domingo, 27 de setembro de 2009

A cada geração, menos filhos. Leia por quê?

Aos 24 anos, Marcos Vinícius Reisdoerfer, graduado em Administração, pensa em formar família. O plano inclui apenas um filho, talvez dois, se tiver a sorte de ter gêmeos, embora venha de uma família de três irmãos. Mesmo admirando os casais que têm coragem de ter mais filhos, ele acredita que é preciso planejar para poder oferecer uma boa vida aos filhos. "Acredito que os gastos com filhos são muitos, por isso você deve planejar. Ainda mais nos dias de hoje, em que o mercado exige pessoas capacitadas, por um filho no mundo é ter a consciência de arcar com estes gastos, principalmente no que se refere a uma boa educação", avalia.

Os pais de Reisdoerfer vêm de famílias grandes. A mãe dele tem 11 irmãos e o pai, cinco. Dessa forma, a família do jovem Marcos Vinícius é apenas um dos exemplos da diminuição das taxas de natalidade que vem sendo verificadas ao longo dos anos. "Eu vejo isso como planejamento familiar, os custos de vida hoje, para se ter o mínimo de conforto, são altos. Antigamente não havia esse tipo de informação, e até mesmo os pais pensavam em aumentar a família para ter pessoas pra ajudar no sustento próprio, pensavam que era mais um para trabalhar, principalmente na lavoura", comenta.

São dados como estes que são comprovados pelos Indicadores Demográficos e de Saúde divulgados recentemente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na edição de ontem, ON apresentou os números referentes à cobertura pré-natal e índice de mortalidade infantil. Hoje, apresenta a taxa de natalidade. E amanhã vai tratar da sobremortalidade masculina.

Além de uma diminuição natural do número de integrantes de cada família, o índice é ainda menor quando os pais têm maior grau de instrução, embora essa diferença esteja caindo. Segundo o Instituto, os grupos menos instruídos ainda são os que apresentam o maior número de filhos, mas a diferença entre estes e os grupos mais instruídos vem diminuindo nas últimas duas décadas. Na década de 1970, a média geral era de 4,5 filhos por mulher. Em 2005, caiu para 1,6 filho. Essa diminuição se deve, em grande parte, à queda na taxa de fecundidade total das mulheres com até 3 anos de estudo. A média passou de 7,2 filhos para 3 filhos.

Cada vez menos filhos
Em Passo Fundo,minha cidade, o Cartório de Registro Civil dispõe dos dados de nascidos a partir do ano de 1985, quando foram registrados 4.111 nascimentos. Já em 2008, foram registradas 3.038 no município. O dado de Passo Fundo se comporta semelhante ao que é verificado no restante do país. Pelos Indicadores Demográficos e de Saúde do IBGE, o número de nascimentos no país, de acordo com as informações fornecidas pelo Sistema de Nascidos Vivos do Ministério da Saúde, caiu de 3,2 milhões, em 2000, para 2,9 milhões, em 2006. E a região Sul foi a que apresentou a maior queda. Quando o tema é a faixa etária das mães, os Indicadores apontam que os nascimentos oriundos de mães dos grupos etários de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos declinou. Entretanto, no grupo de mães entre 10 a 14 anos houve estabilidade. Acima dos 24 anos foi verificado um pequeno crescimento.

Os números
* Em 2006, 51,4% (1.512.374) dos nascidos vivos eram filhos de mães com idade até 24 anos, sendo 27.610 (0,9%) de mães do grupo etário de 10 a 14 anos;
* 605.270 (20,6%) filhos de mães com idade entre 15 a 19 anos e 879.493 (29,9%) crianças nascidas de mães com idade de 20 a 24 anos;
* Em 2000, esses grupos etários correspondiam, respectivamente, a 0,9% (28.973), 22,5% (721.564) e, 31,1% (998.523).
* No Distrito Federal, em São Paulo, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Paraná as proporções de nascimentos de mães com até 24 anos de idade foram menores que 50%;
* Nos demais estados, a maioria dos nascimentos foi oriunda dos segmentos de mulheres mais jovens, porém, com redução em todos as unidades da federação em relação a 2000;
* O Maranhão registrou, em 2006, a maior proporção de nascimentos de mães com idade até 24 anos (66,2%)

Nascimentos em Passo Fundo-RS.
Os dados do Cartório de Registro Civil de Passo Fundo confirmam a queda no número de nascimentos. Com dados disponíveis a partir do ano de 1985, os números são os seguintes:
Ano - número de nascimentos
1985 - 4.111
1986 - 4.131
1987 - 3.723
1988 - 3.843
1989 - 3.527
1990 - 3.336
1991 - 3.516
1992 - 3.200
1993 - 3.344
1994 - 3.560
1995 - 3.665
1996 - 3.120
1997 - 3.479
1998 - 3.715
1999 - 3.796
2000 - 3.606
2001 - 3.318
2002 - 3.216
2003 - 3.031
2004 - 3.193
2005 - 3.161
2006 - 2.989
2007 - 2.818
2008 - 3.038

Fonte: IBGE - Passo Fundo, RS.

Número de filhos por família diminuiu nas últimas décadas. E na sua cidade também está acontecendo um maior controle da natalidade?

Opine se você é a favor ou contra o controle da natalidade em nosso País.

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3 comentários:

  1. É Willian, um assunto complicado, pois vemos na classe menos privilegiada que o numero não diminui, na classe média exprimida kakaka diminiu por que temos de pagar para todos as demais classes ai temos de cortar custos, esse para mim é o maior motivo.
    Abraços forte

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  2. Realmente a população mais instruída ,tem mais acesso a informações , e portanto sabe da dificuldade que é ter filhos hoje em dia, não só pelo momento financeiro e econõmico global, mas também pela violencia em contínuo almento nas grandes metrópolis.Outo fato importante também, é que as mulheres ,arregassaram as mangas e foram atráz da sua liberdade financeira, com isso deixaram de ser simplesmente a dona de casa, e começaram também a chefiar as famílias.
    O que realmente assusta é que na idade entre 10 e 14 anos o número não tenha decrescido,sinal claro , que nossa jovens meninas e meninos nescessitam de im acompanhamento mais versátil e não apenas informativo.
    Felicidades,sucesso e paz!

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  3. Continuo achando que os grandes problemas do mundo ainda é a super-população e todos os governos deveriam fazer uma educação de planejamento familiar, principalmente para os mais pobres .... o mundo não resiste a tanta gente.

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