sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

ESCOLA, PODER E DEMOCRACIA



"Os homens constroem paredes demais e pontes de menos" (D. Pire)

A escola pública e democrática é hoje uma conquista institucionalizada, mas que, na prática, ainda está longe de ser realidade plenamente vivenciada na escola. A escolha democrática das direções escolares ainda não permitiu condições democráticas de organizar as escolas a partir de uma base curricular, das propostas pedagógicas, das metas e da organização do quadro dos professores (distribuição da carga horária e disciplinas).
A escola, lugar de significativas e distintas aprendizagens, é também um grande laboratório de exercício de poder. Cotidianamente, através das relações interpessoais, ela administra as suas tensões internas, fortemente influenciadas pelo poder externo (dos governos e da comunidade). E, o professor, uma peça fundamental, nem sempre é considerado em sua dimensão de pessoa humana e de sujeito, portador de desejos, direitos e dignidade.
Além de sua estrutura administrativa, a escola é um lugar onde se constroem vínculos. Estes vínculos determinam a qualidade das relações entre professores, funcionários, equipe diretiva, alunos e pais. A maior diferença da escola pública, em relação às demais, reside no fato de sua gestão ser pública e democrática.
E é nesta que , para além de professores, cresce a exigência por educadores. "Todo professor deve ser um verdadeiro educador. Um mestre da vida e do saber. É mestre porque é homem de fé, que acredita em si e nos outros, que confia e ama seus discípulos", ( Maximiliano Menegolla).
Professores não são números. Professores são sujeitos,seres humanos, com suas opções pedagógicas e ideológicas, Aliás, o exercício de seu ofício não lhes permite neutralidade, pois a educação é, por natureza, um ato político. Suas práticas pedagógicas resultam de suas trajetórias pessoais, de seus compromissos com o ser humano e de seu conhecimento e aperfeiçoamento pessoal.
Algumas instituições de ensino público, por suas práticas contraditórias e autoritárias, minimizam o alcançe e a importância das conquistas democráticas.è claro que exercitar cotidianamente a democracia , como se faz na escola, não é uma tarefa fácil. Por isso que, para muitos, ela passou de "verborragia".
Para outros, incansável exercício, prática de inclusão e respeito a todos, mesmo enfrentando as contradições do discurso e da prática.
Alguns colegas, agora diretores e diretoras de escola, "constoem paredes demais e e pontes de menos. Usam do poder que lhes foi delegado para desconsiderar seus professores e ofuscar a democracia por todos pretendida e proclamada."o lugar onde o professor não é visto como pessoa, mas simplesmente como um profissional qualquer, deve ser chamado de pensionato, refeitório...mas não chamem de escola, onde se educa e se ensina". (Mengolla)
O exercício do poder democrático é um dever da escola e um legado que ela deve deixar para seus alunos e para a sociedade como um todo; esta é a sua contribuição para a consolidação da democracia no Brasil. Qualidade na educação será uma realidade quando tratarmos gente como gente deve ser tratada e quando tomarmos a democracia como base de nossas relações

Pelo Prof. Nei Pies.

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2 comentários:

  1. Ainda não tratamos a educação como prioridade ... ainda estamos olhando outras nações de binóculos .... uma pena ... ta na lei, mas não se cumpre.

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  2. Olá, William!

    Excelente postagem. A educação de qualidade é um diferencial extremamente importante para muitas coisas, inclusive a democracia. Quem tem uma formação mais apurada tende a querer opinar, a participar mais. Isso só pode ser feito de forma sistemática na democracia.

    Abraços

    Francisco Castro

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