-os.
Nasci rodeado de primos, naturalmente, passamos grande parte do tempo brincando na rua, aquelas brincadeiras que quem é de minha geração conhece e que infelizmente, hoje, não são tão comuns quanto antes. Foram nestas brincadeiras que descobri o que é família, e nas acolhidas pelos mais velhos, depois da exaustão da diversão, que descobri o que é o amor.
Hoje, quando reúno com estes primos, não discutimos mais sobre o futebol na rua de baixo, mas sim sobre o futuro de nossas vidas, nossas ambições profissionais, os estudos e por ai vai, enfim, a vida continua.
Felizmente, como toda família, o ciclo continua, ele tem de continuar. Não diferente na minha, vemos este ciclo dar mais uma volta nos primos mais novos que nascem e que hoje reúnem-se entre si, como fazíamos antigamente.
Tenho quatro primos mais novos, devem estar entre os seis, oito anos. Mas é do mais novo que hoje quero falar, pois sua historia, é uma historia de amor, não só do amor como ser humano mas também do amor, enquanto família.
Minha tia, mãe deste garoto que falo, teve uma gravidez com poucos problemas, fazia sempre os exames rotineiros e nunca teve nada do que se preocupar.
Estávamos, como era pra ser, todos felizes com mais um integrante na família. Mais um para nosso ciclo continuar.
Porém, infelizmente, esta tranquilidade não durou muito tempo, exatamente até o seu nascimento. Era, naturalmente, uma criança amável, mas, com sérios problemas de saúde. Possuía um doença rara na coluna, rara, e perigosa. A aflição tomou conta da família. Nosso primo corria risco de vida, no melhor dos casos, talvez, conseguisse viver, mas, sem se locomover.
Trouxeram-no para Goiânia e com graça divina, ele sobreviveu. A tranquilidade contagiou à todos da família. A maior das preocupações havia se passado, agora, nossa única esperança era tentar fazê-lo locomover-se, como uma criança totalmente saudável.
Continuou o tratamento em Goiânia, nós agarrados com a fé, e ele, infelizmente, segurando-se nos limites da ciência.
Sabíamos que deveríamos nos manter forte, não por nós, mas por ele. Enquanto alguns médicos diziam ser raras as possibilidades, nós mantínhamos nossa crença, e foi neste sentimento, quando o tempo deseja enfrentar os fatos, descobrimos o Crer.
No centro de reabilitação, meu primo reganhou sua vida. Seu tratamento foi árduo, tanto para ele, quanto para nós e felizmente, crendo sempre que o amor que ele sustentava podia fazê-lo melhor, pudemos chamá-lo então de uma criança totalmente saudável.
Sua vida ainda é um caderno de tarja quase branco, onde ele, assim como o fiz, rabisque da maneira que quiser, da maneira que lhe convir. Nestes rabiscos, nosso amor será a tinta e o Crer será o papel.

Lucas Calil.


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5 comentários:

  1. Amigo, parabéns pelo post! Já estou ficando repetitiva...rs...mas não tenho mais palavras para expressar o quanto admiro as suas publicações!
    Super beijo!

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  2. amigo, hoje em dia, mas nem nos festejos natalinos as familias se reunem como antigamente.
    Estamos em uma era "fria".
    Frios de alma e de coraçao.

    abçs

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  3. Nossa fiquei emocionada,parabéns este post é maravilhoso.Abçs

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  4. A fe sempre vai ser a mola propulsora pra tudo aqui na vida terrena, ela aliada ao amor e muito potente, faz coisas que a ciencia nao pode prever.A historia me lembrou da infancia, infelizmente sao poucos que crescem e mantem essa energia, esse contato.

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  5. Que coisa mais linda essa postagem... parabéns... em tempo... tudo seria tão mais fácil se todos olhássemos para a fonte (família) com o mínimo de julgamento e o máximo de amor... não apenas em pouquíssimas datas escolhidas... mas em todo amanhecer.

    www.vidaeterapia.blogspot.com

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