segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Somos mundanos demais



José Saramago, extraordinário escritor lusitano, nobel de literatura,autor de obras como O Evangelho Segundo Jesus Cristo e As Intermitências da Morte,deu uma entrevista à imprensa brasileira Há alguns meses, falando sobre seu novo livro e, para variar, expondo seu ponto vista ateu sobre a condição do homem inferior que necessita acreditar no divino. Segundo a entrevista,se Deus criou o mundo,o universo todo por quais razões teria abandonado o homem a sua própria sorte?

Outras celebridades do mundo literário revelem suas descrenças a Deus como o não menos genial Luís Fernando Veríssimo e Pedro Nava, este ,médico,advogado e ,finalmente,escritor na plenitude de sua existência. Esses gênios demonstraram a coragem ao expor a cara dizendo-se ateus.Usam a argumentação de que Deus é um delírio.Dizem que o homem diante da pequenez de sua existência procura se apegar a idéia da eternidade, ideia vendida pelas religiões, por todas elas, ao contemplar seus seguidores de que na Casa do Pai há muitas moradas,de que há um mundo reservado para os que sofrem,para os desvalidos. O homem, por necessidade de crer criou Deus e criou as religiões. Depois vieram uns espertinhos e comercializaram a fé. Agora se comercializa a ausência dela como o novo paradigma.
A ideia da contestação não é nova e, ao contrário de ser combatida, deveria ser estimulada porque, afinal,foram as perguntas que moveram o mundo e não suas respostas. Niesztche perguntava-se, e a todos, se aquele Deus vendido era o Deus que necessitávamos. O filósofo do Méier, Millor Fernandes,em seus ensaios, ele que é o escritor, jornalista ,teatrólogo e gênio, afirma que o homem criou Deus e que o inverso ainda teria que ser provado .Então ficamos,nós,os comuns divididos segundo as celebridades do mundo culto, entre dois grandes grupos.

De um dos, lados os que crêem, aqueles que necessitam crer, aqueles que deixaram de perguntar porque ali no céu estão todas as resposta. Para estes o mundo poderia terminar hoje mesmo, afinal na casa do Pai há muitas moradas.

Do outro lado estaria uma comunidade mais avançada no pensamento constituído de seres inquientos,beligerantes afirmando que o homem é somente um ser que se basta a si mesmo e que a vida também é assim, limitada em seu espectro. Findável. Para estes o poder do homem é exíguo, e que é, o homem, um joguete nas mãos do acaso. Seria, o homem, uma miríade, um cachorro de palha, expectante nas mãos destino. Quando Pedro Nava cometeu suicídio, com mais de 80 anos, Veríssimo dedicou uma coluna sobre esse ato extremo -o suicido no final da vida. O homem com essa idade deveria ter uma mansidão e uma aceitação de sua condição de filho, de criação de algo incompreensível que chamamos de Deus. Verissimo afirma que Pedro nava foi embora, por conta, porque não encontrara tais respostas. Ou seja o criador não atingiu seu coração.Então diante do nada, da insignificância, ele disse adeus.

Bobagem,num livro do Zuenir, descobri que o velho Nava cometeu suicídio não por razões metafísicas. Suicidou-se porque, não contendo seus impulsos hormonais, quedou-se a encontros com um garoto de programa que, após ter exaurido os recursos financeiros do doutor, ameaçou a divulgação dos encontros incluindo fotografias vexatórias à pessoa tão importante. Suicidou-se por motivos mundanos.
Nem sempre cultura significa sapiência!
Muitas vezes levantamos elucubrações filosóficas porque somos mundanos demais.
Dr. Jorge Anunciação.
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4 comentários:

  1. William

    Este texto foi escrito de forma muito interessante.

    Dificilmente eu discuto religião e religiosidade, mas eu considero esta uma boa oportunidade, em função da forma como foi apresentada. Eu já passei por algumas fases. Quando muito jovem (infância e adolescência)eu via Deus de uma forma. Quando estava, na faculdade, estudando Físico-Química, passei a considerar-me ateu, pois o Deus que a mim foi apresentado anteriormente, eu não tinha mais como aceitá-lo. Há algum tempo eu consegui enxergar Deus, através de leituras, reflexões e vivências,de uma forma sustentável. Hoje, meu entendimento de Deus é simples : Ele é único, é perfeito, é amor e, tudo mais sobre Ele, transcende a nossa consciência . Eu poderia aprofundar as minhas explicações, mas não seria ideal e nem caberia num comentário.

    Eu respeito as opiniões contrárias as minhas, aliás, no mundo em que vivemos, tudo é relativo. Sendo assim, o cada um de nós tem não é a Verdade, mas cada um tem a sua verdade e esta é relativa e não absoluta. Continuo a respeitar e valorizar o trabalho de José Saramago e de tantos outros com opiniões semelhantes a ele, pois eles me põem a pensar.

    Parabéns por mais um post muito interessante.

    Um abraço.

    Nelson (ProfessorNelsonMS)

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  2. Acredito em Deus. O meu Deus. E todos acreditamos. E cada um tem a sua Verdade. Mesmo os ateus acreditam em suas idéias de tal forma que tornam o ateísmo um ritual religioso e fazem de sua crença não crendo, uma divindade.
    Todos temos uma religiosidade latente e isto fazem milhões de anos. A raça humana é assim. Não sei as demais.
    Concordo com o Professor Nelson. E não poderia deixar de concordar, pois é assim que as coisas são. Deus é a verdade que habita cada um de nós individualmente enquanto singular e intrínseco. Mas está no consciente coletivo de forma extrínseca.
    Não sei se fui claro para quem lê, mas para mim é o suficiente.
    Abraços.

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  3. Olá amigo William, excelente texto. Cada pessoa tem seu modo de pensar e acreditar se DEUS existe ou não, eu respeito essas pessoas.

    Um abraço.

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  4. Deus existe. Deus é Amor. Ele é Soberano, Todo Poderoso , Criador de todas as coisas. Perguntaria ao autor ateu, Por que você utiliza somente 6% do seu Cérebro? e os 94% quem utiliza, a resposta é simples : DEUS. Por isso, existe o sobrenatural, os milagres, a Fé,etc. Jesus Cristo está voltando, prepare-se!

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