sábado, 24 de abril de 2010

Dignidade sim, dependência nunca





Sempre que visitamos as casas de nossos assistidos, nos deparamos com uma triste realidade: a dependência daquela família em receber as doações de cestas de alimentos e outros auxílios patrocinados pela ação governamental.
Não queremos dizer que estas ações não sejam necessárias. Precisamos analisá-las de diversos prismas.
Não podemos nos esquecer que existe em nosso meio uma população considerável que passa por diversas necessidades, sejam elas de alimentos, saúde, segurança, emprego, habitação, transportes, infraestrutura, etc.
Porém não podemos ignorar que os governos do Brasil estão investindo em programas sociais de transferência de renda, e que as mesmas possuem um impacto muito positivo nesta população.
Sabemos que hoje no Brasil, dificilmente alguém morre de fome, mas em compensação nosso País é muito carente de políticas públicas eficientes e eficazes nas diversas áreas da atividade humana.
Percebe-se claramente que a maioria dos programas sociais de transferência de renda, gerando uma dependência muito grande por parte da população beneficiada. Pessoas que tem condições de trabalhar, muitas vezes, não se empenham em procurar emprego, pois sabem que no final do mês os beneficios lhes chegam a sua porta, sejam por mãos de entidades de assistência social, sejam pelos diversos cartões governamentais a que são cadastrados.
Isso causa uma dependência muito perigosa, pois a população fica a mercê das benesses, nem sempre bem intencionadas, por parte de quem as promove.
Muito mais digno seria, se em vez de promover a dependência, houvesse a promoção de ações e programas de transferência de renda acompanhados de um crescimento da economia em caráter contínuo, levando o cidadão a porta de saída desta dependência, gerando a sua autonomia financeira e social.
Precisamos promover o ser humano restituindo-lhe a sua dignidade e não ficarmos criando instrumentos para que o mesmo, fique cada dia mais tutelado e preso, nas artimanhas de campanhas meramente eleitoreiras que conhecemos muito bem e quais são as suas intenções.
Precisamos criar politicas que promovam a saída desta população. Deste círculo vicioso de miséria e dependência, criando para ela instrumentos que gerem emprego e renda, pois muito mais digno que receber uma cesta de alimentos ou outra ajuda, é sabermos que temos uma remuneração e que podemos fazer o que quisermos com o nosso salário, adquirindo aquilo que gostamos e não dependermos do gosto de outras pessoas.
Márcio Pochmann declara que programas de transferência de renda são muito baratos, e, inclusive por isso, são estimuladas por agências multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. O que ocorre é que os governos se acomodam com essa situação, em vez que investir em programas duradouros e definitivos, porém com retorno mais lento.
Precisamos efetivamente estimular nossos políticos a mudarem a visão de investimento público, pois precisamos de programas que avancem e promovam a cidadania plena do indivíduo, gerando, como dissemos, emprego e renda e que esta mesma população seja protagonista da própria libertação e dignidade. Enfim, que ela possa bradar bem alto: dignidade sim, dependência não.

Jeová Alcântara.

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6 comentários:

  1. Olá!

    O ser humano é o mais importante do que qualquer outra coisa que se possa imaginar. Portanto, programas que eleve a condição de vida das pesosas devem ser realçados e melhorados para atender mais pessoas que ainda precisam.

    Abraços

    Francisco Castro

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  2. Amigo William, devemos nos esforçar ao máximo para atender as necessidades das pessoas que precisam de ajuda. Parabéns pelo artigo. Abraços. Roniel.

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  3. A minha mãe contou que na Alemanha o governo ajuda desempregados, muitos nem se esforçam para obter nada, nem mesmo uma faxina, pq é um ganho fácil. Além de que muitos usuários de drogas recebem a pensão e se acabam, sem pensar em trabalhar. O desemprego é um fato, é dificil se recolocar, mas tambem é facil nada fazer.

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  4. William,
    Concordo plenamente! Vejo no dia-a-dia pessoas pedindo dinheiro, esmolas. Outro dia, uma mulher saudável bateu em minha porta pedindo dinheiro (precisava comprar remédio para o filho), então sugeri à ela que me passasse as roupas (atividade que não sou fã em casa...rs). A mulher agradeceu e preferiu ir embora do que ganhar o dinheiro através de seu próprio esforço. E te digo mais; pedir esmolas em semáforos também se tornou uma "profissão" bem rentável para um grupo organizado, que explora crianças. Precisamos dizer não à isso também!
    Super abraço e, mais uma vez, parabéns por esse excelente artigo!

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  5. Oi William,

    Não conheço bem política para poder argumentar sobre isso, mas tenho uma opinião a cerca das pessoas que vivem dos benefícios destes programas. Eu acho que aqui no Brasil a população vê ainda o governo como um grande pai, que deve saciar as necessidades de todos. Não tenho nada contra a programas que dão uma ajuda ao chefe de família que sempre trabalhou e de repente ficou sem emprego, mas sustentar um monte de gente que vai se acomodar na situação, eu acho ruim. Nos Estados Unidos a população tem vergonha de receber ajuda do governo e a evita ao máximo. O governo, por sua vez, não dá nada facilmente, sendo bastante difícil obter qualquer ajuda. Aqui as pessoas obtém muita coisa de graça e facilmente, ou seja, é um terreno fértil para se cultivar a dependência. Por isso acho que é uma questão de cultura. Nossa cultura está indo nesse caminho.

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  6. Populismo e curral eleitoral é isso aí. Mas quem "ousa" a mudar isso? pergunte para quem tem que acertar contas com o Leão (agora no fim do mês).

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