sexta-feira, 30 de abril de 2010

Carecas e sexo - José Sarney



Os estadistas de hoje têm uma função a mais: tratar de dar conselhos de saúde, avaliação de antioxidantes celulares, cuidar de hormônios em bois e frangos, higiene corporal e frequência sexual.
A primeira vez em que me surpreendi com o fato foi quando vi o presidente Chávez, da Venezuela, misturar traição à pátria com banho. Os venezuelanos tinham que tomar banho em três minutos: o primeiro para água e sabão, o segundo para esfregamento e enxaguamento, o terceiro para tirar a água e enxugar-se. Mais do que isso era trair a pátria e o socialismo bolivariano, pois consumia energia elétrica. Se a água era fria, mesmo procedimento, para não roubar o tempo ao trabalho nacional.
Depois, seguindo o seu exemplo, o nosso Evo Morales, presidente da Bolívia, por quem tenho simpatia pessoal pelo que representa de sua etnia, promoveu a 1ª Conferência Mundial dos Povos sobre as Mudanças Climáticas e a Mãe Terra, em Tiquipaya, perto de Cochabamba, evento em que fixaria a posição socialista nas questões ambientais.
Lá, o presidente da Bolívia começou a dissertar sobre como o capitalismo está destruindo o homem. Como exemplo, recomendou que ninguém coma carne de frango, porque o frango que comemos está carregado de hormônio e isso faz com que 'os homens tenham desvios de serem homens'. Por isso tantos homossexuais.
Falou, também, dos carecas, esquecendo a modinha brasileira que é deles 'que elas gostam mais'. Disse mais: que a Europa tem muitos carecas porque 'comem coisas comercializadas pelo mundo capitalista'. A homossexualidade e os sem cabelos são culpa dos transgênicos, vasilhames de plásticos e batatas holandesas, que entraram na história como Pilatos no Credo.
Muitos dos presentes, alguns deles vindos de outras partes do mundo e querendo prestigiar o evento, começaram a rir e sair. Conjugando todas suas teorias, terminou sua fala com o refrão: 'Planeta ou morte, Mãe Terra ou capitalismo'. O frei Boff, um dos conferencistas presentes, ouviu as excêntricas interpretações.
Nos juntamos a essa nova estrada do socialismo bolivariano, sem ser parte dele, com o nosso simpático ministro Temporão, bom profissional, excelente formação médica, nos dando a dica de como combater a hipertensão, preveni-la e afastá-la. Basta dançar, praticar exercícios físicos e fazer o que entusiasmou o auditório: sexo cinco vezes por dia, ou por semana, sem tratar, por ser assunto sensível, da sedução e tudo o mais que exige o amor. Mas também sintetizou: 'Prevenir a hipertensão só depende de você'.
E eu, que sou hipertenso, com 80 anos, vou procurá-lo para que o Ministério da Saúde distribua o remédio.


José Sarney

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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Entre duas virtudes



primeira vista, quando o assunto é fidelidade, a palavra nos apresenta como um sinônimo de lealdade, mas o uso na vida prática e as reflexões mais profundas evidenciam algumas diferenças entre ser fiel e ser leal. À fidelidade costumamos atribuir sentimentos, mais do que princípios, está mais ligada à cultura. Ser fiel então é um atributo da pessoa que não trai alguém ou um princípio. Ser leal, no entanto, parece ser um compromisso que se assume consigo mesmo, ou com uma situação. Há um pacto prévio. É bem verdade que a linha que separa os dois conceitos é muito tênue, mas é possível, por exemplo, a um casal, ser infiel e, entretanto, continuar sendo leal ao casamento. É porque, por motivos que não fazem parte desta discussão, foi acordado entre eles que a infidelidade seria permitida, por isso se diz que a fidelidade é cultural. A fidelidade requer renúncia, a lealdade exige verdade, autenticidade. Mas quando, selado o acordo entre as partes, qualquer ruptura é considerada uma infidelidade. Também da observação do cotidiano se depreende que a fidelidade é mais usada nas relações afetivas e religiosas, enquanto à lealdade se prende mais aos princípios e é mais usada para selar os compromissos pessoais ou institucionais, políticos e empresariais.
Sinônimos ou complementares, as duas palavras (e conceitos) norteiam-se por princípios éticos e morais e têm na confiança a sua base estrutural. É a segurança da sinceridade que depositamos em alguém. Partindo do princípio que ninguém vive apenas no ápice é que arrisco a escrever sobre virtudes, uma perpétua ferida em nosso egoísmo e que nos remete, vivamente, à nossa mediocridade. A virtude é um ponto que se situa entre dois vícios, assim, a dignidade está entre a complacência e o egoísmo, a doçura está entre a cólera e a apatia. Enfim, escrever é o primeiro passo, o resto é para ser vivido.
Como sempre, a Bíblia traz histórias exemplares, entre elas, cito a de José na casa de Potifar (Gênesis, 39). Potifar encarregou José de tudo que tinha em casa e não lhe pedia contas de nada, no entanto, a mulher de Potifar queria se deitar com José e, diante da recusa dele, acusa-o de tentar seduzi-la. Ninguém discute o fato de que a mulher estava sendo infiel, mesmo não conseguindo concretizar sua ação. José mostrou ser um servo fiel a Deus e leal a Potifar: “Como pois faria eu este tamanho mal, e pecaria contra Deus?” Acontece que Potifar era um marido leal e acreditando na calúnia da mulher mandou prender José. Mais do que tudo, esta passagem bíblica evidencia que a virtude, por si só, não é garantia de uma ação correta. A justiça, neste caso, exigiria muito mais que a boa intenção. É preciso sabedoria para distinguir o correto e ter a vontade de fazê-lo. A lealdade, portanto, se distingue pela marca da constância, da solidez dos elos com as pessoas, grupos, instituições e ideais a que nos associamos deliberadamente.
Fidelidade ou lealdade, como conceitos, são mais próximos que se possa pensar. Há, no mínimo, três ângulos a serem analisados: o pensamento, a moral e os relacionamentos. O pensamento é um domínio estritamente particular e, como advertia Sartre, “não se deve confundir o pensamento com o borboletear das ideias”. O pensamento só é um pensamento pela fidelidade/lealdade às suas leis, às suas exigências e à própria contradição que assume e supera. Então, até para pensar, fidelidade ou lealdade são virtudes e se subordinam aos princípios morais, como é entendido por Kant: moral é universal, atemporal, absoluta, incondicional. A despeito de suas significações históricas e da variedade de conotações atribuídas, a verdade orbita entre elas.
Para concluir, entende-se que uma pessoa fiel/leal é aquela que sabe agir com atenção e seriedade com o seu relacionamento, seja ele individual, coletivo ou institucional, e isto implica em verdade. A verdade que só a si própria julga e que Francis Bacon ensina que é o amor e o carinho pelo conhecimento dela. Saindo da verdade filosófica e teológica e pegando a rota dos empreendimentos civis, reconhecemos, mesmo entre os que não praticam a verdade, que não há honra maior para a nossa natureza humana. Para concluir, trago o pensamento de Montaigne, que, atribuindo justos pesos e medidas, afirma que o homem que mente é corajoso diante de Deus e covarde diante dos homens, uma vez que afronta Deus e subtrai-se diante dos homens.


Kleber Adorno.

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Aparências...



Contaram no jornal a história da solidão de Lucas. Zebra macho do zoológico de Pomerode (SC), para não entrar em depressão, ganhou a companhia de uma jumenta branca pintada com listras pretas.Os veterinários disseram que a reação de Lucas foi imediata. A zebra, antes entristecida, inquieta e sem alimentar-se, rapidamente mudou seu comportamento. Mesmo em currais separados, os animais, diferentes, mas parecidos, curtem um a companhia do outro. Parecem irmãos, mas não são. Até a próxima chuva.
Na mesma semana, os jornais noticiaram um caso raro na genética. A inglesa Kerry Richardson deu à luz gêmeos diversos: um loiro como o pai e outro moreno como a mãe. "Logo que eles nasceram, conta a mãe, ninguém percebia nada de diferente, eles eram praticamente da mesma cor. Mas nos últimos meses, Layton ficou ainda mais claro e loiro, Kaydon ficou mais escuro como eu". Layton e Kaydon não parecem irmãos, mas o são.
Sociólogos, antropólogos e psicólogos já se esforçaram muito para entender as afinidades humanas. Sob quais características se embasam identidade e diferença, por qual razão escolhemos nossos amigos e amores, quais os motivos da repulsa ou atração. A sabedoria popular já cunhou aprendizagens: "diga com quem andas e te direi quem és", "o essencial é invisível aos olhos", "quem vê cara não vê coração", "as aparências enganam". Na política ou no amor, as metáforas zebra/jumenta e Layton/Kaydon produzem ensinamentos essenciais. O que parece igual pode não ser, o que parece diferente também não.
A metáfora da zebra e da jumenta talvez seja mais aplicável à esfera política. Inclusive tomada cada parte individualmente. Pintar-se com a cor do eleitor é o desejo mais profundo de qualquer político. Durante o mandato, vem a chuva e a tinta se apaga. Mas aí, como já houve aquele enamoramento, a gente acaba gostando da jumenta, embora as listras sejam falsas. No amor, então, a metáfora ganha nova claridade. No início, para seduzir e encantar, cada amante se pinta com o colorido do outro. Mentem gostos, gestos, ideais. Quando a sedução consumou-se, é hora da chuva. As listras desbotam, mas o vínculo já está consolidado.
Layton e Kaydon exigem perspicácia dos olhares. Na política, por exemplo, diferenças aparentes podem não ser tão antagônicas. Quem tem olhar mais agudo, percebe equivalências sob as aparências. A lição dos gêmeos ingleses, aplicada ao amor, leva a relacionamentos mais duradouros. Quantos casais tão diferentes zanzam por aí estáveis e felizes. Transpor o superficial aprofunda o conhecimento do outro nas matérias mais íntimas. Layton e Kaydon parecem filhos de pais diferentes. Mas se fizermos um teste de DNA, descobriremos que o pré-conceito nos engabelou.
A etimologia da palavra inteligência - que tenho conhecimento - significa "ler o interior", desvelar o cerne além da casca. Já que nos orgulhamos tanto entre os seres por nosso desenvolvimento cerebral, jamais poderíamos adotar juízos superficiais nem na política nem no amor. Da primeira depende a dignidade de nossa vida, do segundo a felicidade. Viver dignamente e feliz, há algo mais essencial?

Marcelo Doro


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terça-feira, 27 de abril de 2010

Viver para Crer



Normalmente as pessoas se lembram do que é o amor, do que é a família, quando chegam as festas religiosas, onde normalmente estes sentimentos devem ser evocados. E esquecem muitas das vezes, que é o amor e a família que nos fazem humanos. Eu sou humano, não só no natal, páscoa ou outro momento semelhante e é por isso que cultivo a família que me cerca.
Entre este cultivar, está a pratica de ir quase todos os finais de semana à casa de minha avó. Aos domingos, não só para almoçar mas principalmente, para ver todos aqueles que amo e dizer que ainda estou ali, amando-os.
Nasci rodeado de primos, naturalmente, passamos grande parte do tempo brincando na rua, aquelas brincadeiras que quem é de minha geração conhece e que infelizmente, hoje, não são tão comuns quanto antes. Foram nestas brincadeiras que descobri o que é família, e nas acolhidas pelos mais velhos, depois da exaustão da diversão, que descobri o que é o amor.
Hoje, quando reúno com estes primos, não discutimos mais sobre o futebol na rua de baixo, mas sim sobre o futuro de nossas vidas, nossas ambições profissionais, os estudos e por ai vai, enfim, a vida continua.
Felizmente, como toda família, o ciclo continua, ele tem de continuar. Não diferente na minha, vemos este ciclo dar mais uma volta nos primos mais novos que nascem e que hoje reúnem-se entre si, como fazíamos antigamente.
Tenho quatro primos mais novos, devem estar entre os seis, oito anos. Mas é do mais novo que hoje quero falar, pois sua historia, é uma historia de amor, não só do amor como ser humano mas também do amor, enquanto família.
Minha tia, mãe deste garoto que falo, teve uma gravidez com poucos problemas, fazia sempre os exames rotineiros e nunca teve nada do que se preocupar.
Estávamos, como era pra ser, todos felizes com mais um integrante na família. Mais um para nosso ciclo continuar.
Porém, infelizmente, esta tranquilidade não durou muito tempo, exatamente até o seu nascimento. Era, naturalmente, uma criança amável, mas, com sérios problemas de saúde. Possuía um doença rara na coluna, rara, e perigosa. A aflição tomou conta da família. Nosso primo corria risco de vida, no melhor dos casos, talvez, conseguisse viver, mas, sem se locomover.
Trouxeram-no para Goiânia e com graça divina, ele sobreviveu. A tranquilidade contagiou à todos da família. A maior das preocupações havia se passado, agora, nossa única esperança era tentar fazê-lo locomover-se, como uma criança totalmente saudável.
Continuou o tratamento em Goiânia, nós agarrados com a fé, e ele, infelizmente, segurando-se nos limites da ciência.
Sabíamos que deveríamos nos manter forte, não por nós, mas por ele. Enquanto alguns médicos diziam ser raras as possibilidades, nós mantínhamos nossa crença, e foi neste sentimento, quando o tempo deseja enfrentar os fatos, descobrimos o Crer.
No centro de reabilitação, meu primo reganhou sua vida. Seu tratamento foi árduo, tanto para ele, quanto para nós e felizmente, crendo sempre que o amor que ele sustentava podia fazê-lo melhor, pudemos chamá-lo então de uma criança totalmente saudável.
Sua vida ainda é um caderno de tarja quase branco, onde ele, assim como o fiz, rabisque da maneira que quiser, da maneira que lhe convir. Nestes rabiscos, nosso amor será a tinta e o Crer será o papel.

Lucas Calil.


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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Onde Ele mora?



Não sei vocês, como diria Laureano, ao mostrar opinião discordante ao que se estava estabelecendo, mas estou encasquetado com algo. Há uma nuvem de lançamentos de CDs de religiosos e que ao se referirem a Deus, esses religiosos-artistas elevam seus olhos aos céus dando a entender que é lá, no céu, no alto, que Ele mora. Talvez queiram demonstrar a nossa infinita inferioridade e que há alguém lá em cima, no alto, e que para fazer a comunicação, pedido ou agradecimento deveríamos levantar os olhos. Talvez seja isso. Talvez sim, talvez não, diria Laureano.
O atacante enquanto se prepara para bater o pênalti, faz rito, principalmente se o jogo está sendo transmitido pela TV, e ergue os braços aos céus. O goleiro também faz pedido, repetindo o gesto do oponente. A quem Ele atenderá, qual é o filho dileto e por que atenderia um ou outro? Poucos pensam nas capacidades individuais, pensam no merecimento pelo grau de fé de cada um.
Pode também transparecer que morando no alto, no céu distante, Ele mora longe ou fora de nós e que para chegar até Ele temos de realizar o exercício de transcender, extradular, extrapolar, ou mais fácil, sairmos de nós mesmos.


Desde que o homem se entende por ter consciência procura encontrar a razão de sua existência e não encontrando respostas universais e somente respostas individuais, subjetivas e motivadas pelo seu grau de sofrimento ou bonança, ele procura pela moradia do Criador. Onde Ele mora? Vem do alto, da chuva ou do disco voador como imaginava Raul Seixas, vem de todos os lugares como propagava Spinoza em sua visão panteísta, vem dos sorrisos das crianças, vem dos amores das mães por seus filhos?
Deus viria das estrelas, da casa do Pai, do éden, do paraíso. Como chegar até Ele?


Atravessamos todos os desertos de nossas vidas e quedamos com mais perguntas ou a aceitação, a qual denominamos fé. Fé é importante, diria fundamental porque equilibra, porque não deixa enlouquecer, porque reconforta, porque dá sentido, porque oferece respostas ao imponderável e porque é inútil perguntar o que não oferece resposta. Aos homens resta escolher filosoficamente o caminho a seguir assim como bem escrito por Morris West nas Sandálias do pescador. Lá, o religioso-cientista que viria a ser papa, percebe que está em uma encruzilhada. Por religioso deve ter a fé sem contestação, como cientista não consegue se conceber sem contestação. Ele opta pela fé ou enlouquecerá.
Não sei vocês, mas acho que se Ele mora em algum lugar, mora dentro de cada um de nós ou em todos os lugares simultaneamente. Entendo que ao abrir um canal de conversação, deveríamos olhar para dentro de nós mesmos, introspectar, ou com diz o Padre Paulo Farina, praticar o recolhimento. Se Ele mora no alto, na direção dos olhos e braços levantados, para chegar até lá tenho de transcender. Transcendência ou recolhimento? Aí está, diria Laureano.


Pode parecer bobagem, mas se pensarmos que as respostas e as buscas de soluções não estão dentro de cada um de nós, pode ser que a gente fique tentado a encontrar um intermediário para nos encaminhar ou um atravessador que vai, dependendo do valor por nós oferecido, apresentar soluções para nossas tribulações em pacotes fast-foods e que deverão, evidentemente, ser renovados.
Nada contra religiosos-artistas. Melhor cantar Deus do que as misérias e os dramas de uma sociedade que está doente e sem destino. Apenas acho que antes de buscarmos respostas exteriores para os nossos problemas, deveríamos buscar o Deus que habita nossas consciências e captar se o que está acontecendo de bom ou de ruim em nossas vidas tem o nosso merecimento. Melhor ainda é viver a genética do Criador simplesmente sem indagações. Menos pensamentos, mais atos. Menos céu, mais interiorização. Menos destino, mais merecimento. Menos atravessadores, mais você, como diriam Laureano e Ana Maria Braga.

Jorge Anunciação.

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domingo, 25 de abril de 2010

Para que existimos?



Quem somos? De onde viemos? Para onde iremos? Se é que iremos... Esses são alguns dos questionamentos que incomodam o sono da humanidade desde sua origem. As tentativas de respondê-los ou ao menos se aproximá-los de uma resposta que conduza o ser humano a uma si-tuação de conforto existencial, são recorrentes na história da humanidade.
Entre uma forma e outra de explicação do mundo é possível destacar o pensamento organizado através da mitologia, marca singular das primeiras sociedades, o pensamento religioso recorrente na Idade Média e o pensamento científico inaugurado na Europa com as descobertas de Galileu, Copérnico e toda produção intelectual do chamado pensamento ilustrado ou iluminismo.
Essa nova forma de pensar colocou em evidência lacunas que o pensamento religioso possui quanto à autoridade de compreensão do mundo tal qual ele é e não o que parece ser. A busca pela compreensão do mundo tem levado, ao longo dos anos, inúmeras pessoas a recorrerem ao pensar científico. O problema dessa busca é que a ciência, sozinha, não constrói, ela não sabe para aonde vai, porque não possui autocrítica.
A ciência nas mãos indevidas pode destruir vidas, produzir mecanismos que eliminarão o sentimento de autopreservação. Se pensarmos pelo lado moral, o sentido existencial de se fazer ciência seria produzir mecanismos para a construção de um mundo melhor, mais justo e fraterno.
Percebe-se que a produção do saber científico quase sempre está dissociada da situação moral, vivemos em pleno retrocesso moral, vemos um processo científico e tecnológico que caminha de forma extremamente rápida, ao passo que a questão moral se arrasta na sociedade moderna.
Os avanços científicos e tecnológicos são de valores inegáveis e necessários à existência humana, a lacuna de desespero que fica não é em relação à ciência e à tecnologia existirem, o problema é a produção científica e tecnológica desassistida das questões filosóficas e morais. Com o uso da ciência pela ciência, teremos uma sociedade altamente científica e tecnológica mais sem saber para onde está indo, ou para que existe.
Qual futuro a ciência quer para o mundo? Será que a comunidade científica é capaz dessa autocrítica ou precisa da moral para questionar os caminhos que estamos trilhando em nome de uma nova forma de tentar explicar o mundo em que vivemos?


Jorge Lima.

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sábado, 24 de abril de 2010

Dignidade sim, dependência nunca





Sempre que visitamos as casas de nossos assistidos, nos deparamos com uma triste realidade: a dependência daquela família em receber as doações de cestas de alimentos e outros auxílios patrocinados pela ação governamental.
Não queremos dizer que estas ações não sejam necessárias. Precisamos analisá-las de diversos prismas.
Não podemos nos esquecer que existe em nosso meio uma população considerável que passa por diversas necessidades, sejam elas de alimentos, saúde, segurança, emprego, habitação, transportes, infraestrutura, etc.
Porém não podemos ignorar que os governos do Brasil estão investindo em programas sociais de transferência de renda, e que as mesmas possuem um impacto muito positivo nesta população.
Sabemos que hoje no Brasil, dificilmente alguém morre de fome, mas em compensação nosso País é muito carente de políticas públicas eficientes e eficazes nas diversas áreas da atividade humana.
Percebe-se claramente que a maioria dos programas sociais de transferência de renda, gerando uma dependência muito grande por parte da população beneficiada. Pessoas que tem condições de trabalhar, muitas vezes, não se empenham em procurar emprego, pois sabem que no final do mês os beneficios lhes chegam a sua porta, sejam por mãos de entidades de assistência social, sejam pelos diversos cartões governamentais a que são cadastrados.
Isso causa uma dependência muito perigosa, pois a população fica a mercê das benesses, nem sempre bem intencionadas, por parte de quem as promove.
Muito mais digno seria, se em vez de promover a dependência, houvesse a promoção de ações e programas de transferência de renda acompanhados de um crescimento da economia em caráter contínuo, levando o cidadão a porta de saída desta dependência, gerando a sua autonomia financeira e social.
Precisamos promover o ser humano restituindo-lhe a sua dignidade e não ficarmos criando instrumentos para que o mesmo, fique cada dia mais tutelado e preso, nas artimanhas de campanhas meramente eleitoreiras que conhecemos muito bem e quais são as suas intenções.
Precisamos criar politicas que promovam a saída desta população. Deste círculo vicioso de miséria e dependência, criando para ela instrumentos que gerem emprego e renda, pois muito mais digno que receber uma cesta de alimentos ou outra ajuda, é sabermos que temos uma remuneração e que podemos fazer o que quisermos com o nosso salário, adquirindo aquilo que gostamos e não dependermos do gosto de outras pessoas.
Márcio Pochmann declara que programas de transferência de renda são muito baratos, e, inclusive por isso, são estimuladas por agências multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. O que ocorre é que os governos se acomodam com essa situação, em vez que investir em programas duradouros e definitivos, porém com retorno mais lento.
Precisamos efetivamente estimular nossos políticos a mudarem a visão de investimento público, pois precisamos de programas que avancem e promovam a cidadania plena do indivíduo, gerando, como dissemos, emprego e renda e que esta mesma população seja protagonista da própria libertação e dignidade. Enfim, que ela possa bradar bem alto: dignidade sim, dependência não.

Jeová Alcântara.

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A Musicoterapia no processo de aprendizagem



Que a música é importante para a humanidade, todos já sabem. Que ela está presente em todo contexto da sociedade, também já é conhecimento de todos. Que o processo de aprendizagem é favorecido por ela, já existem vários estudos sobre o assunto que comprovam isso. Mas a Musicoterapia vai além do aprender música. Ela favorece o equilíbrio emocional e físico do indivíduo através do “fazer música”. A experiência com a música na Musicoterapia se dá através do fazer. Numa sessão musicoterápica, a pessoa “cria” a forma de tocar um instrumento, ou seja, não é necessário saber tocar o instrumento, basta tirar som de forma criativa. Ao cantar, a pessoa não se preocupa com tonalidade, afinação, tempo... Basta soltar o que vem de dentro. A improvisação e a recriação são técnicas que a Musicoterapia utiliza que dá total liberdade de expressão à pessoa. E através da terapia a pessoa se torna mais confiante e segura, com uma melhor autoestima e com a criatividade mais desenvolvida. Por isso, acredito que a Musicoterapia vem contribuir muito no processo de aprendizagem. A pessoa bem consigo mesma, está mais apta a aprender. A música interfere significativamente na memória, o que é fundamental na aprendizagem. A aprendizagem, segundo LENT (2005) é o processo de aquisição de novas informações que serão retidas na memória. A memória é a capacidade de armazenar informações que possam ser recuperadas e utilizadas posteriormente. E se essas informações obtidas no processo de aprendizagem forem positivas, ou seja, boas memórias, com certeza os conteúdos serão fixados na memória. Mas para memorizarmos algum conteúdo é necessário passarmos por um “caminho”, precisamos utilizar a atenção e a concentração, a afetividade (deve haver um significado), a experiência (exercícios ou atividades relacionadas ao conteúdo) e a repetição. A Musicoterapia vem contribuir nesse processo trabalhando a concentração e a percepção. A música desenvolve o esquema corporal, percepção auditiva, ritmo, percepção visual, orientação espacial, orientação temporal, lateralidade, coordenação motora, socialização, integração, interação, expressão (esquema) corporal, memória, observação, atenção e concentração, fixação de conteúdos curriculares em todas as disciplinas, emoção, afetividade, inteligência musical, inteligência espacial, inteligência intrapessoal, inteligência linguística e inteligência cinestésica-corporal. A música aliada às técnicas da musicoterapia certamente trará grandes benefícios no processo de aprendizagem. Se você tem problemas na aprendizagem ou conhece alguém que tenha, procure um musicoterapeuta.

Marlucia Lopes.

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Jornalismo, uma profissão cobiçada



OJornalismo, ou Mídia, como queiram, tem se tornado uma das profissões mais cobiçadas no Brasil. Atividade profissional da área de Comunicação Social, que visa à elaboração de notícias para publicação em jornal, revista, rádio, televisão, entre outros, acompanhadas ou não de comentários. Os conhecimentos relativos ao Jornalismo e aos jornalistas são de suma importância para uma empresa jornalística. O Jornalismo tem várias divisões e aqui citamos algumas: Jornalismo digital, Jornalismo on-line e eletrônico. O Jornalismo eletrônico é o que se utiliza da mídia eletrônica, Jornalismo eletrônico (TV/Digital/Rádio) engloba os núcleos de Jornalismo digital, Telejornalismo e Radiojornalismo em um só: o Núcleo de Jornalismo eletrônico. A redação conta com estagiários que produzem matérias, gravam, editam e apresentam os programas. O núcleo concentra toda a produção em Radiojornalismo, Telejornalismo e também em mídias digitais. Os principais objetivos do núcleo são: dar condições aos alunos para que atuem nas diversas mídias como um laboratório; ampliar a presença da universidade nas empresas de comunicação; promover ações de intercâmbio entre a universidade e o mercado de trabalho e a colocação profissional.
A internet despontou como um novo e fascinante campo de trabalho para jornalistas. Após a fase de deslumbramento, quando proliferaram projetos mirabolantes, é hora de colocar os pés no chão e perceber que a grande rede continua oferecendo vastas possibilidades para os profissionais da Comunicação. Afinal, milhões de pessoas ao redor do mundo navegam à procura daquilo que o bom Jornalismo é capaz de oferecer: informação. Ao unir orientações práticas com reflexões teóricas, este livro é uma valiosa ferramenta de aprimoramento para quem continua apostando na internet como um veículo de comunicação revolucionário e promissor.
Já o impresso utiliza a mídia impressa (jornais, revistas). No tocante ao Jornalismo on-line ou Ciberjornalismo é aquele em que empresas têm a internet como ponto forte (blogs, sites). O Webjornalismo, Jornalismo on-line, Ciberjornalismo, Jornalismo eletrônico ou Jornalismo digital é o Jornalismo dos meios digitais, como CD-ROM e internet. Tendo sido, inicialmente, apenas uma versão dos jornais impressos veiculados na internet, o Webjornalismo acabou por seguir princípios diferentes. É bom frisar que Jornalismo on-line (JOL) pode ser definido como a coleta e distribuição de informações por redes de computadores como internet ou por meios digitais. Os holandeses Bardoel e Deuze usam um nome específico e adequado para esta produção: Network Journalism, o Jornalismo em rede. Já o professor de Jornalismo californiano Doug Millison pensa em uma abrangência maior: ainda há outras tecnologias que podem ser incluídas nesta lista: a edição de sistemas de ajuda (help) de computadores, como o Windows Help e o HTML Help, e apresentações de slides para palestras.
O Jornalismo atinge uma gama muito grande de especialidades e por este motivo é que o jornalista deve ser eclético. Temos os tipos de Jornalismo internacional, político, econômico, cidade, ciência, cultural, esportivo, turismo, meio ambiente, educacional, comportamental, policial, investigativo, alternativo, legislativo, empresarial, sindical, jurídico, cívico, cidadão, comunitário, literário, gonzo, marron, dos bairros e livro-reportagem. O Jornalismo tem sua importância fundamental para os profissionais da área, mas muitos intrusos querendo aparecer estão inseridos no écran jornalístico. Modelos viram apresentadores(as), cozinheiros se transformam em garotos propaganda tomando vagas dos que se formaram em publicidade e propaganda, radialistas apresentando programas de entretenimento. Na maioria das profissões (Medicina, Odontologia, Advocacia, entre outras), se intrusos passam a exercê-las, são presos e punidos pelo exercício ilegal da profissão.

Marianne Carrijo Cardoso.

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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Carta aberta aos presos



Senhores presos: confesso não estar nem um pouco constrangido em me dirigir à comunidade carcerária, pois todos nós, de qualquer forma, somos gente do povo; e povo é isso mesmo, temos a obrigação de nos falarmos, de encontrar soluções para os problemas (que nós mesmos criamos), enfim, comunicar. Daí, por estas mal traçadas linhas, me dirigir aos senhores.
Aqui fora da cadeia, as coisas não andam nada bem – acho que seus amigos e familiares devem estar levando-lhes as notícias, quando em visitas levam muitas outras coisas. Perdemos totalmente a segurança. Se é que em alguma época tivemos alguma. Piorou muito mais, em comparação com o tempo em que vocês estavam soltos – mas muito mais. A criminalidade não tem mais uma gota de ética: o pudorzinho que existia foi embora. A vergonha perdeu a vergonha. Levaram tudo às últimas consequências. Vulgarizaram o crime.
Senhores, não queiram sair da cadeia. Abram mão de progressão de pena, indulto ou outra graça qualquer, porque aí está um pouco melhor do que por aqui. Considero apenas um pouco melhor, e não muito melhor, pela inexplicável razão de os presídios serem depósitos de gente, à lá campos de concentração de causar inveja aos de Auschwitz, que desconsideram as naturezas dos delitos e encarceram homicidas, traficantes, estupradores, a turma do colarinho branco, ladrões, sequestradores e demais, todos juntos. Afora essa grosseira afronta à Constituição Federal que motiva o nascimento da universidade do crime (troca de experiências delituosas entre vocês), aí dentro está bem melhor. Quem está solto, vive preso em casa com medo da violência das ruas.
O seu papel social, caro preso, é relevante, o que me leva ao extremo de incomodá-lo para que entre no combate ao crime: o Estado já perdeu a força de prevenir, e, de reprimir, nem se fala. Sabe o que é falência? Pois é. Aqui fora predominam pedofilia, violência contra as crianças e as mulheres; estupradores, que vocês não toleram e abominam (uns são loucos e muitos alegam que são para justificar seus atos), na mais ampla liberdade de ação. A crueldade passou da regra. Se você acha que estou exagerando, pegue o celular - muito comum aí na cela -, e pergunte aos seus familiares se é verdade ou não. Seu pessoal também está na zona de risco.
Ao encerrar, senhores presos, lembro que se por acaso não tomarem as providências de que são capazes, na regeneração dos meliantes; quando saírem vão encontrar um mundo tão ruim, que preferirão voltar para a cadeia. Com muito mais para o momento, minha fé em suas boas e necessárias ações.


Iram Saraiva.

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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Você foi um aluno-problema?



Um caso: o suplício de vários professores. O aluno, desatento, pouco presta atenção às aulas. Divaga, viaja, apresenta enormes dificuldades de concentração. Seria um caso de transtorno de hiperatividade com deficit de atenção? Com isso acaba ficando disperso, sem acompanhar o ritmo de seus colegas, e passa então a influenciá-los. Ganha uma, duas, três suspensões.


Um de seus professores, autoritário, dá o veredicto: “Esse garoto não vai ser nada na vida, eu garanto!”
Desde cedo ele apresentava dificuldades em aprender, iniciando sua fala somente aos 3 anos. Era fora do ritmo convencionado pelos educadores. Apresentava certa rebeldia e, aos 5 anos, começou a ter aulas particulares que em muito lhe aborreciam. Nessa idade, cansado, jogou uma cadeira em sua professora particular, que acabou desistindo do pequeno "capeta" sem modos.


As dificuldades com o processo de ensino e aprendizagem fizeram parte de toda sua vida escolar, do ensino básico ao superior. Um indivíduo nada dogmático, com dificuldades em se ajustar ao modelo de ensino por decorar.

Era um aluno lento na
resolução de problemas, tímido, quieto, com dificuldades de convívio, considerado por muitos como um "retardado", um "moleque bobo".
Estigmatizado, foi inúmeras vezes colocado como incapaz para boa parte das atividades convencionais do sistema educacional. Reprovou em matemática, gerando forte preocupação em seus pais.
Tentou entrar numa universidade, foi reprovado no vestibular, e só conseguiu passar na segunda vez. Da mesma forma que em seu ensino básico e médio, na universidade é um aluno mediano, cujos professores questionam sua capacidade. Ele se mostrou disperso, muito aquém dos resultados obtidos por seus colegas.
O retrato de nosso personagem poderia ser o de milhares de alunos atualmente diagnosticados como portadores de hiperatividade e deficit de atenção. São alunos-problema para professores treinados em domesticar pessoas nesse modelo educacional especializado em tolher a criatividade, o pensamento crítico ou qualquer coisa que fuja do convencional. Especialmente no ensino ao estilo "decore e seja feliz", que infesta escolas, cursinhos, universidades, concursos públicos. Nosso aluno-problema, fora do convencional, tem nome: Albert Einstein, renomado físico, ganhador do prêmio Nobel de Física, criador da Teoria da Relatividade. Hoje, suas teorias representam mais de 30% do PIB mundial, nas áreas de energia, telecomunicações, informática etc. Einstein é mais um incompreendido na massificação social e um dos poucos gênios da humanidade a receber, em vida, o reconhecimento por seus feitos.


A biografia de Einstein e suas dificuldades de aprendizagem fazem-nos questionar o quanto tem sido banalizado o diagnóstico de hiperatividade e deficit de atenção no meio educacional. Quantos gênios como Einstein nos dias de hoje não são tolhidos em sua criatividade e/ou incompreendidos quando não se ajustam ao modelo massificado de "decorar para sobressair", vigente em nosso sistema educacional? Quantos gênios não vão ter sua infância tolhida à custa de tranquilizantes para evitar a dispersão de suas ideias? Seria possível - com o atual modelo de ensino - ao gênio criar a Teoria da Relatividade sem suas divagações ou sua intensa capacidade de abstração?
Nosso sistema educacional, nossa ciência, nossa área de saúde mental tornam-se algozes de indivíduos que fogem ao senso comum, rotulando, tolhendo, retirando sua expressão criativa, seu potencial de genialidade. Vale a pena refletir nisso.


Jorge de Lima.

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Pare de correr e comece a viver



Pergunte a qualquer pessoa do seu trabalho ou amigos se eles estão tranquilos ou se estão repletos de atividades para fazer. É raro alguém responder que está sossegado, sem muitos afazeres para cumprir. Nossa sociedade está viciada em ficar ocupada. Estamos sempre comprometidos, com muitas tarefas pendentes, correndo de um lado para o outro, abarrotados de e-mails para ler, etc.
Passamos a viver tão freneticamente que mal percebemos as atividades deixadas de lado. E são exatamente essas que realmente precisam ser vividas. Os anos passam, mas não conseguimos sair desse ciclo vicioso da pressa, do urgente, do “para ontem”.
O problema é que nesse turbilhão de atividades, a maioria das pessoas não consegue alcançar aquilo que desejam de verdade. A raiz dessa questão provavelmente é simples: não alcançamos os objetivos porque não sabemos – ou definimos – o que queremos alcançar. A falta de clareza gera uma série de opções e decisões erradas. Como em um círculo, não encontramos um fim. Ficamos paralisados e deixamos de usar o nosso potencial na busca daquilo que verdadeiramente almejamos.
É difícil pensar e aceitar isso, mas é uma realidade. Lembro-me de um ano na minha vida, após o falecimento de um querido sócio, em que vivi exatamente o filme acima. Um ano perdido, sem sair do lugar, sem realizações, repleto de oportunidades que não se finalizaram, muita esperança e pouca efetividade, muito trabalho e pouco resultado. No final daquele ano, uma amiga fez uma pergunta que me ajudou. Ela simplesmente disse: “você perdeu seu fogo, sua paixão. Você precisa reencontrá-la e quando achar fazer cada dia ser um pedaço dessa realidade. Pelo que você é apaixonado por fazer?” Eu não sabia a resposta na hora, mas pouco tempo depois, encontrei.
Você já parou para pensar sobre o que realmente gosta, pelo que realmente é apaixonado? Experimente fazer uma lista de 10 atividades pelas quais você é deslumbrado ou mesmo algo que gostaria de viver. Pode ser, por exemplo, passar um tempo com sua família; viver uma vida de forma abundante e próspera financeiramente; ser reconhecido pela sua competência e talentos na sua profissão; viajar e se divertir com seus amigos.
A partir dessa classificação de tarefas que você ama fazer ou que gostaria de viver, faça o ranking das 3 mais desejadas. Se for viável, pense em alguma atividade que possa entrar na sua agenda nas próximas duas semanas e agende-se para realizá-las.
Sua lista de paixões é a ajuda para complementar a pergunta essencial que você deve fazer a si próprio constantemente, para ter mais tempo: o que é realmente importante na minha vida e como posso viver para cumprir as minhas idealizações nos próximos meses?
Se você continuar somente a correr, nunca conseguirá parar para entender as atividades de que realmente gosta de dedicar atenção. Talvez, você sempre irá reclamar que o tempo passa rápido demais. Nesse caso, lembre-se que o tempo físico não mudou quase nada nos últimos séculos, mas que talvez você seja um “atleta do tempo”, e nem percebeu.
Pare, ande e pense como viver pelas suas verdadeiras paixões. A vida passa rápido demais para quem vive correndo.



Christian Barbosa é administrador.

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terça-feira, 20 de abril de 2010

Sindicalismo moderno, como participar?



Os sindicatos começaram a ter uma postura autônoma perante o Estado, em 1980. Neste período, promoveram-se greves e manifestações que mexeram com o brio de cada trabalhador. Dentro de sua ilegalidade os atritos eram inevitáveis, a reação do Estado foi rígida. Isto teve como consequências lutas, perseguições por parte do governo. Até que, em 1988, uma nova Constituição surgiu como resultado deste processo.
Então o sindicalismo desligou-se do restolho corporativista em que se encontrava. Com a nova Constituição veio a unicidade sindical – um único sindicato para cada categoria em cada base territorial, não inferior ao município. Exige-se o registro para que se certifique a unicidade da representação. Na expansão de seus trabalhos, buscou-se espaço político, promovendo uma militância político-partidária.


Estas conquistas equilibraram as forças entre empregados e empresas, isto dentro de uma preocupação constante de condicionar e conciliar exigências, imposições, buscando as possibilidades, observando as limitações da conjuntura sócio-econômica. Contudo, identifica-se um histórico vitorioso do sindicalismo atual, tendo em vista que as negociações coletivas, a conciliação e a arbitragem são as perspectivas do novo sindicalismo, consciente de seus direitos e de suas responsabilidades.
E claro que não podemos desmerecer as conquistas, mas é preciso entender que, naquele momento, foi preciso; agora temos novos desafios, e para isso são necessárias novas formas de trabalho, de agir e de pensar.


É preciso repensar os objetivos, porque vivemos em uma sociedade que necessita de renovação de ideais e princípios, não de novos sistemas administrativos governamentais. Mais do que nunca necessitamos de cidadãos que tenham consciência do seu papel, que se volte para o coletivo, que participe, debata, tudo dentro de uma forma ponderada e objetiva. Perde-se muito tempo pensando e estudando em uma nova sociedade, onde haja justiça igualitária, paz e prosperidade, mas esquecem que por traz de tudo isto, está o ser humano, frágil e exposto às adversidades da vida.


Na atual conjuntura econômica do País, não há espaço para imposição e extremismo. O mundo prova isto todo dia, em todos os lugares, através de brigas, guerras, atentados e manifestações populares. A ganância, a falta de bom senso e de conhecimento são alguns fatores que propulsionam os malefícios da humanidade, e destes seres, que não se interessam pelos seus irmãos, as maiores falhas humanas da história.


Como no mundo, o sindicalismo atual, deve ao invés de gritar, falar, de impor, negociar. O desfecho não pode, em nenhuma das circunstâncias, beneficiar somente uma das partes, a proposta deve ser boa para mim tanto quanto para você. Ao invés de se estabelecer uma hierarquia definida, porque não um grupo que trabalha em parceria, visando o bem comum.
À primeira vista, esta proposta parece beneficiar somente uma das partes, no caso a classe trabalhadora. Mas isto não acontece, porque hoje as experiências comprovam, que um trabalhador motivado vale por dois, este possui uma expectativa de vida, tem seus direitos assegurados, sente-se útil e valorizado.


Em algumas empresas, onde já se aderiu a este experimento, acontecem relatos de diretores quanto à melhoria do ambiente de trabalho, no rendimento do funcionário, na diminuição de responsabilidades.

Eduardo Genner de Sousa Amorim.

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A filosofia do não



O não é instituído terminantemente em nossas vidas desde a primeira infância. Os adultos passam a dizer não - não faça isso ou aquilo até a nossa vida adulta. Não pode isso, não pode aquilo. É não porque não e pronto. Quando iniciamos os namoros há mais nãos a serem considerados sob pena de gravidez ou doenças. Também nas atividades profissionais os termos dos acordos trabalhistas e de obrigações referem negativas explicitadas - não faltar, não dilapidar, não pode tirar atestado. O não progride indelevelmente a nossa velhice - não tem idade mais para trabalhar, não tem lugar mais para dançar, não tem lugar para se divertir, não tem mais aposentadoria tranqüila.
Nossas vidas são cheias de nãos. Nossas vidas em sociedade exigem parcimônias, não exigem transgressões, é de bom alvitre que não se avancem os sinais vermelhos. O não é um indicador de que há sérias limitações a serem consideradas.
De tantos nãos em vida de labor e social que nem percebemos a extensão desse posicionamento reticente e de anulação para dentro de nossas casas. Peremptoriamente passamos a dizer não aos filhos. Alguns compensam a frustração das inércias pessoais dizendo sim a tudo ao que os filhos pretendem.
O não instituído como cautela para adequada vida em sociedade serve exatamente para isso. Serve para que se viva na aldeia, onde teoricamente, todos deveriam ser iguais, nos direitos e deveres. O não até pode ser bom e se faz necessário em muitas circunstâncias. Mas, não deveria ser bandeira, não deveria ser pressuposto pessoal. Aquele ali - dizem, é o cara do não. Na sociedade capitalista uns são mais iguais que outros. Na sociedade socialista também é assim. Aliás, comentam os entendidos que o capitalismo é um sistema em que o homem explora o homem e que no socialismo acontece o inverso, o homem é que explora o homem. Realmente, não somos e nem deveríamos ser iguais. Somos do tamanho de nossos sonhos e das realizações. Somos atos, somos nossas repercussões, somos, sobretudo, merecedores do que a vida, ao longo do tempo, devolvê-nos. Também somos como reagimos às intempéries e elas virão, ah, como virão.
Não viveremos plenos em sociedade vigiada. Há regras, há vigilância. Levaremos vidas comportadas sob pena de repreensões e castigos. Nada escapa, tudo está declarado, escancaradamente declarado, tipo imposto de renda e há que se prestar conta.
Se em vidas compartilhadas, temperança é o único caminho que tal seria individualmente permitir-se mais. Por que adotar o sim como regra. Sim, eu posso. Sim, eu vou fazer. Sim, eu vou amar. Sim, eu vou buscar.
Reticentes na sociedade, poderíamos ser mais ousados na individualidade e estar abertos a relacionamentos novos, a amizades novas, a novas filosofias. Abertos a vidas que não vivemos, descobrir nas 24 horas tempo para diversão, lazer e férias. Descobrir o encanto da noite, da chuva, dos raios. Descobrir que há vida mesmo quando o nosso time do coração é derrotado. Descobrir que levar cano em relacionamentos amorosos faz parte do jogo amoroso e que a gente deveria, por regra, saber disso antecipadamente.
A vida diz não, está estampado em estatutos diversos. A vida em sociedade cerceia. Deve ser assim, para que haja espaço para acomodar todas as tendências.
E já que a vida diz não é preciso que individualmente a gente diga sim para a vida. Vou dizer sim para a festa, para o baile, para a aventura pequena ou grande, para meus amigos, mulher e filhos. Vou dizer sim para a música, para o canto, para a comédia romântica. Vou dizer sim para o esporte, para as recordações, para as homenagens que sempre esquecemos de prestar. Vou dizer sim para os reconhecimentos devidos aqueles que um dia, de alguma maneira, auxiliaram nas nossas caminhadas. Vou dizer sim à vida enquanto a saúde permitir plenitude. Vou criar um happy-hour.
Depois, em raros instantes de lucidez, com as artérias entupidas pelo tempo, em rasgos de memórias, sorrirei lembrando do tempo em que reagi e transcendi e que fui maior que o não, fui maior que o não ensinado e imposto a vida toda.
Compreenderei que segui ao desiderato do homem, ser perfectível, ser aperfeiçoável, ser ousado.
Compreenderei, sobretudo, que fui liberto e que a minha alma não foi pequena.
Se talvez o não seja bom para viver em sociedade com as nossas caras e máscaras, talvez não o seja para nossas desnudadas vidas pessoais. Lá nas nossas intimidades, de cara lavada, deve-se permitir mais do que gado em mangueira. Somos mais do que isso. Deveria-se permitir descer do ônibus, de quando em vez. É muito não, é tanto não que muitos entendem que sim é pecado.
Vida é sim. Chega de calça de tecido. Viva o jeans, a bermuda. Chega de sisudez, sorria, cumprimente as pessoas, seja solícito, seja exatamente como gostaria que as pessoas fossem para você.
Jorge Anunciação.

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segunda-feira, 19 de abril de 2010

As barbaridades com suas causas e consequências



Não há mágica para a solução dos problemas. O que existe é um profundo estudo sobre suas causas e consequências e ações determinantes que possam corrigir o que está errado. A violência no País deve ser analisada sob vários aspectos. Inúmeras medidas precisam ser tomadas para reduzir os crimes que assustam toda a sociedade, como investir em educação, no social, mudanças de leis, assim por diante.
O recente caso dos assassinatos em Luziânia cometidos por um ex-detento é mais um aspecto que deve ser debatido a exaustão. Julgo essencial criar mecanismos de recuperação dos presos, como uma importante medida a ser tomada. É fato de que as cadeias são fábricas de marginais. Há anos, temos realizado ações no antigo Cepaigo como forma de tornar menos dramática a situação do presídio.


Após acompanhar a realidade das penitenciárias, avaliando os caminhos a serem tomados, apresentei o Projeto de Lei 2825/03, já aprovado em comissões, que autoriza a terceirização dos serviços nos estabelecimentos penais do Brasil. O objetivo é instituir uma gestão mista do sistema carcerário para que ela seja mais produtiva e que surta os efeitos esperados.


Atividades como assistência à saúde, material, educacional e social passariam a ser executadas por empresas privadas com o controle do Estado, e escolhidas por meio de licitação. Anualmente, seriam obrigadas a apresentar relatórios do que está sendo feito e do comportamento dos detentos. Os critérios judiciais de avaliação dos condenados continuariam a cargo dos advogados constituídos ou dos defensores públicos. A segurança e a nomeação dos dirigentes penitenciários não seriam alteradas.


O projeto, amplamente discutido na Câmara dos Deputados, com a participação de representantes da sociedade e entidades ligadas ao assunto, vai passar por outras comissões. A expectativa é pela sua aprovação. Não tenho dúvida de que estaremos atacando um dos graves problemas que influenciam a criminalidade, já que a reincidência do preso é alta. Por falta de condições de se recuperar, volta para o mundo do crime.


A situação carcerária no País é lastimável e deve ser uma preocupação de todos. O modelo que defendemos já existe em alguns locais no Brasil e no mundo, gerando redução dos custos e eficiência na recuperação dos detentos. Mas é preciso avançar, transformando as boas iniciativas em uma prática geral no território brasileiro. Isso porque, com afirmei, estudos comprovam que a elevada reincidência criminal está ligada à discriminação que o preso sofre ao deixar a cadeia, sendo que 70% retornam pouco tempo depois para a prisão.


Diante da cruel realidade, não há outra alternativa. Temos que dar oportunidade para que aqueles detentos que queiram se recuperar, que possam encontrar os meios para tal. Dessa forma, estará sendo dado um significativo passo para amenizar um dos graves problemas que afligem a humanidade.


Sandro Mabel.

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domingo, 18 de abril de 2010

Reiki... uma urgência mundial



As mudanças do planeta são visíveis aos olhos do mundo, onde antes era frio, agora o calor escalda até a alma. Enchentes arrasam cidades inteira, deixando por onde passam um rastro de destruição e dor. Famílias contam seus mortos, isso quando sobra alguém para contar. Dormir já não é sinônimo de descanso, mas de temor, o sono é interrompido por toneladas de terra e lama, mas nem sempre é possível abrir os olhos depois do acontecido. Como diz um amigo nosso: “a terra está sacudindo o lombo avisando o que ainda está por vir”. O mar já se revolta e se volta contra a terra. As epidemias se alastram, a gripe H1N1 parece adormecida, mas segue fazendo suas vítimas, ela já não é tão lembrada, falta espaço já que a dengue toma conta da mídia, da mente e do corpo de um Brasil assustado.


Outros países também sentem as mudanças, alguns com mais força que outros, Haiti e Chile, recentemente sacudidos por tremores de terra sabem o que é isso. Mas os sinais de que algo urgente precisa ser feito, vem bem anterior a essas tragédias. Quando tsunamis atingiram os países da Ásia, já era indício de um planeta cansado dos abusos sofridos. O homem agride a natureza a todo instante, com os desmatamentos desenfreados, construções nas encostas de morros, queimadas que poluem o ar e também com o profundo desrespeito ao próximo, ainda assim se julgam injustiçados quando a terra grita por justiça.
Uma cura urgente se faz necessária a terra, aos homens, aos animais e vegetais. Parece algo impossível de se conseguir, mas é perfeitamente possível e simples, pois a mesma mão que bate pode afagar, a mesma mão que destrói pode curar.


A energia Reiki se apresenta nesse momento do planeta, como agente de colaboração, reestruturação e cura. Reiki é uma técnica curativa milenar, aplicada através da imposição de mãos. Essa palavra é de origem japonesa e significa Rei = energia cósmica Ki = energia vital. É importante ressaltar que não tem vínculo religioso.
Amplamente utilizada no oriente, vem sendo disseminada entre os países ocidentais com bastante aceitação. Reconhecido pela OMS (Organização Mundial de Saúde), já é técnica integrativa adotada por grande parte dos hospitais de referência, entre eles o MD Anderson e o Memorial Sloan – Kettering Center dos EUA. O Brasil entra na lista de países que vem adotando essa técnica integrativa em seus hospitais, Estados como São Paulo e Bahia já aderiram a essa prática.


Observamos a grande importância de formar reikianos em todas as áreas profissionais, mas principalmente saúde e ensino. Pesquisas comprovam que ao canalizar essa energia, a mente se expande e a capacidade aumenta consideravelmente. Por exemplo, uma enfermeira, muito mais que ministrar medicamentos, terá a possibilidade de potencializar a eficácia do remédio, com isso, diminui-se o tempo de internação de um paciente, agilizando o processo de cura. Um professor compreenderá mais facilmente as necessidades de uma classe, pois ao expandir a mente, conecta-se com o campo dos alunos, fazendo-se entender com mais facilidade. Por lidarem com grande número de pessoas, tornam-se agentes de transmutação intensa, colaborando com o planeta, que tem urgência de mudança.


Mas não é só o corpo humano que pode se beneficiar, tudo que existe na terra pode ser transmutado, ações podem se modificar transformando guerra em paz. Quando falamos em “chamado urgente”, queremos fazer uma alerta com referência aos acontecimentos atuais, as catástrofes naturais, que de natural não tem nada, pois é provocada pelo comportamento desrespeitoso de cada um de nós. As guerras que destroem milhares de vidas e de sonhos deixam na alma cicatrizes eternas. Porém, tudo isso pode se tornar diferente, as cicatrizes não precisam ser eternas, as catástrofes podem ser evitadas, desde que utilizemos com simplicidade e respeito, as nossas próprias mãos para emitir Reiki.


É momento de acordar e compreender que é imprescindível uma mobilização mundial em favor de nós mesmos. Ao aplicar Reiki para o planeta, estamos apenas devolvendo um pouco do muito que já recebemos e pouquíssimas vezes valorizamos.
Por ser um método muito simples, podendo ser canalizado por crianças, adultos e idosos, sua utilização pode ser desencorajada, mas basta que se permita um primeiro contato, para constatar o poder magnífico dessa energia amorosa. Tornando-se um reikiano, um indivíduo promove uma mudança interna e a partir disso poderá ajudar o próximo, pois só oferecemos ao outro aquilo que existe dentre de nós. Quanto maior o número de pessoas envolvidas nesse propósito, maior será a força em favor do bem. O chamado está sendo feito, quem irá responder?



Adriana Silva e Sebastião Belo são mestres Reiki, terapeutas de Regressão de Memória, terapeutas prânicos, floral, respiradores PRT e rebirther, cromo-cristalterapeutas e ministram cursos de Reiki e terapia prânica.


Se você conhece ou pratica Reiki, deixe seu comentário aqui ou no dihitt.

Bons professores



Educação é unanimidade nacional. Todos concordam em que deve ser valorizada e que o futuro do País depende da prioridade que lhe for dada. Seria de esperar que todos se empenhassem em sua efetiva e constante melhoria.


Ao contrário do que se apregoa, verbas não faltam: os recursos existentes nos níveis federal, estadual e municipal, mais o que as famílias gastam do seu próprio orçamento, somam uma montanha de dinheiro! E dinheiro mal gasto: ano após ano, em provas de conhecimentos básicos de língua pátria, matemática e ciências, os estudantes brasileiros ficam entre os piores, dentre os países avaliados pela Unesco (o Haiti está logo abaixo...).


Com frequência maior a cada dia, a mídia focaliza episódios de violência nas escolas: brigas entre alunos, agressões a professores e diretores, consumo de drogas etc. Esse quadro desolador parece pior quando se vê o ambiente onde ocorrem tais fatos: instalações sucateadas, pátios que parecem de prisões, sanitários depredados, janelas quebradas e assim por diante.


Mesmo sendo evidente que é preciso mudar para melhorar, insiste-se no mesmo tipo de escola que vem de outros tempos: alunos confinados em espaços precários; aulas que não os motivam, nem interessam; tudo monótono, desatualizado, desinteressante.
Lá fora, desde tenra idade, jovens e crianças conhecem emoções fortes e amadurecem precocemente, seja com a violência dos seriados e jogos eletrônicos, seja pela vivência de brigas em casa, nas ruas, favelas e periferias urbanas. Para alunos afeitos à mais crua realidade, o que significam florzinhas desenhadas no caderno, ou coraçõezinhos pintados em cartolina, ou estrelinhas oferecidas como prêmio por “tias” bem intencionadas, mas despreparadas?


É patente a inadequação e insuficiência da formação dos nossos docentes. Até meados do século passado, as escolas normais eram as únicas a preparar professores para o curso “primário”; deles se exigia o domínio de conteúdos básicos, ao lado de noções de artes aplicadas, didática geral e psicologia infantil. Nas décadas de 1930 e 1940, as faculdades de Filosofia passaram a oferecer licenciaturas, em nível superior, para a docência no “ginasial” e no “colegial” (ensino médio).
Com a Reforma Universitária, vieram as faculdades de Educação onde, além das disciplinas pedagógicas e dos cursos de Pedagogia, seriam também formados administradores e orientadores escolares que – esperava-se – iriam melhorar nossas escolas e viabilizar um ensino de boa qualidade.


Ao longo do tempo, o sistema escolar expandiu-se em todos os níveis. Camadas da população, até então excluídas da educação formal, passaram a ter acesso à escolaridade regular – um grande avanço, em termos de cidadania. Não houve, entretanto, a contrapartida da valorização da carreira do magistério, nem a adequação das Faculdades de Filosofia e/ou Educação às características e necessidades dessa clientela oriunda de estratos sociais desfavorecidos, cujos problemas reverberam na escola.


Pelo contrário: encurtaram-se os turnos de aula, para atender a mais matrículas e viabilizar estatísticas politicamente favoráveis. Os salários foram aviltados, na medida em que predominava uma concepção “patrimonial” da educação, ou seja: os recursos federais somente poderiam destinar-se à construção ou reforma de edificações escolares, jamais à remuneração do pessoal docente.


Ano após ano, passaram a atuar somente mulheres na escola fundamental; gradativamente, assumiram o ensino médio e, já agora, avançam no ensino superior. Com o machismo peculiar da sociedade brasileira, o salário feminino é entendido como salário “complementar” ao do chefe (?) da família. Entenderam administradores e políticos que a jornada de trabalho das “professorinhas” (como costumam dizer) é curta – já que a permanência dos alunos na escola é curtíssima, uma das mais reduzidas do mundo ocidental. Para pouco trabalho, pouco salário – e estamos conversados.


Há outros complicadores: acabaram-se as escolas normais e, nas licenciaturas, “teóricos” e “filósofos”(?) aparelharam a educação com ideias e ideologias modernas e avançadas, como a de que devem ser banidas da escola exigências e cobranças – com o que foram relegados a segundo plano os conteúdos das disciplinas a serem ministradas. Ocorre que, na nossa realidade terceiro-mundista, precisamos de professores que saibam e que ensinem o que sabem; e que estejam dispostos a dedicar-se à educação individual de cada aluno, sobretudo o que vem da extrema pobreza, para quem a escola é a única esperança.


O noticiário é de ontem: no concurso realizado pela Secretaria Estadual de Educação de Goiás, dos mais de 20.000 candidatos inscritos, menos de 3% foram aprovados! Haverá outro concurso – com exigências menores, ajustadas ao nível de (des)preparo dos futuros professores.
Algumas ilações e conclusões são possíveis. Mesmo com os salários aviltados e a degradação do ambiente escolar, a demanda pela carreira do magistério continua alta: pela vocação de uns poucos, ou pela inexistência de alternativas no mercado de trabalho, ou por algum resquício de “status” inerente à figura do mestre.
Como explicar a reprovação maciça dos candidatos? Sabe-se que alguns buscam regularizar uma situação pré-existente: são docentes temporários ou substitutos, contratados de forma emergencial, geralmente por indicação política. A maior parte, entretanto, tenta ingressar no magistério pela via da meritocracia. A despeito de serem portadores dos títulos acadêmicos exigidos, 97% dos inscritos não conseguiram provar que dominam os conteúdos das disciplinas que se propunham lecionar.


E por que não os dominam? Pesquisas mostram que vão ser professores os alunos com pior desempenho escolar no ensino médio; e que, nos cursos de licenciatura, sobram vagas, ou são preenchidas com candidatos que não lograram ingressar em outras áreas, socialmente mais valorizadas e com perspectivas de melhor remuneração. Instala-se, assim, o círculo vicioso que se retroalimenta: escolas mal equipadas, alunos medíocres, professores idem, em escolas mal equipadas...
Quando vejo a relação candidato/vaga nos cursos de Medicina – 100, 120, 170 – espanta-me o surto de vocações para curar doentes, enfrentar moléstias infecciosas, conviver com o sofrimento e a morte. E na área do Direito? Serão tantos os jovens ávidos de justiça e paladinos das leis?
Com as exceções de praxe, os melhores não vão ser professores. É deles, exatamente, que se precisa no magistério.


Lena Castello Branco.

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O que causa um apagão

Isso também causa um apagão. Cuidado!!! se beber demais, não case!!!

sábado, 17 de abril de 2010

Três coisas que a filosofia não é



Uma das primeiras dificuldades filosóficas é a própria definição de filosofia. Historicamente, muitos filósofos têm assumido essa tarefa, esboçando respostas possíveis para a questão. Nenhuma das respostas, entretanto, mostrou-se completa o suficiente para encerrar a discussão. Isso se deve, sobretudo, às características da própria filosofia que, por não possuir um objeto específico de estudo e nem mesmo um método próprio comporta várias aplicações e interpretações. Tal dificuldade colaborou para que proliferasse uma vasta gama de falsas noções sobre o que é a filosofia. Mas do fato de não haver uma definição clara para a pergunta "O que é a filosofia?" não se segue que a filosofia seja várias coisa ou qualquer coisa. Nesse sentido, considerando que se pode esclarecer muito sobre um assunto mostrando o que ele não é, seguem algumas refutações conceituais acerca da filosofia.
1. A filosofia não é um "recital de opiniões". Opiniões, enquanto manifestações espontâneas e geralmente irrefletidas, só podem participar da filosofia enquanto ponto de partida para uma investigação racional da realidade, jamais como ponto de chegada. A filosofia pode se valer das opiniões em seu proceder, mas de modo algum se constitui delas. Opiniões são pareceres (parciais, superficiais) sobre a realidade, a filosofia pretende ser um conhecimento racionalmente fundamentado. Tanto a opinião está longe do conhecimento quanto da filosofia. Emitir opiniões, trocar opiniões, construir opiniões pouco ou nada tem a ver com filosofar. E se alguém disser que se pode argumentar, fundamentar opiniões e nisso se estaria filosofando, o protesto procede, mas aí já não se trata mais de mera opinião; pela fundamentação a opinião ganha status de conhecimento.
2. A filosofia não é um "conjunto de saberes místicos". Tida por muitos como inacessível, nebulosa, a filosofia passou a ser erroneamente confundida com toda sorte de mística, religiosa ou leiga. Mas a filosofia não se confunde e nem sequer se ocupa, fundamentalmente, com o âmbito do sobrenatural, do mágico, do encantado. Se há algo que se pode, seguramente, sustentar acerca da filosofia é que se trata de uma atividade racional. E o místico é, por excelência, aquilo que se esquiva da razão.
3. A filosofia não é um "modo de vida". No uso normal da língua portuguesa é comum se empregar o termo filosofia para designar um estilo de vida, como, por exemplo, na expressão "ele/ela tem uma bela filosofia de vida". Embora pudéssemos, com alguma violência interpretativa, identificar características da filosofia ocultas em tal uso do termo, a filosofia não pode ser confundida com uma leitura pessoal de mundo ou uma sabedoria de vida. Tais ideias negligenciam o caráter universal da filosofia, que a racionalidade lhe confere. Cada indivíduo pode compor um sistema de crenças, de valores, de procedimentos próprios sem que isso tenha algo a ver com filosofia. Além do que, sustentar que a filosofia equivale aos diferentes modos de vida, nada revela sobre o que é a filosofia; e o que é mais grave, sugere que quase tudo, ou qualquer coisa, seja filosofia.
Para ajudar a identificar as falsas concepções/definições de filosofia vale notar que a filosofia está sempre mais próxima de um exercício de razão, uma atividade de pensamento, do que de qualquer pretenso conjunto de opiniões, magias ou modos de vida. No mais, parece que a filosofia é algo que só se deixa compreender realmente quando se começa a filosofar.
fonte:onacional.
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Somos mesmo um povo civilizado?



Certa feita, e isso já faz um tempão, eu li, também não lembro o nome do livro, que um náufrago depois de dias perdido no mar, e já desesperado, chegou a uma praia de lugar desconhecido. Procurando vislumbrar socorro, viu, não muito distante, homens pendurados por cordas. Estavam enforcados. Mesmo fraco e abatido, o homem ajoelhou-se e, de mãos postas para o céu, exclamou: “Graças a Deus! Estou entre gente civilizada”. Na sua agonia não falou por deboche. Naquele momento os seus olhos cansados não devem mesmo de nada enxergar além das aparências. Isso não aconteceu no nosso País. Talvez o Brasil não fosse ainda sequer imaginado pro navegantes portugueses.
Mas o que interessa é o Brasil! Esse é um país civilizado? Quem começou essa civilização senão degenerados, ladrões, assassinos, deturpados, estupradores, e outros canalhas que aqui desembarcavam como escravos para tirar o outro que era enviado para Portugal? Começava, ali, a formação de uma nação. Quem tinha inteligência para ser líder? Quem tinha sangue nobre? Ninguém. Os tempos se foram céleres. O resultado é esse aí: pais espancando filhos, maltratando crianças e até matando-as pelo simples desejo de matar. Homens agressivos, alcoólatras, imbecis que não se pejam em espancar mulheres. Aquelas mesmas que os guardaram em seus corações. Querem pior? Filhos estuprando as mães, filhos espancando as mães e bebês estuprados por pais ou padrastos. Ainda existe esperança? Em que acreditar? Na religião? Nos políticos? Nos governantes? Os religiosos formam o símbolo capaz de nos fazer acreditar e respeitar as leis impostas por Deus. Onde estão esses religiosos? No Vaticano? Onde são guardadas as maiores riquezas do mundo? Não é ali que estão acontecendo sem-vergonhices promovidas por padres e superiores hierárquicos? Fatos nojentos que devem preocupar o próprio Deus e ao filho Jesus? Padres que falam em pureza da alma, na maneira como evitar os pecados são presos como pedófilos? E pedófilos descarados. Somente na Itália 130 religiosos foram bater de frente com a Justiça.
E outras religiões? Pastores, não todos é claro, mostram a Bíblia de olho em crianças que podem se tornar vítimas de suas taras como pedófilos? Os políticos? São poucos os honestos, os equilibrados que buscam fazer jus ao poder. Tem político que, quando eleito, já pensa mais ou menos assim: “Quem vou passar para trás? E já fazem planos de suas trapaças.
País civilizado? Formado de homens que não levam desaforo para casa e estão dispostos a morrer pela pátria, homens corajosos? Uma jovem recebeu 26 facadas dentro de estabelecimento comercial lotado. Quantos assistiram? E ninguém fez nada? Não havia à altura da mão pelo menos uma garrafa para tentar ajudar e dar-lhe socorro. Todos se acovardaram.
Civilizado um país onde ricaços criam cães de raça, de alto custo, que frequentam dentistas e veterinários caríssimos, mas que não oferecem um pedaço de pão a uma criança faminta? Civilizado um país onde jogadores de futebol, analfabetos, ganham fortunas, e em hospitais morrem centenas de pessoas diariamente por falta de remédios ou de profissionais competentes?

Edson Costa.


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sexta-feira, 16 de abril de 2010

O jornalismo e a educação



Tenho comigo um hábito que cultivo há tempo – o de analisar e interpretar a dinâmica social, os campos sociais e seus atores, usando as lentes da educação. Esse exercício vem ao encontro de uma concepção de educação para além das paredes da escola, que ultrapassa os limites da educação formal e dialoga com o conjunto da vida, ou seja, a educação como uma prática social que necessita ser compreendida em correlação com as dimensões política, histórica, filosófica, ética e estética.
De tanto empreender essas análises, é comum realizá-las a todo momento, seja ao folhear um jornal, ao ouvir notícias no rádio, ou lidar com desafios simples do cotidiano. Uma dessas minhas "empreitadas analíticas" ocorreu por ocasião da comemoração do Dia do Jornalista, celebrado em 7 de abril. Pessoalmente sempre tive grande simpatia e afinidade com esses profissionais, por considerar sua relevância social em tempos que exigem cada vez mais rapidez de acesso à informação. Vejo-os como grande aliados na tarefa de educar, e em meu exercício profissional tenho a colaboração de jornalistas competentes, bem como sempre atendi chamados de diversos meio de comunicação para prestar esclarecimentos à população brasileira.
Ao longo da história contemporânea o jornalismo tem desempenhado um papel importantíssimo na formação de opinião das massas, constituindo por isso mesmo uma fonte de informação, e, por conseguinte, de educação das massas. A ação do jornalismo está presente não apenas no relato, mas no esclarecimento que presta à assuntos e episódios de diversas áreas, como política, esporte, artes, ciências, ambiente rural e urbano, indústria, saúde, estética, educação e tantos outros.
Além de livros que ensinam e registram as conquistas e transformações do mundo, temos também a possibilidade de recordar trechos importantes da passagem humana no planeta Terra por meio das reportagens e documentários, enfim o produto do trabalho do jornalista. Esse profissional foi e continua sendo vital ao processo de construção democrática do País, pois abre espaços para denunciar injustiças, incoerências e corrupções, colaborando muitas vezes para o desfecho exitoso de alguns impasses.
O fato é que concedemos tanto crédito às informações veiculadas pelos jornalistas que as usamos no cotidiano de nossas conversas para legitimar nossas afirmações. Quer um exemplo? É comum alguém defender essa ou aquela medida de saúde porque o noticiário apresentou uma reportagem que esclarecia detalhes de certo aspecto de nosso corpo. Ou ainda recomendar a ingestão de um alimento pelo fato do jornal apresentar suas propriedades curativas. E mais, optar por um modelo de carro porque aquele programa automotivo semanal mostrou os avanços de segurança e desempenho do veículo. São tantas as possibilidades de informação e esclarecimento que já se tornou um jargão dizer " é verdade, assisti, ou li uma reportagem sobre o assunto!".
Há quem diga, por isso mesmo, que o jornalista de verdade é um profissional que trabalha 24h, ou seja, leva seu olhar atento e crítico por todos os lugares onde passa, exercendo com determinação e competência o dever de informar e alertar a sociedade acerca dos mais variados temas.
A todos os jornalistas envio meus cumprimentos como emblema do reconhecimento que lhe é devido e com desejos de que continuem a exercer sua profissão com força, competência e compromisso com a cidadania.

Marcia Carvalho.

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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Não há saída



Ah!... o amor...
Nos foi ensinado que nos amássemos, uns aos outros, mas estamos tão empenhados em observar, cobrar, julgar o outro que não nos sobra tempo para amá-lo. Sabemos também que da mesma forma como julgarmos o outro, seremos julgados, com a mesma rigidez e exigência, através da própria consciência. O que aprendemos mais sobre a arte de amar? Para nossa reflexão procuraremos dividir em etapas a nossa visão do amor, para melhor nos situarmos em relação a nós mesmos e aos que nos cercam.
O primeiro referencial de amor que nos ocorre é o amor egóico, infantil. A visão egocêntrica da criança que vive como se o mundo todo e tudo o que existe nele, incluindo as pessoas que nele habitam, só existissem para servi-la, atendê-la, agraciá-la. O pior é que há septuagenários, octogenários que ainda pensam assim e seguem convivendo com os que reclamam, às vezes velada, às vezes explicitamente, tamanha longevidade. Não é apenas a idade que modifica o homem, mas seu despertar para as realidades profundas do ser, seu senso moral, sua maturidade espiritual.
No segundo escalão encontram-se os que já não vêem só o próprio umbigo, mas também descobriram o umbigo do outro. Já não falam só no Eu, pois descobriram que existe o Nós. Já é um avanço: o olhar se distende para horizontes mais amplos, saindo da corriola estreita do Eu mesmo. Num avanço de percepção, nesta instância consegue-se a harmonização dos pontos de vistas, quando duas criaturas conseguem divisar as estrelas, delinear novos rumos sem desrespeitar a ótica do outro.
Em terceiro lugar enfocaremos o amor dos que vêem o outro como prioridade, sendo merecedor da melhor parte, da maior atenção, do maior respeito, aquele que merece destaque, mais mesmo do que quem o prioriza com dedicação, louvor e evidência. Exemplificaria esta situação o nosso querido Chico Xavier, sempre pronto a servir, sentindo-se recompensado em poder ser útil. Aí também se situam madre Tereza de Calcutá, o Mahatma Gandhi, Martin Luther King e outros heróis do amor. Seres sublimados na jornada evolutiva que deixam as marcas do consolo, do acolhimento por onde passam. São capazes de imolar-se por causas justas e humanitárias tendo em vista o despertar dos corações que ainda permanecem ensimesmados em si mesmos.
Em escala superior, só mesmo nosso amado Mestre Jesus, que nos ama a todos incondicionalmente, pois nos vê já com nossas potencialidades desenvolvidas, no grande amanhã, quando alcançaremos nosso auto aperfeiçoamento, através do nosso empenho em nos autoconhecermos e trabalharmos com afinco neste sentido. Por muito amar e confiar na redenção de cada um de nós foi capaz de associar seu último alento à compaixão pelos que o perseguiram clamando: “ Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.”
No livro Pão Nosso, pag 372, FEB, 1994, Emmanuel nos diz que “Jesus é o nosso caminho permanente para o divino amor.” O que nos leva a concluir que, sem o Cristo de Deus em nossas vidas, para o amor verdadeiro, não há porta de entrada, não há rumo, não há saída.
Elzi Nascimento.
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