domingo, 22 de novembro de 2009

O melhor de nós...



Cena 1:
Dois adolescentes são trazidos ao setor de emergência do hospital para exame de lesões. Têm extensas fichas corridas com furtos, roubos, tentativas de homicídio, lesões corporais, destruição de patrimônio público e estupro. Fora isso, parecem angelicais, inocentes, vítimas de um mundo desigual socioeconomicamente.
Cena 2:

O big-bang, há 14 bilhões de anos, deu início ao que se concebe por universo. Há 2 bilhões de anos principia o esboço do homem moderno. Há 64 milhões de anos os dinossauros desaparecem. Há 60 mil anos o homem desperta para as artes rudimentares. Há 20 mil anos agrupa-se lentamente e passa a viver em coletividade. Há 12 mil anos o degelo da terra começa a fornecer condições climáticas para a agricultura e início da saga humana. Os grandes acontecimentos que criaram o domínio dos seres humanos sobre outras espécies foram o crescimento do tecido craniano que passou de 500 cm³ para 900 cm³ e o desenvolvimento da fala.
A partir daí veio a cultura grega questionando a verticalização (o destino), instituindo o livre arbítrio. Vieram os romanos e a era cristã e a universalização do direito de chegar à casa do Pai unicamente pela fé. Vieram os exageros da idade das trevas, Giordano Bruno, indulgências, inquisição, Martinho Lutero. Veio a ciência, o telescópio, o microscópio e novos questionamentos sobre a vida e morte, sobre Deus e a imortalidade da alma.
Veio Darwin e a seleção das espécies. Veio Freud e o sujeito oculto (subconsciente/inconsciente). Vieram as grandes guerras e suas atrocidades. Veio o computador, a comunicação instantânea e, pronto, você que está lendo esse artigo é o produto final, caudatário de uma história de 14 bilhões de anos. Você é o grande resultado dessa evolução.

Cena 3:

Dois adolescentes algemados seriam o grande escopo da evolução do universo?

Epílogo:
E você, caro amigo, representa a grande evolução? Não há nada em você que não possa ser melhorado? Não há nada que possa fazer para obter um mundo melhor?
Não? Então, seria bom outro big-bang, outra tentativa porque essa evolução toda de nada serviu. Continuamos trogloditas, arremedos, esboços submetidos ao destino e à verticalização.

Dr.Jorge Anunciação

5 comentários:

  1. Melhoria Contínua...
    Esse é o segredo!

    Um abraço.

    ResponderExcluir
  2. Considerando a evolução como desenvolvimento de uma raça, podemos dizer que não houve grandes modificações de adaptação evolutiva da raça humana. Somos muito parecidos com os mesopotâneos visto que a nossa raça tem apenas alguns milhares de anos após a invenção da escrita (6 ou 7 mil anos).
    Olhando pelo lado intelectual, podemos dizer que os dois infelizes são representantes da minoria os quais não foi dado condições de aprendizado. Trato social e intelectual é adquirido e não instintivo. Assim não podemos dizer que, por não ter trato social, deixem de ser representantes de nossa raça.

    ResponderExcluir
  3. Não sei se vamos ter um big bang, mas, quem sabe vamos ter de acabar com tudo para quem sabe renascermos melhores.

    ResponderExcluir
  4. William,

    Apesar de todas as mudanças e transformações que tivemos, ainda continuamos sendo seres em evolução; constante evolução.

    Auqle que não acredita que pode evoluir, crescer, aprender, por certo, já esqueceu de viver.

    Excelente texto.

    Bjs.

    Rosana.

    ResponderExcluir
  5. Olá. Gostei de tudo no texto, menos no uso da palavra "homem" como sinônimo de ser humano.

    Os motivos estão aqui: http://conscienciaefervescente.blogspot.com/2009/06/androcentrismo.html

    Abs

    ResponderExcluir