segunda-feira, 19 de abril de 2010

As barbaridades com suas causas e consequências



Não há mágica para a solução dos problemas. O que existe é um profundo estudo sobre suas causas e consequências e ações determinantes que possam corrigir o que está errado. A violência no País deve ser analisada sob vários aspectos. Inúmeras medidas precisam ser tomadas para reduzir os crimes que assustam toda a sociedade, como investir em educação, no social, mudanças de leis, assim por diante.
O recente caso dos assassinatos em Luziânia cometidos por um ex-detento é mais um aspecto que deve ser debatido a exaustão. Julgo essencial criar mecanismos de recuperação dos presos, como uma importante medida a ser tomada. É fato de que as cadeias são fábricas de marginais. Há anos, temos realizado ações no antigo Cepaigo como forma de tornar menos dramática a situação do presídio.


Após acompanhar a realidade das penitenciárias, avaliando os caminhos a serem tomados, apresentei o Projeto de Lei 2825/03, já aprovado em comissões, que autoriza a terceirização dos serviços nos estabelecimentos penais do Brasil. O objetivo é instituir uma gestão mista do sistema carcerário para que ela seja mais produtiva e que surta os efeitos esperados.


Atividades como assistência à saúde, material, educacional e social passariam a ser executadas por empresas privadas com o controle do Estado, e escolhidas por meio de licitação. Anualmente, seriam obrigadas a apresentar relatórios do que está sendo feito e do comportamento dos detentos. Os critérios judiciais de avaliação dos condenados continuariam a cargo dos advogados constituídos ou dos defensores públicos. A segurança e a nomeação dos dirigentes penitenciários não seriam alteradas.


O projeto, amplamente discutido na Câmara dos Deputados, com a participação de representantes da sociedade e entidades ligadas ao assunto, vai passar por outras comissões. A expectativa é pela sua aprovação. Não tenho dúvida de que estaremos atacando um dos graves problemas que influenciam a criminalidade, já que a reincidência do preso é alta. Por falta de condições de se recuperar, volta para o mundo do crime.


A situação carcerária no País é lastimável e deve ser uma preocupação de todos. O modelo que defendemos já existe em alguns locais no Brasil e no mundo, gerando redução dos custos e eficiência na recuperação dos detentos. Mas é preciso avançar, transformando as boas iniciativas em uma prática geral no território brasileiro. Isso porque, com afirmei, estudos comprovam que a elevada reincidência criminal está ligada à discriminação que o preso sofre ao deixar a cadeia, sendo que 70% retornam pouco tempo depois para a prisão.


Diante da cruel realidade, não há outra alternativa. Temos que dar oportunidade para que aqueles detentos que queiram se recuperar, que possam encontrar os meios para tal. Dessa forma, estará sendo dado um significativo passo para amenizar um dos graves problemas que afligem a humanidade.


Sandro Mabel.

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4 comentários:

  1. olá, concordo plenamente, mas devo acrescentar que, reformular as leis, tornando-as mais rigorosas, até radicalizar conforme o crime, faria o criminoso pensar duas vezes antes de cometer outros crimes.
    Essa é minha opinião;
    abraços

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  2. Caso complicado para qualquer nação esse de investir rios de dinheiro em presidios, dia desse li um artigo e dizia que o pais gasta com um preso daria pra investir em cinco estudante do ensino médio, ai pus a me perguntar, será que vale a pena mesmo gastar tanto com uma pessoa que cometeu barbaridades contra a sociedade? será que a sociedade eceita esse idividuo de volta mesmo que se diz recuperado? vale a pena insirtir se for reicidente? e as depredações quando acontece rebeliões, quem vai pagar por isso? muitos honestos aqui fora trabalhadores passa dias sem um prato de comida descente, um preso lá dentro tem direito as quentinhas sem fazer nada, isso é justo?. acho que devemos rever nosso código penal e implatar leis mais rigidas, o preso está lá dentro do presidio pagando pelo que fez ou o cidadão honesto aqui fora é que tem que pagar?

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  3. O poder armado da sociedade é a polícia, que tem o dever de defender o cidadão, assim como as forças armadas têm o poder para defender as instituições e o Estado.
    A privação da liberdade é também dever do Estado através da Justiça que não poder ser "terceirizado', assim como não pode ser as demais instituições do Estado. Podemos terceirizar a comida fornecida, a limpeza mas não os presídios.
    Esta é a minha opinião.

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  4. É meu caro, o grande problema é que estamos repetindo uma fórmula falida, de istituição penal a vários séculos, como assevera Michel Fouault em seu livro Vigiar e Punir, na medida em que só reproduzimos o que não vinha dando certo, como forma de manter o estado das coisas. O Estado não tém dado conta, de muitas coisas que seriam seu dever. O direito penal, e a lei execuçãom penal, tem finalidade meramente punitiva. na prática,não temos políticas de reabilitação social, e as cadeias são escolas de bandidagem, como Foucault, afirmava algo diferente deve ser feito. Creio que minha última matéria possa lhe interessar.

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