sexta-feira, 9 de abril de 2010

Educação e desenvolvimento



A educação é um instrumento vital para desenvolver qualquer nação. O desenvolvimento é uma questão cultural, pois nos países desenvolvidos a população é instruída e as pessoas exercem a cidadania, cultuam o respeito, zelam pelo cumprimento das leis e condenam os privilégios e a corrupção. Organismos nacionais e internacionais já comprovaram a profunda relação entre a educação e o desenvolvimento mas, apesar de alertarem para os riscos de não se investir na educação como condição para deter as desigualdades sociais e a pobreza, isso ainda não foi assumido como objetivo prioritário pelos governos brasileiros em geral.


Mesmo com a melhoria do acesso de crianças e adolescentes à escola, indicadores ainda denunciam uma escola pública que retém com dificuldade seu aluno e que na maioria das regiões e localidades do País não consegue promover um conhecimento de qualidade, cujos alunos possuem reais dificuldades de escrita, leitura e compreensão de textos simples. Além disso, dados do Cepal e do BID, analisando a situação da América Latina, demonstram que existe um fosso de escolaridade separando os 10% mais ricos e os 30% mais pobres por pelos menos sete anos de estudo. A ignorância nega a capacidade de cada um de encontrar soluções.


Apesar dos resultados pífios, os investimentos brutos em capital educacional no Brasil são considerados elevados (10% da renda nacional), no entanto ainda inferiores ao destinado ao capital físico (20% da renda nacional), o que nos leva a depreender uma ausência de racionalidade nesses investimentos em relação aos impactos que se deseja sobre os diversos aspectos do desenvolvimento socioeconômico do País, para que a taxa de retorno seja otimizada, sendo necessária uma urgente e objetiva metodologia de avaliação contínua nesse setor de tamanha importância.


Precisamos, de forma inteligente e contextualizada, encontrar caminhos que equacionem o binômio quantidade de vagas e qualidade nos estabelecimentos escolares.
Neste ano eleitoral de 2010, devemos, como cidadãos e eleitores, suscitar um sério debate entre os líderes partidários que aspiram ao poder acerca desse assunto, levantando-se as seguintes principais questões: -quais as medidas necessárias e imediatas para a superação da falência histórica da escola pública brasileira? - de que modo o investimento na educação, feito atualmente de forma empírica e precária, compromete a estratégia de desenvolvimento nacional? A partir dessas observações surgirá um conjunto de respostas que irão delimitar tendências de análises e deverão obrigatoriamente se materializar em ações governamentais objetivas.
Essas iniciativas, não temos nenhuma espécie de dúvidas, são indispensáveis para o atual momento histórico vivido pelo nosso País. Seremos eternamente subservientes no plano internacional se privarmos os brasileiros de uma educação de excelência, voltada para uma sólida formação pessoal, humanizadora e também profissionalizante para que possamos fazer face aos desafios, que não são poucos, do mundo globalizado deste terceiro milênio. Para o rico e para o pobre.


Como afirma o professor da UnB e consultor Pedro Demo: "O sistema não teme um pobre que tem fome, mas teme um pobre que sabe pensar."


Antonio Alencar Filho.

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2 comentários:

  1. Realmente o que vc coloca em seu texto tem muita coerência, mais pena que o povo esta longe de atingir esta meta.
    Abraços forte

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  2. Um fator (Educação) muito importante que era para ser tudo!!

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