terça-feira, 20 de abril de 2010

Sindicalismo moderno, como participar?



Os sindicatos começaram a ter uma postura autônoma perante o Estado, em 1980. Neste período, promoveram-se greves e manifestações que mexeram com o brio de cada trabalhador. Dentro de sua ilegalidade os atritos eram inevitáveis, a reação do Estado foi rígida. Isto teve como consequências lutas, perseguições por parte do governo. Até que, em 1988, uma nova Constituição surgiu como resultado deste processo.
Então o sindicalismo desligou-se do restolho corporativista em que se encontrava. Com a nova Constituição veio a unicidade sindical – um único sindicato para cada categoria em cada base territorial, não inferior ao município. Exige-se o registro para que se certifique a unicidade da representação. Na expansão de seus trabalhos, buscou-se espaço político, promovendo uma militância político-partidária.


Estas conquistas equilibraram as forças entre empregados e empresas, isto dentro de uma preocupação constante de condicionar e conciliar exigências, imposições, buscando as possibilidades, observando as limitações da conjuntura sócio-econômica. Contudo, identifica-se um histórico vitorioso do sindicalismo atual, tendo em vista que as negociações coletivas, a conciliação e a arbitragem são as perspectivas do novo sindicalismo, consciente de seus direitos e de suas responsabilidades.
E claro que não podemos desmerecer as conquistas, mas é preciso entender que, naquele momento, foi preciso; agora temos novos desafios, e para isso são necessárias novas formas de trabalho, de agir e de pensar.


É preciso repensar os objetivos, porque vivemos em uma sociedade que necessita de renovação de ideais e princípios, não de novos sistemas administrativos governamentais. Mais do que nunca necessitamos de cidadãos que tenham consciência do seu papel, que se volte para o coletivo, que participe, debata, tudo dentro de uma forma ponderada e objetiva. Perde-se muito tempo pensando e estudando em uma nova sociedade, onde haja justiça igualitária, paz e prosperidade, mas esquecem que por traz de tudo isto, está o ser humano, frágil e exposto às adversidades da vida.


Na atual conjuntura econômica do País, não há espaço para imposição e extremismo. O mundo prova isto todo dia, em todos os lugares, através de brigas, guerras, atentados e manifestações populares. A ganância, a falta de bom senso e de conhecimento são alguns fatores que propulsionam os malefícios da humanidade, e destes seres, que não se interessam pelos seus irmãos, as maiores falhas humanas da história.


Como no mundo, o sindicalismo atual, deve ao invés de gritar, falar, de impor, negociar. O desfecho não pode, em nenhuma das circunstâncias, beneficiar somente uma das partes, a proposta deve ser boa para mim tanto quanto para você. Ao invés de se estabelecer uma hierarquia definida, porque não um grupo que trabalha em parceria, visando o bem comum.
À primeira vista, esta proposta parece beneficiar somente uma das partes, no caso a classe trabalhadora. Mas isto não acontece, porque hoje as experiências comprovam, que um trabalhador motivado vale por dois, este possui uma expectativa de vida, tem seus direitos assegurados, sente-se útil e valorizado.


Em algumas empresas, onde já se aderiu a este experimento, acontecem relatos de diretores quanto à melhoria do ambiente de trabalho, no rendimento do funcionário, na diminuição de responsabilidades.

Eduardo Genner de Sousa Amorim.

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Um comentário:

  1. O sindicalismo sempre foi acusado de participação político partidária. Mas sua postura sempre foi autônoma.
    Assim foi acusado desde a sua criação, durante a revolução industrial, foi acusado de participação político partidária. Seus primeiros fundadores eram insubordinados, gentalha de última categoria preguiçosa e que se aproveitava da união dos trabalhadores para promover a baderna.
    Esta postura do Eduardo é ultrapassada, antiga e preconceituosa. Mais do que provado está que se não fossem as lutas dos primeiros sindicalistas, até hoje o trabalhador estaria trabalhando 16 horas por dia, em péssimas condições de higiene, segurança e saúde com salários que mal dava para comer.
    Façam-me o favor! Que coisa mais ultrapassada!

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